O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 20
Rostos que vagam na mente


Notas iniciais do capítulo

Só pra constar, o Adriano falando língua de nerd ontem foi uma coisa sensacional!
Boa leitura!



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Capítulo 20: Rostos que vagam na mente

“Isso é tão... Tão... A cara que p****!” Adriano pensou diante da cena, subitamente uma voz chega até ele.

- Adriano?! Você ta por aqui? – se tratava de Irene, o jovem rapidamente fechou a porta e correu pro lado oposto, não queria ver ninguém naquele momento.

“Será que ele voltou pra cá?” Irene pensou já a frente da porta da sala, quando abriu a porta se surpreendeu com seus colegas se beijando.

- Vish! – falou sem pensar o que chamou a atenção deles.

Nicholas e Tereza pararam de se beijar, se entreolharam e olharam para Irene.

- Eu não quis incomodar, eu saio de novo sem problemas... – a morena de mechas vermelhas falou meio sem graça apontando pra fora.

- Che cosa ho fatto? Mi piace una ragazza che bacia un ragazzo sul pavimento! – Tereza fala com muita vergonha.

- Eu só sei italiano de novela Tereza, não entendi o que você falou... – Nicholas responde envergonhado e sem graça.

- Eu tenho que ir Nicholas... Eu preciso... – a moça de olhos azuis falou saindo de cima dele, se dirigiu rapidamente até a porta, segurou o braço de Irene e saiu.

- Desculpa amiga, eu estraguei tudo! – Irene fala.

- Não estragou não... Dio mio o que eu tava pensando?! – Tereza opinou enquanto as duas saiam da casa.

- Será que ela me xingou? – Nicholas falou pra si mesmo, ele se levantou e saiu da sala, pensava no beijo que acabara de dar em Tereza, começou a vagar sem norte pela casa até que cruzou com Adriano que estava perto de outra sala sozinho.

- Irmãozinho você tem que saber o que aconteceu! – Nicholas falou alegre.

- O-o quê? – Adriano respondeu fingindo um sorriso e fingindo não saber o que havia acontecido.

- A Tereza me beijou! Quer dizer a gente se beijou... Só que acho que ela me xingou depois... Dessa parte eu não tenho certeza...

- Que bom pra você né? – o loirinho falou com muita dificuldade.

- Vamo embora locão, to tão feliz que vou te pagar um sorvete! – falou passando seu braço pelo pescoço de seu colega e o levando pra fora da casa.

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“Será que eu tô no lugar certo? Sim, to no lugar certo sim, a lanchonete é essa mesma, a Rebeca que ta atrasada! Mas eu vou xingar ela toda por me deixar esperando aqui!” Paulo pensou, estava bem vestido a porta de uma lanchonete.

- P-Paulo! – a voz de Rebeca chega aos ouvidos dele, novamente ela caçoava com a gagueira momentânea dele, ele se virou na intenção de brigar, entretanto ao ver a moça se espantou no quanto ela estava bonita, estava ainda mais bela do que na ocasião daquele encontro forçado, trajava um vestido curto diferente daquele, salto alto e cabelo preso num penteado que valorizava seu belo rosto.

- O-oi minha pequena... – ele falou meio abobado.

- Me desculpa o atraso, é que estava ficando bonita pra você! – falou com um sorriso inocente.

- Não tem problema, vamos entrar? – ele fala, ela o abraça e lhe dá um selinho.

- Não se esqueça que primeiro é o beijo seu bobinho! – falou ainda sorrindo. – Agora sim a gente entra. – por onde a moça passava arrancava olhares, fato é que Rebeca é bem bonita e hoje estava mais bela ainda. Ela e Paulo se sentaram calmamente numa mesa, parecia que o jovem não se importava com os olhares para sua namorada. Começaram a conversar, Rebeca falou várias coisas sobre seu passado, porém Paulo não conseguia manter seu foco.

“Aposto que o Lúcio saiu apressado da reunião do clube pra encontrar com a Valéria, quem ele pensa que é? E a Valéria como consegue ir num encontro com um cara como ele? Quem em sã consciência ia namorar um cara que tem uma figurinha repetida à tira colo?” – referiu-se a Bernardo. – “Mas a Valéria também só namora gente estranha, nunca vi cara mais esquisito que o Davi! Como ela namorou aquele ser estranho por tanto tempo? Ela é doidinha mesmo!”

-... concorda meu lindo? – palavras dela que lhe chamaram a atenção dele.

- Sim... Concordo sim... Mas o quê? – Paulo respondeu mecanicamente, de repente ele olhou pra sua namorada e não a viu, o que ele enxergou foi Valéria, o rosto, os olhos, o cabelo, era a Valéria perfeita exceto...

- Algum problema Paulo? – ele se assustava por ver a Valéria, ver seus lábios mexendo, mas escutar a voz de Rebeca.

- Eu to ficando louco! – falou pra si mesmo.

- Oi querido...?!

- Va-Va-Va...

- “Va” o quê? Ta bem Paulo? – Rebeca fica preocupada com seu namorado.

- VAI CAIR! – ele falou gritando e apontando pra trás da moça, logicamente tentava mudar o foco.

- O quê? – ela se vira preocupada. De repente o garoto desfere um tapa em seu próprio rosto pra ver se a imagem de Valéria saía dela, um tapa muito forte e barulhento. Ele terminou o tapa segurando o próprio rosto e apoiando o cotovelo na mesa. – Que barulho foi esse? – Rebeca se vira assustada.

- Falou, até mais... – Paulo disse acenando pro nada com se estivesse se despedindo de alguém. – Era um colega que não via há um tempo sabe? – ainda estava com sua mão no rosto quando se virou e falou isso pra sua namorada. Parece que o tapa que desferiu no próprio rosto conseguiu espantar a imagem de Valéria do corpo de sua namorada, agora ele via Rebeca perfeitamente.

- Nossa eu acho que to ficando doida! Tenho certeza que escutei o barulho de um tapa? – ela fala confusa.

- Sério?! Eu não escutei nada... – Paulo fala tentando disfarçar.

- Então, como eu tava te dizendo... Olha só, tem uma moeda no chão! – ela fala e se abaixa pra pegá-la.

- De quanto é?

- É de um real... Olha só! – ela fala se levantando e mostrando a moeda pra ele.

- Jesus! – ele fala muito assustado, sua namorada novamente estava com as feições de Valéria.

- Nossa que susto é esse amor? – ela pergunta inocentemente. – Realmente se a gente parar pra pensar um real não dá pra comprar nada, é de assustar mesmo!

- P-p-p-p-p-p-p-pois é...! – o garoto não sabia o que fazer, pensava: “Que tipo de coisa bizarra ta acontecendo comigo?”

- Olha, acho que tem outra moeda aqui... – se abaixa novamente, nesse instante Paulo desfere uma forte e estrondosa cabeçada na mesa, novamente tentava espantar a imagem de Valéria da sua mente, o barulho foi tão forte que todos no local olharam.

- Ai... – falou bem baixo.

- Pai eterno o que foi isso?! – Rebeca pergunta se levantando assustada.

- Isso o quê minha pequena? Eu não escutei nada... – o garoto fala com um sorriso forçado, novamente a feição de Valéria sumira e a de sua namorada voltara.

- Meu Deus Paulo, seu rosto ta vermelho e apareceu um galo na sua testa! – a ruiva fala preocupada.

- Isso explica a coceira, minha alergia ta atacando... – ele tenta disfarçar.

- Nossa então a gente tem que sair daqui antes que piore.

- Não precisa, eu já to melhor... – ele fala aproximando seu rosto dela, ele a beija e é correspondido. – Viu como eu to bem? – falou antes de abrir os olhos.

- Deve ter passado então né? Eu não entendo dessas coisas.

- Pai! – ele fala ao abrir seus olhos e ver a feição de Valéria novamente. – Não você ta certa... Temos que sair daqui... A coceira voltou! – ele falou com os olhos bem arregalados.

- Nossa, mas sua alergia é estranha... Mas quem sou eu pra julgar isso né? Depois sua garganta fecha e você se sufoca... Vamos sair rápido daqui!

Saíram da lanchonete rapidamente, não preciso citar que foram o centro das atenções, Paulo fechou seus olhos por alguns instantes falando que isso melhorava sua alergia, ao abri-los a feição de Valéria havia sumido novamente e a de Rebeca voltara ao seu devido lugar.

- Tem certeza que não quer que eu te acompanhe até sua casa? Quer dizer, você ta doente né? – Rebeca fala a seu namorado, estavam na porta da casa dela.

- Não precisa, acho que já melhorei minha pequena. – falou sorrindo de leve.

- Então ta. – falou e depois selou os lábios dele. – Hoje foi diferente, até em situações diferentes gosto de estar ao seu lado, acho que te amo mais do que eu deveria senhor Paulo Guerra! – ela fala apoiada no peito dele.

- Também gosto muito de você Rebeca, minha pequena! – ele fala, se beijam novamente e se despedem.

Paulo seguiu a pé até sua casa, não teve pressa, pensava em várias coisas, entretanto Valéria era noventa por cento delas.

- E olha só, se não é nosso coleguinha Paulo? – uma voz conhecida chega aos ouvidos do namorado de Rebeca.

- Oi P-Paulo. – uma voz feminina se pronuncia.

- V-Valéria e Lúcio... – respondeu num tom de surpresa e raiva.


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Notas finais do capítulo

A frase em Italiano da Tereza: "O que eu fiz?! Uma moça como eu beijando um rapaz no chão!"
Eu acho esse capítulo sensacional! e ri muito escrevendo ele!
Até o próximo!