Imperfeitos escrita por Felipe Perdigão


Capítulo 21
XIX — Renegar e Receber




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“Uma tragédia. Minha vida é uma tragédia”. Era tudo que Alice conseguia pensar depois que chegara do médico. Desde que Unknown havia enviado a última mensagem ela não conseguia pensar em Antony e em como a mente do amigo deveria estar perturbada ao saber que sua morte estava aproximando mais rápida a que das outras pessoas.

A garota estava sozinha em casa. Seus pais precisaram viajar de última hora pra cidade em que moravam até pouco tempo atrás para resolver alguns assuntos pendentes.

Desolada, assustada e sozinha a jovem bruxa aproveitou a lua cheia para preparar algum banho com ervas.

Quando a garota conseguiu relaxar, seu celular vibrara. Ela apenas pegou o celular por medo de ser seus pais, não obstante tudo que a jovem bruxa queria naquele momento era paz.

Assim que abrira a mensagem, percebera que era Antony e quando ela acabou de ler não ficara surpresa. Havia muito tempo que Antony só enviava mensagens querendo saber se Oliver havia falado alguma coisa sobre ele. Ela estava em um estado emocional tão distinto que não dera o trabalho de responder.

A menina deitara na banheira e sentira o perfume das ervas. Se houvesse alguém capaz de enxergar aura naquele ambiente, ele com certeza veria a aura de Alice ficar azul, demonstrando paz interior, bem estar, autoconfiança.

Aquela manhã estava extremamente quente. Todos no Colégio Santa Nyx Helena estavam se sentindo desanimados por conta do clima abafado. A diretoria do colégio decidira até deixar as piscinas aberta aos estudantes durante a tarde.

No último período daquele dia letivo, Oliver estava concentrado na aula de literatura quando se assustou com uma bolinha feita de papel amassado cairá sobre seu caderno. Por reflexo o garoto procurou com o olhar atento quem havia enviado. Como não havia ninguém o encarando ele resolvera abrir o papel pra ver se havia algo escrito.

Assim que desfizera a bolinha, reconhecera a letra e dera um suspiro. “Não mereço”, pensou.

O rapaz pensara em ignorar o que estava escrito. Quando ia jogar o bilhete dentro de sua mochila, ele viu que Antony o encarava com o cenho franzido. “Merda”, o garoto balançou a cabeça enchendo o pulmão de ar enquanto lia o bilhete.

“Preciso muito que você vá há minha casa hoje”

O rapaz conferiu se o amigo estava o olhando e então o questionou.

— Pra que? — Oliver franziu o cenho.

— Preciso muito falar com você.

— E por que tem que ser na sua casa?

— Esteja lá ás 19h. — Tony riu tenteando demonstrar confiança

Quando Oliver ia responder fora surpreendido pelo sinal. Antony levantou-se rapidamente e fora correndo para o treino de vôlei na companhia do Jeffrey.

Oliver não vira Alice no final da aula naquela manhã. Matt dissera que ficaria pra ver o treino de voleibol, pois estava afim de ver garotos gostosos sem camisas e suados. Oliver achou estranho a história de Matt, mas não questionou.

Naquele momento, a única coisa em que o garoto conseguia pensar era se devia ou não ir à casa do amigo.

O sol se pôs, mas não levou com ele a angústia do garoto.

Oliver caminhava distraído para casa do amigo quando sentiu seu celular vibrar. Sentiu um frio na barriga. Ele torceu para que não fosse Unknown. Ele deu mais uns passos ignorando o celular, mas ele vibrou novamente.

“Puta merda” sussurrou.

Tirando o celular do bolso com as mãos soadas ele se sentiu mais aliviado quando vira que as duas mensagens era de Antony querendo saber se ele iria e se ele já havia saído de casa.

Quando estava chegando à esquina da rua onde Alice e Antony moram, Oliver pegara o celular e pedira para o amigo encontra-lo no portão, pois já estava próximo.

Quando chegou ao portão, Antony o esperava trajando uma bermuda vermelha e uma regata cinza com “Perdão” em hebraico estampado. Sua barba estava por fazer e de longe Oliver percebera que havia passado o perfume que atiça seus desejos mais carnais.

— Oli! Ainda bem que você veio.

— Ah, bem, tanto faz.

— Tanto faz nada. Significa... — o rapaz fora interrompido.

— O que aconteceu pra você quase me obrigar vim aqui?

— Bem, entra. Vamos lá pra trás da casa conversar.

Oliver não hesitou.

Já dentro da casa do amigo, o rapaz percebera que todas as luzes estavam apagadas e nenhum sinal dos familiares de Antony, mas ele deu de ombros e continuou caminhando até a área da piscina.

Quando chegara a porta da cozinha que dava acesso a parte de trás da casa, começara a suspeitar de algo. Todo aquele escuro e silêncio eram suspeitos.

O rapaz parou de andar. O amigo que o seguia atento não percebera que o amigo estava parado e continuou andando. Sem querer, encostou seu tronco nas costas do amigo.

Com o rosto corado ele se desculpou colocando uma das mãos sobre o Ombro de Oliver. A outra usara para abrir a porta.

Oliver voltara a caminhar e assim que estava alguns passos de distância da porta Antony conjurara um feitiço.

— Ignes! — disse o rapaz com a voz alterada.

Várias velas espalhadas por todo quintal se acenderam deixando Oliver assustado.

E então, do meio a luminosidade das velas Oliver pode ver Alice e Matt vindo em sua direção cantando Feliz Aniversário. A garota acelerara os passos e praticamente pulara em cima do amigo o abraçando.

Quando se soltara do abraço ela deu um breve sorriso e Oliver imediatamente se virou para trás para socar Antony, porém os reflexos do garoto são bons.

Antony segurou a mão de Oliver e o puxou pela cintura e o envolveu em um abraço demorado e silêncioso.

Oliver estava se sentindo extremamente confortável.

“Eu poderia morar em seu abraço”, pensou o garoto.

— Eu cansei! Eu cansei disso tudo. — disse a menina aos prantos.

— Você cansou de que? — Matt se intrometeu sem entender nada.

— Cansei de viver com medo. Cansei de não poder dormir relaxada por medo do Tommy entrar no meu quarto e me matar, ou pior, fazer algo com meus pais... Algo com vocês ou com o Ethan!

— Estamos no mesmo barco. — disse Antony com a voz seca, como se sua voz falhasse.

A garota tirou a blusa e se jogou na piscina. Oliver que estava pensando em fazer aquilo faz horas não resistiu, tirou suas vestes ficando apenas de cueca e pulou na piscina pra fazer companhia a amiga.

— Cansei de ser uma bruxa.

Oliver agitou as mãos sobre a água e uma bailarina feita de água começou a dançar sobre a piscina até que chegou a parte mais rasa e se desfez. O garoto fez aquilo na esperança que a amiga se distraísse, mas pela expressão que modelava o seu rosto não adiantara. Então sem medir as palavras ele tentara arrumar os pensamentos da melhor amiga.

— Não se pode simplesmente fugir da bruxaria. Não porque houve algum contrato feito ou porque ganha-se uma passagem para o inferno. Não se pode fugir da bruxaria porque quem nasceu nela, sabe muito bem que a magia corre em suas veias, e arrancar a magia de sua alma é como arrancar o sangue de seu corpo, sua vida não existiria mais. — O rapaz fora interrompido.

— Mas... — A garota tentou se impor.

— Mas o que? Olha o tanto de benefícios que isso trouxe pra gente? Olha o tanto que isso nos... uniu. — O garoto olhou pra Antony — Eu também não queria estar sendo ameaçado por um garoto punheteiro capaz de conjurar fogo e tem um pacto com espíritos...

O rapaz pausou ao ver que Antony e Matt olhavam assustado do outro lado de fora da piscina.

— Vou pegar algo pra vocês beberem. É seu aniversário Azeitona, deixem essas preocupações pra depois.

— É verdade! Sem mais tristezas por hoje. — A garota disse enquanto se aproximava pra dar um abraço no amigo.

— É impossível ter da vida calma e força.

E então, assim que Matt voltara com uma garrafa recém aberta de alguma bebida destilada qualquer, Antony e ele resolveram se juntar aos amigos na piscina.

Oliver resolvera bloquear os pensamentos depressivos que outrora estava a lhe perturbar e deixou as coisas apenas acontecerem.

Enquanto Matt contava para os amigos uma de suas últimas aventuras sexuais, Oliver resolveu testar seus dons mais uma vez. Ordenou em pensamento que a água transasse o cabelo da amiga. Se Oliver não tivesse dado algumas gargalhadas ao ver aquela cena, ninguém teria percebido o lindo penteado que Alice possuía.

A festa acabara.

Como a casa de Alice era em frente a de Antony, achara melhor ir embora. Mesmo estando bêbada, ela preferia ouvir seu pai falar sobre o álcool consumido a que falar sobre dormir em uma casa sozinha com 3 homens.

Aquela noite esfriara muito rápida.

Matt acordara de madrugada e descera até a cozinha para comer algo. Quando voltara ao quarto de Antony, encontrara uma vela aromatizante prestes a se apagar.

Com a visão um pouco embaçada por conta da escuridão, ele focalizara na cama de casal do amigo que o fizera ficar sem reação. Oliver estava deitado no tronco de Oliver. A mão do rapaz estava no ombro do amigo e sua coxa direita estava sobre o amigo que trajava apenas uma cueca azul.

Quando Matt percebera que Antony estava abraçando o amigo pela cintura, tivera vontade de fotografar aquela cena e mostrar para os dois amigos todas as vezes que eles brigassem.

E assim foi feito.

Depois de tirar aquela fotografia, o garoto, ainda um pouco alterado por conta das bebidas tropeçou no chinelo de Antony e fizera um enorme barulho ao cair de joelhos.

Antony despertara e Oliver, por sua vez, não moveu nem um músculo por tamanha exaustidão.

— O que você está fazendo? — Perguntou Antony preocupado.

— Nada. — Matt se recompôs. — Só fui buscar água.

Antony deu de ombros e resmungou algo.

Sem perceber, Antony puxou o corpo de Oliver para mais perto do seu fazendo com que seus sexos se encostassem.

A manhã já se aproximava quando Matt despertou de um pesadelo terrível. Ele tivera um sonho, que segundo ele poderia ajudar ele e seus amigos a desvendar Unknown, ou melhor, Tommy.

Ele fez questão de enviar milhares de mensagens de texto para Alice e a menina, apavorada, disse aos que iria correr na orla de uma das praias da cidade.

Quando ela subiu até o quarto do jovem bruxo capaz de controlar o fogo, ele e o outro bruxo capaz de inventar mágicas com a água estavam dormindo.

— Matt, você me chamou aqui pra ver isso? — Alice riu. Apesar de ter ciúmes de Oliver e uma certa raiva de Antony por ter feito Oliver quebrar a cara, ela achava que os dois faziam um casal fofo juntos. — Poderia ter me mandado uma foto, não acha?

— Não te chamei aqui por isso.

— Então pro que foi? — A menina se sentou na cama em que Matt dormira.

— Acho melhor contar pra vocês três ao mesmo tempo.

— Pelo visto, esses dois vão dormir pelo resto da manhã.

— Ah, vão? — Matt riu.

O rapaz deu uma piscadela pra amiga e deu um passo pra trás. Sem que a invocasse, sua Silfo apareceu no quarto.

Sem mover nenhum dos braços, Matt apenas ordenou e o vento, sem delongas, obedeceu.

Ventus — disse o garoto em meio uma gargalhada.

E então, uma enorme corrente de surgiu no quarto de Antony fazendo que alguns papéis que estavam sobre a escrivaninha se espalhassem por todo o quarto.

Matt percebeu que não estava sendo objetivo e então forçou o contato visual com os dois amigos que ainda estavam adormecidos e então aquela corrente de ar entendeu o que aquele jovem bruxo queria.

Antes que Alice pudesse entender o que Matt estava tentando fazer, a corrente de ar foi até a cama e fez com que Antony e Oliver girassem no ar várias vezes.

O primeiro a acordar fora Oliver. Assim que abrira o olho ele caíra sobre a cama e sentou assustado sem entender nada enquanto procurava sua blusa pelo chão. Já Antony por sua vez, caíra de joelhos em sua cama. Com o susto, seus olhos começaram a brilhar em um vermelho fazendo o olho do rapaz arder.

— Bom dia, sunshines.

— B-Bom dia. — Antony gaguejou.

— O que você ta fazendo — Oliver bocejou — aqui tão cedo?

— O que você e Antony estavam fazendo na cama quase pelados?

— Oliver perguntou primeiro. — Antony se intrometeu.

— Ah, Matt me acordou com milhares de mensagens de texto falando pra eu vim aqui urgentemente.

— O que seria tão urgente que não poderia esperar a gente acordar, naturalmente?

— Eu tive um sonho.

— Nossa. — Oliver debochou.

— Não foi qualquer sonho.

— Não da pra esperar pelo menos a gente tomar café da manhã? Estou faminto. — Antony questionou.

— Pensei que tinha comido algo durante a madrugada. — Matt retrucou.

— Ué, ele acordou de madrugada e foi até a cozinha?

— Você tem muito a aprender ainda Alice. Muito! — Oliver não conteve as risadas.

— Enfim, não vou tomar muito tempo de vocês, até mesmo que tenho que ir resolver alguns assuntos de família agora pela manhã.

— Aconteceu algo? — Oliver se demonstrou preocupado.

— Não — Matt deu de ombros.

— O que você sonhou? — disse Antony.

— Sonhei com uma cabana de madeira no mesmo bosque a gente se reúne. Eu nunca, nunca, nunca mesmo vi essa cabana lá.

— Nem eu — os três ouvintes disseram em um coro.

— Pois então... E outra, havia um enorme círculo negro envolvendo a cabana.

— Sal negro — Oliver interrompeu.

— Sal o que? — Perguntou Alice.

— É, sal negro. Está no nosso livro das sombras.

O rapaz levantou e foi até o canto do quarto onde havia deixado sua bolsa e pegou o livro de páginas amareladas. Depois de alguns segundos foleando com o olhar atento ele abriu em uma página onde havia um frasco de vidro com o interior preenchido por vários cristais pretos pintados a mão com o título escrito com uma grafia antiga: “Sal Negro”.

— Está aqui. — O menino mostrou a página pros amigos.

— Mas pra que serve? — Alice parecia confusa.

O garoto entregou o livro pra amiga e ela começou a ler em voz alta para todos:

O Sal Negro é um excelente meio de purificação sendo muito utilizado por nós - bruxos e bruxas - por conter propriedades mágicas muito poderosas. É normalmente usada para banir, proteger algo e/ou banir energias negativas.

A garota continuou lendo em silêncio quando Matt voltara a falar.

— Continuando... No sonho era como se eu estivesse invisível e além dessa cabana abandonada dentro desse círculo de sal negro, eu segui dois humanos até dentro dessa cabana. Eu não conseguia ver seus rostos... quando tentava olhar minha visão embaçava.

— E o que eles estavam fazendo? — Perguntou Antony impaciente.

— A única coisa que eu consegui ver foram vários Vévé, aqueles símbolos de voodoo, vários deles na verdade... em todas as paredes.

— Vévé? — Alice estava perdida.

— É Alice, quando a gente precisa invocar ou conjurar algo não fazemos um círculo mágico pra ter mais domínio sobre nossos poderes? O bruxo que fica no centro do círculo mágico é protegido de qualquer influência, não importa que seja má ou boa. Aquele círculo mágico foi invocado para nada influenciar no ritual além da energia do bruxo ou do coven que está dentro dele. — Oliver tentou se lembrar do que havia lido no livro das sombras e explicou.

— Assim como há círculos mágicos feitos para proteger nós, os bruxos, há os círculos específicos para captar a energia de certas entidades fazendo que ele se materialize e manifeste. — Completou Matt.

— Tá queimado. — Disse Anthony.

— É, e os Vévés são símbolos do voodoo que invocam entidades que os praticantes do voodoo chamam de Loa. — Explicou Oliver.

— A última coisa que eu vi no sonho foram todas esses Loas meio que xingando as duas pessoas, como se estivessem cobrando alguma coisa.

— Precisamos descobrir onde fica essa cabana. — Afirmou Antony.

— Bem, agora eu preciso ir. — Matt disse.

— Espera, vou aproveitar e ir também. Preciso pesquisar mais coisas sobre os Vévé.

— Ah nem, fica mais um pouco Oliver?

— Não vai rolar.

— Pelo menos até meus pais voltarem?

— Eu estou realmente afim de ir embora. Desculpe, não vai dar.

— Por que você quer tanto que o Azeitona fique? — Questionou Alice.

— Nada. — Antony e Oliver responderam juntos.

— Sei... — Disse Matt escondendo o riso.

— Segunda e terça não tem aula, se der eu apareço aqui.

Quando os amigos estavam prontos para ir embora, um arrepio tomou conta dos quatro. De longe um corvo grasnou e o vento se agitou. Algo imensamente perigoso estava para acontecer e essa sensação fez florescer em quem estava tentando renegar seu poder uma estranha habilidade.

***

Aquela manhã estava perfeita pra ir a praia fazer uma caminhada e depois se deliciar com uma água de coco gelado, mas ao invés disso Alice estava em casa trajando uma camisa branca vários números maiores ao que ela usava com uma estampa azul ao centro escrita 1989 e uma calcinha de algodão cuidando de todas as plantas de sua casa.

A priori Alice não perceberia seu novo dom com tantas preocupações perturbando sua mente. A garota estava realmente angustiada com a falta de comunicação entre ela e seus pais. O casal havia vindo brigando cada vez mais pelos motivos mais fúteis do mundo e acabavam descontando a raiva e o estresse na jovem moça.

A garota conseguia se acalmar quando conversava com seu namorado ou com Oliver e os outros amigos, mas aquela manhã na casa de Antony fora a última vez que haviam se falado.

Enquanto regava as tímidas flores que nasceram em seu parapeito de janela, um belo tucano de cores vibrantes pousara na amoreira de sua varanda e a olhava com certa impaciência a chacoalhar suas penas e bater seu bico. Parecia querer algo da garota.

A menina correu até a cozinha e pegou uma banana para dar a linda ave.

Quando ela chegou à amoreira, a ave estava em um galho mais baixo. Ao esticar a mão para oferecer a banana ao tucano, ele abaixou a cabeça permitindo ser tocado pela moça. Algo assustador ocorreu. A menina desmaiara caindo suavemente num lençol de flores que cresceu instantaneamente.

O tucano plainou sobre o jardim e observara a jovem bruxa caída. Quando se aproximou e encostou-se à moça, ela despertou e a ave voara para longe.

Quando voltou a si, Alice estava pálida e tremendo.

A moça estava muito surpresa com o que se passou. Por um momento ela estava no corpo do tucano e via, ouvia, e sentia tudo que ele. É como se seu espirito tivesse sido transferido para o corpo daquele pequeno animal.

Depois que se recompôs, ela não conseguia parar de pensar na sensação de liberdade ao voar misturada com o pavor de ver seu corpo ali espojado em meio a flores e relvas. Já em seu quarto, ela invocara seu gnomo para dar-lhe mel como fazia em todas as manhas.

O gnomo estava apreensivo. Corria pelo quarto da moça investigando cada centímetro do ambiente atrás de seres da escuridão. Quando ele teve certeza de que nenhuma criatura mágica má intencionada estava por perto, ele se ajoelhou e pós o punho direito sobre o peito dando felicitações a jovem bruxa por ter sido capaz de descobrir sua Wonder.


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Notas finais do capítulo

Meus sinceros agradecimentos ao Douglas por toda essa ajuda extremamente criativa.



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