Já era quase meio dia, o sol estava quente ali, Suzana nos disse:

-Vamos, Pedro e os outros precisam de nós na guerra.

Concordamos, nos levantamos e quando nos viramos ouvimos um barulho estranho e quando olhamos para trás, o local onde antes estava Aslam agora estava partido e ele não estava mais lá, olhamos em volta mas ele não estavam lá, de repente, no horizonte o sol começou a brilhar mais, nos cegando por um momento, então uma sombra imponente levantou-se cobrindo parte do sol, quando nós olhamos arregalamos os olhos, ali de pé a nossa frente estava Aslam, vivo mais uma vez, corremos em sua direção e nos jogamos em cima dele, e eu disse:

-O que isso quer dizer?

-Pensamos que estivesse morto. –disse Lucia.

-Mas nós vimos a feiticeira, o punhal.

-Se a feiticeira entendesse o real significado de sacrifício, talvez tivesse interpretado a magia profunda de outra maneira. Se uma vitima voluntaria, inocente, é morta no lugar do traidor, a mesa de pedra se partira, e até mesmo a própria vida seja devolvida.

-Mandamos avisar de sua morte. –disse Suzana.

-Pedro, Edmundo e Lukas já foram para a guerra. –eu disse.

Lucia sacou seu punhal e disse:

-Precisamos ajudá-los.

-E nós vamos minhas queridas, mas não sozinhos. Subam em minhas costas, o caminho é longo e o tempo é curto. E sugiro que tampem os ouvidos.

Ao dizer isso Aslam deu um forte rugido. E então ele começou a correr, não sabia aonde ele estava indo, porem pouco tempo depois, avistei no horizonte um palácio de gelo, o palácio da feiticeira, entramos ali, não havia ninguém, todos haviam ido para a batalha com a feiticeira, adentramos um Hal cheio de estatuas, todas com feições assustadas, eu me aproximei de Aslam e perguntei:

-O que são essas coisas?

-Exatamente o que você vê Melissa. São estatuas feitas pela própria feiticeira, pessoas petrificadas.

Levei as mãos a boca, assustei-me com aquilo, eu Suzana e Lucia andamos por ali, até encontrarmos algo que não queríamos, já era bem triste ver todas aquelas pessoas ali, mas era mais triste ainda ver um amigo ali, em meio as estatuas estava Sr. Tumnus.

Lucia começou a chorar, eu estava sem reação, então Aslam se aproximou e deu um tipo de sopro nele, no momento não havia acontecido nada, porem, aos poucos ele começou a voltar ao seu estado normal e em poucos segundos já estava de volta, ele estava um pouco ferido e quando descongelou totalmente ele quase caiu, mas eu e Lucia o apoiamos, ele olhou para nós e deu um sorriso largo, nos viramos para Suzana e dissemos:

-Suzana este é...

-Senhor Tumnus! –completou ela o abraçando.

Logo Aslam chegou com mais cinco soldados e disse:

-Vamos, eles vão precisar de todos que encontrarmos aqui.

Me surpreendi com o numero de pessoas que estava ali, demoramos um pouco para descongelar a todos, mas conseguimos esvaziar o castelo, eu, Suzana e Lucia vasculhamos o castelo e libertamos pessoas que estavam nas prisões, chegamos ao portão do castelo onde Aslam nos esperava:

-Vamos, Pedro e os outros precisam de nós.

Assentimos e começamos a correr em direção onde estava a batalha, não era tão longe dali, quando chegamos perto do topo da colina Aslam soltou um imponente rugido, eu estava bem ao seu lado com a minha espada em punho, levantei ela a minha frente e gritei:

-POR NÁRNIA!!!!!

Todos gritaram o mesmo e começamos a correr para a batalha, desferi vários golpes, mas pude ver a frente Pedro lutando contra a feiticeira, ele estava em perigo, corri até ele a tempo de desviar o golpe da feiticeira que o mataria, Pedro estava no chão preso por um espada, não seria capaz de desviar aquele golpe, apontei minha arma para a feiticeira em sinal de que eu iria se a sua oponente, ela riu e disse:

-Acha mesmo que pode contra mim criança, vocês não chegaram a se sentar no castelo dos 6 tronos, morrerão nesta batalha.

-O seu exercito já está praticamente dizimado feiticeira, desista! –gritei para ela.

-Eu não preciso do exercito, eu preciso apenas matar um dos reis! –ela gritou e começou a desferir golpes um atrás do outro, ela fez um corte em meu braço e em minha bochecha, eu conseguia apenas me defender, não conseguia atacar, seus golpes eram muito rápidos, eu não conseguia ser mais ágil, eu tinha que encontrar uma brecha para atacar, mas era achou uma brecha em meus golpes, ela desceu a espada na direção de meu pulso na intenção de cortar a minha mão, mas o máximo que pude fazer foi puxar a mão para trás, porem a sua espada cortou fundo meu pulso, deixei minha espada cair, estava sangrando, porém eu não iria morrer ali, muito menos deixar Pedro ali, tentei levantar a espada com a outra mão, mas a feiticeira a arrancou rapidamente de mim, ela se preparou para dar um golpe certeiro que cortaria minha cabeça fora, mas antes que ela descesse a espada, Aslam apareceu por cima de mim e a derrubou no chão derrotando-a, aos poucos a batalha acabou, todos vieram até mim.

-Melissa! Você está bem? –disse Suzana, depois olhou para meu pulso – Ai meu Deus.

-Su, eu estou bem -disse sorrindo, ela, Lucia e Pedro me abraçaram, logo atrás de nós Lukas apareceu, um pouco machucado com alguns arranhões mas não era nada grave. Ele correu em nossa direção e nos abraçou:

-Vocês estão bem? Alguém está ferido? Melissa seu pulso!

Coloquei a mão sobre ele e disse:

-Não é nada grave.

Lucia tirou de seu cinto o suco da flor de fogo e jogou sobre meu pulso, o ferimento foi se cicatrizando aos poucos e logo já não existia mais, Lucia sorriu e disse:

-Agora sim está tudo bem.

Eu sorri de volta, porém senti a falta de alguém entre nós, olhei para os lados e não o encontrei.

-Onde está Edmundo? Pedro?

Ele pareceu se lembrar de algo e correu, corremos atrás dele, bem a frente avistei Edmundo caído no chão, nos ajoelhamos ao seu redor, Lukas tirou o seu capacete, ele respirava ofegante, Lucia deu lhe uma gota do elixir e ele parou, nos entreolhamos na esperança de que Edmundo voltasse a vida, ele não respirava, as lagrimas começaram a sair de meus olhos, mas então ele voltou a respirar, e suspiramos aliviados abrindo um largo sorriso, ele abriu os olhos, Pedro lhe deu um forte abraço e disse:

-Quando vai aprender a fazer o que mandam?

Ele apenas sorriu, eu lhe puxei para um abraço e disse:

-Nunca mais faça isso, quase morri do coração ao pensar que estava morto.

Todos nos abraçamos, foi quando Aslam apareceu atrás de nós, e descongelou um soldado ali, Lucia pegou seu elixir e correu para dar para cada um dos feridos, aos poucos muitos já haviam voltado à vida.

Fomos então para o castelo, nos arrumamos, tratamos de ferimentos pequenos e uma cerimônia de coroação foi preparada, todos vestíamos roupas de gala e capas, cada qual com sua cor, Aslam nos conduziu até o nosso trono, subimos os poucos degraus que estavam a nossa frente, e ficamos de pé a frente de todos. E Aslam começou a dizer:

-Em nome dos brilhantes mares Orientais, apresento-lhes rainha Lucia, a destemida.

Os castores vieram trazendo coroas e Sr. Tumnus pegou uma coroa de prata e colocou em Lucia, e Aslam continuou:

-Em nome dos grandes bosques do Ocidente, apresento-lhes rei Edmundo, o justo.

E foi colocada uma coroa de prata em Edmundo.

-Em nome do radiante sol do sul, rainha Suzana, a gentil.

E foi colocada uma coroa dourada em Suzana.

-Em nome do limpo céu do Norte, apresento-lhes rei Pedro, o magnífico.

E foi colocada uma coroa dourada em Pedro.

-Em nome dos verdes campos, apresento-lhes Rei Lukas, o grandioso.

E foi colocada uma coroa cromada em Lukas, agora só restava eu.

-E em nome das criaturas que vivem em toda nossa Nárnia, apresento-lhes, rainha Melissa, a invencível.

Sr. Tumnus colocou em mim uma coroa cromada, nos sentamos em nossos tronos, e Aslam continuou:

-Quem é coroado rei ou rainha de Nárnia, será sempre rei e rainha, que vossa sabedoria nos honre.

E todos começaram a falar:

-Viva ao rei Pedro! Viva ao rei Edmundo! Viva ao rei Lukas! Viva a rainha Suzana! Viva a rainha Lucia! Viva a rainha Melissa!

Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, eu só conseguia sorrir, e mais nada,uma festa começou, dançamos, cantamos e comemos.

Os dias que se passaram foram muito divertidos, Aslam esteve conosco todo este tempo, mal sabíamos que algo inesperado iria acontecer...