Luar De Prata escrita por All Black


Capítulo 7
Justiceira




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– Juro perante Eddard Brave, comandante da Confederação Bala de Prata, ser leal a CBL, defender das trevas todos da minha espécie. Eu Melody Arrow, agora Caçadora de Lobisomens. Sou a... – a garota fez uma pausa. Ainda não havia pensado em um codinome a ser usado. Todos tinham um, apesar de só ser revelado em batalha. - ... A Arma Justiceira.

A cerimônia seguiu com os juramentos de Saarah Hummel e Christian Jackson, respectivamente. Por fim, Eddard Brave proferiu as palavras finais.

– Cumprimentem os novos caçadores.

Os aplausos ecoaram em todo o auditório, apesar de nem um décimo dos mil assentos estarem ocupados. No palco, o comandante Eddard Brave conferiu aos novos caçadores os broches de caçadores – iguais ao dele, exceto que ao invés de diamantes, havia brilhantes – bem como as adagas padrão da confederação – lâmina de prata fina e afiada, cabo cúbico e acolchoado em couro branco.

A solenidade então chegou ao fim. Todos os presentes deixaram o auditório, salvo os caçadores.

A pedido de John, uma reunião foi convocada. Todos os integrantes do conselho se dirigiram para a sala de assembléias e acomodaram-se em assentos ao redor da mesa redonda.

A trindade da morte não estava complacente, Eddard sentou-se na cadeira mais extrema da sala como de costume, John estava mais próximo de Saarah e Christian, talvez tentando algum sufrágio e Richard permaneceu isolado próximo à porta.

– Vê aquela garota esquisitona? Já está puxando o saco do comandante.

– Não fala assim da garota, Chris, nem conhece ela – as palavras de Saarah não foram muito em defesa de Melody, mas sim o discurso pronto de uma garota educada de classe média.

A jovem Mel havia se sentado ao lado do comandante Brave, vez ou outra um cochicho. Bem, ela nunca tinha se enturmado com os outros adolescentes que partilhavam o prédio, ao contrário dos outros e na reunião, o único que já tinha dado alguma atenção a ela era Eddard.

– Saudações, caçadores – John cumprimentou e todos acenaram com a cabeça em resposta – Congratulo-os por seu feito. É uma gran...

– Sem mais delongas, John. Creio eu que os novos confederados da CBL estejam cansados – Edd disse.

– Oh! Sim. Vamos lá. Pude constatar em minhas observações que a noite está caindo mais cedo, ou seja, as noites estão se tornando maiores. E não é só isso, a sequência de noites de lua cheia se estendeu a mais uma noite. Temo que em um futuro próximo o dia não existirá mais, e nem noites com luas, a não ser a cheia.

– Por favor, John, não acha que está exagerando – Richard permitiu-se dizer.

– Estou sendo realista, apenas.

– Explique melhor – pediu o comandante Brave.

– Alguma força está interferindo no curso natural da lua. Alguma coisa poderosa. Talvez... Aquele que possuiu a moça, Catherine Page – John deu um olhar insolente a Eddard.

– É uma hipótese a considerar. Mas precisamos mais que um “talvez” para condenar. Se houver algo de sobrenatural, creio eu que descobriremos mais rápido que imaginamos. – Eddard falou pausadamente enquanto todas as atenções estavam voltadas a ele.

– E como será tratado o caso da Srta. Page? Ela já era uma ameaça mesmo antes de ser possuída por forças das trevas.

– Esse era um dos assuntos que eu iria abordar, Richard. A partir de amanhã, com a lua mudando de fase, teremos uma trégua nas transformações. Possuímos um laboratório ao qual o pai de Melody, Senhor Brian Arrow, poderá tentar algumas experiências com o DNA de Catherine. – explicou o comandante.

A Srta. Headshot, a Justiceira Prateada e por um momento, uma acanhada menina quando citada na fala do seu superior. Ela podia ser talentosa com armas, uma assassina prodigiosa, mas não deixava de ser uma tímida garota de dezesseis anos. Tinha certo receio a muitas atenções voltadas a ela e no momento, sua vontade era entrar debaixo da mesa.

– Tenho planos para essa noite. – Eddard continuou – Iremos atrás de qualquer coisa que possa ter se apoderado de Catherine. Não quero nenhuma objeção. Melody irá me acompanhar. Se assim quiserem, formem duplas também. Estejam prontos ao cair da noite. Dispensados.

Nenhuma palavra foi acrescentada. Saarah e Christian se dirigiram aos seus devidos dormitórios. Richard ficou de vigília na Olhos da Águia e John deu uma de suas usuais “sumidas”.

– Descanse garota. – só restava na sala Mel e Eddard – preciso de você bem atenta hoje a noite.

– Irei. Mas tem algo que o senhor deveria saber.

– Estou a ouvir.

– Na noite passada, quando eu estava na cidade, dois lobisomens tentaram me atacar. Matei um com a pistola. Tentei usar a espada para abater o outro, mas não tive suficiente pericia para tal. Acabei por tropeçar... – Edd escutava atenciosamente – O que aconteceu foi que surgiu um homem das sombras e me salvou. Não posso descrevê-lo, estava escuro e não vi quase nada.

Um longo silêncio se fez e por fim Eddard Brave falou.

– Desculpe, tive de pensar por um momento. Teremos que encontrar esse homem. Ele pode ter respostas para nossas indagações... ou não, mas mesmo assim, precisamos encontrá-lo.

– Se me permite, irei dormir.

– Sim, descanse.

A noite não demorou a chegar. Todos se encontravam no primeiro piso nos preparativos finais. Eddard acomodava um rifle de franco-atirador no porta-malas do Mustang, enquanto sua parceira de caçada recolhia mais alguns pentes para sua pistola. Os outros, John, Richard, Saarah, Christian, faziam tarefas semelhantes, preparando o poderio bélico para a noite.

O comandante deu apenas uma ordem: Matem quantos puderem.


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