Em Meio Ao Caos escrita por Ju


Capítulo 1
Meet Rosemary Adams


Notas iniciais do capítulo

Então gente, minha primeira fic! Aeeeeee, então... Eu não sei o que dizer. Só que gostaria mesmo que alguém lesse e me falasse o que achou do primeiro capítulo. Obrigada, beijinhos!



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A vida era confusa depois daquele dia. Não sabia direito qual seria minha rotina dali pra frente, depois de mudar tantas coisas na minha trajetória. Deixar as pessoas para trás. Eram cinco da madrugada e eu ainda não tinha conseguido me levantar da cama para tomar a água que era necessária para que minha garganta parasse de arranhar, agora entendo quando Ana Carolina dizia que a garganta arranha como um azulejo. Ela deveria estar com sede. Muita sede. Como eu.

Levantei-me teimando com minha preguiça e a moleza de meu corpo. A cozinha era dois cômodos depois de meu quarto e não podia acordar meus pais, senão eles iriam fazer outra cena e falar que eu tenho que ir a um psiquiatra e toda aquela velha história, só com o intuito de me fazer voltar a ser velha Rose, aquela garota sorridente e feliz que eu dia eu fui. Eu não sou mais assim, mãe! Acorda!

Conforme ia bebendo os copos de água,  vi meu cão dormindo em sua caminha que ficava, desde que nos mudamos, na sala. Ele estava todo encolhido como se tivesse com frio. Não era pra menos, essa nova cidade essa tão fria quanto eu. Peguei Woody e o levei para meu quarto para dormir comigo em baixo das cobertas. Amanhã seria mais uma coisa para escutar em meio às inúmeras reclamações de minha mãe, mas seria assim sempre, não importava uma coisa a mais.

Voltei para minha cama e para variar um pouco do último mês, eu consegui dormir.

-Rose, acho que tem alguém seguindo a gente.

-Que isso, Anne, pare com essa mania de perseguição. A rua está cheia de gente, nada vai  nos fazer mal.

De repente, tudo ficou confuso, a rua começou a ficar distorcida e tudo que eu conseguia sentir era alguém segurando meu braço, nos guiando a uma ruela ao lado e pedindo dinheiro. Minhas pernas saíram correndo sozinhas e eu não tinha controle do meu corpo. Minha visão ficou entorpecida e eu só ouvia gritos e mais gritos. Minha respiração não era suficiente. Senti também um baque e tudo ficou silencioso.

-Rose! Quantas vezes eu vou ter que dizer para você que Woody irá ficar desacostumado se você acabar o pegando para dormir com você todas as noites?

Tinha acordado com uma calor se formando em baixo das cobertas e com meu cão colado ao meu corpo, minha mãe estava gritando e a cortina já estava aberta, assim como a janela. Sem nada disso eu já acordava de mal humor, então quando minha mãe fazia tudo como um furacão minha mente praticamente explodia em todos os tipos de xingamento pra ela. Ultimamente as coisas estavam piorando em casa e ela não percebia isso, tentava me fazer voltar a vida normal como se tudo estivesse realmente bem.

-Mãe, será que você pode fazer algo, não sei, como, sair do meu quarto, agora? – Disse à ela pausadamente que me deu um semblante quase ofendido e um olhar de quem continuaria falando, mas depois.

Eu não queria levantar, olhei em meu celular que estava jogado no chão ao lado de minha cama e na tela marcava 9:00am, eu havia dormido exatamente quatro horas aquela noite. E aquilo significava uma melhora incrível contando com os dias em que o máximo que eu conseguia era cochilar até acordar agoniada e chorando, às vezes gritando, depois daquele pesadelo horrível que tinha todas as noites. Sempre terminava diferente, eu não estava lá pra presenciá-lo, então minha mente se encarregava de terminar ele para mim. Às vezes um simples final, às vezes um que me dava vontade de morrer de vez, e de vez em quando um sonho sem fim ao certo, como o desta noite.

“Eu quero minha vida de volta!” pensava eu todas as manhãs, sem esquecer uma. Mas quem é Deus nessas horas, para retardar os golpes do destino. Por que o meu destino? Se bem que eu nem acreditava mais em nada disso. Estava mais mandando tudo a minha volta à merda do que realmente me importando de onde estava Deus naquela hora. Deveria estar fazendo uma festa particular com Kurt, Amy e Freddie.

A manhã estava ensolarada, o que não combinava com meu humor. Fiquei mais meia hora na cama pensando no que fazer para me animar, a vida não tinha mais graça sem meus amigos, em uma cidade nova. Só uma coisa por lá era realmente interessante.

Pensei em levantar da cama quando o sol começou a entrar pela janela de meu quarto, resolvi tomar um banho, coisa que sempre me deprimia. Estava acima do peso. Ou a baixo, ainda não sei ao certo. Minhas pernas tinham uma forma estranha, um pouco curvadas para dentro, devido aos meus joelhos de valgo. Eu odiava aquilo também em mim. Meus seios também eram de um formato estranho e grandes para a minha idade e meu rosto era redondo, o que me fazia crer mais ainda que estava acima do peso, porque o formato real de meu rosto era triangular, quase quadrado.

Depois do banho e de ficar olhando para minha barriga, tentei  dar um jeito em meus cabelos,  fios ruivos e escuros que assim como meu humor estavam uma verdadeira porcaria. Meus olhos que um dia foram de um verde vivo e cercados de cílios compridos já não existiam mais com toda aquela vivacidade, assim como a velha Rose. Eles foram substituídos por olhos tristes acima de uma olheira roxa amarelada.

Dirigi-me até meu armário que estava metódicamente organizado, eu era assim com minhas coisas, tentando fazer com que de alguma forma as coisas se organizassem aqui dentro também. A vontade de me arrumar pra algo era mínima, um short confortável que eu usava para pintar coisas quando era feliz, uma blusa de meu super-herói favorito, meu velho all star com a palmilha para os joelhos defeituosos, meu fone para afastar o mundo e nosso colar da sorte (que não serviu pra nada também enquanto Deus estava em sua festa) me pareceu perfeito para levar Woody para passear. Ele não merecia ficar trancado em casa remoendo o passado comigo.

-Vamos passear Woody? – Perguntei indo buscar a coleira dele, que veio correndo em minha direção com a expectativa.

-Rosemary, onde a senhorita acha que vai sem tomar café da manhã? – Perguntou meu pai sentado a ponta da mesa bebericando seu café e lendo o jornal. Meu pai era a única pessoa além de Woody que frequentava aquela casa e me fazia sentir bem desde que nos mudamos. Allan também produzia esse efeito em mim, mas isso foi antes de tudo desandar.

-Vou apenas levar Woody para passear, será uma voltinha pelo quarteirão e volto em tempo, antes do senhor sair para trabalhar. Está bem assim, papai? – Disse indo até ele para dar um beijo em sua bochecha gordinha.

-Claro, Rose. Mas volte logo, quero falar com você sobre sua nova escola. – Disse ele parando de olhar e olhando em meus olhos para ver minha reação às suas palavras.

Eu estava tentando esquecer o assunto da escola nova com todas as minhas forças, e torcendo mais esforçadamente ainda para que eles esquecessem. Aparentemente não me esforcei  o suficiente. Assenti em um movimento rápido com a cabeça e fui atrás de Woody para colocar sua coleira. Ele estava calmo aquela manhã, fora a agitação de estar indo passear, ele era um vira-lata de pequeno porte um pouco sonolento e atrapalhado, como se ainda fosse um filhote. Fiz um pouco de carinho em suas orelhas, e passei a coleira por sua cabeça. Ele sacudiu o corpo um pouco para ajeitá-la ao corpo e começou a andar rumo a porta balançando o rabinho e levando todo seu corpo junto. “Rebolando” pensei eu rindo um pouco da cena.

Ao abrir a porta vi minha prima parada ali com um prato de brownies feitos na hora pela minha tia, que morava três andares abaixo de nós. Odiava minha prima com todas as minhas forças. Patricinha mimada que só queria saber de ganhar, ganhar e ganhar. E claro, se paparicada. Ela é uma verdadeira filha de uma puta, considerando que era filha de minha tia, que além de fazer brownies e cookies a única coisa que ela sabia fazer era roubar o namorado ou marido de quem se aproximasse. Estou impressionada que ela e a filha nunca tenham brigado por algum homem que passou por lá, ou de ela não ter tentado tirar uma casquinha do namorado da semana da filha. Ou vice e versa.


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Notas finais do capítulo

Enfim, primeiro capítulo! Pelo amor de Deus diga-me o que você achou!!! Obrigada ♥ haha