After He Returned escrita por Bárbara Marques


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Voltando a postar a fic, amores! Uhull!



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Autora pov:

Sentado a mesa de jantar, encarando o prato com uma carne quase crua, ele sabia o que faltava para que aquele bife sangrento ficasse deliciosamente perfeito. Um tempero especial e muito raro.

Ele então se levanta e vai até a lareira. O fogo refletia a alma demoníaca do homem que o acendeu – queimava como o próprio inferno. Acima da lareira, entre dois castiçais simples, era onde repousavam os dois pequenos recipientes com o sangue retirado da genitália de Doña Ana. “O gosto da vingança” era como chamavam? Pois o homem seria literal nesta afirmação. Pegando o recipiente da esquerda, ele o abre e o leva até o enorme nariz. Quando ele inspirou e o odor metálico do líquido o invadiu, o homem sentiu um êxtase tão grandioso que se sentiu tonto e embriagado, mas estranhamente excitado também.

Ajeitando suas calças para confortar sua ereção, o homem volta para a mesa. Ele então levanta o recipiente e despeja metade dele em toda a carne – os olhos brilhando de loucura e fome. Fome por vingar o pai, fome por destruir o último dos DeMarco.

Cortando o bife que agora pingava com o sangue da amada esposa de Juan, ele leva o pedaço de carne á boca e o saboreia com um prazer descomunal. Nem mesmo o gosto de ferro do sangue tirava a satisfação daquele pedaço. Ele adorava. Já havia provado sangue humano antes, o que o deixou viciado de imediato. Mas aquele sangue específico de Doña Ana era algo surreal. Era como se ele nunca tivesse comido antes e fosse a primeira vez que provava. E era inebriante.

Se o da mãe tem um gosto tão extraordinário assim, o da filha deve ser espetacular. E este pensamento o deu água na boca novamente...

 

Doña Ana pov:

O que Don Juan não entendia e não me dá a oportunidade de lhe explicar é que quando ele me tocou eu senti repulsa sim. Mas somente por que quando senti seus lábios perfeitos tocarem meus cortes, meu cérebro imediatamente me levou a lembrança do terror que senti enquanto amarrada em meio à floresta.

Eu não consigo me lembrar do que aconteceu naquela tarde, por isso venho imaginando cenários aterrorizantes para preencher essa terrível lacuna. Essa constante falta de memória me dá medo. Deixa-me aterrorizada. E saber que essa pessoa monstruosa continua por aí, me deixa ainda mais temerosa.

E se tivesse sido Juan ou Anita? Não sei o que eu faria se algo acontecesse com eles.

E se ainda estivermos em perigo? Se essa pessoa voltar? Se ela não estiver satisfeita com o que fez comigo e quiser ferir minha família?

Essas eram questões que rodeavam minha cabeça a cada momento. Principalmente quando estava com Anita em meus braços. Nunca me perdoaria se deixasse alguém fazer algum mal ao meu anjo. Nunca.

— Ana, estás pronta para o baño? – pergunta Juan, tirando-me de meu devaneio.

Passaram-se dois dias desde que eu rejeitara Juan. Ele ainda era carinhoso e atencioso, mas não o mesmo. Ele cuidava de mim, mas parecia mais um robô fazendo uma tarefa. O que me magoava e me entristecia. Entretanto, eu o compreendia. Juan sempre foi um homem forte, mesmo assim muito sensível. Ele está ferido com a rejeição. Nenhuma mulher o rejeitara em toda sua vida, nem mesmo eu. E agora ele não sabe como lidar com isso.

— Eu posso fazer isso sozinha, amor. Está tudo bem. - eu digo séria.

— Mas eu... – quero?, eu me pergunto quando ele deixa a frase no ar. – Você consegue andar direito? – ele questiona.

Ele sabe que eu ainda sinto as pontadas de dor dos cortes. Sabe que eu não posso andar até a banheira e depois sair de lá.

— Não...

— Então eu vou bañarla. – ele afirma e não me dá brechas para discordar.

Ele então me pega em seus braços e me retira da cama. Eu o abraço. Não posso evitar. Eu o amo demais para lhe dar espaço. Sei pelo o que ele está passando com a rejeição, o que aconteceu comigo e com o monstro solto por aí, mas ele é tudo para mim. Eu o amo mais do que minha própria vida.

Ele me senta na cadeira que deixava para mim no banheiro. A banheira já estava cheia e o vapor da água me deixava ansiosa. A água quente era um alívio milagroso a minha dor.

Juan coloca minha loção favorita na água e vem até mim. Ele me despe e me levanta. Afasta-se e me olha dos pés á cabeça. Um olhar intenso, magnético, contudo seu olhar também demonstrava saudade e uma tristeza profunda. Abaixando a cabeça, ele me ajuda a entrar na banheira.

Agora, os banhos eram a melhor parte do meu dia, depois de ficar com Anita. Completamente relaxada, eu afundo ao ponto de só o meu rosto não esta embaixo d´água. Don Juan segue cada movimento meu. No olhar um misto de desejo e conformidade que me deixavam estranhamente desconfortável.

Não posso deixar isso ficar assim. Ele não quer me ouvir, não me deixa lhe explicar.

Sem pensar duas vezes eu pego um bocado de água nas duas mãos e lanço rápido e certeiro, no rosto dele. Começo a rir desenfreada vendo-o em pé todo molhado. Olho para seu rosto e vejo que ele não está rindo comigo. De fato, ele está com um olhar vazio no belo rosto. Ele se ajoelha ao lado da banheira e sua cara muda para algo como determinação.

Determinado a quê? Oh, Deus... O que foi que eu fiz?


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Notas finais do capítulo

Em breve tem mais. Aguardem! :)



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