Capítulo 75: Quarto ato: desafio samurai?

As cortinas se abrem novamente, agora um ambiente similar uma floresta pôde ser visto, árvores e moitas cenográficas chamavam muito a atenção.

– A gente ainda ta dentro da casa? Será que... Como pode ter uma floresta dentro de uma casa? – Alicia falou esperando uma resposta de Irene que se manteve quieta. – É como falar com uma parede, devia parar de tentar insistir! Bom, pelo menos temos vencido os desafios até aqui, tomara que continue assim.

– E você acha mesmo que continuará nessa maré de sorte?! – uma voz distorcida chega até as duas jovens, uma voz vinda de todos os lugares, não dava pra definir de onde vinha exatamente.

– Quem está aí? – Alicia pergunta, de repente a luz se apaga por uns instantes, quando retorna um ser vestido como um samurai mascarado aparece sentado a frente delas.

– É você nosso desafio? – Alicia pergunta novamente, o samurai se levanta mostrando que não era tão alto quando se imaginava.

– Eu mesma! – o samurai fala retirando sua máscara, se tratava de Marcelina.

– Ou... Sabe, antes de te ver você parecia mais perigosa... – Alicia falou.

– Ousada! Vamos ver até onde vai essa ousadia toda! – Marcelina fala. – Sabe, eu tava mesmo esperando que vocês chegassem, eu briguei com meu namorado há pouco tempo e tava precisando extravasar essa raiva!

– Isso sim é perigoso! – Alicia comentou se afastando, tal diálogo despertou muitos risos na plateia.

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– Coitadas das meninas! Se a Marcelina brigou com o namorado elas realmente estão com problemas! – a mãe da garota comentou em tom de piada, estava próxima as irmãs de Rafael e ao lado da mãe de Irene.

– Essas baixinhas costumam ser bem nervosas! – a mãe de Irene fez a piada.

– E dependendo do que o Rafael fez imagino a raiva dela! – Ju comentou entrando na brincadeira.

– Ô!!! – Lia exclamou.

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Enquanto Alicia se afastava Irene foi tomando a frente, ela colocou a mão no ombro de sua amiga e olhou fixamente pra Marcelina, as duas samurais sacaram suas espadas ao mesmo tempo.

– Pikachu kisame kamehameha kyubi tekken! sasori kuririn fukushima toyota heihachi mishima! – Irene falou com ímpeto, os personagens pararam de se mexer e Rebeca entrou em cena carregando suas placas, começou a mostrá-las fazendo várias poses.

“Ela disse: Enfim chegou a hora de mostrar minha honra de samurai contra esta inimiga! Só espero que meus cabelos lisos originais não se danifiquem muito em batalha!” eram os dizeres das placas que, obviamente, provocaram várias gargalhadas.

As duas garotas se atacaram, trocaram golpes bem ensaiados de espada, as armas cenográficas se colidiam e um efeito sonoro fazia parecer que eram lâminas de verdade.

– Uau! Muito legal isso! – Alicia falou impressionada. – Vem comigo farejador... – ela falou chamando Rabito e saindo com ele de cena, rapidamente voltaram usando óculos similares aqueles de 3D, ela também carregava um balde de pipocas, os dois se sentaram e ficaram observando as duas brigando, a cena causou risos.

Num golpe muito chamativo as duas espadas colidiram e se soltaram das mãos das duas garotas, elas se afastaram e se entreolharam como grandes inimigas, de repente uma voz pôde ser escutada por toda a quadra.

– Pois é, e agora como essa luta vai ficar colega? – era a voz de Adriano.

– Não sei, como as duas perderam suas armas só lhes restou uma luta corpo a corpo... – Paulo respondeu.

– Esse tipo de exibição sempre trás muita audiência! – dizeres de Valéria, de repente uma luz ilumina a parte inferior esquerda abaixo do palco, lá uma mesa reta estava posta e nela estavam sentados os três narradores vestidos como comentaristas esportivos.

– Reparem no olhar assassino da aventureira? Que expressão magnífica! – dizeres de Adriano.

– Mas a outra tem a vantagem da raiva canalizada! Ela brigou com o namorado e ta a fim de acabar com a raça de alguém! Vai por mim, essa baixinha com raiva é fogo!

– Ou seja, é completamente imprevisível saber quem vai ganhar esse embate! – Valéria ressaltou. Mais uma vez Rebeca entrou em cena, porém agora ninguém ficou congelado, ela carregava alto uma placa escrita: “Round 2” ela caminhou toda extensão do palco e depois fez o caminho contrário, assim que saiu apareceu uma grande palavra no telão branco,“FIGHT”, tal palavra também foi quase gritada pra toda a extensão da quadra, em seguida as jovens se atacaram, uma segurou a outra e se levaram pra trás de uma moita cenográfica.

– ACABA COM ELA! – Alicia gritou.

– A velha tática de jogar o inimigo na moita! Mas quem será que ta com a vantagem? – Adriano perguntou. Subitamente Marcelina se levanta da moita deixando a metade de cima de seu corpo visível, fazia movimentos engraçados como se chutasse algo, sons de golpe corriam a quadra, estavam quase sendo abafados pelas risadas gerais.

– A menorzinha ta mostrando que sabe como usar os pés! – Paulo falou. Repentinamente pôde se ver as mãos de Irene segurando o colarinho de Marcelina e puxando pra baixo, mais sons de golpes foram escutados, de repente Irene se levanta e faz um movimento como se pulasse e caísse com o cotovelo em sua adversária, fez o movimento duas vezes, Marcelina tentou escapar rastejando pra fora da moita, mas Irene a puxou de volta, as pessoas choravam de tanto gargalhar.

Mais sons de golpes foram escutados pela quadra até que eles cessaram, feições de dúvidas se fizeram presentes.

– Parece que a luta terminou, mas quem será que venceu? – Valéria perguntou. De súbito Irene se levanta e caminha confiante pra fora da moita, ela batia palmas como se limpasse as mãos, no telão branco a imagem de uma plateia comemorando apareceu e confete começou a cair do teto.

– E a poderosa aventureira ganhou! – Paulo falou batendo palmas de pé.

– Ela tinha a clara vantagem do foco, desde o primeiro momento ela esteve focada em vencer o desafio pra salvar o príncipe! – dizeres de Valéria.

– Além disso ela é oriental, ouvi dizer que esse orientais são muito bons de briga! – Paulo falou novamente.

– Eu fico me perguntando, onde exatamente do oriente que essa garota é?! – Adriano falou pensativo. De repente uma voz forte pôde ser escutada pelo local, dizia “The chapion is Irene!!!” ao mesmo tempo que as letras apareciam no telão branco e a jovem fazia poses como halterofilista. Mais uma vez Rebeca adentra a cena, agora ela trazia um microfone pra campeã.

– Obrigada, eu queria agradecer minha família graças a Deus, e aos meus amigos graças a Deus, ao meu treinador graças a Deus, a todos que me apoiaram graças a Deus e a essa maravilhosa torcida graças a Deus! Sem vocês eu não seria nada! – ela falou de forma muito engraçada, gargalhadas foram incontroláveis.

Repentinamente as luzes se apagaram, mas logo voltaram a se acender, os narradores sumiram assim como Rebeca, só ficaram ali no palco Irene, Alicia e Rabito.

– Boa vitória colega! – Alicia falou.

– Muito obrigada, graças a Deus eu...

– Eu já entendi essa parte... O que eu não entendi é, se você sabia falar minha língua porque não falou nada nesse tempo todo? Eu tentando me comunicar com você e você nada...

– Bom... É uma longa história, quer mesmo saber? – a samurai pergunta.

– Não, quero não... Já tem coisa demais na minha cabeça, é melhor eu continuar seguindo o caminho pra salvar o príncipe...

– Sábia escolha honrosa companheira! Te desejo força! – Irene falou enquanto Alicia caminhava pra sair de cena.

– Você também, se cuida. – a jovem de boina falou antes de sair com Rabito do local.

Mais uma vez a cortina desceu e a professora Helena subiu ao palco, era difícil pra ela conter os risos.

– Depois de mais uma batalha emocionante nós encerramos o quarto ato, mas aguardem mais emoções nos próximos! Garanto que não se arrependerão! – ela falou com propriedade, interessante notar o como em cada encerramento parecia que as palmas aumentavam.