Orihime, por outro lado, continuava sentada na cama olhando atentamente o shinigami. Será que aquilo era mesmo correto? Aquela sensação de se entregar de corpo e alma pro homem que amava era obscena? Achou que ia ser derrubada pelas perguntas, mas ao invés disso sentiu os braços fortes de Ichigo ao seu redor.

 O ruivo estava genuinamente confuso com o que estava prestes a acontecer, e nem raciocinou direito antes de agarrar Orihime. Foi só perceber que ela já estava em seus braços que notou que muito provavelmente aquela não fosse à hora adequada para esse tipo de intimidade. Afinal, e se alguém acordasse? Só de pensar nisso se desvencilhou do abraço convidativo que estava envolvido há bastante tempo.

Orihime: O que foi Ichigo-kun?

Ichigo: Desculpa, mas eu não posso dormir com você.

Orihime: Por quê?

Ichigo: Porque eu sinto que não vou conseguir me controlar.

Orihime: Ichigo-kun, olhe pra mim e me responda só uma coisa: Você me ama?

Ichigo: Orihime...

Orihime: Responda.

Ichigo: Claro que eu te amo, mas do que qualquer coisa nesse mundo.

Orihime: Então não precisa agir assim... Se tiver que acontecer alguma coisa entre nós vai acontecer e eu vou ficar muito feliz com isso. (beija Ichigo)

Aquela nem parecia à mesma pessoa. Naquele momento Ichigo estava descobrindo um lado novo da ruiva, que agora estava lhe dando um beijo cheio de luxuria. O único resquício de sua inocência estava nos olhos acinzentados que observavam incessantemente. O ruivo a pegou no colo e rapidamente jogou seus corpos em cima da cama. Se ela queria continuar não seria ele que iria discordar.

Ichigo: Tem mesmo certeza que quer continuar?

Orihime: Ichigo-kun eu... Eu quero te deixar feliz.

Ichigo: Mas eu sempre estou feliz quando você está perto, não precisa fazer isso.

Orihime: Não, feliz não é a palavra que eu estou procurando... Eu... Eu... (fica muito corada, respira fundo e sussurra quase inaudivelmente no ouvido de Ichigo) Eu quero fazer você sentir prazer.

Essas palavras quase fizeram Ichigo derreter ali mesmo. Não perdeu tempo e selou os lábios da garota com mais um beijo de tirar o fôlego, enquanto suas delicadas mãos tiravam a blusa do rapaz, que foi jogada em qualquer ponto aleatório do quarto. No momento perder uma peça de roupa qualquer sequer passava pela cabeça de alguém naquele quarto. Depois do vários minutos que mais pareceram segundos, eles tiveram que descolar os lábios pois o maldito oxigênio cismava de acabar. Enquanto ofegava em busca de um pouco de ar, Ichigo observou Orihime atentamente: Apesar de seu rosto estar completamente vermelho de constrangimento por estar naquela situação tão intima com alguém, seu olhar era de puro deleite, como se estivesse saboreando a melhor sensação do mundo. Se ela estava assim, o shinigami nem queria imaginar o quanto seu olhar parecia pervertido, principalmente quando a garota deixou uma trilha de mordidas de seus lábios até o seu pescoço e arranhou delicadamente suas costas com as unhas compridas.

Por outro lado, Orihime estava quase dando um sorriso triunfante pelo que estava conseguindo. Apesar daquela situação ser completamente nova e ela não saber muito bem o que tinha que fazer, ver o namorado com aquela expressão valia a pena. Porque na verdade, por mais que ele declarasse seu amor, sempre ia se sentir insegura e ter medo dele deixá-la. Só de pensar nessa possibilidade seu corpo inteiro estremeceu e as lagrimas insistiram em cair.

Ichigo: Orihime, o que foi?

Orihime (tentando disfarçar o choro): Na-nada, está tudo be-bem.

Ichigo: Você tá chorando?

Orihime: Eu sou uma idiota mesmo, não é? Só foi uma coisa passar pela minha cabeça que eu fiquei nesse estado.

Ichigo: Em que você pensou?

Orihime: É só que... EU TENHO TANTO MEDO DE QUE UM DIA VOCÊ NÃO ESTEJA COMIGO! (se encolhe num canto da cama e começa a chorar)

Ichigo: Ei, por favor, não chore! Você não imagina o quanto te ver assim me deixa desesperado.

Orihime: Desculpa por isso. É que eu sempre pensei que você não me amasse e já tinha me acostumado a viver com essa dor. Mas agora que você esta do meu lado eu me sinto tão feliz que fico maluca só de pensar em te perder.

Ichigo: (segura o queixo de Orihime delicadamente) Orihime eu quero que você me escute bem. Não importa o que aconteça conosco, ou quanto tempo passe, mas eu nunca vou sair de perto de você.

Orihime: Ichigo-kun... (abraça Ichigo)

Ichigo: Pensou mesmo que ia se livrar de mim assim sua bobinha? Eu não vou te largar nem se você fugir de mim.

Orihime: Como se eu fosse tentar algo assim.

O silêncio se estabeleceu por um tempo, até que Orihime se pronunciou novamente com a voz meio arrependida.

Orihime: Eu sou mesmo uma idiota... Estraguei o momento não foi?

Ichigo: Não fala assim. Na verdade nós podemos continuar... se você quiser.

Em resposta ela apenas o abraçou, dando liberdade pra ele fazer o que quisesse. Sendo um pouco mais atrevido, Ichigo acariciou a parte interna das coxas da garota, a fazendo deixar escapar um ínfimo gemido. Mas uma coisa eu estava atrapalhando e muito era aquela maldita camisa, tanto que teve vontade de rasgá-la de uma vez só, embora isso com certeza fosse assustar Orihime. Então, ele apenas segurou a barra da roupa e começou a puxá-la para cima, e isso foi suficiente para a ruiva ficar paralisada.

Ichigo: Des-desculpa.

Orihime: Não é culpa sua, é que... E se vo-você me achar fe-feia?

Ichigo: Hime, você sempre vai ser perfeita pra mim.

Orihime: Eu te amo. Ah, quantas vezes eu já disse isso?

Ichigo: Umas mil. Mas eu fico feliz em ouvir cada uma delas. Porque eu também te amo.

Orihime: Pra sempre?

Ichigo: Pra sempre, sempre e sempre.

Aquelas palavras eliminaram qualquer tipo de pudor ou vergonha que ainda existia. E no resto daquela noite, se deixando levar por impulsos e sentimentos, instinto e amor, e seja lá que outro bilhão de coisas que uniam aquelas duas pessoas, eles concretizaram seu amor.