Visio Nocturna - Primeiro Desafio escrita por Kalevra


Capítulo 18
Capítulo 17




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Fomos liberados 30 minutos mais cedo pela irmã Maria, durante este tempo eu fiquei pensando que tipo de anel era aquele que o Lucem tinha me dado. Era um anel prateado com o formato de uma serpente e ela mordendo o próprio rabo. Os olhos da cobra eram duas pedras vermelhas. Eu fiquei olhando para ele que não percebi Lucem passando por mim seguido por um grupo de alunos. Ainda não sei o porquê dele esta aqui, na St. Michael, mas depois de resolver o problema da Mabi eu penso nisso. O sinal tocou e o Rodrigo e a Jessy saíram muito concentrados em alguma conversa que não me viram sentados na porta. Quando eu os chamei eles se assustaram. Eu perguntei como tinha sido a aula com o Lucem, mas o Rodrigo parecia um pouco sem paciência para o assunto.

- Foi normal, como qualquer aula de literatura.

- Não estou falando matéria e sim dele. O que você achou dele, entende?

- O achei um pouco arrogante e prepotente, mas sabe explicar bem a matéria. Vamos? A Jessy tem que pegar o escolar.

- É verdade quase que eu me esqueci, na hora do jogo de basquete o Flavio me deu uma fechada e eu cai de cabeça no chão e...

- Guri, é serio, eu não posso perder o escolar hoje. Minha mãe me mata se eu não chegar cedo, tem um monte de coisas para arrumar ainda.

- Desculpa, mas é que eu conversei com o Lucem...

- Você fez o que? – O Rodrigo perguntou um pouco alto – Thiago, você me prometeu que não ia procurá-lo ate ter certeza de que podíamos confiar nele. Ele é muito suspeito.

- Eu sei que você não gosta dele, mas eu tive a comprovação de que ele estava dizendo a verdade.

Contei rapidamente, enquanto saímos da escola, o que aconteceu no Nono Circulo do Inferno e sobre o homem que eu via matando a Mabi era o meu pai.

- Guri, você tem certeza disso? Às vezes o próprio Lucem pode estar colocando estas imagens na sua cabeça para que você veja o seu pai indo atrás da Mabi.

Já sei qual era o assunto deles: Lucem e se podíamos confiar nele.

- Olha... – eu ia começar a dizer que meu pai parecia sempre relutar em mostrar o rosto, mas a Jessy me cortou

- Guri, eu sei que você deve estar mega confuso com tudo isto, mas pensa em como eu e o Rô estamos. Poxa, se tudo o que esta acontecendo for real a Mabi vai ser assassinada.

- Mano, me desculpa e-eu estou confuso e com muito medo. Não quero que nada aconteça com a Mabi.

- Eu sei cara. Eu também não quero. Ela é minha irmã. Tomara que você esteja errado, que tudo não passou de um sonho comum, mas mesmo que não seja um sonho não quero confiar em um cara que aparece do nada e diz “Oi meu nome é Lucem ferre, mas é só uma coincidência ser a tradução de Lúcifer.”

Ficamos em silencio apenas nos olhando. Por que o Rodrigo insistia em não confiar em quem ta na cara que só quer ajudar, eu não sei. Mas sei que ele quer muito mais do que eu, que nada disto seja real.

- Meu escolar chegou – A Jessy falou de repente quebrando o silencio – Guri, por favor, toma cuidado com este cara. Seu pai se envolveu com coisa que não devia e olha ele foi parar. Não é que não queremos acreditar nele é só que ter cuidado nunca é de mais. Ti cuida viu? – A Jessy se aproximou e me deu um abraço apertado e um rápido beijo na bochecha do Rodrigo e saiu correndo para o escolar. Quando me virei para o Rodrigo ele estava com a mão no lugar onde a Jessy havia acabado de dar o beijo. Eu tive que rir.

- Por que você não fala com ela?

- Falar o que com quem? Chega de falar bobagem por hoje.

Como ficamos esperando o escolar com a Jessy o Rodrigo perdeu a carona com seu pai, por isso tivemos que ir andando pra casa. Não é longe, mas o dia estava muito quente para uma tarde de inverno. Durante o caminho o Rodrigo que falou que sua dupla no trabalho de historia não era bem quem ele queria.

- Você se lembra da Carol, que foi da nossa sala no ano passado?

- Uma bem louca das idéias que achava que o mundo era cor de rosa?

- Ela mesma. Esta menina consegue ser pior que você.

Eu dei um leve soco no Rodrigo, mas ele estava certo. Se tinha alguém que adoraria ouvir o que aconteceu na minha vida nas ultimas 24 horas esta pessoa é a Carol. A Carol é uma menina de estatura media, morena, com o cabelo que da a impressão de que foi atingida por um raio. No primeiro dia de aula do ano passado durante a aula de biologia ela queria provar com uma teoria muito estranha que seria capaz uma pessoa soltar poder pelas mãos e voar pelos céus. Apesar de toda loucura ela é uma pessoa muito divertida e inteligente.

- O que tem a Carol? Ela conseguiu provar que o Harry Potter é real?

- Antes fosse. Eu vou ter que fazer o trabalho da irmã Sophia com ela e para completar ficamos com Hollow Valley. Você sabe o que pessoas como a Carol falam dela ne?

Hollow Valley foi a sétima cidade da região de Valley. O seu nome é por causa da cidade ter sido erguida literalmente em um “buraco no vale”. Historiadores dizem que o buraco onde a cidade foi erguida veio da formação das montanhas que cercam a região. O curioso é que nesta cidade não cresce quase nenhuma vegetação e o solo não é muito próprio para criação de animais. Por estes motivos Hollow Valley é uma cidade totalmente industrial e nos seus arredores foram criadas pequenas vilas habitacionais para os seus funcionários. Isto é o que qualquer um diz sobre Hollow Valley, mas tem pessoas, como a Carol que defendem a teoria de que seres dotados de poderes mágicos travaram varias batalhas épicas naquela região e em uma dessas batalhas a grande cratera se formou. Dizem que ainda é possível sentir a energia saindo da terra e que varias indústrias estão retirando esta energia da terra para abastecer o mercado de armas. Na minha opinião esta historia é mais sem sentido do que meu pai esta preso no Inferno.

A única coisa que disse para o Rodrigo foi “boa sorte”, mas ele pareceu não me ouvir. Parado do outro lado da rua sentado, como um cão pastor, estava um border collie um pouco maior do que o normal. Não pude ver seus olhos, mas apostaria que eram amarelos.


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