Admito Que Te Amo escrita por a curious


Capítulo 54
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas!!!
Estou de volta e quase morta de saudades :D Maas enfim pude voltar. Sei que andei sumida, isso tudo por culpa do meu computador que me deixou na mão (de novo e de novo ¬¬) desde a semana do carnaval... Sendo assim, que fique bem claro que toda essa demora não foi intencional.
Antes do capítulo, quero agradecer a Cleozinha (muito linda!) que deixou uma recomendação (ainda mais linda ^^). Muito obrigada pelo carinho flor!! E também a Lisandra Ray Cyrus e Dara que me disseram que estão acompanhando a fic e gostando. Obrigada pela atenção flores :)
Sem maus enrolação... Boa leitura!!



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Na manhã seguinte...

Maldito sejas telefone celular. O telefone tocava incessantemente e Vitor amaldiçoava mentalmente quem o estava ligando aquela hora da manhã. Porém, mal sabia ele que já passava do meio dia. Apertou ainda mais os olhos, praguejando mentalmente, aquele ruído irritante só fazia sua cabeça doer ainda mais. Não teria outra alternativa senão ir à procura do aparelho. O rapaz rolou com certa dificuldade pela cama e parou assustado ao descobrir que havia mais alguém ali. Abriu os olhos e viu a namorada adormecida.
"Amanda?" Se questionou em pensamento, tentando descobrir como ela havia parado em sua cama.
O telefone enfim parou de tocar e ele pode pensar, o que não lhe trouxe resposta alguma. Sentou-se na cama fitando a moça dormindo tranquilamente, coberta com um lençol fino até a cintura, ela usava uma de suas camisas e isso o levou a suspeitar de algo. Forçou a memória mas, a única coisa de que se lembrava era de vê-la ir embora na moto com Gustavo. Então, como ela...?
O celular voltou a tocar em um canto qualquer do quarto, e, antes que ele pudesse concluir seus pensamentos ou descobrir onde o irritante aparelho estava, Amanda acordou. A jovem abriu os olhos e se moveu preguiçosa, bocejou e esfregou os olhos com uma das mãos. Vitor ignorou completamente o celular, que ainda tocava, e se concentrou na cena que contemplava. Ao mesmo tempo ele se perguntava como ela podia ser tão encantadora? Aquela morena espreguiçando-se em sua cama era com certeza a criatura mais doce que já conheceu na vida.
O celular parou, deixando o quarto em total silêncio, a única coisa que se pode ouvir fora o suspiro de Amanda acordando enfim.
Como se estivesse tentando reconhecer o lugar em que havia acordado, os olhos dela correram pelo cômodo rapidamente, mas logo encontraram-se com os do rapaz que estava sentado à cama e a observando. Ambos não disseram nada. Amanda sentou-se também.
–Oi. - Amanda soltou sem saber o que dizer, calando-se novamente.
Vitor já não se aguentava de curiosidade, queria saber como e o por que dela estar ali. Ele ofegou ansioso, primeiro por suspeitar sobre o que poderia ter os levado a terminarem ali aonde estavam e com a expectativa de, possivelmente, ter passado a noite com ela, ao mesmo tempo que também se criticando por não conseguir lembrar de nada do que realmente tinha acontecido.
Será que tinha enfim falado com Amanda que gostava dela? Estava difícil saber.
–Oi.
Ele respondeu apenas, tentando imaginar como tirar sua dúvida sem parecer grosseiro por não saber o que houve. "Droga!" Será se tinha bebido tanto ponto de não se lembrar de nada do que disse e fez? E por que bebeu tanto assim? Sua cabeça ainda estava zonza e o corpo pesado.
–Nossa, o seu olho, ainda está um pouco inchado. - sem se dar conta, e levada pela preocupação, a moça se inclinou e levou uma das mãos a face do rapaz. - Está doendo muito?
Vitor não se conteve e deixou um sorriso se abrir em seu rosto enquanto seu olho era analisado pela moça. Aquela reação dele a fez percebeu o quão perto estavam e ela tentou afastar-se, mas Vitor a impediu de parar de acariciá-lo segurando a mão dela junto seu rosto.
Eles se entreolharam.
–Não se preocupe comigo. Quero saber se você está bem?
–Eu? Sim, estou. - confirmou mesmo sem entender exatamente o por que da pergunta.
Porém ela logo desconfiou que ele estivesse se referindo a noite anterior, o que fez com que algumas lembranças invadissem sua mente imediatamente. A jovem corou ao se recordar. Amanda retirou a mão da face de Vitor, mas não deixou de olhá-lo, se endireitou na cama.
–Tem certeza? - insistiu na intenção de fazê-la falar algo.
–Se você está falando de ontem... Olha, não tem porque fazer daquilo um problema.
Como assim? E era que estava preocupado agora. Do que ela estaria falando exatamente? Era a vez dele se questionar, até por que tanta coisa havia acontecido.
–Um problema?
Amanda apenas olhou para Vitor, mais uma vez sem entender o porque da pergunta dele.
–Você, está chateada? - a perguntou ao mesmo tempo que tentando decifrar aquele olhar sereno e tranquilo que era passado dela para ele e que não condizia com seu tom de voz triste e hesitante.
–Não.
Amanda com certeza estaria lhe escondendo algo. Vitor mirou os olhos de Amanda sobre os seus, tentando descobrir o que poderia estar por traz das palavras dela. O olhar dela para si era comum, não lhe passava expressão alguma mas, a julgar por tudo que eles tinham passado na última noite, e tudo o que podia se recordar, não seria para menos se ela estivesse chateada ou, arrependida.
–Está sim. Por tudo o que houve ontem. - afirmou mesmo sem ter certeza do que poderia ser esse "tudo".
–Agora é você quem está se preocupando de mais Vitor. - deslocando-se para a beirada da cama, Amanda levou os pés ao chão, permanecendo sentada mas, de costas para Vitor. - Eu não sou uma criança imatura, posso entender o que houve. - mentiu ela.
Na verdade, ter que tocar no assunto assim tão de repente sem dar a real chance para que ela chegassem a uma conclusão a forçou a voltar aos pensamentos que tiraram seu sonho por um bom tempo na noite anterior. Seria a hora de passar tudo a limpo então.
Por um instante Amanda vacilou mas, logo começou.
–Primeiro, independente do que a Érika fez, se eu voltei e fiquei foi por eu quis e, e por sentir que você precisava e...
–Como assim? - a pergunta saiu sem que ele pudesse pensar.
–Porque... Quando o Paulo me disse que você tinha bebido, que queria pegar o carro e ir atras de mim, eu temi ainda mais o que você podia fazer. Voltei pra ter certeza de que você ficaria bem.
–Então, você ficou aqui para me vigiar?
–Sim, posso dizer que sim. - o respondeu e continuou encarando o rapaz à frente enquanto uma dúvida surgia em si. - Você não se lembra?
–Bom, algumas coisas.
Houve um irritante momento de silêncio depois daquela resposta.
Parando melhor para relembrar a noite passada, Vitor se recordava da briga que teve com Gustavo depois da confusão armada por sua ex, lembrava de Amanda ter ido embora com ele e de que foi aí que ele perdeu o controle e praticamente se afogou em bebida.
O casal se olhou apenas, o que fez com que ressurgisse uma dúvida em Vitor.
–Tem algo mais que eu deveria me lembrar?
–Não. Nada.
Só uma conversa pra lá de reveladora e o fato de quase terem passado a noite juntos mas, se ele não se lembrava ela não iria falar, afinal nada havia acontecido, ou melhor, acontecido na hora errada. Amanda não tinha ideia de até que ponto Vitor não se lembrava do que acontecera e não iria tocar no assunto se ele não perguntasse.
Então era isso. Para Vitor nada havia mudado, tudo estava como antes, só que agora sem o fantasma de sua ex a lhe assombrar.
...
A casa, a essa hora já estaria arrumada, mas como eles haviam dispensado as empregadas tudo estava um verdadeira zona devido a bagunça que os convidados da festa fizeram.
Amanda somente vestiu a mesma roupa que usava na noite anterior, fez isso em um dos quartos de hóspedes, e Vitor se trocou em seu próprio quarto. Ao terminarem, saíram ao mesmo tempo e acabaram se encontrando no corredor. Deram alguns passos e um logo pode alcançar ao outro.
–Vitor, eu vou embora agora.
–Não. Quer dizer... Pelo menos coma alguma coisa, por que você deve estar com fome.
–Não. E não precisa. - depois de tudo o que houve, Amanda sentia que precisava "respirar" e não conseguiria se continuasse ali, perto dele. - Então, eu já vou.
–Amanda espera. Eu, queria te falar um monte de coisa. Mas antes tenho que me desculpar por, ontem. Não queria te envolver em tudo aquilo dessa maneira, aquela confusão toda com a Érika... Posso te pedir desculpas?
–Você pediu, e eu aceitei. - disse ela tranquilamente.
Vitor parou se perguntando em que momento da noite passada tal pedido havia acontecido.
–Isso antes ou depois de você decidir ficar aqui? - questionou ele encarando a moça que nada disse por um instante.
Amanda apenas soltou um leve suspiro.
–Não importa. - disse ela simplesmente. - O que importa é que tudo está... resolvido.
Será mesmo? Não era o que parecia.
Vitor estava começando a se incomodar com o fato de não se recordar do momento em que a namorada voltou e uma possível conversa houve entre eles.
–Quando foi que isso aconteceu? - perguntou desistindo de tentar lembrar ou adivinhar. - O que exatamente conversamos ontem à noite depois que você voltou?
Amanda se manteve calada por um instante e Vitor se viu sendo obrigado a insistir.
–Eu confesso Amanda, bebi de mais e não consigo lembrar do que houve, do que conversamos e, se eu falei ou fiz algo que te chateou ainda mais eu...
–Vitor. - chamou e ele parou imediatamente. - Eu pensei e, acho que nós devíamos nos casar e terminar logo com esse acordo.
Ao ouvir aquilo, Vitor não pode evitar o choque que tomou. Pelo jeito tudo tinha acabado da maneira mais errada possível.
–O que? Eu pensei que estivesse tudo "resolvido" entre a gente.
–E está. Tudo como antes, nada mudou.
A não ser por um detalhe, o que antes não passava de uma mentira entre eles, agora havia se tornado realidade. Um sentimento havia crescido em ambos. Ou não? Ele se viu em dúvida.
–Então o que houve? Por que isso agora?
–Por que é assim que tem que ser... Foi, o que combinamos.
Sim, foi sim o que combinaram mas, algo havia mudado. Dele para com ela com certeza mas, já o contrário parecia que não estava acontecendo. Vitor se manteve calado, processando não só as palavras de Amanda mas tudo o que já lhes havia acontecido até agora. E isso não podia ter vindo em pior hora.
Vitor esfregou uma das mãos no cabelo, sua expressão era de nervosismo. Sua impaciência era visível porém, tentou controlar-se.
–Amanda...
Ela sacudiu a cabeça em negação. Apesar de ter trazido aquele assunto à tona, não sentia-se com cabeça para discutir sobre aquilo agora. Ela até deu um passo na tentativa de se afastar mas Vitor a impediu de dar um segundo.
–Eu insisto, preciso saber, o que fiz ou disse pra você estar assim. sei que é por culpa minha, mas tenho que saber o porqu...
–Você disse que me amava. - respondeu num fôlego só.
Tomado de surpresa, a testa do rapaz franziu na mesma hora. Vitor vacilou nas palavras porém, nada disse.
Amanda baixou o olhar mas logo voltou a encarar o rapaz boquiaberto à sua frente.
–Bom dia pra vocês!
A saudação desconcentrou o casal que conversava.
Emily e Vinícius apareceram de mãos dadas vindo do fim do corredor e surpreendendo o outro casal ali.
–Ei Amanda!
–Ué? Emily, Vinícius? - a morena questionou ao vê-los se aproximarem. - Vocês, se acertaram?
–Exatamente.
A loira abriu um sorriso enquanto sentia seu marido se inclinar e a envolvê-la em um abraço. Os dois deram um breve beijo.
–Isso mesmo, de uma vez por todas. O Vitor não te contou?
–Não. Meio que não deu tempo. - respondeu apenas, recordando-se brevemente de como havia sido tumultuada a noite anterior. - Que bom!
–Então você também não está sabendo que nós vamos ter um bebê. - a loira completou sorrindo alegremente.
–Nossa! É sério? Parabéns! - exclamou Amanda sendo educada e passando uma empolgação que não existia em si naquele momento. - Fico muito feliz por vocês.
–Obrigada!
As duas se abraçaram.
–Meu Deus, já estou para morrer de fome. - comentou Vinícius envolvendo a mão da esposa com a sua. - Que tal todos descermos e comermos alguma coisa?
Os dois casais desceram as escadas e se dirigiram para a cozinha.
–Está com fome minha linda? - questionou chamando a atenção de Emily que conversava com Amanda.
–Sim, muita!
–Ótimo! Vem amor, senta aqui e come alguma coisa, ou melhor, muita coisa. Pois a partir de agora você tem que se alimentar muito bem, por dois. - destacou Vinícius apalpando a barriga ainda plana da esposa.
–Eu sei. - ela riu ao ver o marido virar e puxar uma cadeira para si, sentou-se. - Principalmente se ele tiver o mesmo apetite do pai.
Vinícius e mulher se acomodaram à mesa enquanto o outro casal ali permaneceu de pé. Amanda passou os olhos no namorado que até agora não havia se pronunciado de maneira alguma.
–E como foi a festa ontem? - perguntou a loira. - Chegamos e já não havia mais ninguém.
–Pelo visto terminou cedo. - comentou Vinícius apoiando os cotovelos na mesa.
–É. - Amanda apenas confirmou sem querer entrar em detalhes, nem saberia como explicar. - Gente, está tarde e eu tenho que ir. Se me dão licença, eu vou indo.
–Espera. - Vitor chamou ao vê-la se preparando para sair, a segurou pelo braço.
–Já Amanda? - Emily lamentou.
–Sim.
–E pra que a pressa cunhadinha? Fica aí.
–Estou aqui desde ontem. Tenho mesmo que mesmo que ir. - disse principalmente por ter uma mão insistente e firme agarrada a seu braço. - E preciso descansar.
–Entendo. - disse Vinícius num sorriso perverso. - Afinal, você ficou aqui a noite toda, né?!
O sorriso do rapaz foi desfeito devido a cotovelada nas costelas que levou da esposa.
–Vinícius Navarro tenha modos.
–Credo amor, você pareceu a minha mãe falando comigo assim. - disse passando um dos braços pelo ombro da esposa e levando os lábios na testa da loira.
Em seguida, marido e esposa se concentraram em uma conversa entre eles.
–Vitor, - Amanda se voltou para o namorado. - tenho que ir pra casa agora.
–Não. Nós temos que conversar. Nosso acordo... - ele baixou o tom de voz para que seu irmão e a cunhada não ouvissem. - Aquele é um assunto delicado Amanda, não podemos tratar de tudo assim.
–Eu sei mas, depois. Estou muito cansada, de verdade.
Ou talvez estivesse querendo fugir. Vitor encarou a moça mais um instante e então a soltou finalmente.
Amanda mirou o namorado, despediu-se dos de mais ali e voltou para casa. Mas ao chegar, ela não pensou duas vezes e a primeira coisa que fez foi retornar as chamadas perdidas em seu celular.
–Gustavo, você me ligou, só agora pude retornar.
–Queria saber como você estava.
–Eu é quem pergunto, você está bem?
–Estou sim. Agora eu quero saber como foi sua conversa com o Vitor.
–Não, eu e ele já nos acertamos e, está tudo resolvido.
–O que? Eu não estou acreditando.
Por que ele não aceitava Vitor de maneira nenhuma? Por que? Se questionava ela também imaginando que depois da noite anterior, aqueles dois jamais seriam amigos um dia. Sim, com certeza terminar logo essa história com Vitor era a melhor coisa a fazer, por que continuar com o Navarro a estava afastando de uma das pessoas mais importantes para ela.
–Guto por favor.
–Não vem com essa Amanda, você está caindo na lábia de um cara que é um verdadeiro idiota e eu não estou acreditando nisso.
–Por favor não fala assim.
–Como não? Você quer que eu fique só assistindo, olhando enquanto ele se aproveita de você? Enquanto vejo ele te desrespeitar?
–Não foi isso que aconteceu. Ele, me explicou que tudo não passou de um engano e...
–Você o perdoou. O perdoou porque gosta dele.
Não podia mais negar, era exatamente isso, ela gostava de Vitor e talvez tenha demorado tanto para enxergar por nunca ter sentido-se assim antes na vida.
–Sim eu, gosto dele. - afirmou sem ânimo algum e tendo um nó enorme na garganta.
–Então por que eu não consigo sentir verdade alguma nas suas palavras?
Depois de ouvir aquilo, o nó na garganta da morena apertou ainda mais, a sufocou e a deixou sem fala.
–Pra mim não importa nada do que ele disse, pra mim o que ele te fez passar ontem só reforça em mim que ele não passa de um babaca que não merece você.
Amanda se jogou no sofá da sala fitando o teto.
–Gustavo, por favor, esquece isso.
–É, - suspirou em lamento e decepção. - parece que não tem jeito. Escuta, não vou mais falar, vou deixar que decida o que é melhor.. Só o que me importa é se você tem certeza de que é isso que você quer?
A jovem forçou um sorriso fraco, ao mesmo tempo que tentava evitar pensar em ter que decidir qualquer coisa sobre o assunto.
–Eu gosto tanto de todo esse cuidado que você tem comigo.
–Você sabe que pode sempre contar comigo.
–Sei sim, obrigada, de verdade.
–No fundo, não duvido que você goste dele mas não acredito que você esteja feliz com aquele cara.
...
Deu trabalho, mas os irmãos conseguiram arrumar toda a bagunça que fora feita na mansão. Agora os dois estavam jogados no sofá da sala de estar, completamente exaustos.
–Nós nunca mais vamos fazer isso de novo. - disse Vitor sentando e apoiando os cotovelos nos joelhos.
O remédio que tomou para sua ressaca ainda não tinha feito efeito algum e parecia que não iria fazer.
–É irmãozinho. - Vinícius concordou sorrindo. - Parece que estamos ficando velhos para isso. E pra isso também. - disse apontando para o hematoma no rosto do irmão. - O que aconteceu? Fala aí, o que foi que eu perdi?
–Esquece isso. - tentou evitar tal assunto. - Não foi nada.
A conversa entre eles não prosseguiu. O telefone de Vitor tocou e ele atendeu. A chamada era de Paulo, que havia ligado para saber como o amigo estava. Depois de um conversa rápida entre os dois, Paulo desligou dizendo que passaria na casa do amigo para que pudessem conversar melhor.
Não demorou muito para que o rapaz chegasse e se reunisse a sala com os donos da casa.
–Uau! Sua cara tá péssima.
–Mesmo? Acredita que eu não havia notado?
O rapaz se desmanchou em risadas com a ironia e sarcasmo de Vitor.
–Mas me diz aí, o que foi que houve? - perguntou Vinícius querendo saber o que havia ocorrido durante o período em que esteve fora com a esposa.
–O Gustavo meteu a porrada nele depois de ter visto ele aos beijos com a Érika.
–Co-mo é que é? Com quem?
–Eu não beijei ela, foi ela quem me agarrou. - corrigiu irritado ao se lembrar do momento.
–Viu só o que deu você ter ido atras dela outro dia? - Paulo manteve-se fitando o amigo sentado ao seu lado.
–Você foi atras dela? - Vinícius questionou surpreso. - Como assim Vitor?
–Fui sim. Mas fui pra dizer a ela para parar de me procurar. Não tenho culpa se ela veio aqui e fez o que fez, droga.
–Pobre irmão. - lamentou Vinícius. - Então como está a Amanda no meio disso tudo?
–Conversamos e resolvemos tudo. Ela entendeu.
–Conversaram como se ontem você estava "trêbado"? - relembrou Paulo, duvidando de tal possibilidade.
–Não interessa, eu expliquei e ela me entendeu.
Se bem que nem ele mesmo sabia como havia sido essa tal conversa com ela.
–Tá doido! É muita confusão pra minha cabeça. - Vinícius levantou-se fazendo menção de sair. - Se precisar estarei lá em cima.
–Aonde você vai?
–Vou voltar para o quarto. Deixei a Emily dormindo. Vou ver se ela acordou.
–Então vocês voltaram?
–Sim. - respondeu se preparando para subir.
Ele assim fez. Vitor achou melhor pois agora poderia saber de Paulo pelo menos uma parte do que havia acontecido. Esperava que sim.
Certificando-se que o irmão já tinha alcançado a escadaria da casa, Vitor sentiu-se seguro para perguntar.
–Paulo, você pode me responder uma coisa?
–Claro cara, pergunta aí.
–Preciso que seja sincero. - achou melhor esclarecer.
A maneira como Vitor pediu fez com que Paulo voltasse toda a atenção para o amigo. Vitor então perguntou.
–Por que a Amanda ficou aqui em casa ontem?
–Ué, ela voltou por que a Carla pediu que ela viesse. Para ser mais específico meu amigo, por medo e preocupação. Você estava com o olho roxo, bêbado e teimando em ir até a casa da garota conversar com ela sobre o que tinha acontecido. - o rapaz listava nos dedos enquanto falava. - Sabe-se lá o que você poderia fazer e as duas piraram só de pensar.
–Tá, tá, até aí eu meio que me lembro mas, por que ela ficou aqui? Por que ela dormiu aqui?
–Que? Ela dormiu aqui? Por que?
–É isso que eu queria saber. - ele suspirou frustrado. - Não me lembro direito nem dela ter voltado, mas quando acordei ela estava n... - parou hesitando em continuar.
Paulo apenas continuou observando o amigo que parecia ter travado.
–Vai, continua.
Mas Vitor não prosseguiu.
–Começou agora termina Vitor. Ela estava...
–Na minha cama comigo. - o respondeu entredentes e arrependeu-se no instante seguinte, principalmente por ver o queixo de Paulo cair e seus olhos saltarem.
–Nããão! Você... Vitor, o que você fez cara?
–Bom, acho que nada. - deu de ombros.
–Como assim acha?
–Acontece que eu não me lembro de ter... Quer dizer, do que aconteceu depois que ela voltou e você e a Carla foram embora. - o rapaz falava com a mão no queixo, recordando-se de alguns detalhes.
–Espera, você se lembra da gente ter ido então? E depois, o que aconteceu depois? - perguntou impaciente e curioso.
–Não sei cara, lembrei disso agora. - coçou a cabeça confuso. - Ainda tá tudo misturado pra mim.
–E, você acha que possa ter rolado alguma coisa entre ela e você ontem?
–Quer saber, acho que não. Senão ela teria falado. - pensou um segundo. - Ou não?
–Ah, sei lá. Estamos falando da Amanda, né, um poço de timidez.
Os olhos do rapaz se perderam no nada.
–Ei, Vitor! - Paulo chamou pelo amigo estalando os dedos. - Você está dormindo acordado é?
–Não, eu só, estava pensando.
–Conseguiu se lembrar de mais alguma coisa?
–Não. - respondeu e continuou a pensar. - Não faz sentido Paulo, por que ela ficaria comigo?
–Minha nossa, será que vou mesmo ter que te dizer o por que? - Paulo cruzou os braços e encarou o amigo. - E não está na cara Vitor?
–Eu não acho. A Amanda nunca demonstrou sentir nada assim por mim.
–Eu insisto, estamos falando da Amanda, a pessoa mais tímida que já vi.
–Ela não é tímida com o Gustavo.
Foi obrigado a destacar tal fato, já que era notável a mudança de comportamento da jovem quando estava na presença de Gustavo, sempre sorridente, espontânea, falante. O oposto de como ela era com Vitor.
–O que...? Eu ouvi direito? Você, por acaso, está com ci... Vitor meu caro amigo, eu... - Paulo coçou a cabeça. - Estou até sem saber como te perguntar mas, isso é ciúmes, não é?
Vitor escutou e analisou a situação em que se encontrava. Sim, ele estava com ciúmes de uma garota que não era sua namorada, não de verdade.
–Eu, estou sim. - deu-se por vencido pois, claro que estava com ciúmes.
–Há, não acredito que enfim ouvi isso? - o rapaz soltou uma risada e levou a mão até o ombro de Vitor.
–Como é? - questionou com uma careta.
–Então você reconhece que está com ciúmes da Amanda e que isso só pode significar uma coisa? - deu um tempo para ele mas não ouvindo resposta, tratou de responder pelo amigo. - Está na cara Vitor, você gosta dela.
–Eu...
"Você disse que me amava."
Estava ainda surpreso por saber que tinha dito aquela frase a Amanda. De certa forma até o assustava, isso por não acreditar que diria aquelas palavras a alguém outra vez.
–Para de tentar fingir que não Vitor, por que isso?
–Porque ela quer se livrar de mim. É por isso.
–Que? Do que você tá falando cara?
–Antes dela ir, ela me disse que queria chegar ao fim do nosso acordo.
–Como no fim? - questionou mas logo desconfiou do que se tratava. - Quer dizer casar assim como vocês combinaram?
–Isso. Acho que depois do que a Érika fez, a briga que tive com o Gustavo, acho que a Amanda não vê a hora de se ver livre de tudo, de mim.
–Tenso. - tanto Paulo quanto Vitor fizeram uma pausa. - De verdade, não achei que vocês fossem mesmo chegar a tal ponto. Sempre achei que o bom senso falaria mais alto. - ele fitou o amigo, que parecia estar perdido em pensamentos. - E aí, você vai mesmo fazer isso?
Vitor pensou antes de responder.
–Não sei.
–Nossa. - Paulo suspirou em lamento diante da situação em que seu amigo se encontrava. - Sendo assim, - levou a mão ao queixo, analisando as circunstâncias. - primeiro, o que você acha que ela sente por você?
Vitor franziu o cenho para a pergunta do amigo, o encarou, pensou e o respondeu.
–Antes eu até acreditava que sim, que ela pudesse gostar de mim também mas, agora... - Vitor deixou a frase morrer de propósito. - Sinceramente? Nada.
A última conversa que teve com a morena o fez desanimar e desacreditar que pudesse surgir algo mais entre eles.
–Nada Vitor? - foi obrigado a alterar-se com aquela resposta.
–Sei lá cara. A Amanda hesita tando que me deixa sem saber.
–Engraçado mas, talvez a culpa não seja dela.
Com o gênero e temperamento de Vitor, não seria surpresa alguma a reação hesitante da jovem para com ele.
–Olha de verdade eu não sei. E depois de tanta burrada que eu fiz, não ficaria surpreso se descobrisse que ela me odeia.
–Te odeia agora, mas antes. Olha só, por diversas vezes já deu pra ver que rola um baita clima entre vocês, isso já a um bom tempo, né?!
–Confesso, eu me interesso pela Amanda, em todos os sentidos. Mas não faço ideia se ela sinta alguma coisa por mim.
–E você tem alguma dúvida? Meu Deus Vitor, tudo o quanto é mulher sempre se derreteu por você, porque com ela seria diferente.
–É isso mesmo, a Amanda é diferente.
–Mas não é de ferro. Ou você vai negar que ela sempre te correspondeu quando vocês se beijavam fingindo serem um casal?
–Atração física é uma coisa. E não tem nada a ver com o que estamos falando aqui.
–Tá, ok então, mas me diz, você também não se sentia atraído por ela no início, não é?
–Não...
–E agora você admiti que, depois desse tempo convivendo junto, descobriu que sente algo por ela.
–Sim.
–Então cara, com ela pode ter acontecido o mesmo.
–Você acha?
–Só tenho uma pergunta pra te fazer, você quer descobrir?
Paulo esperou pela resposta enquanto via o amigo ponderar.
Ouvi-la dizendo que queria terminar com o acordo o fez perder a coragem de se arriscar a prosseguir com a ideia de um relacionamento. Foi ilusão pensar que Amanda pudesse gostar de um cara como ele.
–Me precipitei sim. Quando descobri que gostava da Amanda de uma diferente da que eu acreditava, pensei que poderia ser pois a Amanda é uma garota incrível só que, talvez ela não veja qualidade alguma em mim pra isso.
–Olha só cara...
–Não. Até por que eu prometi para mim mesmo que não iria me envolver novamente depois do que houve comigo e a Érika.
–Não pira, né Vitor! Você não tá querendo comparar a Amanda com a maluca da Érika, está?
–O que eu acho é que é melhor esquecer essa história.
–Como é que é? Puxa vida, eu nunca vi alguém tão cabeça dura quanto você, sabia?
–E o que você quer que eu faça Paulo?
–Fala com ela.
–Não. Não vou levar essa história adiante. Ela está certa, tá mais do que na hora de por um fim nisso tudo.
–Mas eu ainda acho que vocês dois deviam ao menos sentar e esclarecer tudo antes d...
–Chega, não quero mais falar sobre isso.
–Não quer nem ao menos tentar? Então você vai simplesmente desistir, sem tentar?
–Sim.
–Não a acredito. - Paulo expirou frustrado. - Você é um filho da mãe cabeça dura, sabia?
–O que eu vou fazer é deixar que as coisas sejam como ela quer. Sem falar que eu também já estou cheio dessa história.
–Não pira cara, o que te impede de tentar?
–É serio Paulo, vou deixar tudo do jeito que tá e ponto. Eu me precipitei de mais achando que ela e eu...
–Pois pra mim a única coisa que falta pra vocês dois ficarem juntos é cada um admitir o que sente.
–Não é assim Paulo.
–E porque não?
Na mesma hora Vitor se pegou pensando em todo o sofrimento que Amanda passou na noite anterior. As humilhações ditas a ela por Érika, a maneira como Gustavo teve que defende-la.
–Só faço burrada e não sei como a Amanda suporta.
–Vai ver que ela já está acostumada, depois de todo esse tempo tendo que te aturar.
–É sério. Acho que, tanto ela quanto eu temos que dar um fim nisso.
Vitor estava se sentindo péssimo com a maneira que as coisas estavam seguindo entre ele e Amanda. A ideia de encerrarem o acordo ainda martelava em sua cabeça. A maneira como ela decidiu tratar a situação também o deixou irritado e, de certa forma, até o magoou. Se perguntava aonde e com ela tinha aprendido a ser tão indiferente.
Mas seria preciso encarar que este era o final de toda essa história para eles.


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Notas finais do capítulo

Ainda tem mais algumas coisinhas para fazer por aqui... Assim que der eu posto mais, ok?!
Esperem com carinho e, muuitos beijoss meuss!!!
Bye Bye
:*



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