Lily’s POV

Só mais algumas roupas e pronto, meu malão estaria finalmente acabado, quer dizer, eu terminaria de arrumá-lo.

– Lily? – ouvi e virei dando de cara com Alvo na porta.

– Hora do jantar, estamos esperando por você, e eu sugiro que você não demore tanto pra descer, hoje tem macarronada. – ele falou.

– Tá okay. – eu falei erguendo os braços em forma de rendição.

Ele riu de leve e eu o segui, pendurada em suas costas o fazendo de cavalo, enquanto ria e ele me mandava sair.

– Não saio, agora escravo, me leve até o andar de baixo. – eu me agarrei em suas costas e ele colocou as mãos me segurando pelas pernas, como se eu fosse um macaco.

– Okay madame. – eu ri alto.

Descemos as escadas e ele me levou nos braços até a sala de jantar, toda a família estava lá.

– Oi pessoas. – eu falei descendo das costas de Alvo que se queixava dizendo que eu estava gorda. – Nem se preocupe Rosie, o Alvo é seu, e eu não quero pra mim. – eu sorri vendo tanto ela quanto Alvo ficando vermelhos.

– Okay Lily. – ela disse tentando falar como se tivesse rindo.

– Hora dos beijinhos da Lily! – eu falei animada. – Okay, vamos lá. Oi vovó Molly, oi vovô Arthur, oi tia Mione, oi tio Roniquito, oi tio George, tia Angelina, tio Carlinhos, titia, tio Gui, tia Fleur. – falei dando um beijinho na bochecha de cada um.

– Oi Lily. – eles falaram em coro.

– Hora de falar com os priminhos. – eu falei me virando pra mesa mágica em que os primos estavam sentados. – Olá cambada.

Me sentei ao lado de Hugo e olhei pra cara dele, ele tinha transado com a namorada à dois dias, e ele só tinha minha idade, e a namorada era um ano mais nova. Isso mesmo, Hugo era virgem.

Fiz uma cara maliciosa e ouvi de sua parte.

– AH LILY! PARA COM ISSO GAROTA! NÃO JÁ ME ZUOU MUITO NÃO? – ele gritou e todos olharam pra ele com cara de interrogação.

– Okay, okay. Já parei. – eu respondi gargalhando alto. Quando eu fui colocar um pedacinho de queijo na boca, ouvi a campainha. – To indo.

Corri até a porta da frente e abri fazendo uma reverencia.

– Seja bem vindo ao castelo do rei Harry e da rainha Gina e de seus dois filhos James e Alvo feios Potter e sua perfeita filha Lily Evans II. – eu falei cordialmente.

– Oi Luna. – ouvi a voz de Scorpius e levantei a cabeça.

– Ah Scorpius, é só você, emburaca aí. – eu falei meio tediosa o puxando pra um abraço.

Scorpius era meu amigo desde o primeiro ano de Hogwarts, mas tinha uma coisa, meu pai, simplesmente, odiava Scorpius Malfoy.

Quer dizer, depois da guerra e tal, no ano em que Alvo entrou na escola, bom, eu esbarrei em Scorpius Malfoy quando íamos buscar Alvo, na estação, ele vinha passar o Natal, e nisso que eu esbarrei no Scorpius e o Sr. Malfoy falou algo do tipo “Olhe por ande anda traidora de sangue” e meu pai que estava por perto falou umas coisas, e o Malfoy respondeu e nisso, eu e Scorpius viramos amigos.

Até hoje, eu simplesmente morro de vergonha do Sr. Malfoy, por isso, eu só vou à casa de Scorpius quando ele me chama, já ele não, vem direto aqui, sendo que geralmente ele sobe pela janela.

– Vem baixinha. – ele passou o braço pelo meu ombro e fomos até a sala de jantar. – Boa... – ele viu meu pai e tirou o braço do meu ombro. – Boa noite.

– Scorpius! – minha mãe falou levantando e dando um abraço apertado em Scorpius, sendo retribuída pelo mesmo. – Você está bem? – ela perguntou e ele assentiu sorrindo.

Minha mãe amava Scorpius, as vezes eu chego a pensar que se ela fosse mais nova e não fosse casada com meu pai, e não o amasse mais que qualquer coisa no mundo, daria uns pegas no Scorpius.

– Boa noite. – meu pai falou friamente enquanto apertava a mão, com muita força, de Scorpius.

Eu quase ri, mas fiquei calada, ele falou com todos da mesa, tio Rony também não gostava dele, mas tia Mione insistia em dizer que eu e ele éramos perfeitos juntos.

Ele veio sentar conosco e falou com cada um dos garotos, logo em seguida dando um beijo na bochecha de cada garota ali na mesa.

O maior segredo da minha vida, era eu gostar de Scorpius, não como amiga, não como irmã, mas sim como uma mulher. Como uma mulher gosta de um homem.

E aquilo só me machucava, Scorpius não tinha compromisso com ninguém, ele era, na verdade, a pessoa que James era, um grande, estúpido, pegador.

– Quer? – ouvi James fazer a pergunta pra mim mostrando uma garrafa de Whisky de Fogo, assenti levantando o copo.

Levei o primeiro copo à boca e senti o líquido descer rasgando pela garganta, era só a primeira dose.

Vi Scorpius beber também o primeiro gole e fazer uma careta engraçada, esse garoto sabia beber, e ele nunca ficava bêbado, sim ficava, mas continuava são.

Conversa ia, e conversa vinha, bebida ia, bebida também vinha, chegou uma hora, em que metade da mesa estava bêbada.

Com isso eu me refiro à, Rose, Alvo, Alice, e pronto.

Eu sabia beber, e eu sabia o meu limite, eu sabia parar quando eu começasse a sentir minha cabeça doer, ou até rodar.

– VAMOS JOGAR VERDADE OU CONSEQUENCIA? – ouvi o grito de Rose enquanto ria de algo, apoiada em Alvo.

– SIM! – ouvi o grito do resto dos bêbados.

Nós caminhamos com as bebidas e as garrafas nas mãos até o quintal, Rose quase caiu umas três vezes.

Era hilário ver os bêbados fracos da família, eu posso lembrar perfeitamente de quantas vezes, eu tive que sair correndo na praia, no centro de NY, posso sim, até aqui em Londres mesmo, era hilário.

Nos sentamos na grama, um ao lado do outro, James pegava a garrafa da verdade, era uma garrafa mágica, ela indicava se você estava mentindo ou não.

Era ótimo brincar com essa garrafa com Rose, ela falava tudo, principalmente bêbada, que não iria se lembrar de nada no dia seguinte.

– Vamos começar. – eu falei pegando a garrafa mágica e a girando.

James x Hugo

– Verdade. – Hugo disse.

– Quando foi a primeira vez que você transou? – James perguntou dando um gole no copo de vodka em sua mão.

Hugo virou pra mim, meio vermelho e eu dei de ombros segurando uma risada.

– Faz pouco tempo. – ele disse abaixando a cabeça.

Eu o puxei pra um abraço e ele correspondeu me abraçando forte. Eu não tinha falado nada pra James e além do mais, Hugo namorada com essa garota há dois anos, ele a respeitou. Ele girou a garrafa.

Rose x Alice

– Quero verdade. – Alice falou.

– Quando você transou pela primeira vez com James? – Rose perguntou rindo, ela bêbada é muito idiota.

– Nossa, isso foi há muito, acho que cinco meses depois que começamos a namorar. – ela respondeu soltando um sorriso no final da frase. Girou a garrafa.

Scorpius x Lily

– Eu não quero verdade. – eu respondi.

– Okay. – Scorpius disse risonho. – Eu te desafio a beijar um dos seus irmãos. – ele disse sorrindo achando que eu não faria.

– Okay. – eu respondi dando de ombros. – Vem cá James, Alvo tá bêbado. – eu disse o chamando. – Quer língua no meio? – eu perguntei virando pra Scorpius que negou com um olhar desafiador.

Puxei James e dei um longo selinho nele mordendo seu lábio inferior. Sorri no final com o pensamento de ter acabado de beijar meu irmão.

Vi Scorpius abrir a boca e voltei pro meu canto girando a garrafa.

Lily x Scorpius

Sorri com o que vi e ia me preparar pra perguntar ‘verdade ou consequência’ quando ouvi:

– Consequência. – ele disse e eu dei de ombros.

– Vou te deixar escolher pra depois não ficar com raiva de mim. – eu disse sorrindo vitoriosa.

– Me deixa te beijar? – eu ouvi a pergunta saindo de sua boca.

E naquele momento eu só podia afirmar que eu não sabia o que dizer.