O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 5
Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

Postei esse capítulo hoje mesmo porque estou muito adiantado, a título de informação acabei de terminar o cap 18.
Boa leitura.



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Capítulo 5: Desconfianças

Aquele dia de aula finalmente chegou ao fim, na maioria das vezes não existe nada em um primeiro dia que faça tanta raiva num jovem estudante, entretanto na maioria das vezes não quer dizer cem por cento dos casos, a jovem Maria Joaquina, por exemplo, adentrou sua casa coberta por uma raiva visível e inexplicável, inexplicável aos olhos de terceiros melhor dizendo.

- Minha filha o que foi que aconteceu? – a mãe perguntou.

- Não sei mãe, eu sinceramente não sei, eu vou ficar no meu quarto ta? Não quero almoçar... Com licença... – falou se retirando ao seu aposento.

- O que será que houve com ela?

Em seu quarto ela abraçou forte seu travesseiro, as únicas coisas que conseguia pensar eram na cena do Jaime com a Evellin e em palavras que ela repetia pra si mesma: “O que ta acontecendo comigo?”, subitamente ela começa a se lembrar de quando, no terceiro ano, Jaime foi visitá-la quando estava doente, ele foi gentil e amigável, num determinado momento, acidentalmente, suas mãos se tocaram e olhares foram trocados, ela o beijou na bochecha naquela ocasião, beijo de gratidão, “Porque eu to lembrando disso?” pensou.

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- De casa? – Lúcio fala adentrando sua residência.

- Chegamos pai! – Bernardo exclama.

- Oi meninos, o almoço ainda não está pronto, mas ta quase. – o pai deles fala, um homem de meia idade calvo e bem moreno como eles.

- Pai, será que dá tempo de andar um pouco de skate antes do almoço? – o gêmeo de óculos fala.

- Dá sim eu acho, mas não demora, no máximo em trinta minutos o almoço ta pronto.

- Ta certo então pai! – o garoto falou correndo pro seu quarto, trocou rapidamente de roupa, pegou seu skate e seus equipamentos de segurança. – to saindo! – falou quase gritando.

- Não vai com seu irmão? – o pai pergunta para seu outro filho.

- Eu não sei andar naquela coisa, eu vou jogar bola sozinho lá fora enquanto espero.

- Então ta, você quem sabe. – depois de tais dizeres Lúcio correu até seu quarto e se trocou, saiu com uma bola em mãos e foi jogar fora de sua residência.

- Esses meninos têm energia demais! – exclamou o pai.

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- Aham... To fazendo, to fazendo... Ainda não... – Dizeres de Jaime, o garoto estava com o telefone preso entre o ombro e a orelha esquerdos e jogava vídeo game numa destreza invejável. Nesse instante sua mãe adentra a residência e se surpreende com a cena, ela vai até a mesa e vê que a comida não foi nem tocada.

- O que aconteceu com meu gordinho?

- Ou valeu mesmo Evellin, tchau, até amanhã! – o garoto falou desligando o telefone, a mãe escutou perfeitamente o nome “Evellin” o que a fez sorrir de leve.

- Tava falando com quem Jaime? – ela perguntou retoricamente.

- A Evellin, é uma novata da sala... Nossa que fome, já almoçou mãe?

- Quer dizer que uma garota atrasou o almoço do meu gordinho? Você ta gostando dela?

- Não mãe, não viaja! Ela é viciada em games e ela tava me ensinado a passar uma parte de um jogo... Eu queria ligar mais tarde pra ela, mas ela falou que de tarde ia sair então fui obrigado a atrasar meu almoço, o que não foi legal, to com muita fome! – falou enquanto se servia.

- Sei... – a mãe não se convenceu.

- Nossa, mas tinha uma fila enorme no mercado acreditam? – fala o pai de Jaime adentrando o local.

- Rafael, você sabia que nosso filho tava falando com uma garota no telefone? E olha que ela até atrasou o almoço dele...

- Verdade isso Jaime? – o pai falou em tom de piada.

- Eu não vou ficar aqui ouvindo isso, não vou ficar aqui pra vocês zuarem comigo, vou pro meu quarto! – o garoto falou determinado se levantando e se dirigindo ao seu aposento, em questão de segundos ele voltou e pegou o prato de comida que havia esquecido.

- Parece que ele não gostou da piada. – o pai falou.

- Isso só aumenta minha desconfiança que ele ta gostando da menina. – a mãe opina.

“Que viajem, eu gostando da Evellin, nada a ver, ela é só uma boa colega!” pensava enquanto mastigava, “Ela é tão diferente da Maria Joaquina... Mais que p****! Por que eu to pensando nela? Bem que a Evellin disse que eu falo demais nela, mas não é de propósito! Ai que droga de cabeça!”

É fato que após as refeições sempre bate uma preguiça peculiar em qualquer ser humano, com Jaime não foi diferente, já estava em seu quarto mesmo apenas se deitou em sua cama pra descansar, “Tenho muito tempo antes da reunião do clube, posso dormir um pouco!” pensou antes de fechar os olhos.

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Numa rua, próximo a uma Praça Alicia andava com seu skate, ela estava com seu olhar fixo a sua frente até que uma cena lhe chamou a atenção, filhotes pra adoção num pet shop, de repente ela escuta uma voz:

- Cuidado! – ela se vira e vê um skatista a sua frente, eles tentam se desviar e ambos acabam caindo em moitas diferentes da praça.

- Desculpa, é que eu me distraí com o pet shop, não fiz por mal! – um garoto fala se levantando.

- Não se preocupa eu to bem, e eu também me distraí... – palavras da moça.

- Ei, espera um pouco, você é da minha sala na escola Mundial não é? – o garoto falou olhando pra ela sorrindo, nesse instante que Alicia o observou direito.

- Sou sim, e você é um dos gêmeos né? É Lúcio seu nome certo? – ela pergunta.

- Não, eu sou o Bernardo, meu irmão não anda de skate e eu uso óculos ta vendo? – falou mexendo em sua armação.

- A ta, desculpe...

- Não precisa se desculpar, já me acostumei com isso... Aqui deixa eu te perguntar, tem algum lugar aqui perto bom pra se andar de skate?

- Tem sim, me segue! – ela falou subindo em seu skate e seguindo a rua, Bernardo a acompanhou.

- É longe? – ele pergunta.

- Nem tanto... Ou que tal um joguinho de siga o mestre? Tudo o que eu fizer você tem que fazer igual. – ela fala empinado seu skate.

- Beleza! – ele fala imitando o movimento, depois ela se dirige a uma pequena escadaria, pula no corrimão e desliza com a prancha perfeitamente de lado, novamente o garoto a imita, depois adentram numa outra praça e ela faz uma manobra deslizando a parte contrária do skate num banco de concreto, ela duvidava que Bernardo fizesse essa manobra, mas se enganou porque o jovem a executou primorosamente.

- Até que você é bom. – ela fala.

- Espero que você esteja me levando pro lugar que a gente combinou. – ele fala em tom de piada. De repente Bernardo pára e Alicia não entende.

- O que aconteceu?

- Aquele garoto é da nossa sala também, eu lanchei com ele...

- É sim, vamos lá falar com ele! – dizeres dela.

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- Muito obrigado senhor, aqui ta o dinheiro. – Adriano fala pegando um sorvete de um vendedor ambulante. – Imagina como deve ser trabalhar numa fábrica de sorvete? – ele fala e começa a viajar, porém vozes conhecidas chegam aos seus ouvidos o fazendo acordar do transe.

- ADRIANO! – era a voz de Alicia.

- Oi Alicia, oi Lúcio. – ele cumprimenta.

- Não, eu sou o Bernardo, o Lúcio não anda de skate e eu uso óculos. – o skatista falou mexendo em sua armação.

- Ta só de bobeira Adriano? – a garota pergunta.

- To sim, vai ter uma reunião no clube e eu to só gastando o tempo até dar a hora.

- Vem com a gente até a pista de skate então. – ela convida.

- Ou, aquele não é o Nicholas da nossa sala? – Bernardo pergunta chamando a atenção de seus colegas, realmente quem ele vira era Nicholas, o jovem de cartola cumprimentou uma pessoa como se fossem amigos, depois ele adentrou uma casa acompanhado dessa pessoa.

- Vocês viram que pessoa mais mal encarada que entrou com o Nicholas naquela casa esquisita? – Adriano fala.

- Eu vi, estranho mesmo... – a moça opina.

- Será que o Nicholas mexe com coisas erradas? – o loirinho pergunta preocupado.

- Não viaja Adriano, ta achando que o Nicholas é tipo um aviãozinho? – a moça opina novamente.

- Não acho que seja tão viajem, o Nicholas tem uma cara muito estranha, daí ele encontra um cara mais estranho que ele e entra numa casa top de estranhesa... Dá pra desconfiar. – opinião de Bernardo.

- Velho imagina o Nicholas bandido! – o gordinho fala.

- Se vocês estão tão curiosos vão lá e perguntem pra ele o que ele ta fazendo ali. – a jovem sugere.

- Lógico que não, você tem que me mostrar à pista de skate e agora é a minha vez de mestrar nosso jogo! Me segue Alicia! – Bernardo fala subindo em sua prancha e seguindo a rua.

- Espera garoto, você não sabe o caminho da pista que te falei! – a jovem quase gritou. – Você vem Adriano?

- Não, tenho medo de skate, se divirtam... – o loirinho fala e eles se despedem, na verdade Adriano queria mesmo descobrir o que seu colega fazia naquela casa, sua mente viajou em um bilhão de possibilidades, algumas o assustaram bastante, o suficiente pra não ter coragem de entrar na tal casa.


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Notas finais do capítulo

Deixei um tom de mistério no finalzinho, o Adriano ta viajando no que tem naquela casa estranha, os leitores também podem fazer o mesmo, imaginar não é pecado... (brincadeira)
até o próximo...