Acordei cedinho no outro dia, vesti uma roupa confortável e fui para a minha entrevista. Tremendo.

Quando a porta do elevador se abriu no último andar, meu queixo caiu. Diante dos meus olhos, estava uma sala incrivelmente enorme, cheia de equipamentos para todos os gostos. Eu tenho certeza que mais da metade do que estava ali, eu nunca ouvi falar.

— Amber! Bem na hora – Reed apareceu, me cumprimentou, e me levou até aquela sala dos meus sonhos. – Bom, você trouxe seu currículo? Sente-se

— Claro, está aqui – eu respondi, dando a ele o envelope. Sentei em uma cadeira confortável na frente de uma escrivaninha.

— Hmm... Formada com honras em Engenharia Mecânica. Excelente! – ele disse, com um grande sorriso no rosto. – Por que optou em fazer uma faculdade à distância?

— Na verdade, é por causa do meu pai. O emprego transfere ele muito regularmente, então achei mais rápido e prático fazer tudo pelo computador. É por isso que eu estou procurando um emprego. Pra caso aconteça de novo, eu já vou poder ficar aqui mesmo.

— Isso é muito bom, você tem objetivos grandes e um futuro brilhante!

A entrevista continuou por cerca de meia hora, e Sr. Richards ficava mais feliz a cada resposta.

— Amber, você é justamente o que estávamos procurando! – Ele disse, se encostando na cadeira – Contratadíssima!

— Tá BRINCANDO? – Gritei, ele gargalhou – Desculpe... Muito obrigada MESMO! Não vou decepcionar.

— Amber! Querida – Sue chegou, me abraçando – acho que Reed está mais feliz por ter você, do que você com o emprego.

Nós todos rimos. Eu não estava acreditando. Finalmente minha vida deu um uns dez passos pra frente. Quando todos paramos de rir, minha barriga roncou alto. Corei imediatamente.

— Você não tomou café? – Reed perguntou.

— Na verdade, não – respondi – Estava tão animada em vir, que esqueci.

— Nós também não – Sue disse – Venha, tome com a gente.

— Não, imagina – respondi envergonhada.

— Eu insisto - ela me puxou pelo braço até a cozinha. Quando entrei, dei de cara com Bem, mais conhecido como Coisa. Fiquei paralisada por um instante, não é sempre que se vê um homem de pedra comendo salada de frutas. – Ben – Sue chamou – essa é Amber, a nova assistente do Reed.

— Oh, muito prazer – ele estendeu a mão, saí do meu transe e sorri.

— O prazer é meu, senhor – apertei sua mão. Era grande e gelada. Foi engraçado até.

— Não não. Senhor era meu pai – ele riu – me chame de Ben. E seja bem vinda. Johnny está fora até o final de semana, então por enquanto, está bem tranquilo por aqui.

Eu ri, e sentei na cadeira que Sue me indicou. Tomamos um café muito agradável e delicioso. Os três eram muito simpáticos, e eu logo me senti em casa. Depois disso, Reed me levou para conhecer o laboratório e o apartamento em si. Era gigante.

Já eram quase meio-dia quando eu fui para casa.

No dia seguinte, não demorei muito para me arrumar. Saí com um sorriso no rosto de casa, indo em direção ao apartamento dos meus novos chefes. Reed me colocou a par dos projetos que ele estava trabalhando, e uau, o cara era MESMO muito inteligente.

O projeto era simples, mas ao mesmo tempo, exigia muito material. Liguei para várias empresas que trabalhavam com tipos específicos de peças. Em pouco tempo, eu já havia conseguido material suficiente para que Reed começasse o projeto.

3 dias depois eu já estava mais que acostumada com a rotina. Acordava bem cedo, tomava um banho, me arrumava, e saía correndo de casa. Meus pais ainda estavam dormindo, então eu ia tomar café da manhã todo dia na casa dos Richards.

A companhia deles era a mais agradável que se possa imaginar. Em poucos dias, eu já estava me sentindo em casa. Reed trabalhava muito, e estava sempre pedindo uma peça, ou um material que faltava para o projeto.

Na sexta, na minha hora de saída, eu já me sentia triste, de ter que passar o fim de semana sem a companhia deles. Me despedi de Reed no final do expediente, e quando eu estava apertando o botão do elevador, ouvi Sue me chamar.

— Amber! Que bom que você ainda não foi. Queria te fazer um convite! – Sorri. Que querida! – Johnny vai chegar de viagem amanhã, e nós vamos em uma pizzaria “comemorar” – ela disse, fazendo sinal de aspas com as mãos – Gostaria muito que fosse junto.

— Ah, Sue, eu fico feliz pelo convite, mas não sei...

— Passamos te buscar na sua casa às 7. Até lá – Ela me interrompeu. E após ter dito isso, virou e saiu, subindo pela escada. Ela se virou, e piscou. Eu ri.

Então, eu tinha planos para o sábado à noite. Ótimo!