O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 70
Por nosso time!


Notas iniciais do capítulo

Segundo tempo da partida... Boa leitura!



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Capítulo 70: Por nosso time!

O apito soou mais uma vez, os Carniceiros tocaram a bola e o jogo recomeçou, eles partiram com tudo pro ataque, mas passar pelos Fantasmas era bem difícil, num contra ataque Bernardo lançou Nicholas que chutou de primeira, chute que tinha o ângulo como alvo, mas o excelente goleiro dos Carniceiros defendeu, Bernardo organizou mais um contra ataque, mas esse foi desperdiçado por um chute sem noção alguma de Paulo. Novamente, por qualquer ângulo que se olhasse, os Fantasmas dominavam o jogo, mas não conseguiam converter em gols.

Em determinada etapa do jogo Mário foi substituído por Daniel que entrou com mesmo ímpeto de seu colega, aplausos foram ouvidos quando o garoto foi substituído, reverência a sua força de vontade. Logo em seguida Bernardo organizaria um contra-ataque, porém um jogador dos Carniceiros o acertou com um carrinho por trás o fazendo cair, o garoto parecia sentir muita dor.

- Qual é os eu problema cara? – Nicholas falou tirando satisfações com o outro garoto.

- Futebol é pra homem, se seu colega não aguenta não deveria jogar!

- Esse cara é louco! Olha o que ele fez com o Bernardo! – Alicia falou alterada. Nesse instante o juiz separou o possível foco de briga, Jaime foi até seu colega caído.

- Dá pra continuar? Ficar de pé? Consegue? – Jaime perguntou.

- Eu quero, quero muito continuar! – Bernardo falou tentando se levantar, mas não conseguiu.

- Não dá guerreiro, você vai ter que sair... – Jaime falou fazendo sinal que Bernardo seria substituído e Adriano entraria.

- Deu certo, aquele loirinho é ruim pra caramba! Ele nunca vai conseguir jogar igual o cara que saiu... – um dos Carniceiros falou.

- Isso ta passando dos limites... – o goleiro dos Carniceiros opinou, a maioria de seus colegas pareceu não se importar.

- Seguinte, Nicholas você vai por meio agora e o Adriano vai ficar ali perto da área adversária, beleza? – Jaime falou a seus colegas.

- Eu vou cobrar essa falta aqui Adriano e você pode tratar de correr, eu vou mandar essa bola na sua cabeça! – Nicholas falou.

- Pode deixar, eu vou fazer esse gol! – o loirinho falou com confiança. Como Nicholas disse ele o fez, mandou a bola na cabeça de seu colega que fechou os olhos e cabeceou muito bem, apesar de acidentalmente, pro gol, a bola venceu o goleiro adversário mas parou no travessão, as garotas gritaram na torcida, os garotos fizeram feição como: “foi muito perto” e os Carniceiros ostentaram rostos aliviados.

Nicholas tentou ficar na posição de Bernardo, entretanto, apesar de organizar bem os contra ataques, sempre entravam nele pra rachar, ele estava levando bem até se cansar, aí foi acertado com um carrinho lateral que pegou suas duas pernas, ele era mais um que não conseguiria continuar em jogo.

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- Mais um!!!??? E esse juiz não faz nada!? – Larissa falou visivelmente alterada.

- ESSE JUIZ É COMPRADO!!! – Maria Joaquina gritou junto de Valéria e Rebeca, suas colegas se assustaram, apesar de concordarem.

- Eu sei onde isso vai dar... – Alicia falou se afastando de suas colegas.

- Meu Deus! Se o Rafael entrar eles vão partir ele em dois igual fizeram com o Bernardo e o Nicholas. – Marcelina disse preocupada.

- Talvez, mas me parece que eles só estão quebrando os bons entende? O Lúcio vai ser a próxima vítima ao menos que saia antes... – dizeres de Evellin.

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- Agora ferrou, o Nicholas vai sair... – Adriano falou.

- Sem estresse, o Lúcio ainda ta inteiro... – Paulo comentou.

- Não, ele não ta, ele ta quase morrendo de tão cansado! – dizeres de Daniel observando Lúcio, realmente o gêmeo não parecia bem, estava muito ofegante, e mal se aguentava de pé.

- Não se preocupem comigo, eu consigo jogar... – Lúcio falou.

- E eu também! – disse Nicholas.

- Não, vocês dois tem que sair... Vocês já fizeram a sua parte, agora a gente vai ter que se segurar aqui... – Jaime falou e fez um gesto pra substituir, Nicholas e Lúcio saíram e Rafael entrou.

- Olha só, entrou um baixinho no lugar daqueles dois. – um dos Carniceiros falou zombando.

- Tenho até dó de vocês! – outro comentou.

- Eram vocês que deveriam sair expulsos! – Rafael falou muito alterado.

- Qual é a sua baixinho!? – um dos Carniceiros falou puxando a gola de Rafael, na hora o namorado de Marcelina segurou e começou a torcer o pulso de seu adversário.

- A próxima vez que você encostar sua mão em mim eu quebro seu pescoço! – Rafael falou muito nervoso, seu adversário começava a se contorcer de dor, entretanto, surpreendentemente, Paulo separa os dois.

- Não dá mole salva vidas de aquário, esse juiz ta comprado e ta só esperando uma oportunidade pra expulsar alguém do nosso time! Depois você se acerta com esse cara!

- Tem razão! Tem toda razão... – Rafael concluiu.

- Ei meninos... Tão com menos um né? – Alicia falou caminhando até eles, estava vestida com o uniforme dos Fantasmas, também tinha uma camisa personalizada.

- Você viu o que eles fizeram com seu namorado e com o Nicholas né? Realmente você quer entrar? – Jaime pergunta.

- Lógico que sim! Vou mostrar uma coisa pra esses caras! A mãe da Rebeca não fez um uniforme extra pra mim pra eu ficar só olhando meus colegas se machucando! – a garota falou decidida.

- Então vamos acabar com esses Carniceiros! Eles continuam não tendo chance! – Paulo falou mais uma vez surpreendendo, todos acharam que ele seria contra Alicia entrar no time.

- Em todo esse tempo que a gente joga contra esses meninos do outro bairro, mesmo quando o time deles tinha outro nome, eu nunca vi uma menina jogando... – um dos carniceiros opina.

- Eles devem estar desesperados, numa hora dessas eles colocam até a mãe pra jogar. – outro comentou causando risos gerais.

O jogo recomeçou após a confusão, a vontade era a mesma, entretanto o posicionamento já havia se perdido há muito tempo, mesmo assim os Fantasmas se seguraram como puderam, Alicia tentava distribuir o jogo, fazia muito bem isso, porém seus colegas não eram tão bons quanto ela, o time dos Carniceiros até pensou em quebrá-la também, mas visto que os outros Fantasmas não acompanhavam o futebol dela desistiram disso. Os Carniceiros se concentraram em atacar e Paulo em defender, ele nunca foi bom de bola, mas naquele dia, defensivamente, estava fazendo o impossível, até que o juiz apitou uma falta para os Carniceiros.

- Rola pra mim que eu faço... – o melhor defensor do time deles falou, como disse fez, seu colega rolou pra ele que chutou com uma força e precisão descomunal, Jaime não teve como defender. Logo na sequência o juiz marcou um pênalti para os Carniceiros, uma revolta geral tomou conta dos Fantasmas, discussões inclusive nas arquibancadas, foi nesse clima tenso que Jaime chamou calmamente seus companheiros.

- Seguinte, ta muito difícil, mas não ta impossível, eu vou catar esse pênalti e vou começar o contra-ataque, então Alicia, você vai ficar no meio, eu vou jogar essa bola pra você e você vai virar essa bola pra esquerda pro Paulo que vai jogar pro de menor na área que vai fazer o gol...

- Mas Jaime, o Paulo e o Rafael não têm qualidade pra fazer isso, a Alicia com certeza, mas o dois, você viu, na defesa o Paulo ta se superando hoje, mas no ataque ele não rende... – comentário de Daniel.

- Eu detesto admitir, mas o salva vidas de aquário é ruim pra caramba! – Paulo falou.

- E você é bom né? – Rafael falou em tom de ironia.

- Vamos lá, acreditem, vai dar certo! É nossa última jogada! – Adriano falou.

- “Vamo” lá time, pelos nossos colegas que vão partir e pelos que saíram machucados e exaustos desse jogo! Por nosso time! Nós vamos ganhar esse jogo! – dizeres com muito ímpeto de Jaime que animou seus colegas.

Momentos de muita tensão são aqueles que antecedem o pênalti, mas é bem verdade que o pânico reside mais em quem chuta que tem obrigação de marcar, esse é o momento do goleiro, se ele defender vira heroi se ele não defender é o normal, Jaime entendia essa filosofia e provocava seu adversário pulando de um lado para o outro em toda extensão do gol, sorria de forma confiante apenas pra abalar o psicológico do Carniceiro.

Na arquibancada um silêncio único, ninguém nem piscava, somente aguardavam o apito do juiz e a cobrança da penalidade, as meninas olhavam apreensivas, unhas já haviam acabado há muito tempo, suas mãos estavam mais que inquietas, e o tremor no corpo inteiro como se fazia presente!

O juiz apitou e o Carniceiro chutou, o tempo parecia passar lentamente pra quem assistia aquela cena, pra quem vivia aquele momento, Jaime jogou seu corpo para sua direita, ele não precisava somente defender, precisava segurar firme pra começar o contra-ataque.

“Vai Jaime cata essa bola!” Mário pensou.

“É seu momento bochechudo!” Nicholas pensou.

“Vai capitão! Acaba com a festa deles!” pensamentos de Bernardo.

“É com você Jaime!” pensamento de Lúcio.

Aquele momento tenso se transformou em gritos de alegria, Jaime pulou no lado certo e defendeu firme o chute de seu adversário, gritos enlouquecidos puderam ser escutados da arquibancada.

- É ISSO AÊ JAIME!!! TE AMO!!! – Maria Joaquina gritou como uma louca.

- É agora... O time deles ta atordoado com o lance... – Jaime falou pra si mesmo lançando rápido a bola pra Alicia, entretanto sua conclusão estava parcialmente correta, um jogador, o melhor defensor deles, estava atento, ele tomou a frente da garota matando a bola no peito, preparou-se pra chutar com toda a sua força antes que a bola caísse.

“Essa você não vai catar goleiro!” o Carniceiro pensou projetando rapidamente sua perna sentido a bola, porém...

“Você não vai!” Adriano pensou jogando seu corpo na frente do chute, a bola explodiu em suas costas e sobrou nos pés de Alicia.

“Agora é comigo!” a jovem avançou com muito ímpeto, driblou um de seus adversários e tocou na esquerda pra Paulo.

“Domina essa bola! Domina essa bola! Domina essa bola!” ele pensou enquanto a bola vinha até si, se tratando dele, milagrosamente, dominou a bola, rapidamente tocou pra Rafael.

- É COM VOCÊ SALVA VIDAS DE AQUÁRIO! – Paulo gritou, seu passe não foi dos melhores, entretanto pelo fato de Rafael ser o menor, ser gordo, e ser ruim, não havia marcação nele dentro da área.

“Eu não vou deixar!” o goleiro dos carniceiros falou se projetando sentido a bola.

.....................

“Ah não, o passe do Paulo foi ruim! O goleiro deles vai chegar na bola antes do Rafael ter condições de fazer alguma coisa!” Evellin pensou.

“Faz esse gol Rafael!!!” pensamentos de Tereza muito apreensiva.

“Chuta essa bola de menor!!!” Irene pensou com as mãos na boca e muito nervosa.

“Vai amor, vai amor, vai amor, vai amor...!” Marcelina pensou, era a que parecia mais tensa naquele momento.

........................

“É comigo agora!” Rafael pensou movendo seu pé pra dominar a bola, porém seu domínio foi ruim e a bola subiu acima de sua cabeça, isso também devido ao mal passe de seu colega.

“Agora a bola é minha!” o goleiro pensou.

“Vou ter que improvisar...” pensamento de Rafael antes de dar um pequeno pulo e cabecear a bola, parecia que havia treinado aquilo, mas não havia, parecia que viu o goleiro indo até ele, mas não viu, parecia que sabia o que estava fazendo, mas não sabia, porém deu certo, o jovem surpreendeu seu adversário, a bola passou sobre o goleiro na medida exata e foi ao gol, por aquele milésimo de segundo quase eterno nenhuma atenção ficou fora daquele lance, quando a bola passou pela linha o grito na arquibancada foi único.

O frenesi, a alegria, o sentimento único de superação que somente os esportes coletivos têm, não se podia identificar o que as pessoas na arquibancada gritavam, não se conseguia identificar o que os Fantasmas gritavam, só conseguia se ver a alegria.

Rafael nada disse, só se sentou com um sorriso bobo observando a bola dentro da rede de seu adversário, nem escutou o apito do juiz que soou exatamente depois do gol dele, só prestou atenção no goleiro se levantando e caminhando até ele.

- Golaço hein garoto? – o goleiro falou com um leve sorriso estendendo sua mão pra que Rafael se levantasse.

- Ótima partida...! – o melhor defensor dos Carniceiros falou também com um leve sorriso.

- Ótima partida?! Você é louco?! A gente perdeu pra esses Fantasmas que até pouco tempo eram os Cuecas... Eles eram nossos fregueses! – o garoto que sugeriu o plano de quebrar os adversários quem falava.

- Escuta aqui seu retardado! – o defensor falou segurando seu colega pelo colarinho. – Não é assim que eu gosto de jogar em um time! De agora em diante arruma outro defensor e outro goleiro porque eu e o meu irmão estamos fora! – falou empurrando seu colega ao chão.

- Eu falei que ia dar certo, eu falei que íamos conseguir! – Jaime falou aos seus colegas que estavam num abraço coletivo, menos Rafael que estava longe e Paulo que estava entre eles e o gol adversário. O jovem olhava pra Valéria e ela retribuía o olhar, sorriram de leve um pro outro, podiam não estar juntos, mas o sentimento ainda existia.


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Notas finais do capítulo

A melhor parte é a reação das garotas, Maria Joaquina enlouqueceu ali e no finalzinho ainda rolou uma troca de olhares Paulo e Valéria...

Até o próximo!