Diga que me quer. escrita por Nathalia Alves
Enquanto o Vitor dirigia até o shopping eu olhei da janela do carro e enquanto avistava aquela paisagem tão linda e fiquei me perguntando porque ficar em casa chorando se o mundo aqui fora tem tanta coisa pra me fazer dar risada.
Olhava do retrovisor e pude ver a Ju e o Gil abraçados, tão apaixonados, dando beijos e então eu me perguntei: Se ela sofreu tanto pelo Dinho e superou tudo, e hoje, está tão feliz com o Gil, porque eu tenho que sofrer pelo Bruno a ponto de achar que nunca mais vai existir alguém pra me fazer feliz?
No meio de tantos pensamentos eu sorri e balancei a cabeça negativamente, bem devagar, e o Vitor estacionou o carro e eles foram saindo do carro.
– Chegamos!!!! - o Vitor disse vindo abrir a porta pra eu sair.
Ele percebeu que estava cabisbaixa e enquanto a Lia, o Gil e a Ju foram pra dentro do shopping, fui andando devagar e ele ficou pra trás pra me acompanhar.
– Ei o que houve? – ele perguntando enquanto eu passava levemente a mão sobre minhas bochechas na tentativa de secar a lágrima que estava caindo e tentar não tirar a maquiagem.
– Nada. Eu só estava pensando em umas coisas. – eu disse sem muita animação.
– Quer voltar para casa?
– Não. – eu disse e sorri ao entrar no shopping. Aquele vento frio logo na entrada bateu no meu corpo e eu me arrepiei completamente.
Fomos para o ultimo andar do shopping onde ficava o cinema e ao comprar o ingresso, íamos entrar para a sala quando senti meu celular vibrar. Quem seria? Olhei no visor e era um sms.
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+556178945612
Oi meu anjo, como você está? Tudo bem? Então, queria saber de você. Me mande notícias. Quando puder me ligue para que possamos conversar.
Saudades. pequena.
Att. Pablo
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Quando acabei de ler aquele sms eu abri um sorriso de orelha a orelha. Ele sempre foi um fofo comigo. Respondi rapidamente a mensagem.
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De: Fatinha
Para: +556178945612
Oi, eu estou bem. Nesse momento irei entrar na sala do cinema. Estou aqui com o Vitor e uns amigos, assim que chegar em casa te mandarei mensagem para conversarmos pelo Skype. Fiquei surpresa e muito feliz com a sua mensagem.
Saudades, mil.
Att. Fatinha.
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Tudo bem, eu poderia não estar com tanta saudade assim, mas eu estava tão feliz com aquele sms, que eu nem sabia explicar o por que. Talvez por ter sido pega de surpresa num momento em que eu estava precisando mesmo de carinho.
Fomos até a sala do cinema e me sentei na ultima fileira, no final dos dois casais. Lógico que eu não iria ficar no meio daqueles quatro pra ficar segurando vela. O filme começou e eu fiquei prestando atenção naquela história e não sei porque, mas eu estava ansiosa pra quem o celular vibrasse de novo e que fosse o Pablo mandando um sms. Ok. Eu precisava assistir aquele filme, e foi isso que eu fiz, ou pelo menos, tentei fazer.
Quando acabou o filme fomos para o 3º andar do shopping e paramos numa pizzaria.
– Gente, meu irmão me mandou mensagem dizendo que está aqui no shopping. Posso pedir pra ele vir aqui comer junto com a gente? – a Juliana disse eu engoli a seco aquelas palavras, mas por outro lado eu nem liguei.
Todos ficaram olhando pra mim, como se a minha opinião fosse decidir aqui. Tá, eu entendi o que todos quiseram dizer.
– O que foi gente? Estão me olhando com essa cara por quê? – perguntei me fingindo de desentendida.
– Tem problema ele vir comer junto com a gente? – a Juliana perguntou.
– Não gente. Tá tudo bem. – eu disse sorri.
– Tem certeza? – o Vitor perguntou e eu fiz que sim com cabeça.
Ficamos fitando o locar para achar algum lugar para sentar. Fomos até uma mesa em que havia exatas seis cadeiras e nos sentamos. A Juliana atendeu ao telefone e pude ouvir que ela conversava com o Bruno. Pelo jeito ele parecia estar procurando onde estávamos.
Quando eu olhei e o vi vindo em nossa direção meu coração acelerou, mas eu jamais faria algum gesto que alguém ali naquela mesa pudesse perceber isso. Peguei o meu celular e fingi estar escrevendo sms pra alguém. Quando recebi uma sms. Meu coração faltou sair pela boca. Achei que era o Pablo. Só que era o Vitor. Eu ri ao terminar de ler a mensagem e cliquei em responder.
Controla-se. Não deixa ele perceber que você está feliz, triste, com raiva, ou qualquer sentimento por ele, só pelo fato de ele estar aqui.
Tudo bem. Hoje mais cedo o Pablo me mandou um sms. Estou feliz demais pra pensar no Bruno. Cuide da Lia. Beijos, te amo.
Você e o Pablo conversando? Aí tem. Depois quero saber de tudo. Não o provoque. O trate normalmente. Tchau
Ele chegou e se sentou ao meu lado. A única cadeira vazia que estava ali. Estendeu a mão para me cumprimentar.
– Oi Fatinha.
– Oi Bruno. – eu disse apertando a mão dele e dando um sorriso.
Ficamos conversando todos na mesa como um grupo de amigos. Eu estranhei o jeito que estava tratando o Bruno, como se ele fosse um amigo da escola, e acho que não só eu, como todos da mesa estavam estranhando minha reação. O mais engraçado é que eu não estava fingindo. Eu realmente estava o tratando normal por natureza mesmo. Talvez a mensagem do Pablo tenha mexido um pouco comigo, por toda essa minha carência dos últimos dias.
Terminamos de comer a pizza, conversamos mais um pouco e fomos embora. Ao chegar no estacionamento fomos para perto do carro do Vitor.
– Posso ir com vocês? – o Bruno perguntou. Me segurei pra não gritar “lógico que não.”
– Você não veio de carro maninho? – a Ju perguntou.
– Não. O Nélio me trouxe de carro.
– Tudo bem. Não tem problema não cara, entra aí. – o Vitor disse e me olhou e sorriu.
Eu quis matar a Lia por um segundo. Ela foi entrando logo no banco do carona e eu tive que ir atrás. Tudo bem que ela tinha ficado com o Vitor, mas eu teria que ir do lado do Bruno. E acho que seria uma coisa muito desconfortável.
Respirei fundo e olhei para a cara da Juliana que riu.
– Quer ir na janela? – ele perguntou
– Tanto faz. – eu disse com desdém.
Ele entrou e fui logo em seguida. Talvez ficar na janela seria a melhor solução para eu tentar me distrair. Coloquei os fones no ouvido quando percebi que ele queria puxar algum assunto comigo e fiquei viajando. Fechei os olhos e ignorei a presença de todo mundo. Até que chegássemos em casa.
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