Narrado por Edward


Jacob e Bella acordaram assustados, sentaram-se em um pulo. Ela olhou apavorada pra mim, puxando o lençol mais pra cima, tentando esconder sua nudez. Jacob reagiu primeiro, levantou-se rápido da cama, vestindo a cueca que estava no chão.

–Bella?! O que que você está fazendo aqui? - perguntou demonstrando surpresa, olhando pra Bella que chorava atordoada.

O cretino estava querendo me enrolar? Achava mesmo que eu era tão idiota pra acreditar? O ódio que tinha me paralisado até então, explodiu! Avancei em Jacob, jogando-o ao chão, socando-o com força, enquanto ele tentava se defender.

–Para Edward! - gritou Bella.

Soquei com mais força, Jacob se defendeu me empurrando com força, dessa vez ele me jogando de costas. Tentou me imobilizar, mas ele não era páreo pra mim, minha força triplicada pela raiva. Em um golpe só, Jacob estava novamente no chão, meu joelho pressionando com força seu peito.Bati a cabeça dele algumas vezes no chão. Dei um golpe certeiro, arrancando sangue de seu nariz.

–Caralho Edward! Não aconteceu nada! - gritou Jacob, limpando o sangue com as maõs, zonzo.

Bella soluçava. Agarrou um de meus braços.

–Para Edward! Você vai mata´-lo! - pediu entre soluços.

Estava tão furioso, que a empurrei jogando-a ao chão. Senti dois braços fortes me puxarem levantando-me, ainda assim chutei as costelas de Jacob que gemeu. Fui arrastado.

–Que merda é essa Isabella? - gritou Charlie, segurando-me forte, o desgosto transparecendo na voz.

Olhei pra ela, sentada no chão, abraçava os joelhos em soluços convulsivos. Desgraçada! Não tentava nem se defender! Charlie me arrastou para a porta. Emmett estava parado ao pé da escada, sem reação. Com certeza tinha acordado com os gritos.

Charlie me empurrou pra fora.

–Vai embora Edward! Ainda bem que estranhei seu nervosismo lá na delegacia! Não quero nem pensar no que teria acontecido se não tivesse vindo atrás de você! Sinto muito por tudo isso! - falou desolado.

Assenti, não conseguia dizer nada. A casa ficava no centro de Forks, e aos domingos muitos moradores saíam cedo de casa para ir à igreja. Consequência: tinha muita gente curiosa parada ali, atraídas pelo gritos. Cochichando. Que beleza! Agora, além de tudo, eu seria a piada preferida de Forks! Respirei fundo e desci os três degraus que me levariam à calçada, arrasado demais pra me importar de verdade com isso. Minha vida estava acabada! Estava completamente perdido!

Caminhava até o carro, quando Isabella me chamou. Me virei automaticamente. Ela saia da casa correndo, enrolada apenas no lençol, Emmett tentando segurá-la. Meus Deus! Será que ela não cansava de me humilhar! Ainda pretendia dar um espetáculo público?

–Edward, espere! Não aconteceu nada! Você precisa confiar em mim! - estendeu as mãos tentando segurar as minhas.

–Não me toque! - falei com raiva erguendo as mãos, só então percebendo que estavam cheias de sangue, de Jacob provavelmente -Eu não quero olhar pra você! Eu não quero falar com você! E principalmente, não quero mais ouvir as suas mentiras Isabella! - falei com frieza, esfregando as mãos em minhas roupas para limpá-las.

Ela soluçou.

–Você precisa acreditar em mim! Não sei como fui parar na cama de Jacob! - mais soluços.

Eu ri, amargo.

–Você quer que eu acredite nisso? Olhe pra você Isabella! - fiz um gesto com as mãos, para o lençol - Tudo que eu fiz, esse tempo todo, foi confiar em você! E olha o que eu ganhei! - passei as mãos no cabelo me desesperando.

Virei dando-lhe as costas. Ela me puxou pela blusa.

– Não Edward! Não vai embora, por favor! - implorou - Eu te amo!

A encarei com uma raiva desesperada. Como eu queria acreditar naquilo!

Num momento de fraqueza, levei minha mão até seu rosto, um dedo acariciando seus lábios. Mas logo me dei conta do que estava fazendo. Tremendo de raiva, apertei, fazendo com que seus lábios formassem um biquinho, causando dor. As lágrimas escorriam de seu rosto.

–Você não sabe o que é amar! Devia se envergonhar por ter coragem de ainda me dizer isso! Você sente prazer em me fazer sofrer não é mesmo? Parabéns! Você acaba de fazer um estrago enorme em mim, Isabella!

Me virei e entrei no carro depressa. Acelerei, lutando pra não chorar na frente da cidade inteira. Isabella tinha me destruído!

Pelo retrovisor, vi quando Emmett a abraçou levando-a para dentro da casa.

http://www.youtube.com/watch?v=SR6iYWJxHqs

*Tradução da música "Grenade" - Bruno Mars


Vem fácil, vai fácil

É assim que você vive

Oh leva, leva, leva tudo, mas você nunca dá

Deveria saber que você era "encrenca" pelo primeiro beijo

Tinha os olhos bem abertos

Por que eles estavam abertos?

Te dei tudo que eu tinha e você jogou no lixo

Você jogou no lixo, você jogou

Me dar todo o seu amor foi tudo que sempre te pedi

Porque o que você não entende é

Eu pegaria uma granada por você (yeah yeah)

Jogaria minha mão numa guilhotina por você (yeah yeah)

Eu pularia na frente de um trem por você (yeah yeah)

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você (yeah yeah)

Oh oh whoa

Eu passaria por toda essa dor

Levaria uma bala no meio do meu cérebro

Sim, eu morreria por você, baby

Mas você não vai fazer o mesmo

Não não não não

Preto, preto, preto e azul

Bata até eu ficar anestesiado

Mande um olá pro diabo

Quando você voltar pro lugar de onde veio

Mulher louca, mulher má é o que você é

Você sorri pra mim e depois arranca os freios do meu carro

Te dei tudo que eu tinha e você jogou no lixo

Você jogou no lixo, você jogou

Me dar todo o seu amor foi tudo que sempre te pedi

Porque o que você não entende é

Eu pegaria uma granada por você (yeah yeah)

Jogaria minha mão numa guilhotina por você (yeah yeah)

Eu pularia na frente de um trem por você (yeah yeah)

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você (yeah yeah)

Oh oh whoa

Eu passaria por toda essa dor

Levaria uma bala no meio do meu cérebro

Sim, eu morreria por você, baby

Mas você não vai fazer o mesmo

Se o meu corpo estivesse em chamas

Você ficaria me vendo queimar?

Você disse que me amava, você é uma mentirosa

Porque você nunca, nunca amou, querida

Mas, querida, eu pegaria uma granada por você (yeah yeah)

Jogaria minha mão numa guilhotina por você (yeah yeah)

Eu pularia na frente de um trem por você (yeah yeah)

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você (yeah yeah)

Oh oh whoa

Eu passaria por toda essa dor

Levaria uma bala no meio do meu cérebro

Sim, eu morreria por você, baby

Mas você não vai fazer o mesmo

Não você não vai fazer o mesmo

Você não faria o mesmo

Você nunca faria o mesmo

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Narrado por Rosalie


Estava na cozinha tomando um copo d'água quando escutei um carro parar cantando pneus em frente de casa. Por Deus! Era 8:10 da manhã. Quem iria na casa de alguém tão cedo?

Caminhei em direção à sala a tempo de ver meu irmão irromper pela porta como um furacão e subir as escadas em direção ao quarto correndo.

–Você não dorme não? - gritei - E aonde foi tão cedo? - coloquei as mãos na cabeça, sentindo dor. Maldita ressaca!

De repente sons de várias coisas sendo quebradas ecoaram pela casa. Me assustei. Corri abrindo a porta do quarto de Edward de supetão e estaquei. Meu irmão, louco como eu nunca tinha visto, quebrava tudo dentro do quarto numa fúria insana. Computador, tv, montes de cd's, e todos os porta retratos eram agora uma pilha de lixo espalhadas pelo chão. O violão, que ele tanto amava, estava em suas mãos, servindo como um taco de beisebol, prestes a acertar a única coisa ainda intacta no quarto. O espelho. Gritei.

–Edward , não! - tarde demais , ele espatifou o espelho que espalhou cacos por todos os lados. Jogou o violão no chão terminando de quebrá-lo com os pés.

E então parou, caindo de joelhos no chão, ofegante. A raiva tinha sido extravasada. Entrei no quarto com medo. Será que meu irmão estava tendo um surto psicótico? Me aproximei mais um pouco, devagar.

–Ed, você está bem? - minha voz tremeu - Fala comigo, por favor!

Então ele me olhou. Percebi duas coisas ao mesmo tempo. Ele tinha um corte que sangrava, bem abaixo do olho direito, na maçã do rosto, um caco pequeno do espelho grudado ali. E meu irmão estava chorando, uma tristeza infinita em seus olhos. Meu coração se apertou. Eu nunca o tinha visto chorar antes, pelo menos não depois que tínhamos nos tornado adultos. Me ajoelhei ficando frente a frente com ele.

–Você está ferido Ed, deixa eu olhar seu ferimento - falei docemente, estendendo a mão para o seu rosto- fica quieto, que eu vou tentar tirar o vidro.

Delicadamente, peguei na pontinha do vidro e puxei, respirando aliviada, ao ver que era um corte pequeno. Avaliei meu irmão novamente. Ele estava com as mesmas roupas da noite passada, arregalei os olhos vendo as manchas de sangue. Ele permanecia de cabeça baixa, chorando.

–Me conta o que aconteceu - tentei manter a voz calma - onde você estava? Porque está com as roupas sujas de sangue? E porque tanta raiva e desespero?

De alguma forma, eu conseguia sentir o desespero dele como se fosse meu. Talvez fosse um desses casos em que gêmeos, sentiam as emoções um do outro.

Ele soluçou:

– Ela me traiu, Rose! Bella me traiu! Com Jacob! - e me abraçou, chorando desesperado.

Parem o mundo! Impossível! Meu irmão tinha ficado louco!

– Você está percebendo a loucura que está falando? É a sua namorada e o seu melhor amigo!
Está deixando o ciúme te dominar Ed!

Ele negou com a cabeça.

–Não é loucura Rose, eu flagrei os dois dormindo juntos! Nus! O sangue é de Jacob, eu quebrei o nariz dele! - falou rouco, segurando o choro.

–Filhos da puta! - falei entredentes - Que vadia! - falei brava, abraçando Edward.

Ele me contou os detalhes e eu ouvi tudo muda. Doía acreditar naquela traição. Eu amava aqueles dois idiotas! Eram meus amigos! Depois que ele desabafou tudo falei:

–E agora? O que vamos fazer? Ainda vamos pra faculdade em New York? Que droga! Não acredito que eles fizeram isso com a gente!

–Você pode ir Rose, continuar com seus planos, eu vou entender. - falou ele com amargura - Mas eu vou embora!

–Embora pra onde? - falei sobressaltada.

Ele se levantou me puxando também. Fazia bastante tempo que estávamos sentados no chão, encostados na parede conversando. Tempo suficiente pra que Edward não chorasse mais.

–Ligue para os nossos pais, Rose, explique a situação. Diga a eles que não posso mais ficar aqui. Diga que quero ir morar em Londres! - e completou, quando viu meus olhos se arregalarem - Por favor, faça isso por mim! Não vou conseguir falar com eles!

Eu assenti.

–Vai tomar um banho então, enquanto faço isso!

Falei com meus pais e expliquei tudo. Mamãe, como eu, não queria acreditar. Tinha Bella e Jacob e todos os outros, como filhos. Concordaram com a viajem quando contei que Edward tinha acabado com o quarto e com o rosto de Jacob, disse que ele estava muito pertubado. Liguei para a agência de viajens e marquei o vôo.

Quando Edward saiu do banho uma hora depois, já estava tudo arrumado.

–Já marquei o vôo, sai amanhã as 6:00 h , de Seattle. Eu vou junto. - suspirei - Tem certeza que é o melhor? - perguntei incerta - Vocês ainda podem se acertar!

Ele me deu um olhar duro.

–Não tem conserto pra isso Rose! E duvido que algum dia vou confiar em alguém de novo! - falou amargo - Mas você deveria ficar...

–Não, eu vou! Ficarei do seu lado! - falei decidida.

–Muito bem, então! Minhas malas já estão arrumadas. E as suas? - ele perguntou.

–Também! - falei com tristeza, lembrando que as tínhamos arrumado para ir pra faculdade.

–Então vamos fechar a casa e ir pra Seattle agora, passamos a noite em um hotel e pegamos o vôo de manhã.

Concordei, sabendo que ele queria sair de Forks o mais rápido possível.

–Como vamos fazer com o carro? - perguntei.

–Eu não tinha pensado nisso...Em Seattle pago alguém pra trazê-lo de volta. Acha que Alice pode ficar com ele na casa dela?

Assenti. Alice tinha muito espaço na garagem enorme.

Era 14:00 h quando, naquele dia triste, partimos de Forks. No meu celular, dez chamadas não atendidas. Todas de Emmett.