É incrível como a pessoa que você menos espera pode te dar um tapa na cara (não literalmente), e você acorda pra vida.

O que eu estava fazendo? A quem eu queria enganar? Eu gostava dele. Muito.

Agora ele se foi. Eu o magoei. Não consegui acreditar que as pessoas podem mudar. Até o mais mulherengo um dia pode se apaixonar e ter uma vida mais tranquila. Eu devia me permitir ser feliz.

Assim que cheguei no hotel, me joguei na cama. Ah, cama de hotel. Por que tão macias? Enquanto pensava que deveria me trocar para passear pela cidade enquanto tinha um tempo livre, ao mesmo tempo, eu estava esgotada com as longas horas de voo. Mas como não é sempre que tenho oportunidades como essas, tomei um banho, me troquei, e desci. Vi Johnny no Haul de entrada. Ele me viu e desviou o olhar no mesmo instante. Era agora ou nunca.

— Vou pegar um metro e tentar chegar ao London Eye. – falei para ele quando ceguei perto. Ele ainda não olhava para mim - Vem comigo?

— Por que você quer uma pessoa tão desagradável como eu ao seu lado nessa cidade linda? – ele falou, com fúria nos olhos – Vai sozinha. Procura um príncipe inglês. Não é isso que você quer?

Isso tirou meu chão. Johnny estava sendo extremamente rude, com razão. Naquele momento, ele não era mais o Johnny Storm, aquele mulherengo, que não sabia o que era um relacionamento sério com alguém que realmente gostava. Que só sabia ser irônico e galanteador. Ele era um cara com o coração partido. EU tinha partido quando fui orgulhosa e medrosa. Parti o coração dele enquanto só estava pensando em não partir o meu.

— Precisamos conversar – eu disse, baixinho – vem comigo. – Dessa vez, estendi a mão. Meu coração batia forte, enquanto seus olhos iam do meu rosto para a minha mão estendida. O que parecia ser uma eternidade depois, ele segurou minha mão e se levantou. O sorriso irônico novamente no rosto. Aí está ele!

— Eu sabia que você não ia conseguir resistir a mim – ele disse. Rolei os olhos, porém, dessa vez, não estava irritada com seus comentários, eu estava sorrindo. Meu coração batia muito forte no meu peito, e eu tinha medo do que aquilo significava.

Saímos do hotel, e fomos direto para a estação de metrô. Conseguimos, depois de alguma ajuda de um inglês, a comprar o ticket. Apesar de Johnny já conhecer Londres, ele sempre alugava carro para andar pela cidade. Aquilo foi uma experiência nova para nós dois.

Depois de algumas trocas de trem, e umas perdidas, chegamos na estação que ficava perto do London Eye. Lágrimas brotaram dos meus olhos, estar em Londres era tudo o que eu havia sonhado durante anos. E agora eu estava ali, diante de um dos mais conhecidos pontos turísticos.

— Ei - Johnny disse, abraçando meus ombros – não vai querer aparecer de olhos vermelhos na foto, não é?

Ri quando ele disse isso, pois não uma frase típica de quem estava querendo acalmar alguém. Fui para mais perto e fiz pose. Ele tirou algumas fotos, para garantir que todas estavam boas.

— Vamos comprar o ticket para andar nela amanhã! – eu disse, correndo para o guichê. Ele riu da minha animação, e correu para me alcançar. Feito isso, segurou minha mão, falando que os ingressos não iam acabar.

— A propósito, obrigada pelo presente. – segurei o colar delicado com uma das mãos, e depois encarei Johnny. Seus olhos azuis estavam mais claros, meio alaranjados, refletindo o pôr do sol. Ele sorriu, eu sorri de volta. Feito uma boba. Eu era uma boba. Decidi ouvir meu coração, decidi tentar novamente. Aquilo podia me deixar incrivelmente feliz, ou me ferir. Eu tive que arriscar. Tive que dar uma chance ao meu coração saber o que é se apaixonar novamente. E dessa vez, ser correspondida.