18 de janeiro de 2013 - 10:03 - Centro de pesquisas, Nova Iorque

-Não importa se vocês não tem nem ideia de onde ela está! Eu quero essa garota aqui, dentro da minha sala, dentro de uma semana! Do contrário, vocês já sabem! - Philip gritou para os cinco homens que estavam em sua sala, que gelaram ao ouvir as últimas palavras do chefe.

-Sim senhor. - falou um dos cinco.

-Ótimo, estão dispensados. - os homens saíram da sala.

18 de janeiro de 2013 - 10:05 - Praia deserta, local desconhecido.

 -Hm? - Melissa acordou, lentamente. Estava deitada na areia, seus calcanhares tocavam o mar. - O que? - olhou para sua esquerda, areia e rochas, mas nada de Peter ou do garotinho que havia sobrevivido da queda, não sabia como. Olhou para sua direita e viu o mesmo garotinho vindo em sua direção.

-Menina? - ele falou, em um tom um pouco baixo. - Você está bem? - o garotinho se ajoelhou ao seu lado.

-Sim, eu acho que sim. - Melissa se sentou, estava descalça, provavelmente seus sapatos se perderam na imensidão azul do mar. - Qual seu nome?

-Jack. - o garotinho respondeu, a olhando. Ele com certeza estava assustado, seus olhos verdes estavam arregalados. Verdes... Iguais os de Peter... Peter! Melissa tinha se esquecido dele.

-Está bem, Jack. Você viu um garoto, branco de cabelo castanho-claro? - perguntou Melissa e o garotinho foi um pouco para o lado, mostrando Peter, deitado e desacordado na areia.

-Ele está assim desde que eu acordei, igual você, só que ele nem se mexeu. - o garotinho fala, cabisbaixo.

-Peter? - Melissa começou a quase se arrastar em direção ao amigo. - Peter! - o garotinho a seguia. - Peter, acorda! Peter! - ela chacoalhava o jovem, mas nada.

Melissa sentiu seu coração quase pular pela garganta quando viu que Peter não estava respirando. Checou sua pulsação, nada.

-PETER! ACORDA SEU IDIOTA! LEVANTA! - a menina começou a chorar.

-Você não sabe fazer primeiros-socorros? - perguntou o garotinho, como se fosse obvio. Então Melissa se lembra. Sim, ela sabe. Abre um sorriso em meio as lagrimas e começa a fazer os primeiros-socorros em Peter.

 O jovem, até então desmaiado, cospe a água que provavelmente estava em seu pulmão e abre lentamente os olhos. A jovem não sabia se ria ou chorava, ainda estava em choque. Peter a olha e se senta.

-PETER! - Melissa pula em seu pescoço, fazendo-o cair novamente na areia.

-Ei, calma. - ele falou, ainda meio desacordado. - O que aconteceu?

-Ela pensou que você tinha morrido. - falou o pequeno Jack, que estava ao lado dos dois. - Só que eu lembrei ela dos primeiros-socorros e ela te salvou.

-Hã? Ele acordou? - perguntou Peter, logo após eles dois sentarem de novo.

-Não, não moço! Eu sou um sonâmbulo! - retrucou o pequeno Jack, fazendo Melissa rir.

-Você é bem mal-educado, hein, moleque! - afirmou Peter e empurrou levemente o menino, agora os três riam.

-Então... - Melissa falou, se levantando e olhando para o lado inverso do mar, onde havia uma imensa selva e bem mais ao fundo um enorme vulcão. - Onde será que estamos?

-Acho que em uma ilha deserta, provavelmente nem está no mapa. Aquele vulcão - falou Peter apontando para o enorme monstro de lava - provavelmente está desativado a anos.

-Como será que viemos para aqui? - perguntou o pequeno Jack, só então Melissa lembrou da presença dele.

-Primeiro, - a menina se abaixou, ficando na altura do menor - Você vai falar para a gente como saiu do avião antes dele afundar. - o menininho suspirou.

-Está bem. Mas eu quero comer primeiro.

18 de janeiro de 2013 – 12:01 – Residência dos Klavy - Queens, Nova Iorque

Philip acabara de chegar em sua casa, achou estranho que seu filho não aparecera lá, nem ontem e nem hoje, até agora.

-Marcy! - chamou a empregada, logo após que jogou seu casaco em cima do sofá.

-Sim senhor Klavy.

-Você viu Peter? Ele apareceu aqui?

-Não vejo o senhor Peter desde ontem, senhor.

-Ele nem ligou, nem nada?

-Não, senhor. Não deu nem sinal de vida.

-Está bem, o almoço está pronto?

-Quase, senhor.

-Então eu vou no escritório e já volto, está bem? - falou ele, colocando o casaco de volta.

Sim, senhor.

Philip saiu de sua casa e foi em disparada para o Centro de Pesquisas.

18 de janeiro de 2013 - 12:30 - Centro de Pesquisas, Nova Iorque

-Já está de volta, senhor Klavy? - perguntou a assistente assim que o chefe entrou no local.

-Eu preciso que de uma ajuda. Peter simplesmente desapareceu, sumiu do mapa. Eu quero que você arranja algum jeito de descobrir seu paradeiro. - ordenou Klavy.

-Mas por onde devo começar?

-Sei lá. - o velho pensou um pouco e depois estalou os dedos. - Procuro o nomes dos passageiros que foram para Los Angeles no último dia.

-Sim senhor.

[...]

-Senhor Klavy? - a assistente entrou no escritório.

-Então, achou?

-Sim, ele foi passageiro do Vôo 695 com destino para Los Angeles, mas esse avião desviou da rota e caiu em alto mar. Todos presentes lá morreram ou estão desaparecidos.

-O que?

-Isso mesmo que o senhor ouviu, mas também estava registrado que ele não foi sozinho, Melissa Overight foi junto com ele.

-Então quer dizer que os dois morreram?

-Não se sabe, eu pesquisei e alguns corpos não foram encontrados, dentre eles os dois estão mencionados.

O velho respirou fundo.

-Eu quero que você inicie uma procura dos dois aos arredores de onde o avião caiu, tanto na superfície quanto embaixo d’água, está bem? E quero isso agora! – ordenou ele.

-Sim senhor. – a moça saiu do escritório.

18 de janeiro de 2013 - 12:47 - Ilha deserta, local desconhecido

-Então quer dizer que seu pai abriu a saída emergencial e te empurrou de lá? - perguntou pela segunda vez Melissa, dando outro gole na água de coco que eles custaram para pegar.

-Sim! Você vai perguntar mais quantas vezes? - falou o menininho, irritado.

-Nossa, irritadinho você, não? - retrucou Melissa.

-É que eu estou cansado e com sono. Preciso dormir. - o menino suspirou.

-Gente! - Peter surgiu do meio da floresta, ele estava explorando o local.

-Ah! Oi explorador, encontrou alguma coisa? - perguntou Melissa, assim que se levantou e pegou o menino de 5 anos no colo, que logo se encostou no ombro dela.

-Sim, eu achei um lago de água doce e cachoeira. Lá parece ser mais seguro que aqui, vamos? - perguntou Peter. - É... Dá ele aqui, pode deixar que eu seguro. - Melissa entregou o menino, que já estava quase dormindo, para Peter. - Vem, me segue.

Os três foram a caminho para o lago que Peter havia falado.