Ressurgence escrita por Louiz Blakenin


Capítulo 16
Capítulo 15- Interrogatório.


Notas iniciais do capítulo

Maior capítulo até agora, yay



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- Senhor, o general Ryan Clyyn mandou um pedido de ajuda, o que devemos fazer?
- Busquem-no e tragam a pedra. E façam isso rápido.
- Mas...
- Vá!
O homem fez um sinal afirmativo com a cabeça, se reverenciou para seu mestre e saiu da sala.


Lee conversava com Lucius, o Shikö psíquico. Ele possuía longos cabelos brancos e vestia a camiseta dos Shikös em cor branca. Em sua calça havia um cinturão em que ele guardava sua bola de cristal vermelha, que usava para controlar seus poderes psíquicos melhor.
- Steven mandou alguma mensagem, Lee? – perguntou Lucius.
- Não. Eles ainda não devem ter chegado.
- Fazem mais de quinze horas que eles partiram. Não é possível que ainda não tenham pousado...
- Você sabe que eles foram para Tennal, um local bem afastado. Não se preocupe.
- Suas instruções não eram que Steve mandasse uma mensagem quando eles encontrassem a pedra? Eles não iam demorar tanto assim. Recomendo mandar um grupo para buscá-los.
- Você se preocupa demais, Gane. 
- Estamos lidando com Darkan, Lee. Toda preocupação é pouca, você sabe disso.
- Tudo bem então, tente se comunicar com Stev...
Antes de terminar a frase, os dois foram interrompidos por um mensageiro que abriu a porta repentinamente. Ele bufava de cansaço, indicando que correra muito para chegar até a sala.
- Senhor! O soldado Stewart mandou um pedido de socorro, e precisa de ajuda rapidamente! Pelo jeito eles caíram em uma armadilha e todo o templo desmoronou. 
Lucius sorriu em tom de zombação para Lee.
- Calado. – falou Lee olhando para seu conselheiro, e depois se virou para o mensageiro. – Mande um avião de busca. Rápido. Use qualquer esquadrão, e dê esse mapa para eles – andou até um armário, pegando um mapa e dando ao homem. – A localização está marcada aqui. Vá.
O homem fez uma referência e saiu da sala.
- O que eu disse? – falou Gane sarcasticamente.
- Já falei para ficar calado.

Enquanto isso, nos escombros do que antes era um templo, Steve desligava seu comunicador, agradecendo pela mensagem ter sido enviada. Olhava em sua volta, chegava a ficar triste de um monumento tão bonito ter caído desse jeito. Queria de todo jeito tentar socorrer seus amigos, mas não conseguia se mexer, com uma sensação de que algum osso seu havia quebrado. 
Blake e Matt haviam conseguido fazer um escudo que os havia protegido, mesmo que brevemente, das inúmeras pedras que caíam do céu, mas alguns segundos depois, o escudo se quebrou. A queda das pedras foi menor, mas do mesmo jeito foi significativa. Steve, obviamente, havia sobrevivido, mas queria saber do resto. Sentia que já haviam se passado uma hora desde a derrubada do castelo, desejando com todas as forças que o grupo não tivesse sido sufocado até a morte.
Ficou lá, deitado, durante muito tempo até a ajuda chegar. Sua mente havia sido treinada para não se abalar diante de situações como esta, mas do mesmo jeito, estava preocupado. 
Após algum tempo, ouviu um grito rouco e uma mão surgir das pedras, e viu Blake repentinamente se levantar dos escombros. Seu rosto estava machucado, com alguns cortes nas bochechas, na testa e na boca. Sua característica camiseta branca estava inteiramente rasgada, sobrando apenas metade dela. Logo após de sair de baixo das pedras, acabou caindo novamente de dor na coluna, desta vez em cima das rochas.
- Blake! – a garganta de Steve doeu após gritar o nome de seu aprendiz. – Está tudo bem?
- Estou com cara de estar bem? Minhas costas estão doendo pra caramba!
- As minhas também, mas fico feliz de estar vivo. Já chamei por ajuda, eles estão vindo.
- E isso há quanto tempo?
- Há quarenta minutos.
- Legal, a viagem até aqui demora umas cinco horas. – ironizou. – Mas, você consegue pilotar sua nave?
- Não consigo nem levantar, quanto mais pilotar um avião.
- Calma, onde estão Matt e Ayla?
- Ainda estão nos escombros, assim como Lars e o idiota do Ryan Clyyn.
- É, o dia está perfeito. – ironizou novamente.
Enquanto falavam, um avião sobrevoava o céu ensolarado da tarde de março. Blake avistou-o, e fez sinal para a aeronave pousar. Como queria, ela começou a descer, até parar em uma parte fora do amontoado de rochas.
- Até que enfim! – gritou Blake, e olhou para Steven, sorrindo. Porém, a expressão no rosto de seu companheiro era o contrário de feliz, estava com um rosto de preocupação.
- Esse avião não é dos nossos, Blake. Se esconda.
Após dizer isso, Stewart derreteu com veneno as pedras que estavam a sua volta, formando um buraco, e entrou nele. Logo após isso, jogou as pedras em cima de si mesmo novamente. 
Blake não entendeu na hora, mas mesmo assim tentou cavar as pedras, também formando um buraco e se jogando dentro, espalhando-as por cima de seu corpo.
O compartimento da aeronave desceu, e um homem - que talvez dois metros e meio de altura - saiu. Era calvo, além de extremamente forte, e sua largura era quase do mesmo tamanho de sua altura. Estava sem camiseta e com uma calça preta larga. Ele caminhou para as pedras, e fez um sinal para seus companheiros descerem também. Mais dezoito homens saíram de seu transporte.
- Vasculhem as pedras. Se acharem o corpo, morto ou não, de Ryan Clyyn, levem para a aeronave. Encontrem a todo custo a pedra do selo, não sairemos daqui até acharmos ela. Se encontrarem algum inimigo vivo, o nocauteiem. Se acharem um inimigo desmaiado ou morto, levem para a nave, pois vamos interrogá-los ou destruir seus corpos. Estou querendo sair daqui rápido, então, VÃO LOGO!
Quando falou isso, os soldados foram para cima do monte de pedras que tinha mais ou menos um metro de altura, e começaram a cavá-las todo o lugar. 
Enquanto isso, Steve, embaixo das pedras, escutava tudo. Por sorte, sua espada estava ao lado dele, e caso alguém tentasse atacá-lo, o mataria imediatamente. Mas ele não podia garantir que Blake estava também se prevenindo.
Após algum tempo, um soldado gritou:
- Achei! Tem umas luzes azuis aqui embaixo, deve ser a pedra! – gritou.
- Ótimo! Deixe-me ir até aí que eu retiro as rochas e encontro a pedra do selo. – falou o homem gigantesco que comandava a procura. Ele correu até o soldado que havia gritado. 
Blake imediatamente começou a se desesperar, pois se lembrava que a pessoa que estava com a pedra na hora da derrubada era Matt. Não sabia o que faria com, além de seu irmão, seu melhor amigo estando nas mãos de Darkan.
Mas não, ele precisava pensar. Se ele se mexesse, muito provavelmente seria morto já que não conseguia movimentar sequer um músculo, e do mesmo jeito, Matt iria ser capturado. Precisava ter sorte, rezou para que apenas a pedra estivesse ali e mais nenhum corpo.
O homem, chamado Murdoc, cavou até chegar à pedra do selo. Viu dedos ali, no meio das pedras, e gritou:
- Olhem só, achei um corpo! De quem será que é...
Blake sofreu um arrepio na espinha ao ouvir essas palavras. Não, não podia ser ele... Deveria ser otimista.
Murdoc cavou um pouco mais, e viu que o corpo era na verdade o de Lars.
- Olhem só, o garotinho do Jack está aqui! Bem, depois ele poderá rever o pai...
Blake se aliviou. “Se juntar ao pai dele...” Eles matariam Lars? Mesmo que fosse seu rival, não se sentia bem com isso. Mas ele não podia agir, não podia se sacrificar, ainda mais por uma pessoa que ele odiava.
Ouviu o corpo desmaiado dele ser carregado até o avião, junto com a pedra do selo.
Enquanto isso, Steve também estava escutando tudo. Não gostou de abandonar um aliado, mas era necessário. Mas escutou uma coisa e viu que ainda não tinha acabado.
- Darkan mandou ordens diretas para trazermos Ryan de volta. Achem-no. – falou o homem musculoso.
Os soldados começaram a reclamar, inclusive um que estava ao seu lado. Murdoc o pegou pelo colarinho, mesmo que sua mão fosse maior que o rosto inteiro do homem. O jogou no ar, e antes mesmo dele chegar ao chão, desferiu um soco tão forte que o homem voou a cinquenta - talvez sessenta – metros, dali. Os soldados viram o seu corpo no chão, inerte, talvez morto.
- Se não procurarem, o destino de vocês será o mesmo desse idiota. Vão.
Com medo, todos começaram a procurar ligeiramente.
- Mas essa porcaria ainda não parou... – Blake falava baixo. – Achem esse idiota logo e vão embora, por favor...
Após alguns minutos, outro soldado fez um buraco nas pedras e achou uma espada vermelha debaixo das rochas. Abriu ele um pouco mais, e viu o corpo de Ryan Clyyn. Percebeu que não estava desmaiado, e sim dormindo.
- Acorde! – gritou o soldado, e Ryan acordou.
- Ah! Até que enfim! Tire-me daqui logo!
Murdoc viu o encontro, e foi imediatamente para o lugar. Ao chegar no buraco, falou para o seu soldado sair dali. Ele saiu, e o musculoso homem desceu na cova.
- Olá, Ryan. Quanto tempo.
- Ahn... Ah! Oi, Murdoc. Bom te ver.
- Estou sabendo que você levou um coro daqueles moleques idiotas... É verdade?
- Éer... Não. Só foi aquele Stewart que deu sorte.
Murdoc começou a rir e debochar na cara dele.
- Eu sabia que você era um fracassado! Ah, levar uma surra daquele estúpido... 
- Me tire daqui logo.
Ele, ainda rindo, pegou a mão de seu suposto amigo, e o levantou tirando ele das pedras. Acabou recuando um pouco para trás para tentar levantá-lo, e sentiu que acabou pisando eu uma espada.
- Oh, pelo jeito temos um bônus aqui... Ryan, espere um pouco.
Murdoc o descarregou em cima das pedras, e começou a desenterrar o corpo que estava com a espada. Viu que era uma mulher. Ayla.
- Olhe só... A loirinha está aí, indefesa... – Murdoc a retirou de baixo das pedras, e a colocou em seu ombro. Logo após isso, pegou Ryan também e o deu apoio para andar. – Vamos. Podem ir para a aeronave!
Blake sofreu mais uma arrepio na espinha. Apesar de não conhecê-la bem, ele gostava muito de Ayla. Sentiu-se triste, mas não tinha como salvá-la.
Os dezessete soldados começaram caminhar até o avião, porém algo os interrompeu. Uma segunda aeronave apareceu entre as nuvens, e atirou projéteis de lazer contra os soldados, sendo que dois foram atingidos e caíram mortos no chão, com seus peitos dilacerados.
- Porcaria! – gritou Murdoc, que já estava na comporta da nave. Deixou Ayla no chão e Ryan em um dos inúmeros bancos, e saiu de novo para ver o ataque que receberam.
- Pagarão por isso, desgraçados!
Ele pegou no chão uma das pedras, que provavelmente era a base de um pilar. Tinha cerca de um metro de largura e comprimento, e foi atirada contra o avião que atacou, mas Murdoc errou o alvo. A aeronave atirou mais uma vez, desta vez sem vítimas. Depois disso, ela já estava quase passando por cima deles, e pousou. A comporta abriu, e de lá saíram vários soldados. Dentre eles, se destacava um general ruivo barbudo e um pouco gordo. Vestia roupas do exército e tinha um cabelo levemente comprido, que se estendia até o ombro.
- Devolva a pedra do selo e a garota, Morroc.
- É Murdoc, idiota! E não, não te darei!
- Porque vocês sempre tem que optar pelo lado difícil? – a voz do general era rouca e alta. – Ataquem!

As duas levas de soldados se atacaram, enquanto uns seis soldados do general se separaram para vasculhar alguém que estivesse embaixo das pedras. Blake e Steve finalmente se levantaram para ver o que estava acontecendo.
- Finalmente, ajuda! – gritou. - Alguém venha aqui, por favor!
Dois soldados viram Blake e Steve, e foram imediatamente socorrê-los. 
- Olá, Steve. – falou o homem que foi ajudá-lo. – Bom te ver por aqui...
- Olá. Você é do meu esquadrão, certo?
- Sim. Devo dizer que você fez uma falta tremenda nas suas férias.
- É bom saber. Estou de volta, de qualquer jeito. Trouxe alguma pérola de cura?
- Trouxemos apenas duas... É, é o seu dia de sorte assim como aquele garoto da espada azul...
- Blake.
- É, é isso mesmo!
Steve tomou a pérola, que mesmo com seu gosto horrível, fez ele se sentir bem melhor. Suas costas pareciam estar sendo colocadas de volta no lugar, como se tivesse sido quebrada ao meio e depois costurada novamente. Sua horrenda dor de cabeça passou, e depois de alguns segundos, já estava quase totalmente recuperado. Olhou mais adiante, e viu Blake se recuperar também. Levantou-se.
- Muito obrigado, soldado. Estou em dívida com você.
- Não foi nada, Steve. Agora vamos acabar com essa luta logo.
Ao dizer isso, os dois foram para a batalha, assim como Blake.

Ao chegar na disputa de duelos de espadas, Blake acertou diretamente pelas costas um soldado, que imediatamente morreu e caiu no chão, salvando a vida de seu aliado que estava caído, ajudando-o a levantar. Logo após isso, um inimigo tentou atacá-lo, mas ele se esquivou e chutou sua lateral, e ele cambaleou para o lado.
- Oh... Um garotinho de dez anos vai querer me matar? Tente a sorte!
Blake não falou nada, apesar de ter se irritado com a ofensa. Atacou o soldado, que tinha uma espada que exalava plasma vermelho, e ele facilmente se defendeu, contra-atacando na altura do peito de seu adversário. O Sword apenas curvou suas costas para trás, fazendo com que a lâmina do outro soldado não o atingisse, e, em um golpe certeiro, acertou sua espada na mão que o soldado segurava a espada. O sangue jorrou dali, e ele soltou um alto grito de fúria.
- É, um garotinho de QUATORZE anos te derrotou... Ironia, não?!
- Vai para o inferno! – o soldado tentou lançar uma esfera de plasma em Blake, que desviou e logo após isso enfiou sua lâmina na garganta do soldado, que arregalou os olhos e caiu no chão, com as mãos na sua jugular cortada, onde ficou até morrer. Outro inimigo tentou atacá-lo pelas costas, mas ele se abaixou na hora e enfiou sua espada na coxa de seu agressor, que caiu. Imediatamente fincou sua arma no peito do soldado, matando-o.
- Até que eu senti falta disso.
Steven batalhava ferozmente com outros soldados, e pelo seu alto nível, como mostrava sua armadura de Soldado de Elite, chegava a fazer seus inimigos recuarem de medo. Isso não o impedia de atacá-los, e na maioria das vezes, seu primeiro golpe era certeiro e matador.
O general atacava poucas vezes outros soldados, e ficava apenas na defensiva. Ele dominava a luz, assim como Lee, mas possuía uma lâmina. Assassinava soldados apenas quando estes tentassem atacá-lo, e ele ficava sempre alerta para possíveis ataques surpresa.
Murdoc, o líder dos homens de Darkan, era outro que matava facilmente os seus inimigos, tinha um treinamento muito forte. Sua classe não era das famosas, que possuem um Shikö, que era a de superforça. Isso era provado quando ele conseguia acertar um soco em alguém. Quando isso acontecia, a vítima era jogada metros longe dali, e dependendo do impacto, poderia morrer imediatamente. Blake, ao avistar o musculoso homem, teve uma ideia que poderia salvar seu irmão.

Correu contra ele, ameaçando de atacá-lo com a espada. Murdoc o avistou, e gritou:
- Oh, o descendente de Sharian Sword! Vamos ver se você herdou as habilidades de seus ancestrais, seu monte de lixo ambulante! 
Ignorando a ofensa, Blake simulou um ataque em seu estômago, o ponto que ele conseguia alcançar. Murdoc preparou um soco para finalizar de uma vez, mas não previu o truque. O Sword mudou de direção e acertou com sua espada a lateral do inimigo, mas apenas atingiu sua pele, fazendo um fino corte e saindo um pouco de sangue. 
- Meus músculos são impermeáveis, idiota! Não tente me matar desse jeito, pois não conseguirá! 
Após dizer isso, o musculoso homem desferiu dois golpes com suas mãos, um deles acertando a mão de seu inimigo, e o outro acertando em seu rosto. Blake foi lançado para vários metros longe dali, mas permaneceu intacto, sem muitos ferimentos. A batalha já tinha sido levada para longe do amontoado de pedras e, consequentemente, longe das aeronaves.
Murdoc caminhou em direção a seu adversário, com uma expressão maquiavélica em seu rosto.
- Você não pode me vencer, garotinho. Tenho um corpo impermeável e perfeito, e sem a sua espada, você não vai conseguir nada. É o seu fim.
- Onde fica a base de Darkan? – seu rosto sangrava, assim como seu supercílio, e sentia que tinha até trincado um dente com o golpe que recebera. Sua cabeça doía muito, mas conseguia superar, já sofrera coisas piores. 
- Você é muito ridículo, sabia? Acha mesmo que contarei?
- Tudo bem, eu te faço contar.
Blake avançou contra Murdoc, que tentou desferir um golpe certeiro, mas o jovem garoto pulou em cima da mão que acertou o chão. Chutou o olho de seu inimigo, que rugiu de fúria. 
O Sword caiu para trás de Murdoc, que praguejava, com suas mãos em seu globo ocular. Com sua mão, Blake atirou uma esfera de plasma azul em seu adversário, que acabou caindo para frente. Rapidamente, o líder musculoso levantou e se virou para aquele que tinha feito seu olho cegar, mesmo que apenas por um momento.
- Vamos lá, não é você o homem com um corpo impermeável, perfeito e invencível? Porque não faz que nem fez com outro soldados, e acerta um soco bem aqui – ele deu palmadas em seu peito, provocando-o – E me mata? Muito difícil?
- Que seu desejo seja realizado! – gritou, avançando contra Blake e rugindo de fúria. 
Murdoc tentou atacar um suas mãos, desferindo dois golpes. O Sword facilmente desviou dos dois, e lançou uma esfera de plasma no rosto de seu inimigo, que imediatamente soltou um rouco e abafado grito, colocou suas mãos no rosto queimado, na parte do olho esquerdo, o mesmo que estava vermelho desde o chute recebido. Blake correu para recuperar sua espada, pegou-a na grama e retornou para onde estava o seu inimigo.
Ele jazia no chão, rolando. Estava ainda com suas mãos no rosto, e o garoto da espada azul percebeu que ali estava totalmente queimado. Imediatamente, o Sword subiu em cima de seu derrotado, e apontou sua espada para a jugular do caído.
- Responda tudo o que eu dizer, se não quer ter seus miolos estourados.
- Vá para o inferno! – tentou golpear, ainda no chão, mas Blake lançou uma bola de plasma na mão que iria acertá-lo. Murdoc rugiu de fúria.
- Meu irmão está vivo? Dean Sword, vamos, responda!
Murdoc sorriu.
- Darkan já cortou seus intestinos fora, queimou seu corpo e ainda o comeu na janta – o interrogado cuspiu no rosto do interrogador.
- Está mentindo. Fale agora.
- Sim, está vivo, mas não do jeito que pensa...
- O que você quer dizer... – repentinamente, teve uma visão que chegou a o deixar pálido. Ele olhou para frente, e viu Dean. Em carne e osso. O mesmo sorriu para ele, em uma expressão que chegava a ser diabólica. Logo após isso, ele desapareceu, deixando cinzas negras fluir pelo ar.
- O que foi? – perguntou Murdoc. – Um gato comeu a sua língua?
- Não é nada. Agora, responda, onde raios fica a base de Shun?
- Acha mesmo que vou te responder?
Blake fincou a ponta de sua espada no membro inferior de Murdoc, que gritou extremamente alto. O sangue saía entre suas pernas, e ele chorava de dor.
- Diga!
- Retire essa espada daí antes!
- Tudo bem. – retirou sua espada ali, e o sangue escorria pela lâmina e evaporava com o calor do plasma que era expelido.
- É uma base flutuante, aqui em Tennal mesmo. Fica em cima do oceano que divide Tennal e Urnien. Não fica muito longe do mar de desse continente, e é só isso que eu sei!
- Essa base é invisível, não é?
- Não te falarei!
Blake ameaçou novamente colocar a espada no mesmo lugar de antes, mas Murdoc imediatamente começou a falar.
- Precisa ter uma visão noturna. Darkan nos disponibilizou lentes, e quando alguém a colocar, poderá ver tudo o que está no escuro. A base possui uma magia que ela desaparece no claro. Consequentemente, com a visão noturna, tudo fica escuro, e poderão ver a base marcada em linhas verdes.
- Muito obrigado. – falou Blake. Mas, nessa distração, Murdoc conseguiu socá-lo no estômago, e foi jogado para metros dali. O assassino, ao ver que a batalha era perdida e que apenas dois soldados seus estavam vivos, entrou na sua aeronave, e decolou.

Todos os soldados de Murdoc estavam mortos, e seis dos vinte homens que vieram com o general foram assassinados. Eles ainda procuravam mais corpos embaixo das pedras, viram alguns homens de Ryan soterrados. Acharam Matt, que por sorte estava vivo.
Blake e Steve conversavam com o general.
- Saudações, general Heinrich. – falou, em uma postura formal. Heinrich é o general de seu esquadrão, e o dominador de veneno era o soldado que mais se destacava entre seus homens.
- Steven, poupe essas formalidades, sabe que eu não gosto disso. Seis soldados morreram nessa batalha, e o que mais me deixa triste é que quatro deles eram estagiários e dois eram soldados de elite.
- Seus nomes serão honrados. – falou.
- Senhor Hainrich... – falou Blake, mas foi interrompido pelo general.
- Heinrich.
- É, isso mesmo. Tinham soldados nossos no avião, o que aconteceu?
- Nós pegamos a garota que estava lá, mas só deu tempo de pegá-la. Quando vimos, Murdoc já havia partido, e levou Ryan, Lars e a pedra do selo junto. Ela está ali – o general apontou para o lado, de onde Ayla jazia deitada no chão. – Sinto muito, mas o senhor Niall foi capturado.
- Porcaria. – falou Steve.
- Isso só vai evitar brigas entre nós, foi até melhor ele ter sido levado...
- Não fale isso, Blake! Lars era um garoto bom, apenas incompreendido. Devemos resgatar ele e seu irmão, mas nem sabemos onde a base é localizada...
Blake ia falar o que tinha descoberto, mas decidiu ficar quieto. Pensou no que ia fazer. A missão era dele. Ele deveria resgatar seu irmão.
Após algum tempo, entraram no avião, e partiram para Parlov.


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