Infiltradas escrita por Matheus


Capítulo 9
A Última esperança




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Acordei em uma cela. Mas não era uma cela comum, as suas paredes e a grade eram de madeira. Não havia nenhuma água para dobrar e a grade era muito espessa. Sentei no fundo, desesperançada. Oque teriam feito com a minha mãe? Maldito Kozu, quando estava tudo solucionado, quando finalmente fiquei junto de minha mãe, novamente, ele aparece. Minha última esperança acabou. Acordei das reflexões ao ouvir vozes.

-Ei, você não pode entrar...

BAM! –Uma pancada de som metálico e então passos pelo corredor. Então entra, no campo de visão de minha cela, Lyko, com uma barra de metal e as chaves. Enganei-me, a minha última esperança estava ali e voltou para me salvar.

-Lyko!

-Você não viveria sem mim – Disse ele abrindo a grade na terceira chave.

Saltei para fora da cela e nos beijamos.

-Vamos lá, antes que o guarda acorde. – Disse ele.

-Espera! – Respondi. – Minha mãe foi pega também, vamos olhar as outras celas.

Corri até o fundo do corredor olhando cada cela, a maioria com pessoas do reina da terra mas em nenhuma estava minha mãe.

-Ela não tá? – Disse Lyko ao ver minha expressão. – Nós podemos olhar no caderno onde anotam os detentos da cidade... Vem.

Ele pegou na minha mão e fomos até a entrada, onde estava o guarda caído. Numa mesa estava um caderno com o sugestivo nome de “Detentos da Cidade”. O abrimos e analisamos juntos.

-Aqui está você – Disse Lyko, apontando o nome “Zilá” na lista. – O nome da sua mãe devia estar por perto.

-Lyko olha... – Eu disse, também apontando um nome: Kozu. Nos olhamos.

-Parece que Kozu não era um caça recompensas muito honesto. – Disse Lyko.

-Mas ele não deveria estar aqui?

-Não, essas celas de madeira não servem para dobradores de fogo.

-Mas e a minha mãe? Por que ela não está aqui? Ela não é dobradora de...

Parei de falar, pois algo chamou a atenção de Lyko. Dois guardas apareceram na porta, olharam o colega caído e depois para nós. Um correu, o outro se impôs.

-Volte para sua cela! – Ele disse, jogando fogo contra mim.

Eu me abaixei e Lyko o empurrou para a cela ao lado e trancou. Então corremos para fora, quando o guarda se levantou, jogou fogo pela grade que por pouco não nos acertou.

Lá fora nos deparamos com três guardas que corriam até nós, o que havia corrido antes e mais duas mulheres.

-Aqui, água. – Disse Lyko, tirando a tampa de um barriu que estava encostado na parede.

Dois atacaram Lyko, que havia puxado sua espada. A outra mulher veio até mim com uma espada, e então eu dobrei a água do barriu e congelei na cabeça dela, que caiu para trás. Lyko tinha muita habilidade, mas estava com dificuldade para lutar com dois. Ele foi andando para trás até encostar-se à base da estátua, que era um tanto alta. Com a dobra de água dei rasteira em um, e Lyko, aproveitando a distração do outro, subiu na plataforma. O guarda também subiu e os dois lutavam de espada, em baixo da gigantesca estátua.  Alguns moradores assistiam a luta, e torciam como se fosse um espetáculo.

A guarda que derrubei levantou-se, e com um chute lançou fogo em mim, e me defendi, formando um escudo com a água que carregava. Ela lançou fogo mais duas vezes e nas duas me defendi da mesma forma. Novamente a derrubei com rasteira de água e em seguida ergui toda a água acima dela e formei várias estacas de gelo. Sempre via os garotos, na tribo da água, fazendo esses movimentos, e eu treinava escondida. Deixei as estacas no ar, apontadas para a guarda, no chão, que as olhava com medo, e então olhou para mim. Ela era só uma guarda cumprindo seu serviço, se fincasse as estacas nela ela morreria, eu não podia fazer isso. Converti as estacas em água líquida e prendi as pernas dela, congelando novamente e a deixando sem poder caminhar.

Corri de perto dela antes que lançasse mais fogo, apesar de ela não ter feito isso. Lyko e o guarda lutavam acirradamente, o guarda parecia não ser dobrador e Lyko estava dando conta. Os dois batem a espada e seguram com força, cada um empurrando de um lado. A espada do guarda foi se aproximando de Lyko e ele foi dobrando o braço e cedendo. Mas, tomando uma posição mais estável, Lyko consegue empurrar mais forte que o guarda, as espadas se raspam e a espada de Lyko escapa, acertando o braço do guarda.

Corri até lá em cima e fiquei ao lado de lyko, segurando no braço dele. Olhávamos, juntos, o guarda caído que segurava o braço ensanguentado. O primeiro guarda que Lyko havia derrubado, na prisão, e a moça que eu tinha congelado a cara, vinham em nossa direção.

-Vamos – Disse Lyko, corremos em direção à saída da cidade.

-Espera, precisamos falar com Kozu!

-Por aqui então!

Lyko cortou minha frente e seguimos por entre as casas até perder os guardas de vista. Depois de algumas voltas, chegamos onde Lyko achava estar Kozu.

-Segundo o livro de detentos, ele está aqui. – Disse ele. – Como vamos passar pelos guardas?

Combinamos, rapidamente, e entramos. Na entrada estava um senhor gordo.

-E pra vocês? – Disse ele.

-Precisamos falar com alguém. – Disse eu.

-Não é horário de visitação.

Lyko tirou a espada e colocou no pescoço dele.

-Precisamos falar com alguém – Repetiu ele, sério. – Kayla, pegue as chaves.

Fui até o guarda, que estava imóvel, e peguei o molho de chaves que estava no seu cinto.

-Agora procure por algemas. –Disse Lyko.

Procurei pelas estantes, e gavetas, uma delas estava chaveada. Peguei diretamente a menor chave do molho para abri-la. Em cheio, lá estavam as algemas. Sem que Lyko tivesse que explicar, prendi as mãos do guarda. Lyko o conduziu pelo braço até uma cela e eu a fechei.

-Mas eu nem sou dobrador! – Disse o guarda.

-Desculpe, a gente não pode correr o risco. É por uma boa causa. –Eu disse.

Olhei cela por cela, novamente e na última estava Kozu. Ele estava no fundo, com as mãos presas e cabeça abaixada. Ergueu a cabeça e sorriu, divertindo-se, ao me ver.

-Zilá... – Disse ele. – Você fugiu?  Além de sobreviver àquela queda e ao galpão... você é invencível em garota. Ah, seu namorado está de volta!

Percebi que Lyko havia aparecido atrás de mim.

- Aquela que estava com você era sua mãe não é? – Continuou ele. – Nós fizemos ela falar.

Ele sorriu maldosamente e a raiva fluiu em mim. Bati na grade e falei.

-Kozu, onde está a minha mãe?

...

Eu e Lyko estávamos de frente um para ou outro, em cima de uma colina. O sol do entardecer banhava a paisagem e deixava tudo alaranjado, inclusive o rosto de Lyko, que sorria pra mim, assim como eu sorria para ele.

-Oque te fez voltar atrás? –Eu perguntei.

-Um conselho de um senhor com quem eu tomei chá. Era algo como a força do amor e o perdão. Era Iroh o nome dele...

“Coincidência interessante” – Eu pensei.

Ele olhou para mim, colocou meu cabelo por trás da orelha e disse:

-Kayla, nós tentamos fazer isso do meu jeito e acabou não dando muito certo... Você fugiu né. – Riu ele.

-Você também fugiu! Haha!

-É, mas graças a isso nos conhecemos realmente, e eu vi como você é incrível e como não poderia viver sem você.

Do bolso ele tirou um típico colar de casamento da tribo da água.

-Lyko...!

-Então eu resolvi fazer do seu jeito. Kayla, você quer casar comigo?

-É claro que eu quero!

Eu o abracei e nos beijamos apaixonadamente. Apesar de tudo, naquele momento eu estava feliz.

Fim.


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