O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 40
Decisões erradas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 40: Decisões erradas

Evellin observou com feição estranha a troca de olhares entre Jaime e Maria Joaquina, fato que fez Marcelina interceder.

- Então gente, como ta indo o trabalho de vocês? - perguntou diretamente pra Evellin e Jaime.

- Ta até bem, eu já tinha uma pesquisa de antemão que nos ajudou.

- Isso... Isso mesmo... – o gordinho ainda estava zonzo. – A gente tem que fazer a entrevista ainda.

- Nós acabamos de terminar a nossa, não foi Maria Joaquina?

- Foi... Sim... – Maria Joaquina também ainda estava atordoada, parecia incrível, mas os mesmos sentimentos sempre vinham à tona quando Jaime e Maria trocavam olhares, suas mentes sempre os transportava praquele beijo na chuva.

- Foi bom ver vocês, mas a gente precisa ir pra anexar a entrevista a parte já feita do trabalho. – Marcelina falou se despedindo.

- A gente também tem que ir... – Evellin falou.

- Até amanhã Maria Joaquina... – o garoto disse.

- Até Jaime... – ela respondeu e ambos seguiram seus caminhos.

- Você gosta mesmo muito do Jaime não é? – Marcelina pergunta.

- Mais o que eu mesmo entendo, ta vendo porque tenho que mudar de escola? Eu não aguento mais ficar perto dele!

- Sim... Se você quiser posso passar essa tarde com você, o que acha?

- Não, eu to legal Marcelina, e depois você tem um encontro com o Rafael e eu não quero atrapalhar...

- Ta bem mesmo amiga? – Marcelina pergunta mais uma vez. – Eu sei que a gente nunca foi assim tão próxima, mas eu nunca deixaria e ajudar você numa situação dessas.

- Eu to bem já disse, vai pro seu encontro... – Maria Joaquina falou com um leve sorriso.

- Ta bom então, até amanhã... – se despediram com um beijo o rosto e se foram, Marcelina direto pra sua casa, Maria Joaquina ficou vagando sem rumo um tempo, andou até a pista de skate, se sentou num banco próximo dela e pôs as mãos no rosto, não conseguia não pensar neles, em Jaime e em Evellin, não parava de lembrar naquele beijo na chuva, imagens que a torturavam, de repente uma voz corta o seu transe.

- Tudo bem com você Maria Joaquina? – era a conhecida voz de Nicholas.

- Han...? – responde distante. – To bem sim...

- Certeza?! Porque daqui não parece... – dizeres de Alicia, ela portava seu skate e seus equipamentos de segurança.

- Você também anda de skate Nicholas? – a garota rica pergunta.

- Skate eu?! Faço coisas com mais adrenalina tipo cozinhar... – falou em tom de piada, arrancou um pequeno sorriso da moça. – Eu e a Alicia estávamos fazendo nosso trabalho, aí a gente terminou por hoje e ela veio dar um role nessa pista, e tipo eu vim também porque é meu caminho pra casa... Mas se você quiser eu posso te levar no médico... Você tem plano de saúde né?

- Ei... Se esqueceu de com quem você ta falando?! – Alicia falou estalando os dedos e mexendo sua cabeça.

- É mesmo, esqueci que você tem muita nota... Imagina eu levando a Maria Joaquina pro posto de saúde?! – os últimos dizeres falados olhando pra Alicia que riu bastante.

- Eu agradeço a preocupação, mas eu to bem mesmo gente, só to pensando em algumas coisas.

- Então beleza, se você quisesse a gente podia buscar um remédio, mas já que... – antes que Nicholas pudesse terminar sua frase foi rispidamente interrompido.

- Eu já disse que to bem! Que inferno! – Maria Joaquina falou se levantando e saindo dali, atitude que assustou Alicia e Nicholas.

- Uma patada no fim de tarde tudo que eu precisava, bom que fortalece o espírito! – o jovem de cartola falou.

- Eu te falei pra deixar ela quieta, ela é metida demais pra aceitar ajuda... – Alicia falou.

- Então ta né? Até amanhã Alicia. – o jovem se despediu.

- Até amanhã Zé da cartola! – ela falou fazendo piada e se despedindo.

......................................

- Mãe, cheguei! – Marcelina fala quase gritando adentrando sua casa.

- Oi Marcelina... Escuta minha filha, você pode ver se o Paulo deixou um copo no quarto dele? É que ta faltando um aqui e sempre quando falta ta no quarto dele...

- Pode deixar mãe, eu vou lá ver. – a garota foi até o quarto de seu irmão tranquilamente, entrou e procurou com os olhos o tal copo.

- Ta aqui. – falou ao vê-lo perto do mousepad do computador, ela o pegou e acidentalmente tocou o mouse fazendo a tela se abrir.

- Pensei que o computador tava desligado... Mas o que é isso? – ela pergunta ao ver o ícone de um vídeo com o nome dela, se sentou e clicou no ícone.

O vídeo em questão era o que Paulo havia feito sobre Rafael e Tereza, Marcelina via aquele vídeo atentamente, a cada segundo passado sua raiva aumentava mais, o lugar, os gestos, os sorrisos, sua própria mente a estava fazendo acreditar em coisas que não aconteceram.

- O que você ta fazendo no meu quarto garota? Já não te disse que não quero você aqui?! – Paulo adentra seu quarto e se pronuncia de forma pouco educada.

- Que vídeo é esse Paulo? – ela pergunta visivelmente alterada.

- Eu baixei da internet... – se surpreendeu ao perceber que sua irmã havia visto o vídeo, obviamente ele mentiu, não estava se sentindo confortável.

- Como ele teve coragem de fazer isso comigo? – ela falou estarrecida e chorando.

- Às vezes não é nada... Eu não acho que tenha...

- Cala a boca Paulo! Eu sei o que eu vi! – ela fala quase gritando assustando ainda mais o seu irmão. De repente a campainha toca e Marcelina vai rapidamente atender.

- Oi meu anjo, cheguei cedo pro nosso encontro? – Rafael fala assim que Marcelina abre a porta, trazia uma flor em suas mãos e a ofereceu a jovem.

- Por que você fez isso? – ela falou chorando.

- Como assim? O que eu fiz? Você ta bem? – muitas dúvidas rodeavam a cabeça do baixinho.

- Eu vi o vídeo de você e a Tereza juntos! Eu sabia que ia dar nisso, ela é muito mais bonita que eu...

- Que vídeo? Do que você ta falando? – ele falou a segurando nos ombros. – Me escuta, eu não tenho nada com a Tereza! É você que eu amo...

- Pára de mentir pra mim! Eu vi! Vocês juntos no mesmo lugar que você me pediu em namoro...

- Mas isso foi ontem... Espera um pouco alguém filmou aquilo? O que tinha nesse vídeo de tão ofensivo? A gente não fez nada além de conversar...

- Então você admite que estava com ela?!

- Sim eu estive e... – ela não deixou que ele terminasse.

- Meu irmão tinha toda razão, você não presta, você me traiu na primeira oportunidade! – falou chorando bastante.

- Me escuta meu anjo... O que aconteceu...

- Não me venha com desculpas! E não me chame de “meu anjo”, por favor, vai embora...

- Espera um pouco, você ta me expulsando da sua casa? – o garoto perguntou.

- Quer que eu desenhe? Some daqui, eu não quero te ver nunca mais! – falou quase gritando.

- Escuta aqui você! Quem você pensa que é pra ficar levantando a voz pra mim? – falou nervoso. – Eu te amo como nunca achei que amar alguém, eu até briguei por você, eu só não quebrei seu irmão em dois por sua causa e olha que ele merecia, não liguei pras piadinhas de ninguém sobre nós dois, encarei seus pais sem medo algum pelo simples fato de estar junto de você me bastar! Agora simplesmente nada disso conta? Minha palavra não vale nada?  - a garota se assustou com a forma que ele falou. – Eu tinha medo disso, no fundo eu sabia... Eu me doei demais por uma pessoa que nunca gostou de mim! – ele falou se virando e saindo, Marcelina nunca havia visto Rafael tão nervoso, o garoto simplesmente jogou pra trás a flor que trouxera, ela caiu lentamente enquanto ele andava.

Marcelina fechou a porta e foi até o sofá chorar, sua mãe, que havia escutado toda a discussão, foi até ela e a abraçou.

- Vocês tinham razão esse garoto não presta! – ela falou soluçando.

- Se ele não presta então foi melhor assim... A dor vai passar minha filha... – a mãe falava tentando consolar.

Paulo também estava ali, também viu a discussão, viu sua irmã chorando... O jovem seguiu até seu quarto e deitou em sua cama.

- Consegui o que eu queria... Por que então eu não estou feliz? – se perguntou olhando pro teto, se lembrou na hora das palavras de Mário. – Será que ele tava certo?

Enquanto isso Rafael caminhava pela rua, estava triste sim, mas o sentimento que mais imperava nele era a decepção, decepção acompanhada de muita raiva, na sua opinião a jovem tinha obrigação de acreditar nele e se ela não acreditava era porque não o amava. Ambos tiveram um choque muito grande no dia de hoje, um choque que os forçou a concluir erradamente sobre situações, um choque que os fez tomar decisões erradas.


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Notas finais do capítulo

Minha maldade atuou no casal pelúcia nesse capítulo! MWAHAHAHAHA! Sou cruel!
Até o próximo!