Dramas De Uma Obsessão escrita por Tricia


Capítulo 23
Retomando a vida


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, neste capítulo se passarão alguns meses e as coisas começam a se ajeitar. Peço desculpas àqueles que eu não respondi os reviws, prometo tentar responder aos próximos.
Espero que gostem. Bjs.



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Narrado por Bella


Por dois dias ficamos na casa de Carlisle até que as coisas se acalmassem. Era óbvio que os cidadãos de Forks estavam em choque com tudo que tinha acontecido. Mais uma vez eu era o assunto preferido da cidade e meu pai tinha dito por telefone que havia muitos curiosos e repórteres observando a casa.

Victória também tinha ficado para prestar depoimento e estava sendo tratada com amizade pelos Cullen, já que fazendo a coisa certa ela provara que não era tão ruim assim. Eu tinha agradecido imensamente a ela o fato de ter tido coragem de ir contra Angela, e Edward e ela pareciam bem próximos enquanto conversavam sobre Londres e a rotina de ambos no trabalho. Talvez eles se acertassem agora. Mas de alguma forma esse pensamento me incomodava e eu intimamente me recriminava por isso.

Eu estava exausta de tantos sentimentos conflitantes e sentia que mesmo eu não querendo formava-se dentro de mim um sentimento de revolta contra a vida e uma tristeza profunda se instalava.

Voltamos para minha casa, sob os protestos de Alice, que medrosa demais, não queria ficar onde Angela tinha morrido. Para convencê-la dei a ela carta branca para decorar a casa o que ela aceitou prontamente.

–Alice porque você não fica na casa dos seus pais então? - provocou Edward - Afinal lá que é a sua casa.

–Ah cala a boca Edward! - ela riu e mostrou a língua pra ele - faz muito tempo que Bella e eu somos inseparáveis.

Nós rimos, mas todos sabíamos que ela fazia aquilo por mim, para estar do meu lado naquele momento tão horrível da minha vida. Alice era a melhor amiga do mundo.

Voltamos e como o meu pai havia dito tinha muitos curiosos perto da casa . "Pelo amor de Deus, a casa está fechada o que eles podem ver?" pensei revoltada quando cheguei. A casa do lado de fora estava normal, provavelmente meu pai havia tirado as fitas amarelas de isolamento da polícia.

Entramos pela porta da cozinha achando que encontraríamos a sala ainda toda bagunçada, mas não, estava tudo limpo e organizado. Meu pai naquele dia depois de me abraçar aliviado tinha dito para eu não me preocupar que ele cuidaria de tudo e pelo jeito tinha cumprido a promessa.

Na segunda voltamos à vida normal ou o que seria normal dali em diante. Alice saiu cedo dizendo que ia com Rose a Port Angelis levar Victória que resolvera ir embora e aproveitaria para ver algumas lojas de decoração, eu passei a parte da manhã orientando a empregada sobre as rotinas da casa e cuidando de Derek, depois do almoço o levei à escola e então estava completamente só. Fui ao cemitério e lá dei vasão às lágrimas que tanto eu havia reprimido. Eu sentia falta de Jake e não queria mais me fazer de forte. Não depois de saber que o tinha perdido por um motivo tão banal. Inveja.

A partir de então eu me entreguei à depressão. Todos os dias eu mantinha minha rotina, fingia que estava bem, mas estava mais calada, alheia à tudo, apenas meu filho tinha minha atenção real e conseguia arrancar de mim alguns sorrisos, mas toda noite eu chorava de tristeza, revolta, saudade.

Alice, Rose, meu pai e até Emm e Jas que ligavam sempre ficaram preocupados, mas Edward que como médico já tinha percebido meu estado depressivo, explicou que era normal, eu havia passado por muita coisa e só agora estava vivendo o meu período de luto. Me receitou alguns medicamentos que me neguei a tomar e os acalmou dizendo para dar tempo ao tempo, que logo passaria mas que era importante que eu vivesse esse momento de dor.

O tempo correu implacável e vieram as festas de fim de ano que eu não comemorei pois fiquei ainda mais deprimida e saudosa, mas Edward e os outros cuidaram para que Derek tivesse um natal normal com árvore e presentes. Logo fazia três meses do falecimento de Jake. Eu estava melhor, já não chorava mas carregava a dor imensa da saudade no coração. Como eu achava que nunca deixaria de senti-la me adaptei a ela e quase voltei a ser como antes.

Edward nesse tempo tinha sido de uma dedicação imensa a Derek, levava ou buscava na escola, passeava e brincava com ele e vivia mais na minha casa que na dele. E meu filho já estava completamente apaixonado por ele.

Jasper, conseguiu uma vaga para lecionar na escola de Forks e voltou feliz pois não aguentava mais ficar longe de Alice e Emm veio junto para uma visita e para convencer Rose a ir embora para Nova York com ele. Quando eles chegaram os abracei forte morrendo de saudade.

–Jas - falei séria - não quero discussão, você fica aqui em casa junto com Alice até comprarem uma casa. Ou podem ficar morando aqui comigo de vez.

Ele e Alice riram.

–Ah mas é claro que eu vou ficar aqui - beijou minha testa - eu estava com saudade da minha namorada mas também estava com saudade de você e do meu afilhado - falou me soltando e pegando Derek no colo e o enchendo de beijos.

Emm como sempre quando se tratava de mim percebeu que eu ainda não estava totalmente recuperada e cochichou em meu ouvido:

–Eu sinto sua tristeza anjo, desculpe por não estar aqui com você quando precisou,mas agora se quiser desabafar...

E foi isso mesmo que eu fiz naquela semana que ele ficou ali, aproveitei o colo do meu irmão e desabafei o resto de mágoa que eu ainda sentia, e ele me apoiou e amparou como só ele e Jake sabiam fazer. Depois de uma semana partiu, levando Rose com ele para finalmente morarem juntos.

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Depois de um mês trabalhando na escola, Jasper chegou me trazendo uma novidade.

–Bella eles estão precisando de uma professora de inglês e eu indiquei você. Se interessa?

Fiquei em dúvida:

–Não sei Jas, tem o Derek... ele ainda precisa muito de mim.

–Ah Bella - falou Alice animada - é pra isso que você paga a babá e além do mais Derek tem a mim e ao Edward que tem se saído muito bem aliás. Vai ser bom pra você!

–Tudo bem, eu vou pensar - falei rindo.

Na semana seguinte eu começava a dar aulas.

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–Nossa Jas, como é díficil despertar o interesse dos alunos e parece que quanto maiores , pior é - eu reclamava.

Jasper e eu dávamos aulas nas mesmas turmas e lidávamos com adolescentes, então sempre trocávamos idéias. Fazia dois meses que eu começara a trabalhar e apesar das dificuldades estava adorando.

–Sabe qual é o problema? -perguntou Alice - O conteúdo das aulas são muito chatos e eu não estou dizendo que é culpa de vocês - se defendeu quando Jas e eu a olhamos de cara feia - mas seria bom se eles tivessem alguma aula legal também, que fugisse do normal, isso os incentivaria a estudar.

–Você tem razão amor, podíamos pensar em alguma coisa. O que acha Bella?

–Claro, podia até ser fora do horário de aula, mas a escola teria que permitir e os pais teriam que aceitar. Mas o quê seria legal?

–Aulas de violão Bella - falou Alice animada - adolescentes gostam de música!

–E gostam de dança também Alice,então você podia nos ajudar. O que acha?

Alice concordou de imediato e pela primeira vez em seis meses eu me sentia realmente animada com alguma coisa.

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Narrado por Edward

Fazia seis meses desde o falecimento de Jacob e só agora Bella estava realmente melhor. Desde aquele único beijo nunca mais eu me aproximara dela. Respeitei seu momento de luto, mas quanto mais eu convivia com ela mais eu a queria para mim. Seria difícil reconquistá-la, pois estava muito machucada, mas eu não desistiria.

Eu estava passando pela escola no horário da saída, depois de ver um paciente no hospital, quando avistei Bella saindo da escola ,estacionei pensando em lhe dar uma carona já que sabia que ela normalmente deixava o carro em casa preferindo caminhar, mas como eu estava indo para lá... Fiquei a observando enquanto conversava e sorria com um grupinho de alunos, logo que se despediu deles um homem jovem ainda, provavelmente outro professor a abordou conversando animadamente, num certo momento Bella estacou, olhando confusa pra ele, depois sorriu timidamente. Um alarme soou em meu inconsciente, ele claramente estava flertando com ela. Saí do carro imediatamente esperando que Bella me notasse. Ela conversou mais um pouco com ele e então se despediram com beijinhos no rosto. Eu mal conseguia controlar o meu ciúme. Então ela me viu.

–Oi Edward, o que está fazendo aqui?- a surpresa evidente em sua voz.

–Estava passando e resolvi lhe oferecer uma carona já que estava indo ver meu filho -falei tentando controlar a minha voz.

Entramos no carro e um silêncio constrangedor se estabeleceu entre nós. Depois de um tempo não aguentei e quebrei o silêncio.

–Quem era aquele cara Bella? - perguntei sério.

–Um colega de trabalho. Porquê? - ela estava na defensiva

Respirei fundo, maldição eles realmente trabalhavam juntos então se viam muito.

–Porque claramente ele estava flertando com você - falei entredentes.

–E? - ela me questionou, uma das sombrancelhas erguidas.

–Eu não quero você perto dele. - falei bravo logo me dando conta que havia cometido um erro enorme.

Bella me encarou perplexa.

–Você não tem que querer ou não Edward - se exaltou - eu sou dona da minha vida e não é porque você é o pai do meu filho que pode se meter. E se eu quiser aceitar o convite que ele me fez para sair você não tem nada com isso.

Estacionei o carro em frente a casa, soltei o cinto de segurança e me virei para olhá-la. Então ele a convidara pra sair, eu estava furioso.

–Você não vai sair com ele Isabella!

Ela me olhou brava, mordendo os lábios. E ela ficava linda brava. Não resisti e sorri suspirando. Ela abriu a boca para protestar mas eu não lhe dei chance. A agarrei lhe dando um beijo. No começo ela resistiu tentando se soltar, mas eu segurei em seus cabelos e ela pouco a pouco se entregou e correspondeu. Foi um beijo quente, profundo, desesperado. E quando terminou estávamos sem folêgo, trêmulos. E quando a olhei dentro dos olhos vi uma pequena chama de um sentimento antigo, o amor partilhado por nós, mas também a dúvida e o medo. Sem dizer nada ela saiu do carro e entrou correndo na casa.
 


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Notas finais do capítulo

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