Admito Que Te Amo escrita por a curious


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu :) para postar mais um capítulo!! Que por sinal é o maior até agora!!
Sei que tem muita gente ansiosa pelos capítulos da praia :) Maas, antes que eles partam em viagem, ainda tem algumas coisinhas para acontecer... Isso para que fique ainda mais interessante a ida deles para lá ^^
Até que emfim Thomas nos dará o ar de sua graça :) (para começar a matar a curiosidade de muita gente que desde que soube de sua existência e chegada, está querendo saber o que ele vai aprontar por aqui!!)
Maas, eu não poderia esquecer de citar três lindas flores que desabrocharam no meu jardim. Marli, Bruna Lemos e Garota dos Sonhos. Sejam muito bem vindas flores!! O capítulo de hoje é especialmente para vocês, principalmente a Garota dos Sonhos, que me deixou um recomendação pra lá de L-I-N-D-A!!!
Muito abrigada a todas pelo carinho!! Sou uma jardineira muito feliz por ter vocês comigo minhas flores queridas!!
Agora sim estão liberadas ^^



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Na tarde daquele dia, Vitor e Paulo foram a rodoviária buscar o amigo que chegara de viagem.

–E aí, como vocês estão? - cumprimentou cada um dos amigos com um aperto de mão e um abraço.

–Bem. E você parece estar melhor ainda. - Paulo brincou.

–Valeu Paulo, mas nem tanto assim.

–Qual é cara?! - ele insistiu. - Olha só pra você, tomou da mesma água que o Vitor, foi?

–Como assim?

–Gosto por academia. - explicou. - Você cresceu, hein?!

Além de estar visivelmente mais encorpado, também parecia estar um pouco mais alto do que da última vez em que se viram, deixando assim de ser o baixinho do grupo. Os cabelos loiro escuro estavam mais curtos do que costumava usar. Os olhos claros estavam agora atras de um discreto par de óculos de grau. Mesmo que agora mais maduro, ainda tinha no rosto feições meigas e infantis.

–Tirando isso, e o óculos, sua cara ainda tá a mesma. - brincou Paulo mais uma vez.

–Vamos. - Vitor chamou. - Você deve estar cansado da viagem.

–Bastante. Tenho que admitir. - levou a mão nos ombros se retorcendo e demonstrando seu cansaço.

...

No caminho, os rapazes pararam em um restaurante para comerem alguma coisa porque a hora do almoço já havia passado e ainda não tinham comido nada.

–Tem certeza que não tem problema Vitor?

–Tenho sim, eu liguei pra minha mãe avisando que não ia dar tempo de chegarmos pro almoço.

–E o que mesmo que você veio fazer na cidade? - Paulo iniciou uma conversa.

–Tô só fechando um negócio. É coisa rápida. Geralmente eu peço pro Clovis fazer isso por mim, mas como dessa vez era pra vir pra cá, eu quis aproveitar pra rever velhos amigos.

–Pois é, depois que você terminou a faculdade e teve que voltar pra cuidar da empresa do s..., é... do seu pai... - Paulo ficou sem jeito de continuar.

–Tudo bem cara, não tem problema.

–Foi mal, não queria tocar no assunto.

–Deixa pra lá.

–Você deve ter muito trabalho, nunca mais voltou aqui. - observou Vitor.

–É, não imaginei que seria assim tão difícil, mas acho que estou me saindo bem. Eu também não me imaginava tendo que fazer isso, pelo menos não tão cedo.

–E a sua mãe?

–Ela foi para a Itália desde que o meu pai morreu... Foi pra morar com a minha avó. No início ela não encarou lá muito bem o que aconteceu, já que eles cuidavam de tudo juntos.

–Nossa, imagino como ela deva ter ficado. - disse Paulo.

–Mas hoje ela está mais conformada. E eu também. - resolveu mudar o assunto. - E o que tem acontecido por aqui? Alguma novidade?

–Que tal, - Paulo começou impertinente. - o solteiro mais cobiçado da cidade estar namorando sério?

–Espera aí Vitor, é verdade?

–Pode ter certeza! - Paulo se adiantou em responder. - Você precisa conhecê-la, ela tem olhos lindos, não é Vitor?! - sorriu descaradamente.

O jovem Navarro apenas olhou de canto para o amigo.

–E como você pode ver, o Paulo não tem jeito.

–Há, essa com certeza não é uma novidade! - o loiro implicou. - Pelo visto continua o mesmo mala.

–Qual é?! Já me basta o Vitor... - foi obrigado a rir. - Sendo assim, que tal a gente ir embora? - perguntou vendo que estava em desvantagem.

–Ué, fugindo do assunto?! - o loiro cutucou.

–Não, é que tá ficando tarde. - observou ele.

Os três saíram. Paulo foi deixado em casa, enquanto Thomas e Vitor seguiram para a mansão Navarro.

Ao chegarem, logo foram recebidos por Marta. A mulher não perdeu tempo, foi logo abordando o rapaz com perguntas sobre a maneira como lidava com sua empresa. Parecia estar bastante ansiosa pela chegada dele.

E Vitor, vendo que o amigo não se importava com todo aquele questionário sobre si, deixou os dois na sala conversando.

...

–Amanda, por favor, você pode arquivar esses relatórios pra mim?... Amanda?

–Hãn?... A sim, deixa aqui que eu faço.

–Tá tudo bem?

Reparou na olhar ainda vago da morena.

–Sim. Pode deixar tudo aí, agora eu estou à toa mesmo.

–Não, esquece, você já tem os seus problemas e eu aqui te trazendo mais.

–Que isso Leda, já falei, eu faço pra você.

–Tem certeza mesmo?

–Sim sua boba. Estou mesmo precisando distrair um pouco a minha cabeça.

–Então tá. Valeu Amanda, você salvou a minha vida, de novo. Te devo mais uma. - sorriu e se despediu dela.

Ainda estava perdida imaginando numa maneira de ajudá-lo. Sentia que precisava fazer isso. O problema todo era conseguir fazer com que ele dissesse o que estava acontecendo. Descobrir era impossível, ele não falaria com ninguém.

Sentiu a cabeça dar um verdadeiro nó de tanto pensar.

Desistiu por um instante, focando no favor que prometeu a colega.

E só então se deu conta da enorme pilha de papéis à sua frente. Respirou fundo e achou melhor começar logo, caso contrário, não terminaria nunca.

...

Marta não fez outra coisa depois que Thomas chegou, senão encher o rapaz de perguntas sobre sua vinda à cidade e sobre como ele administrava a empresa. Estava impressionada com o interesse e a competência do rapaz com tão pouca idade. Era essa atitude e interesse que queria dos filhos, ou pelo menos de um deles.

Quando voltou, viu que o amigo ainda estava sendo incessantemente interrogado. Achou melhor socorre-lo.

–Mãe, por favor, dá um tempo. O Thomas tá cansado.

–Meu filho nós estamos conversando. - retrucou quanto a cobrança do filho.

–Tudo bem Vitor, é sério.

–Mesmo assim. Sobe, toma um banho e descansa um pouco. Depois vocês continuam a conversa.

–Venha Thomas, - a senhora levantou-se do sofá - Eu te acompanho para te mostrar onde será seu quarto. - fez sinal para que ele a seguisse.

–Tchau pra vocês, eu tô indo pra faculdade. - despediu-se e saiu.

...

Chegando em casa, Emily foi direto para o quarto à procura do marido, que parecia não estar em casa. Deixou suas coisa por lá e desceu para a sala de estar onde encontrou a cunhada sentada no sofá lendo.

–Kim. - chamou pela menina entretida.

–Oi Emily, não sabia que você já tinha chegado.

–Agora pouco. Você viu o Vinícius?- perguntou tentando parecer despretensiosa.

–Acho que ele saiu. - respondeu incerta.

–E ele disse aonde ia? - sentou-se ao lado dela.

–Não. Mas por que você não liga pra ele? - sugeriu inocente.

–Não, deixa. - levantou-se. - Já está na hora do jantar, ele deve estar chegando.

Decidiu voltar para o quarto e espera-lo lá. Subiu.

Já em seu quarto, sentou-se na cama e ligou a televisão na tentativa de se distrair. Funcionou no início mas, decidiu que queria saber onde o marido estava e ligou para o celular dele. Tentou duas vezes e nas duas tentativas o telefone chamou até cair na caixa postal. Levantou-se e em menos de um segundo depois, ouviu a maçaneta da porta sendo torcida. E ele entrou no quarto.

–Passei na loja pra ver se você ainda estava lá mas, você já havia saído. - aproximou-se da esposa para cumprimentá-la com um beijo. - Você chegou agora?

–Sim, só deu tempo de tomar um banho. Por que você você não me ligou para avisar que iria passar na loja? Eu teria te esperado.

–Sei lá, imaginei que fosse te encontrar por lá ainda. - largou-se dela. - Geralmente nesse horário você ainda está na loja.

Ela pode notar um certo incomodo nas palavras do marido, porém ignorou.

–Você, estava aonde mesmo?

–No mesmo lugar sempre. - retirou a camisa que usava, jogando sobre a cama. - Com o Jordan, o Matheus. - sentou-se para poder retirar os sapatos. - Pra conversar, beber...

–Tinha que ser com eles?

–Eu não entendi. - parou o que fazia olhando para a esposa.

Emily, assim como os pais do rapaz, também queira que Vinícius entrasse na empresa do pai ou arrumasse qualquer outro emprego, o que nunca aconteceu.

Ela e todos haviam deixado isso de lado, mas esse fato sempre a incomodou. E para piorar, Vinícius adorava sair com os amigos riquinhos que não pensavam em fazer nada da vida a não ser torrar a fortuna que tinham.

–Vinícius você sabe o que eu acho de você sair com esses amigos...

–Solteiros. - completou entediado, guiando-se para o banheiro do quarto.

–Não é só isso. Eu só acho que...

–Não Emily, a gente já conversou sobre isso. - parou. - Não tem nada ver.

–Você sabe que não é só isso Vinícius. - tento insistir.

–Emily, eu quero tomar banho? - pediu parado no meio do caminho. - Por favor.

–Eu quero conversa com você. - foi até ele. - Tudo bem, não ligo que você saía com os seus amigos...

–Você está assim pelo que aconteceu ontem, não é? Eu sei, devia ter te avisado que ia sair, que iria chegar tarde. - cortou tentando encerrar o assunto.

–É devia.

–Está bem, mas podemos falar sobre isso depois? - questionou mais uma vez.

–Você está tentando fugir do assunto. - alegou.

–Meu banho. - apontou para a porta. - Posso?

–Vê se não demora. - deu-lhe às costas antes que se irritasse com ele. - Você sabe como a sua mãe fica quando alguém se atrasa pra qualquer coisa nessa casa. - disse já abrindo a porta e o deixando sozinho no quarto.

...

O hóspede tomou um longo banho quente e deitou-se na cama a fim de relaxar. A viagem havia sido mais cansativa do que imaginou que seria.

Permaneceu ali por alguns minutos.

Olhou para o relógio e vendo que a hora que a dona da casa tinha marcado para o jantar havia chegado, levantou-se e saiu.

Saiu deparando-se com uma loira distraída e esbelta que vinha pelo corredor.

–Emily? - perguntou ao mesmo tempo que afirmando.

–Sou eu. - parou olhando para o rapaz de sorriso amistoso que chamou por seu nome. - E você...

–Eu sou Thomas, amigo do Vitor.

–Ah sim. - continuou até se aproximar dele. - Agora me lembrei que ele tinha falado que um amigo viria passar um dias aqui.

–Isso mesmo, sou eu.

–É um prazer te conhecer Thomas. - estendeu a mão para ele que também a cumprimentou. - Mas, confesso que estou um pouco envergonhada por que eu não me lembro de você. - sorriu sem graça. - E já você até sabe o meu nome...

Ela realmente não se lembrava de já tê-lo visto antes.

–Tudo bem. - achou graça. - Mas me lembro de você da época que você e o Vinícius ainda namoravam. - olhou discretamente para a aliança na mão esquerda dela. - Eu e o Vitor sempre fomos amigos, porém eu vinha poucas vezes à casa dele. Os dois nunca foram de saírem juntos, acho que por isso que não chegamos a nos conhecer antes. - sorriu mais uma vez para a loira.

–A, sim. Fico mais aliviada então. Iria me sentir super mal se cometesse uma indelicadeza dessas com alguém.

Parou por um instante fitando a loira que sorriu educada.

Era o mesmo sorriso simpático e sincero, o mesmo físico magro e delicado, o mesmo olhar doce e brilhante de que se lembrava.

–Você não mudou nada. - comentou enquanto a observava.

–A... Talvez... Pode ser. - ainda estava sem graça com isso.

–Ué, Thomas, não sabia que você já tinha chegado. - Vinícius apareceu vindo pelo corredor.

–Não tem muito tempo.

–Tudo bem cara, como você tá? - aproximou-se cumprimentando-o e logo depois passando uma das mãos pela cintura da esposa. - Você já conhecia a Emily, não é?

–Mais ou menos. Nós só nos conhecemos agora. Mas eu sabia que ela era sua namorada.

–Esposa. - corrigiu em meio a sorrisos.

–Sim, eu fiquei sabendo. Meus parabéns muito atrasado.

–Rapazes, que tal descermos, porque a sua mãe deve estar esperando a gente. - virou-se para o marido.

–Claro, estou morrendo de fome. - comentou Vinícius levando a mão ao estômago.

...

Na faculdade...

–E a Amanda? - perguntou ao notar a ausência da morena.

–Tá na biblioteca eu acho.

–Que bom, assim nos vamos poder conversar.

–Sobre? - perguntou não entendendo o tom com que Paulo havia falado.

–O seu comportamento meu amigo. - sentou-se apoiando o tornozelo no joelho da perna oposta e cruzando os braços.

–Como assim Paulo? Eu não tô entendendo nada. - odiava rodeios.

–A Amanda e eu também não entendemos o que foi que deu em você ontem. - esperou que ele se lembrasse. - O por que de tanto mal humor.

–É isso?... - sentou-se ao lado.

–É cara.

–Não foi nada. - respondeu com descaso.

–Você anda estranho. Não tenta negar.

–Quer falar sobre isso? Qual é Paulo?! - sacudiu a cabeça com desdém. - Você sabe, eu sou assim com todo mundo. - ainda não estava o levando a sério.

–Sim você é. Só que eu estou acostumado com o seu jeito rabugento de ser, mas a Amanda não.

–Como assim? - virou-se para ele prestando mais atenção. - O que você quer dizer com isso?

–Você bem que podia ser mais simpático com ela, já que vocês estão fingindo serem um casal. A Amanda é uma garota legal e...

–Eu sei disso. - ficou sério.

–Então por que você não pega leve?

–Eu não tratei ela mal.

–Ela não me disse o que foi, mas pela cara dela Vitor, nem precisava. Seja lá qual foi o assunto, você deve ter sido muito gentil. - ironizou.

–Quer parar Paulo, você nem sabe o que aconteceu.

–Então me fala.

–Só que, não... Ela e eu nem chegamos a conversar. - lembrou-se do momento em que o amigo os interrompeu.

–Bom, sendo assim, você podia falar com a Amanda, pra que ela saiba que não precisa perder o tempo dela se preocupando e que está tudo bem com você.

–Comigo? - encarou o amigo sem entender.

Do que mesmo que estavam falando? Mas o assunto não era outro? Vitor se questionava. Estava tão surpreso que nem sequer conseguiu falar. E antes que as palavras saíssem de sua boca.

–Isso mesmo. - encarou o amigo de volta. - Ela estava preocupada com você. - tentou ser o mais claro possível.

–Mas... - começou incerto.

–E estava com razão, por que eu também notei que você não estava bem e que tinha alguma coisa te incomodando. Alguma coisa fazendo o seu humor ficar pior do que costuma ser. - afirmou.

Foi então que a ficha dele caiu. Agora sabia o que era. Ficou surpreso por saber que Amanda tinha notado, nem sequer havia se dado conta de que tinha mudado seu comportamento tanto assim.

Mas já tinha decidido que aquele assunto não era nada de mais e por isso não falaria nada com ninguém, nem mesmo com Paulo. Tudo aquilo era passado e deixaria no passado.

–Não acha que está exagerando? - encostou as costas no apoio do banco em que estava sentado. - Você me conhece, sabe como eu sou. - soltou indiferente.

–Quer dizer que não foi nada? - perguntou num tom de ironia.

–Claro que não, esquece isso. - não queria mais falar sobre o assunto.

–Sendo assim, você devia avisar pra Amanda que não era nada, e que é tudo culpa sua mesmo. - fez questão de alfinetá-lo.

Parou voltando os olhos para o amigo. Na hora quis protestar quanto ao comentário de Paulo, mas deixou esses pensamentos de lado para focar em outros.

Voltou-se para seus pensamentos.

Vitor estava ainda pensativo com as palavras de Paulo. Tentava se concentrar. Não imaginava que Amanda tivesse se sensibilizado ou se importado assim com seu estado. Não queria e nem achava necessário que ela se preocupasse assim com ele. E conversaria com ela.

...

Na mansão Navarro...

Entrou no quarto e ficou a espera da esposa que ainda estava no banho. Minutos depois, Emily saiu, deparando-se com Vinícius em pé olhando pela janela.

–Pensei que estivesse lá embaixo. - a moça cometeu.

–Eu queria falar com você. - virou-se para ela.

–Agora você quer conversar? - passou por ele tentando evitá-lo.

–Emily, me desculpa, eu não quis discutir com você.

–Você sabe que a culpa foi sua não sabe? - não iria se render as chantagens emocionas do marido. - Tem noção disso não tem?

–Por favor, não vamos começar tudo de novo. Nós vamos sair com o pessoal esse final de semana e eu não quero que esteja esse clima ruim entre a gente. - abraçou a esposa pelas costas. - Vai, me desculpa.

–Acontece que não podemos fingir que não está acontecendo nada. - afirmou ainda séria.

–Pra que isso hein? Isso tudo é ciúmes?

–Não. Já te falei que não ligo de você sair com os seus amigos. - deu de ombros.

–Eu sei Emily. - soltou-se da cintura dela. - Então, será que podemos isso pra depois?

Emily olhou para ele com dúvida.

–Se você me prometer que vamos resolver tudo quando voltarmos, eu aceito o seu pedido de desculpas. - concordou a contragosto.

–Claro minha linda! - acariciou o rosto da esposa. - Prometo tudo que você quiser.

Emily sabia que sua atitude de deixar o assunto de lado podia estar piorando as coisas, por isso, desta vez não iria voltar atrás e abrir mão de chamar Vinícius para terem uma conversa franca assim que voltassem da viagem. Aproveitaria o fato dele ter prometido a ela.

...

Mais à noite...

Chegando à casa de Amanda, Vitor parou o carro e antes que ela saltasse do veículo.

–Amanda. - chamou ao vê-la retirar o sinto.

–Sim.

–É, sobre o que aconteceu... O Paulo me falou que você e ele chegaram a conversar e que você pareceu preocupada com a minha atitude, mas...

Ela apenas ouviu, queria saber o que ele tinha para dizer.

–Não era nada, - ele continuou. - Você não precisava e nem precisa se preocupar.

–Eu já imaginava que você não falaria. - desviou o olhar.

Ele ficou surpreso com as palavras dela. E ela, por sua vez, viu suas esperanças serem completamente eliminadas com aquelas palavras. Mas ainda não tinha desistido. Pensava ter achado uma saída.

–Mas, - a moça continuou. - É que nós estamos nessa situação toda, e eu achei que, eu pensei que... - vacilou em continuar e ele se manteve atento as palavras dela. - Que poderíamos ser amigos. - soltou meio que num desabafo.

Ficaram ali olhando um para o outro. O silêncio se estabeleceu entre eles. Ela esperava uma resposta e ele sabia o que dizer.

–Eu posso ser sincero com você? - se manteve sério como sempre.

–Sim. - respondeu incerta.

–Nós não vamos ser amigos Amanda. - disse a ela secamente. - Nem agora nem depois que tudo isso passar.

Ela se calou. Estava tentando processar aquelas palavras, aquelas duras palavras.

No início, não entendeu o por que das palavras dele, que lhe pareceram cruéis de mais. Só que isso já não era uma novidade para ela.

Decidiu apenas aceitar, já que essa era a escolha dele. Assim como tudo o que estava acontecendo até agora.

–Já entendi. - ela abriu a porta.

–Por favor, não me leve a mal. - iniciou antes que ela saísse.

Ela apenas parou para ouvir o que Vitor ainda tinha para dizer.

–Mas como você mesma disse, é a situação em que a gente está. - tentou explicar-se melhor.

–Entendi. - ela deu-lhe as costas e saiu.

Ficou ali até que ela entrasse em casa e permaneceu ali por mais algum tempo.

Por que isso? Era para tudo ser rápido e prático. Eles iriam se passar por namorados, casarem e depois cada um seguiria sua vida. Pensou ele esfregando as mãos no rosto tenso.

Mas por que ultimamente tudo estava assim, envolto em empatia e sentimentos? Aquilo tudo era desnecessário. Não devia acontecer.

A maneira como as coisas estavam seguindo começava a irritá-lo. Porém, ultimamente tudo o irritava e o deixava assim, sem conseguir se concentrar na hora de falar ou tomar decisões.

Sentiu o corpo todo ficar tenso e pesado. Estresse e exaustão. Mas sabia qual a melhor maneira para fazer isso passar.

Decidiu ir direto para o bar, qualquer bar. Precisava beber alguma coisa.

Seguiu até um bar na periferia da cidade. Um lugar pequeno em uma rua mal iluminada. Entrou. O lugar estava quase vazio, as poucas pessoa ali estavam pelos cantos ou debruçadas no balcão. Uns falavam alto, outros murmuravam palavras, enquanto dava para ver um ou dois já inconscientes. Bebida pelo chão e fumaça pelo ar.

Mas não lhe importava o lugar ou as pessoas que estavam ali, só o que queria era poder beber em paz. Entorpecer a cabeça com álcool.

Sentou em um lugar vago, um banco a beira do balcão. Pediu uma dose dupla e assim que seu pedido lhe foi entregue, segurou o copo e o fitou pensativo.

Afinal, o que estava fazendo? Parou ele se perguntando. E, por que?

–Droga. - esbravejou para si.

Não era possível. Estava fazendo tudo outra vez. Por ela outra vez, concluiu envergonhado. Ela era mais uma vez o motivo de suas burrices cometidas.

Pensava já tê-la esquecido e aqui estava ele, a um passo de cometer o mesmo erro da última vez e não queria fazer isso, tinha se prometido que não faria. Ainda mais se fosse por culpa da mesma pessoa. Levantou-se.

Pagou ao garçom , deixou o copo de lado saindo dali e voltando para casa.

Dirigiu sem pressa.

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Fariam dois meses que eles haviam terminado, e mesmo que tudo tivesse acontecido como aconteceu, não conseguia deixar de pensar nela.

Mas tinha que aceitar que tinha acabado e esquecê-la era o melhor a fazer, principalmente pela maneira como tudo havia terminado entre eles. O problema era que não estava sendo tão fácil.

Ele nunca imaginou que pudesse gostar de alguém assim. De verdade. O que nunca havia acontecido antes. E agora estava sofrendo.

Não conseguia evitar mesmo sabendo que não valia à pena.

Tinha mudado, agora era uma outra pessoa praticamente, seus amigos nem o reconheciam, só que havia mudado pela pessoa errada.

E agora, depois de dois meses longe dela, decidiu que não queria mais se envolver com mais ninguém. Tinha feito isso uma vez, saído com o coração quebrado e magoado. Não iria cometer o mesmo erro novamente.

_____________________________

...

Ao chegar, estacionou o carro na garagem da casa.

Não saiu do veículo. Inclinou a cabeça para traz apoiando-se no banco do carro. Estava claramente esgotado.

Criticando-se pelo que havia feito com ela. Se arrependeu, não devia ter falado daquele jeito com Amanda. Mas no fundo era assim que se sentia e encarava a situação em que se encontravam. E mais, queria que tudo acontecesse o mais rápido possível, para que pudessem se livrar de tudo aquilo antes que se tornasse um fardo insuportável para os dois.

Só falou daquele jeito porque queria que Amanda entendesse. O problema foi que não soube como fazer da melhor maneira.

Nem mesmo sabia se queria mais seguir em frente com aquela ideia maluca. Talvez fosse melhor terminar com tudo isso e livrar Amanda dele mesmo.

Subiu indo direto para o quarto e tomando um longo banho frio como de costume. Só queria que aquele dia acabasse.


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Notas finais do capítulo

Eu não vou nem falar na-da... Deixo a palavra com vocês...
Então, qual o veredito??



:) Beijinhoss!!



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