Operação Renascimento escrita por A Young Lady


Capítulo 6
O poder do amor




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Zeus acordou sentindo uma imensa sonolência devido aos medicamentos.

Percebeu, um pequeno mosquito passeava pelo teto do quarto, voando confuso em volta de lugar nenhum, como um viajante perdido no deserto. Havia uma pequena teia de aranha vazia no canto da parede. Sua proprietária deve ter se mudado. Também tinha ali uma pequena trinca, bem fina e quase imperceptível, como se tivesse sido desenhada com um lápis de ponta fina.

Ao olhar para o alto foi tomada de assombro ao ver uma luz em meio à escuridão que era a sua visão. Estava morto? Sua vida havia acabado de começar e já ia acabar? Mas isso era tão... injusto! Fechou os olhos tentando espantar a sensação que aquela luz despertou em sua mente. Quando os abriu de novo, tudo estava normal, e pelo que conseguiu se situar, estava em um hospital. Acima de sua face, estavam os rostos preocupados de sua família e amigos. Alguns olhavam alegres para ele, como Apolo e Afrodite, mas dentro da alegria, havia uma profunda tristeza, que estavam tentando ao máximo disfarçar. Outros, o olhavam somente com pena.

– Você está bem, meu filho? – pronunciou Tristan Grace, com sua voz grave que sempre infligira tanto temor a Zeus. Agora, parecia apenas vazia.

– Onde eu estou? – ele perguntou. – Isso é um hospital, ou vocês reformaram meu quarto? – alguns soltaram risadinhas – tristes, mais risadas – ao ver que ao menos o humor do jovem estava intacto.

– Não se lembra de ontem? – perguntou Apolo, seu melhor amigo, com uma voz triste ,que parecia não lhe pertencer.

Zeus pensou – todos a olhavam esperando uma reação. Sentiu uma mão quente afagar sua mão, e reconheceu ao seu lado sua mãe Esperança. Seu rosto estava sério, o que ele imediatamente estranhou.

– O que aconteceu? – perguntou ele, com a voz repentinamente falhando. – Parece que foi algo ruim, pelo jeito que estão me olhando. Eu fiz algo ontem? Eu bebi alguma coisa ou me droguei? Eu, realmente, não me lembro.

– Zeus... – disse Hera com lágrimas escorrendo de seus olhos verdes. – Você não fez nada. Aqueles policiais, idiotas, estão errados eu sei que estão. – Assim que a garota terminou de falar, saiu correndo para fora da sala sendo acompanhada por seus pais.

Estabeleceu-se um silêncio incomodo na sala, como se todos esperassem um acontecimento catastrófico. Zeus pensou, pensou tanto que chegou a pensar que logo estabelecer-se-ia uma enxaqueca grave. Então, um turbilhão de memórias veio em sua mente.

Reviu o ataque da senhorita Jones, sua coordenadora, os intensos ataques na sua cabeça, as palavras, o monstro que ela se tornara, sua tentativa de defesa, fracassada, com a tampa de lixo, e no último instante o raio. Conseguiu até mesmo sentir novamente a indiferença e a ironia nas palavras da senhorita Jones:

"–Você tem muito poder, meu bem. O poder de um deus. Você deve ser controlado- disse sibilando. Não sabia do que se tratava mas, depois de tantos anos lidando com coordenadoras cruéis,ele aprendeu que o melhor era baixar a cabeça.E disse o que considerou mais seguro :

–Como assim senhora ?

A senhorita Jones ajeitou seu terno e falou de modo frio e irônico :

–Nunca notou esses acontecimentos estranhos ao seu redor benzinho.Além de burro, é cego, senhor Grace ?"

– Raios... – ele murmurou.

– Zeus, a senhorita Jones ... . – pronunciou Poseidon pela primeira vez, e ele entendeu tudo de uma vez só.

– Não me diga que ela morreu , isso não pode ser verdade .Não poder ser !– gritou ele- Eu não a matei ,eu juro! Não sei como isso aconteceu!

– Os policiais querem falar com você ,querido - falou, sua mãe ,quase em prantos.

– Zeus, - disse Anfrite, a namorada de Poseidon – Devemos pedir para a enfermeira lhe dar algum calmante ?

Poseidon ia respondê-la, mas foi interrompido por um Zeus feroz.

– NÃO! – gritou ele. – Só quero entender. – ele teve vontade de gritar novamente, mas respirou fundo.

Esperança pela primeira vez, soltou a mão de Zeus, levantou-se e foi até Tristan. Cochichou algo no ouvido dele, e ele seguiu para fora da sala, lançando um olhar de concordância com a Sra. Grace.

Zeus estava péssimo, e não ouviu a conversa de ambos. Mas, se tivesse ouvido, teria se irritado profundamente ao saber que uma nova onda de analgésicos lhe esperava.

***

Quando Zeus acordou novamente estava mais calmo. Respirou fundo e notou que havia somente uma pessoa no quarto. Hera a melhor amiga de Zeus.

– Ei, Zeus. – disse ela triste. – Está se sentindo melhor?

– Não precisa se preocupar. – disse ele, mas sua voz denunciava muito os seus sentimentos, apesar da expressão forte. – Onde estão todos? – disse Zeus, mudando para um assunto menos doloroso.

– Seus pais e Apolo foram para a lanchonete do hospital. Poseidon saiu com Anfrite , vão comemorar um mês de namoro. – essa frase alegrou um pouco Zeus, pela felicidade do amigo – Atena e Ártemis foram a livraria, ah falando nisso Hades veio te visitar, a mãe dele o arrastou até aqui, Dionísio mandou melhoras e Ares disse que está te esperando no campo para um jogo, Perséfone e Deméter mandaram Flores, Hermes também veio e tentou desenhar um bigode no seu rosto.

– Certo, legal. – foi a resposta de Zeus

Estabeleceu-se um silêncio incomodo no quarto.

– Zeus. – disse Hera, quebrando o silêncio e atraindo a atenção de Zeus. – Você quer um abraço?

Somente a olhou e Hera se levantou da cadeira para dar um abraço apertado em Zeus. Ele teve certeza que apesar de tudo, Hera era muito mais do que uma amiga.


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