Orihime: Mas agora isso não será muito necessário... Só confie em mim.

Ichigo: Inoue Orihime...

Orihime: Calma... Só quero agradecer pelos donuts de chocolate... É uma pena que eu não vou comer todos eles...

Se passaram alguns minutos de silencio, e Ichigo apenas se perguntava o que diabos a ruivinha estaria aprontando, quando sentiu alguém o empurrar e sentá-lo na cama. Sabia que se tratava de Orihime, mas logo que tentou abraçá-la, o corpo desapareceu de uma hora pra outra.

Ichigo: Ah, então esse é seu joguinho?

Orihime: Não sei do que esta falando.

Ichigo: Qual é, se fizermos muito barulho alguém vai acabar vindo aqui.

Orihime: Quem esta fazendo barulho é você.

Ichigo: Saco, preciso desse esforço todo pra ganhar um beijo da minha namorada com qual eu me preocupo e amo tanto?

Orihime: Não seja dramático Ichigo-kun, você só precisa me encontrar.

Por mais que Ichigo tentasse ouvir com atenção, as poucas palavras pronunciadas pela garota eram num tom de voz tão baixo que era impossível descobrir sua localização. A única alternativa era procurá-la na pratica. Mas logo que se levantou, o shinigami bateu numa mesa cheia de curativos e remédios... Depois no sofá... E depois na cama.

Orihime: Nossa, você é realmente muito ruim em localização. Imagina se tivesse que lutar com um inimigo no escuro?

Ichigo: Não fale com essa voz inocente zombando de mim. Além do mais, um inimigo não mexeria com minha concentração tanto quanto você.

Orihime ouviu outro barulho de algo sendo derrubado. Realmente, o namorado conseguia ser mais desastrado que ela. Quando estava quase soltando outra piada pra deixar ele mais irritadinho (e consequentemente, mais determinado) sentiu uma pessoa a agarrar por trás.

Ichigo: Te peguei.

Orihime: Como?

Ichigo: Joguei uma coisa pesada no outro canto do quarto pra te distrair e usei meus instintos.

Orihime: Que instintos?

Ichigo: Essa horário não é apropriado pra falar deles.

Orihime: E esse horário é apropriado para ficar se agarrando num hospital?

Ichigo: Justamente, já estamos cometendo um erro, quer cometer dois? Agora, você vai me dar meu beijo, por bem ou por mal.

Orihime: Pretende me obrigar?

Ichigo: Se for necessário... Além do mais, não podemos esquecer que você foi uma garota malvada comigo... Ainda não me acostumei com esse seu lado seu...

Orihime: Tudo bem, você venceu. Deixa eu só acender as luzes.

Ichigo: Não vai me enganar de novo. (beija Orihime)

Nada nesse universo poderia explicar aquilo, mas pra Ichigo, todas as vezes que os dois se beijavam era tão maravilhoso e novo como se fosse à primeira vez. Abraçou a ruivinha mais forte, não queria ter nenhum centímetro de distancia entre seus corpos, e apesar de já estarem o mais perto possível, continuou a apertá-la contra si. Tinha tido tanto medo de perdê-la, de nunca mais ouvir sua voz doce ou ver seu sorriso alegre e sincero. Mas aqueles terríveis acontecimentos já haviam terminado, e só o que restava era destruir qualquer tristeza ainda armazenada naqueles beijos quentes e luxuriosos. O garoto soltou os lábios de sua amada apenas para retirar a fina camisola que a cobria, impedindo-o de continuar aquelas caricias maravilhosas, quando ouviu um ruído alto na porta e voltou a realidade que o cercava.

Matsumoto (gritando de fora do quarto): EI ICHIGO, ORIHIME EU SEI QUE ESTÃO AI! ABRAM OU EU QUEBRO A PORTA!

Ichigo: Droga, hoje não é meu dia.

Orihime (abre a porta): Pessoal, como estão hoje?

Renji: Nossa que bagunça, o que aconteceu aqui?

Matsumoto: Andaram fazendo brincadeiras obscenas no aqui... Eu sei que devem estar com saudades, mas lembrem que atentado ao pudor dá cadeia.

Orihime (corada): Não fale essas coisas Rangiku-san.

Matsumoto: Como se eu estivesse mentindo.

Orihime: Mudando de assunto, onde esta o Ishida-kun?

Nemu (com uma cara triste): Ele foi... pra casa, disse que passava aqui depois... Podem me dar licença um minutinho? (sai do quarto)

Ichigo: O que deu nela?

Rukia: É que nós recebemos uma ordem da Soul Society hoje...

Ichigo: Algum problema, porque eu posso ajudar.

Renji: Não é nada grave, só que em poucos dias temos que voltar.

Matsumoto: Droga, não tem nada acontecendo por lá... Porque não dizemos que apareceu uma quantidade anormal de hollows por aqui, ou coisa parecida, pra ficarmos mais um tempinho?

Rukia: Não diga essas coisas Matsumoto. Eu também gosto de estar aqui de férias, e vou sentir saudades, mas todos temos funções importantes nos esquadrões, e não podemos ficar vadiando por muito tempo.

Matsumoto: Droga, ter que voltar pro meu árduo trabalho de tenente...

Renji: Como se você fizesse alguma coisa... Até a Yachiru ajuda mais do que você.

Ichigo: Falando na pestinha, onde ela se meteu?

Rukia: Usando o dinheiro que extorquiu de todos nós para comprar coisas pra levar de volta pra Soul Society.

Matsumoto: Viu, até a Yachiru vai sentir falta da Terra.

Rukia: Se vocês estão sofrendo, imaginem a Nemu e o Ishida.

Ichigo: O que tem a ver?

Rukia: Qual o seu problema? Vou explicar de um jeito bem fácil pra você entender: Nemu vai pra Soul Society, Ishida fica na Terra, não tem nada de errado nisso pra você Ichigo?

Ichigo: ...

Rukia: Um dia eu ainda entendo como a Inoue aguenta chamar um tapado desse de namorado.

Orihime: Ichigo-kun, o que a Kuchiki-san quer dizer é que desse jeito eles não vão mais poder se ver com tanta frequência.

Ichigo: Ah entendi. Nossa, o Ishida deve estar arrasado. O que ele fez quando recebeu a noticia?

Renji: Nada, apenas se virou e foi pra casa.

Rukia: Insensível, deixou a Nemu pior do que ela já estava.

Orihime: Não entenda mal, agir como se fosse frio e sem sentimentos é típico do Ishida-kun...

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(Nemu esta sentada em alguns bancos no corredor do hospital, olhando fixamente para o celular)

Nemu: Porque você não se comunica, seu idiota estúpido? Será que eu vou ter que ir atrás de você? Quer saber, tá decidido, eu vou atrás de você, afinal de contas, o que de pior pode acontecer a essa altura?