A Profecia escrita por Annabel Lee
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem do cap.
ZYAH
O caos reinou no Grande Salão. Pessoas corriam e gritavam, outras se reuniram para tentar salvar o pai de Lyra, outras ficaram totalmente confusas e não sabiam o que fazer.
Estou incluído nessas últimas pessoas.
Lá fora tudo começou a ficar escuro. Guerreiros em forma de sombra começaram a entrar no Palácio. Agarrei a mão de Helena e comecei a procurar minha irmã desesperadamente.
- CYRA! CYRA! – grito.
Ela não responde. É impossível localizá-la nessa multidão de pessoas assustadas.
- Zyah, o que tá acontecendo? – Helena me pergunta.
- Os Décimos estão atacando.
Mais guerreiros sombrios entravam no Castelo. E quanto mais vinham, mais um cheiro de queimado pairava no Salão. Começo a ouvir o tombo de pessoas caindo, mortas. Gritos de socorro se tornam mais altos. E eu não acho minha irmã em droga de lugar nenhum.
Se ela morrer... Jamais vou me perdoar.
Por uns segundos vejo meus pais gritando meu nome, e o nome de Cyra. Devem estar em pânico. Não consigo me juntar a eles.
Tenho certeza apenas de uma coisa: não vou soltar a mão de Helena.
Ouço gritarem meu nome.
- É Wai-Zi – diz Helena ao meu lado.
Começamos a correr para a porta dos fundos. Milhões de pessoas tiveram a mesma grande ideia. Wai-Zi acenava. Estava ao lado de Ley e Wuley.
- Vamos começar o plano agora? – eu pergunto quando me junto a eles.
Wai-Zi pega a katana e enfia num guerreiro que tentara golpeá-la.
- E temos escolha? – ela pergunta.
A situação começou a ficar mais crítica. Me enfio na multidão que tentava sair do palácio pelos fundos, junto de Helena. Os outros vieram logo atrás.
Os guerreiros sombrios perceberam a fuga. Alguns marcharam para onde fugíamos. Posso ouvir pessoas urrando de dor a alguns passos de distância.
Quando finalmente conseguimos sair a situação não havia melhorado. Haviam guerreiros décimos (esses simples mortais vestidos de negro) de guarda na Entrada Principal. E o meu arco estava na carruagem primeira.
- Temos que ir até a carruagem – digo para Helena.
Ela levanta a saia do vestido e pega as suas duas adagas, que estavam presas às suas pernas com cordas.
- Tomara que eu tenha aprendido. – ela diz.
Nós corremos em disparada para onde a carruagem havia estacionado. Era perto da entrada. Estávamos muito ferrados!
Um guerreiro décimo gritou quando passamos à sua frente. Ele e mais dois amiguinhos vieram correndo atrás de nós. Helena parou.
- HELENA!
- PEGA O ARCO QUE EU SEGURO ELES.
- TÁ MALUCA?
- NÃO! VAI!
O tempo era muito curto para discutir. Decidi confiar nela, e disparei em direção à carruagem prateada.
Abro a carruagem com socos. Pego meu arco e minha aljava. E depois saio correndo, rezando para que Helena tivesse conseguido. Como sou burro de deixa-la sozinha!
Quando chego onde eu a havia deixado, encontrei uma Helena cansada, limpando suas adagas sujas de sangue.
Aos pés dela, haviam dois guerreiros feridos com cortes e um decapitado.
- Helena...
Ela sorri.
- Treinei bem.
Retribuo o sorriso.
Wuley se aproxima de nós, correndo. Lá trás o Castelo começava a pegar fogo.
- Gente, temos que ir! – ela diz.
- Estão todos na carruagem? – pergunto.
- Sim.
Wuley sai correndo. Nós a seguimos até sua carruagem enfeitada com flocos de neve. Droi estava na direção.
- Entrem, logo! – ele grita.
Entramos na carruagem. Estavam todos espremidos! No total 10 Herdeiros com trajes de gala, segurando armas letais.
Wuley entra e a carruagem começa a correr.
- Vou fazer uma chamada! – ela diz – Zyah?
- Estou aqui.
- Helena?
- Eu.
- Faya?
- Eu e Liu estamos aqui.
- Jasmine conseguiu se salvar? – eu pergunto a ela.
- Sim. Ela saiu voando – responde sorridente.
- Wai-Zi? – Wuley continua com a chamada.
- Presente – responde. Wai-Zi estava cortando o vestido de baile, batendo agora na altura dos joelhos.
- Bem melhor – ela diz para si.
- Ley?
- Presente.
- Syr?
Não há resposta.
Fecho os olhos. Espero que ele esteja bem. Espero que seus pais tenham se salvado.
- Lyra?
- Eu – responde Lyra numa voz rouca.
Todos se mexem, desconfortáveis.
- Droi?
- Aqui!
- Drei?
- Eu!
- Tem alguém que eu esqueci de chamar?
- Eu.
Viro o rosto sem acreditar. No canto da carruagem, espremida e perto da janela, vejo Cyra com o rosto manchado de sangue.
- Cyra? – eu chamo.
- Oi, Zyah.
Lágrimas de puro alívio escorrem pelo meu rosto.
- Pensei que tinham te perdido.
Ela exibe um sorriso cansado.
- Achei a mesma coisa.
- Cyra, você não pode vir conosco! A Aldeia Décima é perigosa.
- Também não podemos deixa-la sozinha na carruagem, Zyah – diz Helena.
- Eu cuido dela – diz Faya.
Todos ficam em silêncio. Numa quietude tensa e assustada. Ele só foi interrompido pelo choro de Wuley, mas ninguém a impediu de chorar. Se fosse nossa casa a ser atacada e queimada, também estaríamos bem aflitos.
Helena deita a cabeça no meu ombro. Não me importo com o que os outros vão pensar disso. Ela já estava muito assustada. E eu também.
Mas agora só me resta rezar para que os que tenham ficado, tenham sobrevivido. E rezar para que nós sobrevivamos ao grande perigo que nos espera à frente. Que sobrevivamos à Aldeia Décima.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O próximo capítulo terá o nosso clímax! Quem será o Espião? Onde estará os Espelho? E será que a turma vai conseguir evitar que a Besta desperte? Aguaardem.