A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 29
CAPÍTULO XIX


Notas iniciais do capítulo

Guys, não andei postando porque estou com outra fic e acabei me enrolando. Mas ta aí o curto capítulo 29.. e eu prometo que o 30 vai ser o melhor que vocês já leram.



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HELENA

Ali estávamos. De frente a velhos portões negros de ferro. Todos usaram magia para pôr armaduras ao invés de seus trajes de gala. Menos eu. A única coisa que eu usava em um vestido branco rasgado até o joelho e duas adagas longas nas mãos.

      E muito, muito medo.

      Zyah se pôs ao meu lado. Se íamos atravessar aqueles Portões, seria com minha ajuda. Mesmo os outros não sabendo disto.

      - É com você, Helena – ele diz – vou distrair o pessoal.

      Pelo Portão eu conseguia ver a Aldeia Décima por dentro. Só se via escuridão, sombras e sentia-se um forte cheiro de sangue fresco. Os Portões pareciam estar despencando mas eu sentia força protetora que os envolvia.

      Dou um passo à frente.

      Fecho os olhos e me concentro em abri-lo. Sai mais como um pedido desesperado. Irônico eu implorar para que os Portões se abram para sua ruína (nova ruína).

      Sinto uma força sobrenatural que nunca me preencheu tanto desde que vim a Nitha. Nenhuma mágica de nenhuma Aldeia me completou como aquele sentimento. Um sentimento de... Poder.

      Posso ouvir Zyah tentando distrair o pessoal para que não me vissem praticando Magia Décima.

      Pego-me sussurrando coisas. Coisas que nem mesmo eu naquele transe conseguia traduzir. Eu, uma Guardiã. As palavras desconhecidas ecoam em minha mente. Sua tradução não era reconhecida, mas seu significado era claro. Eu pedia para que as Portas se abrissem para mim. Para que eu seja bem-vinda.

      Toco nos Portões de ferro. Nem notei que estava tão perto deles. Empurro os Portões, que rangem altamente. Juro que pude ouvir pessoas gritando ao fazê-lo.

      Saio do transe e me viro para os Herdeiros distraídos.

      - Vamos? – pergunto um pouco tonta.

      Zyah se aproxima, com a armadura prateada, e assente sério.

      - Bom trabalho – sussurra.

      Talvez não muito bom, penso comigo mesma.

      Lyra se põe na frente de todos, o grande e assustador machado duplo em mãos. Ela respirou fundo.

      - Muito bem, pessoal. Essa é provavelmente a coisa mais perigosa que farão em sua vida. E muitos podem não sair vivos daqui. Se tiverem um plano... Realizem. O espião provavelmente está conosco.

      Todos os Herdeiros assentiram sérios. Deram uma faca para Cyra se proteger. Zyah estava mais do que preocupado! Abraçava ela com um olhar protetor e perigoso. Qualquer um que se aproximasse de Cyra não estaria em segurança.

      Todos fizeram uma fila indiana para não se perderem. Lyra estava dando cobertura por trás e Zyah na frente. Eu bem atrás dele, pondo uma pequena esperança na minha mente. Sairíamos vivos!

      Passamos pela estrada tortuosa e escura da Aldeia. Uma floresta sombria e misteriosa jazia ao nosso lado. Tudo lá era impossível de se ver, por conta da escuridão, mas eu conseguia ouvir sons. Sons horrendos e assustadores. Embora tudo lá dentro parecesse morto.

      Só conseguíamos enxergar por conta das lamparinas com tochas de fogo que se acendiam quando passávamos. Como se alguém estivesse nos esperando.

      O Castelo estava à alguns quilômetros de distância. Estava velho e quase em ruínas. Ele era o maior Castelo que havia visto desde que chegara. Preto, sombrio.

      - Essa Floresta me dá nos nervos – ouço Ley comentar.

      - Essa Aldeia me dá nos nervos. Nunca pensei que fosse tão assustadora! – ouço Wuley comentar.

      - Fiquem em silêncio! – adverte Lyra.

      Seguro as adagas com firmeza. A quietude me deixava tensa. Ninguém nos atacava. Isso só confirmava minha ideia de que nos aguardavam. No Castelo. Onde a Morte provavelmente reside.

      O barulho de um ferro caindo no chão é tão forte que todos viram assustados para ver o que era. Todos apontam as armas em direção ao barulho. Mas não havia nada atrás de nós.

      É quando ouvimos um grito. Cyra.

      Viramos mais que rapidamente.

      - Cyra? – chama Zyah – CYRA!

      Não havia resposta. Cyra foi capturada... Ou quem sabe morta.

      - Aquilo é um bilhete? – ouço Faya perguntar.

      Abaixo ao lado de Zyah, atraída pela atenção de um pedaço de papel negro. As palavras eram confusas e pareciam ser escritas com sangue.

      - O que diz? – pergunta Wai-Zi.

      Começo a ler:

      - É um prazer finalmente receber visitas em minha simplória casa! Aguardo vocês no Castelo. E espero que a Guardiã esteja disposta a “colaborar”. Ou a doce Cyra vai ser lançada nas chamas negras da Aldeia Décima.

      Minha mão treme tanto que logo deixo o bilhete cair no chão.

      - Ele me quer – digo vazia.

      - E não vai ter! – Zyah afirma, desesperado, a ponto de chorar.

      - Se eu não colaborar, Cyra vai morrer!

      - Ele quer que você libere o Espelho antes do ciclo se completar – diz Lyra.

      - E isso é possível?

      - Nós da Aldeia Sétima criamos o Espelho – ela diz hesitante – e também a Profecia. Mas criamos também uma Ordem. O Espelho só pode ser liberado a cada 1 ciclo. Mas o Guardião tem poder de abri-lo antes ou depois.

      - Então eu posso voltar se eu quiser?

      Lyra nega, lamentando.

      - Não. Quem sai de Nitha, jamais volta.

      Troco olhares tristes e rápidos com Zyah.

      Respiro fundo.

      - Vamos para o Castelo.

      - Pense no que está fazendo, Helena – diz Wai-Zi com tristeza.

      - Eu sei. Mas é a única coisa que temos: uma barganha.

      Olho para o Castelo Negro, agora bem próximo, e volto a andar em sua direção.

    


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Notas finais do capítulo

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