A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 31
CAPÍTULO XXXI


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é pequeno... porque eu não quero terminar a fic. Mas o momento está chegando, pessoal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325395/chapter/31

HELENA

O terrível monstro que se erguera no meio do grande salão escuro não era nada comparado a doce e meiga jovem da Aldeia Primeira, que Cyra já fora em outra vida. Na verdade, aquela criatura era tão horripilante e assustadora que eu não poderia descrever aqui sem me perder ou chorar aterrorizada.

      Zyah mal conseguia falar ou respirar. Parou de atirar com as flechas. Todos os inimigos se ajoelharam honrosamente. Ysill esta ao lado de Cy... digo, da Besta. Com um sorriso triunfante, como se dissesse: Podem continuar com suas tolas tentativas de lutar.

      Os Herdeiros se puseram ao meu lado, e ao lado de Syr. As armas a postos e olhares assustados.

      - Vão continuar com essa ingenuidade? – Ysill pergunta – agora vocês são apenas 10.

      Ás costas de Ysill, vejo Genoi, o Governante Quinto, se esgueirar por uma brecha na parede. Ninguém pareceu nota-lo, o que era incrivelmente impossível.

      Genoi fez o sinal. Levantou o dedo mindinho e uma chama vermelha brilhou. Sua mensagem era clara: precisávamos nos unir o mais rápido.

      Olho para Ysill, um sorriso de esperança no rosto.

      - Ysill – minha fala chama sua atenção de imediato – nós sempre fomos 10.

      Os Herdeiros dão as mãos, fazendo um círculo. Sinto a mão de Zyah na minha, dando-me confiança. Fecho os olhos, como li naquele gigantesco livro sobre Nitha, que os Fundadores o fizeram para aprisionar o Fundador Décimo. Deveria ter seu poder invocado dentro de si. O que te define. Sua Aldeia e sua Personalidade.

      Nos concentramos. E só de fazê-lo podíamos sentir o poder vibrar com nossa conectividade. Todos eles. A quem decidi confiar minha vida. A quem permaneci os melhores momentos. Estávamos ligados.

      Falávamos numa língua puramente Nithiana. Que vinha de antigos versos da Aldeia Primeira. Versos de rezas e preces à Lyra. Versos que diziam na tradução ao português:

    

Oh, Mãe Divina.

      Oh, Doce Lyra.

      Pálida Luz da Lua.

      Caloroso Raio de Sol.

      Grama verde e brilhante.

      Água agitada,

Vento constante.

Frio gélido e maternal.

Magia secreta e espectral.

Claro outono

E bela primavera.

Escura e sinistra.

Minha Senhora.

Minha Sina.

Minha Lyra.

As palavras parecem simples preces. Mas exibiam poder. Cada Poder de cada Aldeia invocada. Mesmo a minha. Sombria. Maligna. Mas invocada ali, com a intenção de deter a ela mesma. Confuso, eu sei. Mas naquela hora, era mais claro que o sol da Aldeia Segunda.

      Meus olhos estavam fechados, mas eu sentia o brilho colorido que a Sala exibia. Então os abri.

      Todos possuíam um brilho particular saindo do próprio peito. Não sei se aquilo era poderoso o bastante, mas aparentava. Gritos eram escutados na sala. Guerreiros-sombrios caíam. Ysill se enfraquecia. Sua Besta igualmente, sem poder sair do lugar.

      O Espelho também brilhava. O mesmo brilho que saía do meu próprio peito: branco.

      Não era como o símbolo de minha Aldeia. Era como se todas as cores de todas as Aldeias coubessem nele. Coubessem em mim. O símbolo de uma Guardiã do Espelho.

      A prece se repetia. Mais soldados caíam. E na décima vez que ela foi invocada, uma luz forte subiu de nossos peitos até o teto da Aldeia, preenchendo todo o local. E cessou.

      Fiquei imediatamente tonta. Como maioria dos monstros e inimigos ali. Alguns caíram mortos. Genoi lançou um grito de guerra, e juntos de outros guerreiros mais velhos (incluindo o pai de Zyah) entraram no salão dando o golpe final nos últimos inimigos.

      A energia gasta foi tão grande que não me aguentei em pé. E vejo que muitos herdeiros também não. O pequeno e frágil Syr caiu de costas, fiquei preocupada. Mas a esse ponto minha visão estava turva e incerta.

      Minha última visão, antes de tudo escurecer, foi de um grito de vitória na voz de Genoi. Quando volto a abrir meus olhos, não estou mais na Aldeia Décima. Estou na Sala do Espelho, na Aldeia Primeira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.