P.O.V Ju

Eu tinha acabado de chegar do colégio, joguei minha mochila no sofá e me sentei, apesar de fingir que não ligava, eu estava muito insegura, a forma como o Gil defendeu a Lia era fora do comum, apesar de serem amigos não precisava de tudo isso, com certeza ele ainda sentia algo por ela, e eu estava novamente no meio, por que sempre assim, eu gosto de alguém e esse alguém já gosta da Lia, mas qual é a culpa dela, senti meus olhos lacrimejarem, mas não iria chorar de jeito nenhum. Ouvi alguém batendo na porta me levantei, respirei fundo e abri a porta, já esperava que fosse ele.

- Oi Gil.

- Oi Jujuba. Ele disse tentando fazer graça.

- E ai, o que rolou? Disse seria

- A o Mathias deu uma suspensão pra mim e pro Orelha, o pior é que a Marcela ficou falando um  monte de coisas, mas esquece isso. Ele se aproximou de mim, eu me afastei e fechei a porta enquanto ele entrava.

- Se quer alguma coisa pra beber, ou comer ?

- Não Ju, só quero ficar com você.

- Hum, sei ficar comigo, olha Gil hoje não to legal não, mas vem cá o Orelha só recebeu uma suspensão? Perguntei tentando sair fora.

- O Mathias chamou os pais dele, parece que agora a coisa não vai ficar legal pra ele, tomara que tirem o Tv Orelha do ar, mas esquece isso. Ele passou a mão no meu rosto. – O que você tem tá seria?

- Queria que eu tivesse saltando de alegria. Disse irônica.

- Qual foi Ju? Não vai me dizer que levou a serio o que o Orelha disse, para ele é um coitado, não tem vida e fica cuidando da dos outros.

- Pode ate ser que ele não tenha vida, que ele fica cuidando da dos outros Gil, mas ele não é de todo mentiroso não, você ainda é afim da Lia e não vem negar, porque hoje ficou provado, tá certo querer defender e tal, mas daquela maneira, caramba Gil eu sou sua namorada, você acha que eu me senti como vendo aquilo?

- Pensei que você não se importaria, Ju.

- Você nem negou ?

- Negou o que Juliana?

- Você gosta dela ainda, não que você não goste de mim, gosta sim, mas tá confuso Gil.

- Ju, eu queria defender a Lia ela é nossa amiga, e você sabe que ela não tava bem.

Agora eu não aguentei e comecei a chorar, limpei meus olhos e o Gil fez um gesto de que iria me abraçar, me afastei dele.

- Gil, não, acabou eu e você.

- O que. Ele me olhou incrédulo.

- Não dá mais, quem sabe quando você tiver certeza do que quer, vai lá Gil, por favor preciso ficar sozinha.

- Ju, olha vamos conversar,..

- Não Gil, vai embora, eu to pedindo.

Ele apenas saiu, fechei a porta e fui pro meu quarto, tinha que pensar, eu e a Lia iriamos conversar mais tarde, mas não pra brigar, porque homem nenhum iria fazer eu brigar com minha amiga de novo, ainda mas nessa situação que ela tanto precisava de mim.

Fim do P.O.V da Ju.

P.O.V Fatinha

A Alice havia me enviado uma mensagem, pedindo que eu fosse encontrar com ela no hospital, logo senti uma dor, será que o Dinho tinha morrido, mas mesmo assim, pedi ao Michel pra sair, ele exitou no inicio mas ao ver minha preocupação deixou eu sair.

- Fatinha, onde você tava te procurei tanto? Disse o Sal.

- Oi, desculpa por ter te deixado ontem na sorveteria, mas me ligaram urgente, tive que sair.

- Hum e agora aonde vai?

- Ver o meu amigo, desculpa Sal, mas preciso ir.

- Vem eu te levo.

- Tá bom. Disse sem pensar muito.

Subi na moto e pus o capacete, o Sal fez o mesmo.

- Pode segurar viu. Ele disse e sorriu.

- Tá bom Salzinho, vou segurar forte. Eu sorri.

Enquanto me arrumava na moto avistei o Bruno e o pessoal do C.R.A.U, chegando próximo do misturama.

- Sal vamos.

Ele simplesmente ligou a moto e correu, eu não queria mas olhar o Bruno, ele me magoou muito, eu não queria mais falar com ele, pra mim tinha acabado.

Fim do P.O.V da Fatinha

P.O.V Bruno.

Novamente a Fatinha, sendo o que era da origem dela ser fácil, eu não quero mas saber dela, por isso eu já havia tomado uma decisão. Sentei com o pessoal em uma das mesas.

- Então pessoal, eu precisava falar com você, é um assunto muito importante.

- Então diz o que foi Bruno? Perguntou Rita,

- Eu estou indo para São Paulo, semana que vem, meus pais vão voltar para o Rio e eu decidi que vou fazer um estagio por lá que eu ganhei.

- Mas e o C.R.A.U e a Ana? Perguntou o Rasta.

- Vocês vão continuar, e eu vou voltar são apenas dois meses, a Ana, a gente não dá mais, liguei pra ela mas ela não quis me atender, quando a poeira baixar a gente resolve, mais voltar foi um erro meu, eu preciso desse tempo, se é que me entendem.

Eles me olharam, com certeza haviam entendido o que eu quis dizer. Me despedi deles e voltei pro meu apartamento, fui pro meu quarto e sentei na cama, como eu podia ter chegado até aqui, não entendia o por que dessa dor que eu estava sentindo, essa saudade, sim saudade da Fatinha.

Fim do P.O.V do Bruno

P.O.V do Narrador

Fatinha havia chegado ao hospital, Sal ficou esperando por ela lá embaixo, Fatinha subiu e encontrou com Alice na porta do quarto do Dinho.

- Oi Alice, tá tudo bem com ele não é?

- Tá na mesma Fatinha, mas eu te chamei aqui mesmo, pra que você se despedisse do Dinho. Alice disse em meio a lagrimas.

- Como assim?

- Vamos desligar os aparelhos.

Fatinha ficou pálida, sentiu sua cabeça rodar,  Alice que viu o estado da garota a ajudou se sentar.

- Alice por favor não faça isso com o Dinho, por favor. Fatinha suplicou.

- Fatinha nós não temos condições de continuar pagando esse hospital, sem falar que em dois meses o Dinho não melhorou, não tem o que fazer.

- Olha, eu dou meu salário inteiro, mas por favor não desliguem os aparelhos eu tenho certeza que ele vai acordar, imagina como a Lia vai ficar também quando souber.

- Fatinha, se acalme, a Lia já sabe, ela acabou concordando que ele precisa descansar.

- Alice por favor, dê a ele dois meses, eu ajudo no que precisar , apenas dois meses, se nesses dois meses ele não acordar, você pode desligar os aparelhos, mas eu vou ajudar no que você quiser, dinheiro ou qualquer outra coisa.

Alice parecia estar incrédula sobre o que eu havia acabado de falar, ela então sorriu, um sorriso fraco e me abraçou.

- Tá bom Fatinha, dois meses, e você não precisa ajudar com o seu salário, só dando esse amor, esse carinho pro meu Dinho, isso já basta. Eu sorri e senti uma lagrima cair.

-  Você realmente é uma boa menina Fatinha.

Elas então se abraçaram, e choraram, mas choraram com a esperança de que Dinho voltasse pra elas.

Fim do P.O.V do Narrador.