A última Gota de Sangue escrita por lawlie


Capítulo 4
Capitulo 4 – A Fotografia




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- Então Cross, para que você nos chamou aqui? – perguntou Zero na sala do diretor juntamente com Yuuki. – Você sabe que interrompeu nossa inspeção noturna.


- Sei sim Kiriyuu-kun. – disse o diretor sorrindo. Mas mesmo assim ele olhou de relance e preocupadamente para as ataduras que Yuuki usava no pescoço. Apesar de não se pronunciar, ele sabia muito bem o tinha acontecido com sua filha adotiva.


- É diretor. – falou Yuuki. – O que aconteceu para você nos chamar aqui?


- Temos uma aluna nova. Na Classe Noturna. – disse ele sorrindo.


- O que? – perguntou Zero friamente. – Não sabia que você estava admitindo estudantes nessa época do ano.


- E não estava, Kiriyuu-kun. – disse o Diretor. – Mas aconteceu um imprevisto. Esta é Hikari.


O diretor abriu um livro e pegou a fotografia da garota. Aquela foto melancólica de Hikari deixou os monitores encarando-a por algum tempo.


Yuuki ficou admirada com a beleza de Hikari. E isso fez com que ela voltasse àquela velha dúvida: vampiros são mesmo seres cruéis? Por que parecem tão lindos? Mas isso foi por apenas um curto momento.


Zero fixava-se na fotografia não querendo demonstrar o que pensava. Está concentrado demais na tristeza da garota da foto. Como ela pode ser tão triste?

"Vampiros." pensava ele duvidosamente olhando a imagem. "Todos iguais..." Porém esta última frase não teve entonação de certeza e sim de dúvida.


- É só isso. – disse o Diretor. – Podem voltar ao trabalho.


Então assim, Yuuki e Zero saíram da sala do Diretor Cross fechando a porta de carvalho e seguindo o rumo de sua patrulha noturna.


- Eu não consigo entender, Zero. Por que eles são tão diferentes de nós? – perguntava Yuuki. – Por que eles são melhores do que nós? Por que eles são mais bonitos? Por que são...


- Porque são vampiros. – respondeu Zero friamente. Com isso, Yuuki calou suas indagações e as deixou apenas prevalecer em seus pensamentos.


Zero não conseguia apagar aquela imagem da memória. De alguma forma, aquela foto lhe chamou a atenção. E por mais que ele não quisesse admitir aquela garota também.


Chegando na penumbra do jardim, em meio aos arbustos, folhagens e gravetos, os dois recomeçaram sua inspeção.


Qualquer barulho de folhas balançando com a brisa resultante de uma noite chuvosa causava repreensão em Zero e Yuuki. O tempo corria lentamente. Cada minuto parecia durar dez vezes mais do que o normal.


“Eu preciso ver aquela foto de novo” pensava Zero. Ele queria conter-se do desejo de olhar mais uma vez para aquela tristeza mórbida daquela garota abandonada. O garoto estava confuso. Como ele poderia se sentir tão atraído por uma foto de uma vampira? Ele fechou os olhos. Em vão. Apesar de seu conflito interior sobre seus conceitos a respeito dos vampiros, Zero decidiu que necessitava incontroladamente ver aquela foto de novo.


- Yuuki. – disse ele. – Eu tenho que buscar algo que eu esqueci no meu quarto. Zero implorou para que a garota se convencesse com sua desculpa mentirosa.


- Tudo bem. – disse ela. – Eu fico bem sozinha.


Zero foi andando rapidamente pelo caminho de volta a sala do diretor. Em poucos minutos já estava parado em frente à porta de carvalho que o separava daquela misteriosa fotografia.


Vagarosamente, Zero empurrou a porta que rangeu agudamente. Ele temia que existisse mais alguém lá. Porém, a sala estava vazia.


Ele foi caminhando rumo à mesa. Localizou o livro. Abriu-o. Lá estava a tão almejada fotografia que ele queria. Ergueu o papel próximo a seu rosto e ficou contemplando cada detalhe do corpo da garota da foto. Seus olhos, sua pela, seus cabelos eram surreais. Zero parecia estar enfeitiçado pela foto de Hikari. Então, ele foi se perdendo em meio àquelas despreocupadas imagens de uma garota triste e vazia.


- É linda, não é? – disse a voz do Diretor às suas costas. Zero assustou-se e tratou de colocar a foto de volta no lugar. Com coisa que o diretor não percebera seu ato de antes.


- Desculpe-me. – disse Zero.


- Não se preocupe. Qualquer um voltaria aqui para contemplar a foto novamente. Porém, eu não esperava isso de você, Zero. – disse o Diretor. – Voltar por causa da foto de uma vampira...


- Eu... Eu... – começava Zero.


- Não precisa se explicar, Zero. Eu entendo. E concordo que ela é linda. Ela possui duas faces. Ao mesmo tempo. – disse o Diretor Cross.


Zero ouvia atentamente, olhando para os pés sem menção de fazer comentário algum.


- Ela parece ser como um frágil cristal. Se for tocada despedaça-se em infinitos cacos devido à sua fragilidade. Mas também parece um sólido diamante. Substância mais resistente do mundo que nunca poderá ser destruída. É uma bela contradição. – explicou o diretor.


- Desculpe-me. – falou Zero. – Devo voltar. Eu não tinha intenção de entrar aqui sem ser convidado.


Zero abriu a porta e voltou novamente para os jardins obscuros. A continuar sua inspeção noturna e esquecer de tudo o que fizera.


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