O Equilibrio Entre Os Mundos escrita por A Mestiça


Capítulo 38
Labirinto de Pedra.


Notas iniciais do capítulo

Oooooi meus anjinhos, mais um caps para vocês! Até amanhã vai aparecer mais um! Fiquem ligados. Espero que vocês gostem. Boa leitura, e um mega beijo meus príncipes e princesas!



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Caminhamos as margens do rio Hudson, que devo dizer, fedia mais que um chiqueiro, quisemos para assim que adentramos os bosques mas Annabeth nos advertiu que as fúrias chamariam reforços, e não íamos querer estar por perto quando estes chegassem, éramos cinco jovens caminhando sem rumo, as luzes de Nova York deixavam o céu amarelado, meus pés provavelmente iriam criar bolhas.

–Todas as nossas coisas ficaram lá atrás, tudo. – nos lembrou Percy.

–Se vocês não tivessem voltado, talvez nós... – começou Annabeth, mas eu a interrompi.

–Talvez nós não estivéssemos vivos, convenhamos, eles nos salvaram.

–Eu podia me virar sozinha, ia ficar bem.

–Fatiada em pequenos pedaços, mas bem. – comentou Grover.

–Cale a boca garoto bode. – emburrou Annabeth.

Eu suspirei e Lukas se aproximou de mim.

–Foi legal o que você disse pra ela.

–A que teríamos morrido, ou a que vocês nos salvaram?

–A que nós salvamos vocês né boba. – Lukas bagunçou meu cabelo, e nós rimos, enquanto caminhávamos juntos, e apenas conversávamos, ouvi Percy e Annabeth conversarem ao longe, e não pude deixar de sorrir, agora Grover conversava conosco também, paramos em uma loja no meio da estrada, Percy estreitou os olhos para ler e perguntou:

–O que está escrito ai?

–Não faço a menor idéia. – Annabeth respondeu.

–Vocês não sabem ler? – perguntei.

–Semideuses tem dislexia, não conseguem ler direito, Lukas pelo visto é um exceção, só não sabemos o porque. – Grover me respondeu.

–Empório de Anões de Jardim da tia Eme. – Lukas leu o letreiro.

–Não me parece um lugar muito amigável. –Grover resmungou.
Do lado de fora podíamos ver anõezinhos de jardim mesmo, vinha um cheiro muito bom de lá de dentro, nos entre olhamos e com um sorrisinho nos lábios dissemos:
–Lanchonete.
Começamos a caminhar em direção a entrada, quando Grover nos parou:
–Ei! Esperem! Não acham isso muito estranho? Desde quando um empório de anões de jardim tem lanchonete?
–E porque não pode ter? – Lukas indagou.
–Vamos lá Grover, não está com fome? – Percy perguntou.
–É carne! Sou vegetariano! – ele devolveu.
–Nós deixamos as latinhas de refrigerante pra você, agora vamos. – fui empurrando o para dentro.
–Estou sentido cheiro de monstros. – ele insistiu.
–Seu nariz deve estar entupido pelas fúrias, só sinto cheiro de comida. Vamos logo, estou morrendo de fome. – disse Annabeth.

Já na entrada havia uma estatua de um homem, na verdade meio homem, ele tinha chifres, barba e as pernas como as de Grover.

–Parece o tio Ferdinando, mamãe me disse que ele morreu na toca de um monstro.

Nenhum comentário foi feito. Por fim entramos no empório, o lugar fazia jus ao nome, pra todo lado que olhássemos tinha uma estátua, aquele lugar era um labirinto. A cada passo para dentro do empório o cheiro de comida ficava maior e mais convidativo. Por fim, encontramos de onde vinha aquele cheiro, de uma pequena cozinha, nos aproximamos do balcão quando ouvimos uma voz atrás de nós:
–Crianças, o que fazem aqui?
Nos viramos para olhar quem falava, mas era só uma velhinha, ela usava o que me parecia um manto, e um tecido lhe cobria o rosto, Annabeth tomou a frente e disse:
–Nos perdemos da nossa caravana do circo.
–E caminhamos até encontrar esse lugar. – completou Lukas.
–Pobres crianças devem estar cansadas e com muita fome, venham, sentem se que a tia Eme vai preparar um lanche pra vocês.
Caminhamos em direção a uma pequena mesinha, nos dispomos entre as cadeiras, o lugar era todo circundado por estátuas, algumas devo dizer, até meio assustadoras, principalmente as feições, elas pareciam, assustadas. Olhei para Lukas que apenas se deliciava com seu hambúrguer que nossa anfitriã havia nos trazido, ela nos serviu com hambúrgueres, refrigerantes, salgadinhos, queijo nacho, batata frita e varias outras guloseimas, Annabeth se deliciava com milk shake, Percy também comia um hambúrguer, mas Grover apenas observava e olhava para todos os lados como se temesse que algo o pudesse atingir.

–Mas, nós não temos dinheiro. – comentou ele.

–Não é necessário querido, comam o que quiserem. – respondeu tia Eme.

–Obrigada senhora. – agradeceu Annabeth.

–Por nada Annabeth. Seus olhos são belíssimos criança.

Então ela sumiu atrás do balcão e começou a cozinhar.

–Que chiado é esse? – perguntou Grover.

Parei para escutar, eu mesma ouvia os chiados

–Chiados? Devem ser da fritadeira. Você tem bons ouvidos Grover. – respondeu tia Eme.

Ele não respondeu, eu parei de comer, e continuei a ouvir os ruídos, aquele chiado constante não parecia vir da frigideira, ou de óleo quente, agora algo também me preocupava.

–A senhora vende anões de jardim então? – perguntou Percy.

–Sim Percy, anões, pessoas, animais, tudo relacionado a jardim. Sabe elas se tornaram bem populares ultimamente.

–Então tem bastante movimento nesta estrada?

–Não muito desde a construção da auto-estrada.

–E a senhora faz todas estas estatuas sozinha? – perguntei.

–Sim, sim Melissa eu faço. Sabe querida, eu já tive duas irmãs, elas me ajudavam, mas ai elas se foram. – disse a senhora com muita tristeza pesando na voz, porque agora aquilo não me comovia? Algo em mim estava em pânico, muitas das aulas de mitologia que Quíron e Annabeth me deram estavam rodeando a minha cabeça, olhei pro lado e vi que não era a única que pressentia algo de ruim, Lukas havia parado de comer e agora estava estático, olhava para a mesa e murmurava algo que eu não conseguia entender, Annabeth também parecia desconfiada, ela parou de tomar seu milk shake e me lançou um olhar de desconfiança.

–Duas irmãs? – ela perguntou, havia um peso diferente agora em sua voz, ela estava desconfiada.

–Sim Annabeth, sabe, há alguns anos, eu era jovem ainda, uma mulher muito má e invejosa queria me separar de meu namorado. Ela provocou um acidente horrível, mas minhas irmãs ficaram do meu lado enquanto agüentaram, e depois se esvaíram. – tia Eme contou, a voz embargada, me sentia sonolenta, mas ouvi novamente um chiado que me despertou.

–Acho que a senhora deixou o fogão ligado, estou ouvindo o chiado do óleo. – comentei.

Ela se virou para olhar para o balcão e depois disse:

–Ó, você tem um bom ouvido querida, sabe, tia Eme não escuta muito bem, as vezes ouço algumas vozes em minha cabeça. Vou ali verificar. – ela foi caminhando a passos lentos até atrás do balcão – É tão difícil viver aqui sozinha, por isso crio as minhas estatuas, para me fazerem companhia, nada melhor do que elas. Sinto saudades da minha juventude, eu era tão bela, tinha um cabelo tão lindo, mas agora, eles são viceras.

Ninguém disse mais nada, me levantei devagar e me aproximei de Grover, e ouvi Annabeth sussurrar:

–Tem alguma coisa errada.

Agora Percy parecia mais desperto.

–O que? – ele perguntou.

–Aquele chiado, não parece ter vindo do óleo. – disse Grover.

–A historia que ela nos contou, me é muito familiar. Eu li aquilo em algum lugar. – comentou Lukas.

O ar pareceu faltar aos meus pulmões, como uma bala meus pensamentos me atingiram.

Tia Eme... “M”... Duas irmãs... Cabelos como víceras... As aulas de mitologia... Lukas me comentando sobre seu livro... Se esvaíram... Estatuas com feições aterrorisadas.

Comecei a entrar em pânico, engoli em seco e me virei para Grover:

–Grover, você disse que seu tio Ferdinando havia morrido na toca de um monstro. Que monstro?!

Ele olhava para meu rosto assustado, sabia que meus olhos estavam vidrados e meu olhar era de puro pânico, pois eu sentia isso, antes que ele entendesse minha linha de pensamento, Lukas começou a dizer:

–Em um dos capítulos do livro, ele falava sobre um monstro, que um dia fora uma bela mulher, mas Atena a transformou em um monstro com cabelos de cobra e um olhar que transformaria qualquer um em pedra.

–Tia Eme, não um nome, mas a letra M. – completou Annabeth.

Grover e Percy entenderam minha linha de pensamento:

–As estatuas, todas parecem apavoradas, como se elas estivessem em pânico, temiam algo.

–Tio Ferdinando, ele caiu... Ele caiu na toca dela.

–Ela não é uma velhinha. – por fim eu ia dizer o que ninguém mais conseguia mas todos já sabiam. – Ela é Medusa!


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam da leitura? Espero que tenham gostado. Mega beijo, e até a próxima príncipes e princesas!



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