Infiltradas escrita por Matheus


Capítulo 5
O Galpão Em Chamas




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Na manha seguinte, acordei antes de Lyko. Agora eu percebia que havíamos deixado nossos cavalos-avestruzes pra trás, provavelmente os teriam roubado... Lyko dormia no saco de dormir, fui acorda-lo.

-Lyko...

Ele se virou, ainda dormindo.

Lyko acorda! – Eu o cutuquei, mas nem assim quis acordar.

Ao seu lado estava um saco de couro, pensei em pegar a bússola que ele trouxera, para me localizar. Ao procurar por ela, no saco, me deparo com um mapa. Examinando-o vejo que estávamos perto de outro vilarejo, um pouco menor do que o anterior. E mais adiante, estava o destino final, a cidade da fonte do fogo. Eu deixei uma carta para minha mãe, para nos encontrarmos lá. Por algum motivo não confiei o bastante em Lyko para lhe contar isso, mas estava disposta a conta-lo.

Resolvi ir até a vila comprar algo para o café da manha. Peguei minha bolsa com dinheiro e objetos importantes, a bússola, o mapa e parti. Era uma manha bonita e ensolarada, atravessei uma floresta de árvores incrivelmente altas antes de chegar á vila. Chegando lá vi como realmente era pequena, povoada por trabalhadores que passavam ocasionalmente. Fui até uma barraca onde eram vendidas frutas, grãos, legumes e peixes e comprei alguns alimentos. No meio do vilarejo havia um poço, fui até ele para pegar um pouco de água. Como me esqueci de levar o cantil, teria de levar a água até a barraca, com um balde dali, e trazer de volta.

Ao me aproximar do poço notei que a corda para puxar o balde estava rompida, e olhando dentro, vi que no fundo dele estava o balde com um pedaço da corda. Olhei para os lados, parecia não haver ninguém ali que pudesse notar se eu usasse dobra d’água para erguer o balde. Então eu comecei a dobrar, discretamente, a água abaixo do balde, como um redemoinho que foi o erguendo. Ergui o balde, cheio de água, até onde pude alcança-lo. E então, eu olhei para os lados.

Todos estavam ocupados com seus afazeres.

-Você... –Disse uma voz atrás de mim.

Virei-me e me deparei com uma senhora, que continuou:

-Você estava dobrando água?

Atrás dela, um senhor que ouviu oque ela disse, larga o saco de batatas que carregava, aponta pra mim e grita:

-Uma dobradora de água!!!

-Não, eu... A corda arrebentou depois de eu pegar o balde...

E olhei em volta, todos me olhavam ameaçadoramente.

-Eu vi você dobrar! – Disse a senhora.

-Deve ser uma espiã da tribo da água! –disse alguém.

Eu andava de costas para sair logo dali.

-Devíamos entrega-la para as autoridades. – Disse outro.

-Vamos captura-la!

Eles me cercavam.

-Onde está Kozu?

-Alguém vá chamar o Kozu!

Cercaram-me até uma parede de madeira. Alguns seguravam facas, outros, enxadas ou resteis, instrumentos do trabalho que fora interrompido. Eu estava com muito medo. Escorei-me na parede atrás de mim e percebi que ela se desloca. Na verdade era a porta para um galpão. Aquela multidão era formada em maioria de pessoas idosas, então poderia ser mais rápida que eles. Abri, entrei rapidamente e fechei o trinco. Alguns batiam na porta tentando abri-la.

-Kozu, uma espiã da tribo da água se trancou ali dentro! –Ouvi alguém dizer.

-Devemos captura-la e levar para as autoridades. – Disse a voz de uma senhora.

-Como vamos pega-la ali dentro? – Essa voz era de um adulto, presumi ser de Kozu- Não há jeito, e a recompensa por invasores é sempre muito baixa.

-O que devemos fazer?

-Vocês querem que eu queime?

-QUEIMA!- Muitas pessoas disseram.

-Esta bem!- Disse Kozu, que parecia estar se divertindo.

Olhei para os lados, não havia nenhuma janela ou abertura no galpão pela qual eu pudesse escapar. Ouvi o som de uma labareda sendo formada por dobra de fogo e logo a porta entrou em chamas. Soltei um grito apavorado. Eu precisava sair antes que o fogo aumentasse. Não havia nenhuma poça, nenhum recipiente que tivesse água, o galpão era cheio de feno e ferramentas. Pressionei a parede dos fundos para ver se podia derruba-la. Tomei distancia e então me jogue contra ela, repetido isso mais 3 vezes, tive a certeza que não conseguiria. O fogo se alastrava. Eu estava apavorada e não conseguia pensar, apenas gritei:

-LYKO, SOCORRO! LYKO! – Eu gritava com todo o ar dos meus pulmões. 


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