If I Die Tomorrow escrita por Tcrah


Capítulo 11
Se for pra tudo dar errado.




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POV’s Thamires

Passei quase uma semana sem nenhuma notícia de Renata e comecei a ficar bastante preocupada.

_ Eu estava pensando e... Acho que nós devíamos nos casar. – Engasguei com o suco. Encarei os olhos de Mark, procurando o sinal de brincadeira, mas ele me encarava sério.

_ Acho que você está confundindo um pouquinho as coisas. – Ri debochando.

_ Eu também não gosto muito dessa ideia, mas vai ser melhor para o nosso filho se nós nos casarmos.

_ Não vai ser melhor para o “nosso” filho. Se eu me casar com você, eu serei infeliz pra sempre. E isso, de um jeito ou de outro, afetará essa criança. – Mark parecia decepcionado e tão assustado quanto eu. – Nós tínhamos uma vida antes de você chegar, Mark. Do mesmo jeito que você tinha a sua vidinha repugnante antes de eu chegar. Eu a amo, ok? Eu a amo desde sempre. Ela é minha melhor amiga, e escapou pelos meus dedos graças a você. É o seu filho que eu estou carregando e, sinceramente, eu não escolhi isso! Eu não escolhi você! Se eu pudesse, eu nem sequer teria dormido com você.

_ Não venha se fazer de vítima, Thamires. Você nem sequer me contou que estava namorando.

_ Eu achei que você sabia! Faz uma semana que a minha namorada com mente suicida sumiu e você acha que eu não vou ficar brava com todo mundo por causa disso? Faça-me o favor, né? Você não sabe o que é ser amado... Você não sabe o que é amar. Machuca, mas não machucaria se você não tivesse estragado tudo!

_ Me desculpa ok? Se você quiser, eu sumo, para você. Meu filho não vai crescer sem pai. E, independente de quanto tempo eu passe fora, eu voltarei. E você terá de inventar uma boa desculpa para o MEU filho para explicar o porquê de não ter conhecido seu pai antes. – Ele bateu na mesa e levantou. – Eu estou do seu lado, Thamires. Eu estou disposto a explicar tudo para Renata. Disposto a ser APENAS e PRINCIPALMENTE o pai dessa criança, mais nada na vida de vocês. Na vida de vocês eu seria apenas um... Doador de esperma. Mais nada. Se possível, eu nem cruzarei o seu caminho. Eu estou do seu lado, me deixa te ajudar.

Suspirei. Mark estava certo. Eu o tratava como inimigo, quando a culpada, na verdade, sou eu. Eu que... Bom, não me apaixonei por ele, mas tive muita curiosidade e desejo... Estou errada. Mark não tem culpa de nada e eu arrumando motivos para brigar com ele. Cheguei finalmente à conclusão de que estou desesperada. Estou com medo de Renata não voltar nunca mais e isso me desespera.

_ Eu vou te ajudar a encontra-la. – Disse agora mais calmo. – Ela conhece alguém na cidade?

_ Bom, tem uma menina... Não sei onde ela mora, mas sei onde ela trabalha. Podemos passar lá. – Mark sorriu esperançoso e fez um sinal para a porta.

Andando na rua, pensei no que diria se encontrasse Renata. Em como reagiria e como me sentiria ao ver a minha namorada com a “ficante” dela. Criei coragem para entrar na loja e procurei Renata imediatamente. Ouvi uma voz debochada:

_ Pessoal, quero que todos se preparem porque temos a presença de uma grávida aqui. E, nossa! Quanta felicidade! O pai do bebê está junto. – Disse Sadie, atrás do balcão. Me controlei o máximo para não avançar no nariz dela, enquanto algumas pessoas me parabenizavam pela gravidez. Pensei no quanto essa “Sadie” é idiota por achar que tem intimidade o bastante para falar assim comigo. Agradeci as pessoas e fui até o balcão.

_ Renata está ai? – Perguntei a Sadie.

_ Demorou tanto tempo assim para você vir procura-la, hein? Nem parece que a ama.

_ Escuta, nós não viemos aqui para arrumar briga. Chama a Renata. – Disse Mark.

_ Abaixa a tua bola, papai. – Mark ergueu a sobrancelha. – Ela está lá em cima, mas acho que ela prefere não falar com vocês.

_ Por favor... Eu estou preocupada.

_ Esperem aqui. – Ela revirou os olhos e subiu a escada.

Comecei a ficar nervosa, com a respiração ofegante. Há muitos anos que eu não fico tanto tempo assim longe dela. Ela apareceu, descendo as escadas com uma blusa que não era dela, mas resolvi não comentar.

_ Renata. – Abracei-a. Ela me abraçou de volta, apertando. – Rê, me da uma chance pra eu me explicar, por favor. – Continuei abraçando-a. – Eu estava preocupada.

_ Eu achei que você não viesse me procurar nunca. – Ela sorriu, mas seus olhos se encontraram com os de Mark e ela recuou. – Acho que o nariz quebrado não foi o suficiente pra você.

_ Eu só vim aqui para ajudar a Thamires. Depois disso, você nem saberá que eu existo. – Disse Mark.

_ Bom mesmo. Volta lá para o hospitalzinho do seu papai, pra sua vidinha de merda em Seattle onde as pessoas que não te conhecem gostam de você e acham que você não vai destruir a vida delas.

_ Calma Renata, ele não tem culpa. – Me coloquei entre os dois e Renata me olhou confusa. – Eu não contei a ele que estávamos namorando. – Ela suspirou decepcionada e encarou o chão.

_ Eu já sabia disso. – Ela disse. – Obrigada pela sinceridade.

Agora eu não estava entendendo nada mesmo. A Renata que eu conheci ficaria brava e me xingaria, depois avançaria no Mark. Ela estava calma demais.

_ Está tudo bem? – Perguntei desconfiada. – Se você quiser você pode continuar na casa da Sadie se... Eu puder te visitar às vezes.

_ Não. Eu quero que vocês me expliquem o plano de vocês e depois, se você quiser, gostaria de voltar para casa. – Disse Renata, tranquila. Eu e Mark nos entreolhamos, mas concordamos.

_ Ele vai assumir o filho, mas nós não vamos encontrar com ele. No máximo, falar ao telefone. Nós não precisaremos nos tocar ou olhar nos olhos, nosso assunto será somente essa criança. Ele poderá ver os ultrassons e ajudar a escolher o nome. E... Ele vai continuar morando em Seattle e a gente em Vancouver. – Renata sorriu. Finalmente algo da lista a interessou.

_ Pera, isso não fazia parte do combinado. – Disse Mark. – Eu nem vou poder ver direito o meu filho e ainda vou morar longe dele?

_ Ou filha. – Renata debochou.

_ Nós não combinamos, mas vai ser melhor assim. – Engoli o seco.

_ Não aceito isso! – Mark levantou a voz. – Eu sou o pai. Eu. A Renata não é nada dessa criança e tem mais direitos que eu? Não é justo!

_ Renata é a mãe dessa criança. Você querendo ou não.

_ Ela não faz parte dessa família e você está tratando-a como pai e eu como “amante lésbica” sendo que você sabe muito bem que é o contrário. – Mark olhou para Renata com desprezo. – Eu não vou ficar fora disso.

_ Não complique as coisas, Mark. – Disse Renata.

_ Não complique você! Isso é muito simples: Um pai, duas mães. Eu não vou abrir mão da única influência masculina que esse garoto vai ter.

_ Ou garota. – Eu e Renata dissemos juntas.

_ Tanto faz! Ele, – Mark revirou os olhos. – Ou ela precisa de um pai.

_ Essa criança precisa de pessoas que a amam e terá. Ele pode passar as férias com você. – Conclui.

_ As férias? Eu quero leva-lo para escola e busca-lo, leva-lo ao médico e ao jogo de futebol. Leva-lo ao cinema e ao shopping, à praça e à faculdade. Você não vai me tirar isso.

_ Mark, pelo amor de Deus! – Me preparei para começar a gritar, mas Renata me interrompeu.

_ Eu tenho uma condição. – Eu e Mark a encaramos achando que ela falaria sobre o bebê, mas ela desviou do assunto. – Ainda quero a festa de aniversário que você estava fazendo e quero que a minha mãe apareça, mas... – Ela suspirou. – Antes disso, faremos um ultrassom. – Nós concordamos. E, assim, demos por encerrada a discussão.

Me animei ao saber que Renata ainda queria a festa, mas não entendi os motivos. Talvez ela quisesse encontrar sua mãe depois de tanto tempo separada. Talvez fosse nisso que eu gostaria de acreditar... Evitando pensar em motivos piores.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, estava sem criatividade. Deixem comentários se gostarem, ok? :D



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