A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 26
CAPÍTULO XXVI


Notas iniciais do capítulo

Cap pequeno..



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HELENA

A Aldeia Sexta era incrível! Como todas as outras na qual passamos. Mas principalmente porque nevava! Nunca vi neve de perto. E agora ela estava em todo o lugar, como um lençol branco e brilhante sobre as árvores.

      À nossa frente um grande portão branco se estendia. Estava aberto para nós. Flocos de neve caíam em meu rosto.

      Tudo era lindo.

      Vi Faya descer da carruagem. Seu cabelo dourado de princesa estava preso em uma única trança grosa que descia por suas costas e enfeitado com flores. Ela estava linda, como sempre. E isso que causava ódio!

      Seu vestido era de um tecido brilhoso que não consigo descrever, e a cor era dourada. Mas não aquele dourado de pirua! Um dourado como o sol, em meio a toda aquela neve. Era como um desafio!

      Faya não estava nada feliz de estar aqui.

      Ela e seu pai falam com todos, e questiono porque sua mãe não apareceu.

      Ela passa com o pai pelo portão que uma luz branca brilha. Percebi uma coisa: havia uma proteção no Portão. Proibindo a entrada de seres da Aldeia Décima. Minha Aldeia.

      Eu simplesmente odeio minha avó! E me odeio! E odeio Ysill!

      Zyah se pôs ao meu lado.

      - Algum problema? – sussurra em meu ouvido.

      - Tem uma barreira.

      Ele entende imediatamente.

      - Acho que depois da aparição de Ysill eles são mais cautelosos.

      Engulo em seco.

      - E agora?

      A expressão de Zyah fica tensa, refletia sobre algo. Wai-Zi, seu pai e sua mãe passaram por nós e passaram, depois deles os Governantes Quintos. Daqui a pouco teríamos de entrar.

      - Use seus poderes.

      - Que poderes?

      - De Guardiã, Helena. Ser Guardiã é algo poderoso – seu tom fica mais baixo ainda – Ainda mais sendo da segunda Aldeia mais poderosa de Nitha.

      Fitei a entrada. Os pais de Zyah entraram. Cyra também. Só faltava nós.

      Sou mesmo poderosa. Mas a que ponto?

      Olho fixamente para a passagem. Era preciso entrar naquele mundo de inverno para depois rumar para a Aldeia Décima e destruí-la. Destruir minha Aldeia. Eu que pertencia a esse incrível mundo e nem sabia. Isso me deixava frustrada! Minha casa é essa. Vou deixa-la daqui a dois dias para viver em um mundo que não me pertence!

      Por que vovó tinha que cismar em voltar para Nitha? Por que se vingar?

      Olhando em volta eu conseguia finalmente entender. Eu não deixaria Nitha nunca. É o lugar que mais amo no mundo! Mas terei que deixa-lo. Por quê? Porque eu tenho simplesmente 16 anos e sinto falta... Sinto falta de minha mãe, meu pai e meu irmão. Mesmo meu pai me ignorando, mesmo meu irmão sendo aquele pentelho chato. Mesmo sendo Nitha meu verdadeiro lar.

      Não. Meu lar era a Terra. Onde nasci. Onde mamãe cuidou de mim. Onde conheci a melhor amiga que já poderia ter.

      Todos esses pensamentos pareciam profundamente fortes. E, como uma flecha, eles se lançaram até os Portões.

      Eu e Zyah passamos sem problemas.

      - Você conseguiu! – ele exclamou.

      - Eu sei! Nem acredito.

      Observei os pinheiros cobertos por neve ao nosso lado. E alguns castores que passavam.

      - Já lutei com um Icek aqui.

      - Icek?

      - Abomináveis Homens da Neve.

      Fico boquiaberta.

      - Lutou com quantos monstros?

      - Vários.

      Prosseguimos quietos.

      - Eu queria ver o nascer dos sóis antes de ir.

      - Quem lhe falou sobre eles?

      Abro um sorriso.

      - Sollun.

      Zyah segura minha mão com força.

      - Prometo que o verá antes de ir embora.

      - Zyah, não há como eu voltar?

      Ele nega com a cabeça.

      - A Antiga Profecia diz que não. Quem sai de Nitha jamais volta.

      - A Profecia estava incompleta e falava sobre minha avó... Ela jamais voltará, pois assumirei seu lugar assim que retornar.

      Olho em seus olhos.

      - E se eu conseguir voltar?

      - Só conseguirá fazê-lo a cada 1 ciclo.

      - Ciclos são curtos em Nitha, e longos na Terra. Você mal sentirá minha falta! Embora eu vá sentir muito a sua.

      - Helena...

      - Eu tentarei. Use o Sino Décimo. E tenho certeza que conseguirei.

      - Como tem?

      Um sorriso se rasga em meu rosto.

      - Eu venho da Aldeia Décima, lembra?

      Ele retorna o sorriso.

      - Então vamos, minha acompanhante. O Baile está esperando.

      Entramos no Castelo Sexto.


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