A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 20
CAPÍTULO XX


Notas iniciais do capítulo

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HELENA

Me controlo o máximo possível para gritar: NÃO! Posso viver muitas coisas mas ter Faya como treinadora (mesmo por alguns segundos) me parece o Inferno.

      Ainda mais porque sinto culpa por ter beijado o noivo dela.

      Mas sei que Zyah não quer casar com ela. E nem ela com Zyah pelo clima exposto entre ela o Quarto.

      Mas é claro que Zyah não quer nada com ela, ele não pode querer e... Deus!... Eu... Eu estou apaixonada pelo Zyah!

      - Podemos começar? – Faya pergunta irritada.

      - Claro – respondo.

      Ela retira uma faca do cinto.

      - Isso vai ser simples, já que usamos armas semelhantes. Syr, você tem algum boneco de luta?

      Syr sai correndo. E dois minutos (ou menos) depois, volta com quatro criados que seguravam um boneco de madeira com alvos desenhados cada um.

      Eles posicionam os bonecos em lugares separados.

      - Vamos começar com ATAQUE – diz Faya.

      Balanço a cabeça, concordando.

      - Lâminas curtas são para distancias curtas demais, ou longas demais. Portanto deve permanecer muito próxima ao seu adversário caso queira causar algum ferimento.

      Uau, eu não sabia que Faya (a fadinha do bosque) tinha experiência em batalha.

      Ela dá um passo.

      - Deve estudar todos os pequenos pontos expostos do inimigo. Lâminas curtas são para isso. Atingir pontos não muito visíveis! Quero que avalie meus pontos expostos.

      Faço o que ela diz, e devo admitir que meu ódio por ela ajuda. Tento visualizar os locais que posso perfurar nela com minha adaga. O vestido é de seda leve e marfim, então perfurar seu peito é simples.

      Mas naquela terra mágica, qualquer vestido de seda pode ser uma armadura. Então avalio os pontos completamente nus e fatais. O pescoço e a testa.

      - Agora quero que ataque o boneco nos pontos que imaginou me atacar. E se quiser, pode usar a tática que Zyah lhe ensinou. Longa distancia.

      Ela se afasta. Me deixando na direção do boneco. Eu menti para Zyah quando disse que atirava facas em André. Eu não sou louca a esse ponto! A verdade é que eu estava pensando naquela parada dos Poderes. A mesma coisa aconteceu quando eu atirei uma flecha na árvore, naquele dia com o Lert e o Zyah.

      Em Nitha, eu simplesmente sei o que fazer. Como eu sabia quando encontrei a passagem secreta no quarto da vovó. Um lugar que era para NINGUÉM achar.

      Como quando eu soube por quanto tempo o amor de papai por mim duraria. Por quanto tempo ele se manteria ao meu lado. Até o ódio pela mamãe afogar tudo.

      Vovó estava certa quando falava aquelas coisas malucas quando eu era menor: eu tinha algo mágico em mim.

      Atirei a adaga no boneco.

      Primeiro é puro silêncio. Depois que atiro a segunda, ouço suspiros e respirações presas. Logo após, comentários.

      A adaga penetrou o pescoço e a testa do boneco.

      - Uau! – exclamou Drei. Ou seria o Droi?

      - Você realmente queria acertá-la no pescoço? Que brutalidade – disse Ley – eu gosto disso!

      - Eu também gosto da ideia de atirar adagas em Faya – comentou Wuley.

      - Que tal fazermos uma demonstração de luta pra ele, Wuley? – pergunta Faya, com mais ódio que nunca.

      - Boa ideia, fadinha!

      Wuley tira o casaco de pele de urso (acho que é de urso) revelando um incrível vestido branco que parecia criado de flocos de neve. Wuley pegou a lança e se aproximou.

      Recuei um passo rapidamente, ficando do lado de Zyah.

      Faya fica na frente de Wuley.

      - Então isso é um duelo. – disse Syr – ambas conhecem as regras de apenas IMOBILIZAR o adversário. Bom. Podem começar!

      Todos recuam um passo.

      Faya ataca Wuley com a faca pronta para perfura-la, e faria, se Wuley não tivesse recuado com um giro angelical como se fosse de uma dançarina de balet.

      Wuley é quem ataca agora. Mas o cabo longo de sua lança colidi com a faca de Faya. Faya abaixa, fazendo Wuley tropeçar e sua lança cravar o chão.

      Num giro rápido, Faya faz um corte no rosto de Wuley. Então Zyah grita, quando Faya ia golpear mais gravemente:

      - FAYA, PARA!

      A futura noiva faz o que ele pede.

      - Isso não é um duelo de verdade. Ninguém aqui deve matar quando temos a Aldeia Décima nos desafiando.

      - Mas o Espião iria gostar de matar alguém daqui. – diz Wuley levantando-se.

      - Está me acusando, Wuley? – Faya pergunta com ódio. O ódio naquela voz fina e delicada é quase irreconhecível!

      - Claro que não! – Zyah interrompe novamente – ninguém aqui tem direito de acusar ninguém.

      - Fala isso porque ela é sua esposa!

      - Não, Droi, falo isso porque REALMENTE ninguém aqui deve acusar ninguém! Quando nossos pais estão tão empenhados em acabar com essa guerra.

      Todos se silenciam.

      - Zyah está certo – diz Lyra – e devemos parar de encarna-lo, pois podemos ser os próximos a ter o casamento arranjado.

      Então percebo uma coisa: essa guerra contra a Aldeia Décima pode ser o suficiente para unir todas outras. Então a Aldeia Primeira e Segunda não teriam essa inimizade.

      E o casamento poderia ser anulado.

      O som de uma corneta é ouvido.

      - Acabou o Conselho – diz Syr – se quisermos manter o Plano. Devemos nos comunicar com cartas, não esqueçam!

      Todos assentem.

      A família de Zyah é a primeira a sair. Obviamente. Nos despedimos dos Governantes e dos Herdeiros e entramos na Carruagem Primeira.

      - Como foi o Conselho, pai? – Cyra pergunta.

      - Bom, essa última parte foi um pouco perturbada. Mas em geral foi normal.

      Zyah franze o cenho.

      - Última parte?

      - Falamos sobre o Espião e coisas mais detalhadas. Mas devemos manter isso em sigilo.

      - Pelo menos sabem quem foi que matou os irmãos de Faya?

      - Só sabemos que a alguns quilômetros de onde foram achados haviam um círculo negro sobre a grama. Parece que é a forma do Espião se comunicar com Ysill. Havia sangue de Unicórnio lá, uma coisa mágica e poderosa que só se encontra na Floresta do Verão... Achamos que os meninos viram o Espião se comunicar, e o mesmo matou as testemunhas.

      Cyra abaixa o olhar e fica quieta. Isso não é coisa que se diga a uma garota de 12 anos. Parece até minha avó uns anos atrás.

      - Bom, há uma boa notícia. Toth planeja um baile de muita riqueza na Aldeia Sexta. Um momento de descontração com tudo isso ocorrendo. Será depois de amanhã. Passaremos na Aldeia Quarta pegar algumas ervas medicinais depois partiremos para o baile.

      - Ervas medicinais? – pergunta Zyah.

      - Para a esposa de Toth. Ela está com uma doença e pede que cada Aldeiante traga um pouco da erva que conseguir. Como isso é raro em nossa Aldeia pediremos da Quarta.

      - Sempre sonhei em visitar a Aldeia Quarta – diz Cyra.

      - Como vamos respirar? – pergunto.

      - Ah, eles possuem poções para isso.

      - Certamente não vamos ser os únicos a pedir ervas medicinais da Aldeia Quarta – diz Zyah.

      - Acho que sim, a primeira opção das pessoas é a Sétima!

      - Mas a doença da esposa dele é tão desesperada assim?

      - Sim, sim.

      Desconfio por um momento. Mas descontraio depois. Então algo na minha bolsa começa a vibrar. E percebi que era meu celular. E Márcia estava me ligando.


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Notas finais do capítulo

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