O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 68
Pra marcar época, pessoas que não serão esquecidas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 68: Pra marcar época, pessoas que não serão esquecidas

Naquela tarde todos se reuniram na casa abandonada a pedido de Daniel, estavam todos ali curiosos pra saber o motivo daquele chamado.

- Fala logo o que você quer Daniel! Já ta chato ficar aqui! – Paulo fala inconformado.

- Calma, espera o Jaime e a Maria Joaquina chegarem, já devem estar quase aqui... – Daniel responde.

- Namorando ou não o Jaime sempre se atrasa pra vir ao clube. – observação de Adriano.

- Será que é a Maria Joaquina que ta atrasando ele? – Rebeca pergunta.

- Não, sem a Maria Joaquina ele se atrasa do mesmo jeito. – dizeres de Rafael. – Não é verdade meu anjo? – o garoto pergunta a sua namorada que está ao seu lado como se ela soubesse sobre o assunto.

- Oi? Desculpa eu não tava prestando atenção... Como ele consegue dormir ali? – ela pergunta apontando pra Nicholas que dormia em cima do piano.

- Ele é meio especialista nisso... Ele faz isso sempre... – Lúcio comenta.

- Ele dorme em qualquer lugar, na sala, no intervalo, sentado... Ele deve ter alguma doença de sono, não tem explicação! – comentário de Mário.

- Cheguei! – Jaime fala adentrando o local ao lado de Maria Joaquina.

- Desculpa o atraso gente, é que o Jaime me informou a hora errada. – a jovem comenta.

- É que eu tenho um problema com horas... – o garoto se justifica.

- É porque são números e números lembram matemática! – dizeres de Irene.

- Isso mesmo Irene! Todo mundo sabe que sou péssimo em matemática! – Jaime se justifica de novo.

- E em português, e em geografia, e em química, e em biologia e em língua estrangeira, e em... – Valéria vai enumerando as dificuldades do garoto causando risos gerais.

- Não precisa escrachar também né? – Jaime falou revoltado.

- Foco gente, agora que o casal chegou podemos começar a tal reunião... Fala aí Daniel... – dizeres de Bernardo.

- E o Nicholas vai ficar dormindo ali? Madona mia! – observação de Tereza.

- Tenho uma ideia! – Evellin fala pegando seu tablet em sua mochila, ela conecta seus fones de ouvido nele, em seguida vai até Nicholas e os coloca em seus ouvidos, em seguida a jovem seleciona uma música muito alta pra tocar, Nicholas dá um salto assustado e cai no solo, entretanto rapidamente se levanta.

- Eu to legal! A polícia não me pegou! – falou todo torto e gesticulando fazendo todos rirem.

- É um locão mesmo esse Zé da cartola! – falou Adriano.

- Ah muito obrigado! Você me chamando de locão é sensacional! – Nicholas retrucou causando mais risos.

- Só podiam ser esses dois mesmo! – Alicia comenta.

- Agora que todo mundo ta aqui e acordado, realmente eu também não sei como ele consegue dormir ali... – falava de Nicholas obviamente.

- É “nois”! – o jovem de cartola falou gesticulando pra Daniel.

-... Vamos começar a reunião... – ele falou e respirou fundo. – Tipo que... Nesses últimos dias, eu tive notícias difíceis de assimilar...

- Tem alguém doente na sua família? – Rebeca pergunta.

- Não é isso, não é nada relacionado a mim... É que eu descobri que alguns colegas nossos vão se mudar. – a feição de Mário e dos gêmeos começou a mudar. – Quem me contou não precisa se preocupar, eu não vou contar quem foi, não faz meu estilo expor as pessoas...

- Mas mudar...?! Pra outra cidade?! – Jaime questiona surpreso.

- Lógico que sim sua anta! Ta achando que é mudar de planeta? – Paulo falou alterado.

- O assunto é sério... Essas pessoas estão com medo, medo de como serão suas novas vidas nesses novos lugares, preocupações, incertezas... Sei que não deve ser fácil...

- Não é realmente, quando eu vim da Itália pra cá eu... Nossa eu nunca me senti tão assustada... – comentário de Tereza.

- E é justamente por isso que quero lembrar uma coisa a essas pessoas... Nós somos amigos! Nós estamos aqui pra ajudar vocês a passarem por esse momento difícil e nós sempre estaremos com vocês em qualquer lugar que vocês forem! – palavras de muito ímpeto de Daniel, ele realmente acreditava no que dizia.

- Isso é verdade, quando saí de Belo Horizonte não foi um momento fácil, mas os amigos que fiz lá me ajudaram muito a passar por esse momento... Eu mantenho contato com eles até hoje, amizades de verdade não se perdem... – dizeres de Nicholas.

- Agora é o momento de quem está passando por tal situação compartilhar, se quiser óbvio, você não tem obrigação de partilhar isso com ninguém... – Daniel fala novamente, se referia a Mário e aos gêmeos, os únicos que sabia que iriam se mudar.

- Sou eu que vou me mudar... – Mário fala levantando sua mão, surpreendendo quase a totalidade de seus colegas.

- Você...?! Mas você ta com a gente há tanto tempo... – Jaime fala, tinha um tom de tristeza na voz.

- Eu sei... Vou me mudar pro Espírito Santo, meu pai conseguiu um trabalho legal lá... Sinto muito não ter contado antes, como o Daniel falou eu tava com medo... Medo da mudança, medo do que sinto... – falou olhando pra Evellin, a garota sentiu uma tristeza diferente diante de tal comentário.

- Mas isso... Nossa, tão de repente...! – Evellin comenta. Nesse instante mais uma pessoa levanta sua mão chamando a atenção dos presentes.

- Eu também vou me mudar... – dizeres de Rebeca, Paulo e Valéria olham assustados pra ela. – Não sei se vai ser permanente ou temporário... Eu vou voltar pro Rio pra morar com meu pai... O Tom vai me ajudar, vou morar perto da casa dele... – ela falava quase chorando.

- Mas que droga! – Paulo falou baixo, pensava ser o culpado por isso.

- Coitado dela! – Valéria comentou pra Alicia que estava ao seu lado.

- Não precisam ficar tristes por mim, eu que escolhi e, como eu disse, pode não ser permanente... – ela falou limpando as lágrimas que teimaram em descer.

Todos se entreolhavam e comentavam sobre aquelas notícias, duas pessoas se mudando assim era demais pra eles, comentários eram, com certeza, inevitáveis.

Bernardo se mantinha quieto diante daquela situação, parecia que não existia nada ao seu redor, apenas pensava e pensava mais, de repente ele também levanta a mão.

- Eu... Eu também vou me mudar... – falou com muita coragem.

- Vocês também?! Ah não!!! – Jaime fala muito triste, a cada notícia se entristecia mais.

- Eu, o Bernardo, nossa família... A gente vai pra Austrália... – Lúcio falou.

- Uou!!! Mas isso é muito longe! – Adriano comentou.

- Por favor, Alicia me perdoa... Eu sei que não agi certo, sei que deveria ter te contado, mas não tive coragem, quando eu descobri que ia me mudar já estava namorando você e... – Bernardo falou a sua namorada num tom único de desespero.

- Calma garoto, eu te entendo... Entendo a dificuldade que você teve porque eu também vou me mudar! – ela falou de forma direta com sua peculiar firmeza exterior.

- Você também?! Isso ta igual ano passado, de repente todos indo embora... – Maria Joaquina comentou.

- É por isso que fiz essa reunião, pra que ninguém que vai ficar descobrisse que seus amigos se mudaram no último instante... – Daniel comentou.

- Quer dizer que você também... – Bernardo tentava falar a Alicia, mas as palavras não saíam ordenadamente.

- Eu também não tava com coragem pra te contar... – ela falou apertando forte a mão dele. – Não sou tão forte quanto pareço... – falou deixando escapar algumas lágrimas, ele limpou as lágrimas dela.

- Não se preocupa, eu vou ser o melhor de mim enquanto estivermos juntos! – Bernardo falou com firmeza.

- Eu também, pode ter certeza disso! – dizeres de Alicia com igual firmeza.

- Mas pra onde você vai amiga? – Valéria pergunta triste.

- Pro interior de São Paulo...

- Que coincidência, interior de São Paulo é pra onde eu vou também... Quem sabe é a mesma cidade? – Irene comenta, tais palavras soaram forte em Daniel, foram como golpes, e foram tão intensas que o jovem mal pode se mover.

- Como é amiga? Então você também vai se mudar? – Tereza pergunta muito triste.

- Eu sinto muito não ter dito, é que não sabia como fazer... – Irene falou e Tereza a abraçou chorando.

- Eu vou ta sempre com você Irene, tenha certeza disso!

- Eu também! – Irene também começou a chorar.

- Coitada da Tereza... – Adriano falou.

- Ela vai sofrer muito! – comentário de Lúcio.

“A Irene também, mas eu... Eu nem consegui... O plano, eu ia...” Daniel pensava desordenadamente, a notícia que Irene ia se mudar era, com certeza, a única que ele não esperava, lágrimas começaram a descer de seu rosto, igual a muitos, diga-se de passagem.

- Caramba, eu nunca imaginei uma situação tão tensa! – Nicholas falou. – Não! Não vai ser assim! – ele falou quase gritando.

- Mas não tem nada pra se fazer garoto poste! Eles vão se mudar... – Paulo comenta.

- Eu sei, eu entendo isso, mas nossa turma foi única! Sério, eu nunca estive numa sala em que me sentisse tão bem... Cada aula uma zuação diferente, cada acorde musical uma risada, cada jogo de futebol eu ria tanto que achava que ia explodir... Se eu ri assim é porque eu estava feliz, não forcei nenhuma risada, não tentei me enganar e nem aos demais ao meu redor, eu sou feliz nessa turma! O mundo precisa saber disso!

- Não entendo o que você quer dizer... – comentário de Adriano.

- Eu quero dizer que a gente precisa fazer algo pra marcar época naquela escola, algo que vai fazer com que todos se lembrem da sala 9-b, da nossa sala, da nossa época! – Nicholas falou muito decidido.

- Mas o quê por exemplo? – a curiosidade de Maria Joaquina era a curiosidade geral.

- O espetáculo de fim de ano da escola Mundial, a professora Helena tava conversando comigo sobre, ela sugeriu que eu fizesse um número de dança... Mas eu prefiro fazer algo ao lado de todos vocês... Algo grande, algo único!

- Algo grande? Tipo algo que todo mundo participe? – Marcelina pergunta agora.

- Sim, algo como uma peça de teatro... – feições de surpresa se desenharam em todos. – Eu sei que parece ser difícil, mas não precisa ser, é só criar personagens com a personalidade parecida com cada um e se a gente ensaiar direito, fazer tudo de forma correta e descontraída todos irão se lembrar da sala mais unida que já passou pela escola Mundial! – o brilho nos olhos de Nicholas chegava a assustar.

- Mas algo assim não vai dar trabalho? – observação de Rafael.

- Com certeza, mas temos tempo, o festival é na primeira semana de dezembro, marcando o início das férias se não me engano, daqui pra lá podemos preparar algo surreal de tão bem feito...! Só como ideia, pode juntar eu, a Irene, a Maria Joaquina, o Adriano, o Daniel e a Valéria pra criar o enredo da peça. Tipo eu, a Irene e a Valéria cuidamos das piadas, da parte de humor, Adriano tem as ideias doidas e criativas, e o Daniel e Maria Joaquina, os mais nerds, desenvolvem um enredo propriamente dito! – a animação de Nicholas começava a mudar a feição de tristeza de seus colegas.

- Isso é... – antes de Paulo fazer seu comentário Nicholas o interrompeu.

- O Paulo, por exemplo, podia cuidar de uns efeitos básicos usando o computador, já que ele é bom nessas coisas seria interessante aproveitar!

- É mesmo... Ia ficar legal! – Paulo comenta refletindo em algumas coisas.

- Eu gostei dessa ideia! Ninguém daquela escola vai esquecer a melhor turma de todas, a nossa! – Jaime fala.

- Eu também aprovo, e eu vou participar fazendo o meu melhor! – comentário de Lúcio.

- Então acho que... A ideia da peça foi aprovada... Por unanimidade? – Daniel pergunta com um leve sorriso.

- Eu aprovo, apesar de não ser membro do clube dos Fantasmas... – comentário de Rebeca em tom de piada que fez com que todos rissem.

- Ainda não conseguiu assimilar a ideia das mudanças Evellin? – Tereza pergunta a sua colega ao vê-la chorando.

- Não é isso, meu choro é de alegria, meu choro é porque mesmo quando a gente parece triste tem alguém pra fazer a gente se sentir melhor! Eu concordo com o Nicholas essa é a melhor turma de todas e eu nunca vou me esquecer dela! 


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Notas finais do capítulo

Uma peça de teatro com esse povo, será que vai prestar?

Até o próximo!