E naquele momento, meu coração parou. Não sei se foi de alegria, insegurança, tristeza, ódio. Só sei que ele parou (não literalmente, é óbvio).

Aquela frase ficou martelando na minha cabeça e senti que eu ia cair. Cheguei até a olhar em volta, procurando algo para sentar. Por fim, encarei Johnny, ergui a cabeça e respirei fundo.

Sempre fui uma pessoa que se preocupava muito com os outros. O que os outros iam achar da minha aparência, da minha personalidade, das minhas roupas, do jeito que andar, de falar, de tudo. Porém, no minuto seguinte, fiz a coisa mais egoísta da minha vida. Fiz aquilo, lembrando da fama de Johnny. Lembrando que meu coração já estava em pedaços.

Eu me virei, e fui embora.

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Nos dias que se passaram, não vi Johnny no apartamento de Reed. Ele não me ligou, não mandou mensagens, e não me procurou mais. Uma parte de mim estava aliviada, e uma parte de mim decepcionada. Talvez ele não gostasse tanto, a ponto de me procurar quando eu dei um fora. Ou simplesmente estava com o coração partido. Não sabia o que pensar. Até que Reed me procurou, com uma notícia mais que ótima.

– Amber, vai haver uma conferencia da NASA em Londres esse final de semana. Não posso ir por causa de Sue, e não quero levá-la junto comigo, pelo seu estado de saúde e do bebê. Mas mandei um e-mail com seu maravilhoso desempenho trabalhando comigo, e a resposta positiva deles, mais a confiança que eu tenho em você, resultou nisso.

Ele então, me entregou um envelope lacrado, com o logo da NASA. Abri e vi uma passagem de ida e volta para Londres, com hospedagem em um hotel cinco estrelas para 4 dias. Naquele momento, não sabia se seria apropriado dar uns pulos de alegria pela sala, ou simplesmente sorrir e agradecer, ao mesmo tempo demonstrando o quanto eu estava feliz. Decidi fazer os dois.

Sue chegou na sala no exato momento, e os dois ficaram observando e rindo enquanto eu me acalmava e absorvia aquela notícia maravilhosa. Fiquei olhando maravilhada para meus chefes, pensando em como eu tinha sorte de tê-los encontrado.

– E achamos que seria um ótimo presente de aniversário – disse Sue

No momento, meu rosto se fechou, e eu contraí uma expressão séria. Como eu mudava mais de cidade do que roupa (só uma expressão, não se preocupem), os únicos que lembravam do meu aniversário eram meus pais e alguns parentes que tinham nosso telefone. Não dava tempo de comemorar com amigos.

Detalhe: meu aniversário era sábado. No dia da viagem. AMANHÃ! Céus, eu tinha milhões de coisas para fazer antes de ir.

– Isso... isso é maravilhoso – eu falei, obviamente emocionada – Obrigada.

– Quis acrescentar um toque feminino nesse presente, e comprei isso... – Sue foi até o quarto, e voltou com uma sacola da Forever 21. Aquela loja era simplesmente fantástica. Sorri só de ver a sacola. Quando abri, achei um casaco maravilhosamente maravilhoso. Era bem quente, uma cor meio marrom, meio bordô. – Como lá é super frio nessa época, achei que ia ser útil.

– Eu... Eu... Eu... AH, EU AMEI, muito obrigada. – Respondi, ganhando um abraço em troca.

– Tire o resto do dia de folga e vá arrumar suas coisas. Um carro irá buscá-la as 8 em ponto amanhã. Não se atrase.

– Pode deixar!

Depois de agradecer mais mil vezes, fui pra casa, mal podendo conter minha alegria. Esquecer o passado, levantar a cabeça e seguir em frente.