-Narrado por Pennelope-

Estava parada em frente do traxe que queria roubar meu lugar. Ele olhava pra mim provavelmente esperando a minha resposta, então ele me pergunta de novo:

"A senhorita sabe ou não onde é a sala do redator chefe?"

"Logo ali." Respondi secamente apontando para uma sala no fim do corredor, que dizia 'redator chefe'.

"Ah." Ele disse provavelmente se tocando de que fez uma pergunta idiota.

Me virei sem nenhuma outra palavra e fui para a minha mesa furiosa. Pude jurar que ele agradeceu, mas não me virei para dizer 'de nada'.

Assim que me sentei em minha cadeira, minha colega Lucia, uma descendente de mexicanos muito legal comigo, o que não posso entender, já que não sou legal com ninguém, veio falar comigo.

"Então é ele?" Ela me perguntou dando-me um copo de café.

"Obrigado." Agradeci e respondi "Sim, é ele o idiota."

"Calma, Pennelope." Ela disse achando um pouco de graça daquela situação "Ele pode ser legal."

"Ele é concorrência." Disse.

"E daí?" Ela disse "Ninguém vive sem concorrência, Pennelope."

"Eu vivi por três anos." Respondi mal-humorada.

"Mas quando chegou aqui tinha outra pessoa na sua área também, não tinha?"

"Tinha, mas pediu demissão porque teve medo de mim." Respondi.

"Ai." Lucia respondeu.

Quando olho pro lado, ali está Doug, nosso redator chefe, mostrando o lugar para o 'novato'.

"Pennelope! Ele é um Deus grego!!" Lucia exclamou.

"É?" Disse desinteressada sem ao menos olhá-lo. Estava mais interessada na minha caixa de entrada que estava ali na tela do meu computador.

"Ai! Eles estão vindo pra cá!" Ela disse se sentando em sua cadeira.

Doug chamou pelo o meu nome assim que chegaram até mim: "Style, tem alguém que quero que conheça."

Olhei-os com o meu usual olhar superior e disse secamente: "Sim?"

"Esse é William McKay, seu novo parceiro." Doug disse.

'parceiro'? Pensei imediatamente.

"Já nós enconramos no elevador, não é mesmo srta. Style?" O idiota abriu a boca.

"É, tive esse desprazer." Disse encarando-o.

Ele não pareceu entender muito bem porquê disse aquilo, mas Doug logo me deu uma bronca.

"Style!" Doug me chamou a atenção "Me desculpe por isso, sr. McKay."

"Tudo bem." Ele disse sentindo o meu fora ecoar em sua mente.

1 ponto pra mim.

"Bom, aqui, na frente da mesa de Styles será a sua mesa, McKay." Doug disse para o meu imediato desespero.

"Doug, nós temos que conversar!" Disse sériamente.

"Ok." Ele disse já sabendo o que vinha pela frente "E McKay, pode ir se instalando e começando a trabalhar."

Enquanto caminhava com Doug até o escritório pude ouvir Lucia toda toda se apresentando pro idiota.

Quando entramos na sala de Doug, ele se sentou e disse: "O que vai reclamar agora?"

"Você já está curtindo com a minha cara, não é?" Perguntei-o "Como pode fazer isso com sua própria filha?!"

"Penny..."

"Não me chama de 'Penny' que eu não gosto." Disse "'Pene' é nome de um tipo de macarrão."

"Ta bom." Ele disse "Eu já te expliquei que não quero que fique tão sobrecarregada de trabalho. Quero que saia, que se divirta com os amigos, que tenha uma vida pessoal também e você não está tendo uma."

"Você já me disse isso ontem e volto a repetir, não quero uma vida pessoal." Disse "E ainda colocar o cara sentado na minha frente? Isso é sacanagem pura!"

"Olha a boca, que você não está em casa, mocinha." Doug disse.

"Isso não é justo." Disse "Eu gosto do meu trabalho."

"Penny..."

Fiz cara feia e ele se concertou.

"Pennelope, você não pode ter medo de viver por causa do..."

"Não ouse dizer esse nome!" Disse brava.

"Me desculpa, mas um dia você terá que enfrentar esse seu medo de viver." Ele disse e eu ultrajada me retirei daquela sala.

Quem ele pensava que era pra falar daquele jeito comigo?

E quem disse que tenho medo de viver? E digo mais! Não tenho medo de viver droga de vida nenhuma!

Um arrepio de puro ódio passou por todo o meu corpo, quando o vi ali sentado na cadeira de frente pra minha mexendo no computador dele vestido naquele terninho desprezível que ele vestia! Argh! E aquele cabelinho melimétricamente penteado, aquele perfume horroroso que invadiu todo o meu ar naquele elevador!! Ahhh!!!!

Como eu quero gritar, bater e socá-lo com toda minha força!!

Mas eu simplesmente me sentei em minha cadeira sem ao menos olhá-lo, mas o desgraçado começou a falar comigo: "Já que vamos trabalhar juntos, precisamos decidir que matérias ou que dia da semana eu farei um artigo e você fará o seu..."

"Cala a boca." Disse olhando-o "Será que não percebeu que não o quero aqui e que quanto mais você fala mais fico nervosa?"

Ele ficou tão chocado com minhas palavras que parou de falar.

"Obrigado." Disse voltando-me para o meu computador.

O cara não parava de me olhar perplexo ainda pelo o que eu tinha dito há minutos atrás, então fiquei mais estressada ainda e me virei pra ele batendo uma vez na mesa.

"Cara, o que ta olhando?!" Perguntei.

"To tentando entender porque odeia tanto alguém que nem conhece ainda." Ele disse ainda perplexo.

"Eu escreverei como sempre, ou seja, todos os dias." Disse respondendo a primeira pergunta dele, a que eu tinha interrompido "Não era isso o que queria saber? Bom, já pode me deixar em paz."

"Foi mal, mas esse não foi o meu combinado com o sr. Style." Ele disse "Tenho que ficar com a metade de suas tarefas."

"Nem por cima do meu cadáver você vai roubar o meu trabalho." Todos do lugar nos olhavam.

"Quer saber? Não vou ficar aqui de bate boca com uma garotinha mimada como você." Ele disse se levantando e eu também me levantei estressadissíma.

"Olha quem fala?" Disse alterada "O tarado do elevador!"

Ele parecia surpreso.

"O que foi?" Debochei "Você não achou mesmo que eu não percebi o quanto você olhava pra minha bunda naquele elevador, não é mesmo?"

"Como eu disse não vou discutir com você." Ele disse calmo e sereno "Vou continuar a fazer meu trabalho, você queira ou não."

Ele disse andando para longe. Quase perguntei onde ele ia, mas acabei apenas dizendo pra mim mesma: "É isso o que vamos ver, novato."