BPDV - Avril Lavigne - I miss you

Cada dia seguia da mesma forma durante os últimos meses desde que Edward tinha ido embora. Cada vez que lembrava de sua partida meu coração batia aceleradamente fazendo minha respiração ficar forte e profunda.

No decorrer dos dias, comecei a entender que, a partida dele, tinha me feito pensar que realmente sinto algo forte por ele. Nunca entendi porque ele investia tanto em mim, enquanto eu apenas queria a amizade dele. Ele era daquele tipo que homem que não demonstra o que sente, pelo menos não demonstrava antes do dia que se foi. Sempre o via como um ombro amigo, daqueles que a gente não se importa de chorar, de rir, de falar sobre assuntos que mais ninguém sabe. Acho que foi ai meu erro.

Nesse dia, ele simplesmente me parou após o término de nossas aulas na Faculdade Halvin, a mais conceituada em todo leste dos EUA, e pediu que conversássemos. Aceitei, nunca passando pela minha cabeça que seria a última vez que o veria.

- Bells, alguma vez você me viu mais do que apenas seu amigo-confidente? – Ele falou assim que sentamos na área de lazer, fazendo com que meus olhos arregalassem.

- Como assim? Mais do que amigos? – Não entendi o porquê da minha pergunta, mas ela simplesmente saiu dos meus lábios.

- Amigos Bells, eu sempre fui um amigo, um quase-irmão à você, daqueles que escutam calados e nunca recriminam nenhuma atitude. Mas, sério, eu sempre gostei, digo, sempre senti por você algo muito maior do que amizade, algo que sempre me deixava triste quando você vinha a mim para falar de seus encontros com outros caras. – Continuei atônita e respirando ofegante, mas consegui respirar normalmente.

- Sinceramente Edward, nunca. Mas sempre achei estranha sua forma de me olhar, sempre pensei que fosse coisa de homem, nunca achei que dentro dessa sua cabecinha fosse pensar em algo mais comigo. – Falei, mas me arrependi no instante seguinte.

- Isabella, eu sempre soube que você nunca pensaria em mim além do que seu amigo. Exatamente por isso, por sofrer a cada dia estando ao seu lado, mas querendo ser muito mais do que um simples confidente, decidi falar com você. Meu futuro, queria realmente que fosse ao seu lado. Mas vejo que, em sua cabecinha, não passo do Edward amigo e companheiro. – Novamente meinha respiração ofegou. Queria entender o porquê dessas reações em mim, mas queria entender mais ainda como isso estava acontecendo e nunca tinha percebido.

Ficamos em silêncio durante alguns segundos, não sei ao certo quanto tempo, mas sei que foi o suficiente para ele entender algo que eu não queria.

- Será que você pode compartilhar o que está pensando? Ou está tentando, de alguma forma, encontrar a maneira perfeita de fazer aquilo que sempre faz quando não tem o que falar, ou como falar? Escapando como sempre faz, Isabella. – Falou. E aquilo saiu queimando cada saliva que eu engolia sem saber por quê. Detestava quando alguém me chamava de Isabella, só a Edward permitia ser chamada de Bells, outros era apenas Bella.

- Edward, não sei nem como agir, não quero escapar de você, muito menos dar a você entender algo que nunca pensei. E, primeiro, nunca imaginei que havia em você sentimentos assim, apenas de suas inevitáveis investidas, e segundo, você sempre foi meu amigo, mesmo assim, nunca passou nada pela minha cabeça. – Estava tropeçando em minhas próprias palavras, sem entender nada. Precisava sair, precisava pensar...

- Ei, eu preciso colocar tudo o que me falou em ordem, não entendo o porquê disso agora, mas não vai ser aqui, na saída da Faculdade que vamos resolver alguma coisa. Poderia me ligar? Ou ir à minha casa? Já que hoje é o fim do nosso terceiro semestre de aulas, não quero continuar muito aqui. Só quando as férias terminassem. – Tropeçando mais uma vez, mas senti que algo ainda não estava resolvido. Precisava pensar e falar com ele depois.

- Bells, saiba que não tem muito tempo. – Como assim? Aonde ele pensa que vai, me deixando aqui sozinha? Depois dessa só tive uma saída.

- Então, me acompanha até minha casa? Lá preparo algo e continuamos a conversar, ok? – Nenhuma outra condição, apenas essa, continuar com os pensamentos embaralhados e desenrolar toda conversa de uma vez. Ele assentiu e entramos no carro dele, aquele Volvo prata lindo, em que e adorava estar.

O caminho não era longo, então me permiti ficar em silêncio, tentando fazer com que os pensamentos fossem se ordenando e me ajudando a entender o que estava acontecendo. Edward era meu amigo, muito mais do que um amigo, um irmão e agora, estava se declarando e ao mesmo tempo, cobrando uma posição? Era difícil de entender. Mas era preciso esclarecer. E rápido.

Minha casa estava deserta, meu pai, Charlie, estava na delegacia, quase não nos víamos entre plantões, faculdades e passeios com meus amigos. Entramos, jogando nossas bolsas no sofá de couro e caminhamos para a cozinha. Edward sentou-se em um dos bancos encostados no balcão enquanto eu me fiz ir até a geladeira. Depois de pegar alguns frios e pães e leite, sentei-me na frente dele, oferecendo o lance, negou e começou a falar.

- Bells, sei que isso pode ser estranho, ainda mais para você, só que eu convivo com você desde o primeiro semestre na faculdade, compartilhamos tudo na vida, tendo apenas nossas carreiras discordando, já que não quis me acompanhar em música, optando cursar por Literatura. Agora, sei também que a cada conversa nossa, crescia em mim, interrogativamente, o porquê de você nunca me enxergar mais do que apenas um amigo. Sempre investi em vão em você, como mesmo disse, na esperança de você levar a sério. Perca total de tempo. Mas quero que entenda que minha vida foi completamente mudada desde que nos conhecemos através da minha irmã, Alice. – Engoli o leite, respirei, fazendo com que cada palavra dele fizesse sentido. Mas continuava com meus pensamentos fracos e brancos.

Conhecí Edward antes de entrarmos na Faculdade, ele morava em Washington, enquanto terminava os estudos, eu morava em Nova York, e era amiga de Alice, sua irmã desde os tempos do colegial. Éramos unha e carne, até que Edward chegou, acompanhado pelo amigo, Jasper, por quem Alice ficou perdidamente apaixonada me colocando de canto em sua vida. Me ví aos poucos sendo mais presente com Edward, fazíamos quase tudo juntos. Quase seguimos a mesma carreira, mas ele era apaixonado por música, enquanto eu amava as histórias e a literatura em si, resolvendo me dedicar a ela na Faculdade. Até 1 ano e meio atrás, a única pessoa que me conhecia mesmo era Alice, tínhamos a companhia de Rosalie, mas assim que conheceu Emmett, namoraram e acabaram se casando, rápido demais pra minha consciência entender, logo sobraram eu e Alice, e eu e Edward...

- Mas, exatamente porque não seguiu tentando me fazer crer em seus sentimentos? – Perguntei, começando a entender os brancos que minha mente fazia.

- Porque você, irrevogavelmente, não me deixava continuar, falando que nada seria a mesma coisa. E mudando logo de assunto. Me ví assim, obrigado a ter de fazer tudo o que fiz hoje. – Falou. E ví que era sincero. Apesar do nervosismo, já que não deixava de passar a mão pelos fios dourados e rebeldes que insistiam em sair do lugar. Adorava isso nele, além do corpo abruptamente lindo.

- Desculpe, Edward. Mas agora, eu não sei se mudo de ideia, já que sei que se fossemos adiante, não sei exatamente o que sinto por você, sei que amo você, mas como amigo. Não sei se além disso. – Secamente aquelas palavras saíram, e ele continuou me olhando, com aqueles olhos azuis cor do céu, mas que começavam a ficar tristes...

- Então Bells, não vejo outra forma a não ser ir embora. Se algum dia passar pela sua cabeça que todo esse sentimento de amizade, era amor. Por favor, não me procure. Estou bem assim, sei que vai acontecer, mas imploro que não venha atrás de mim. De nada vai adiantar. Até mais, Isabella Swan.- Doeu cada palavra que saiu de sua boca, senti um aperto forte no peito, começando a entender que nada ia ser do mesmo jeito, que estava perdendo Edward, mas nunca conseguiria seguir com ele, sem entender o que eu realmente sentia.

Ví aquele céu azul brilhando e me dando um beijo na testa. Aquele que sempre me dava quando nos despedíamos. Mas dessa vez, sentí que não era apenas uma despedida diária. Senti que havia magoado-o e que não poderia fazer nada. A não ser...

- Edward, não me deixe, fique ao meu lado, me ajude a entender o que está se passando dentro de mim. Nunca nesse 1 ano e meio fiquei sem você um dia sequer, não pretendo ficar. Não vai. Por favor. – Sentí meu rosto queimando, senti o gosto salgado das lágrimas escorrendo e nublando meus olhos. Mas nada fazia com que ele voltasse atrás. O perdi, pro meu azar.

- Não Bells, quem sabe eu volte, quem sabe ao meu retorno, eu sinta que você realmente me ame como amo você, e sinta que precisa de mim mais do que como um amigo. Não quero ficar pra te ajudar, quero que saiba exatamente o que sente, sem rodeios. Alice vai te dizer como entrar em contato comigo, caso mude de ideia, mas se isso acontecer, não quero que continue sendo minha amiga, quero amar você e quero que me ame, quero ser seu companheiro, seu namorado, tudo o que for possível ao seu lado. – Falou, e senti cada vez mais as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Sabia que não adiantaria, e não adiantou.

Alice prometeu me ajudar a entrar em contato com ele, já se passaram quase todas as 16 semanas das férias, o quarto semestre, último para Edward iria começar, e não sabia se ele viria, foram longas semanas, nos primeiros dias, faltava ele em tudo. Nunca havia estado sem ele um dia sequer na minha vida, e agora estava só, não totalmente, já que Alice tinha estado mais presente, afirmando que sempre, ao menos uma vez ao dia, viria ao meu encontro. Era bom tê-la novamente em minha vida. Mas faltava ele, já sabia o que sentia, já sabia o que realmente queria com ele. Mas ele não estava aqui para que eu pudesse falar. Na terceira semana tentei falar com ele, mas foi impossível. Duas semanas depois continuei minha busca à ele, em vão. E, após vários dias, ele ligou para Alice, que, com aquele seu jeitinho de que resolvia tudo, falou que eu o queria da forma como ele me queria, só que ele disse que ficaria por lá, sem data de retorno, me deixando sem saber o que fazer. Já que não sabia como fazer para falar com ele, não imaginava onde ele estaria, mas esperava que ele voltasse. Semana que vem voltavam as aulas, e eu voltava a esperar como esperei todos esses dias por ele.

Espero que tenham gostado, fiz com muito carinho.

Se lerem, deixem ao menos algum comentário, ok?

Espero ansiosa, semana que vem posto o cap 2.

xoxo* Bells.