Livro 0: Ar escrita por HungerWriter


Capítulo 8
O Duelo Triplo - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha planejado dividir essa batalha em dois capítulos, mas eles acabaram ficando grandes, então resolvi dividir em três. E aqui está a última parte, finalmente no dia marcado, Quinta-feira! Espero que gostem ;)



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Shyo havia perdido. Ele estava no chão, ainda tentando se recuperar do ataque, meio tonto. Mal viu quando o ataque de repente ricocheteou direto na sua direção, quanto mais teve chance de desviar ou se defender.

Agora o duelo estava entre Aang e Ceelo. Quem caísse perderia, e quem permanecesse por último, passaria para a final. Agora sim o duelo ficaria justo para Aang. Agora sim ele começaria de verdade.

Aang começava a sentir, pela primeira vez, que tinha chances de ganhar. Só que ele teria que ser muito cuidadoso, afinal, Ceelo era o mais forte dentre todos que enfrentara.

Os dois se levantaram e se puseram em posição de batalha, um de frente pro outro. Dessa vez, Aang estava com uma nova posição de batalha. Seus punhos estavam cerrados e abaixados, enquanto suas pernas estavam uma à frente e outra mais atrás. Era uma posição que Gyatso o ensinara certa vez, ofensiva.

Ceelo já estava recuperado, e tudo o que ele pensava era em acabar com Aang. Mas dessa vez, não deixaria a raiva tomar conta dele. Usaria todos os seus conhecimentos que adquirira nas aulas de combate e venceria aquela batalha! 

A tensão era palpável. A plateia estava em total silêncio, todos prendendo o ar, sem respirar, todos vidrados no duelos. As únicas respirações audíveis eram a de Aang e de Ceelo, que respiravam irregularmente pelo recente esforço.

Aang resolveu-se. Iria fazer o primeiro movimento. Ele puxou o ar com uma mão e com a outra o moldou a massa de ar em forma de uma bola de ar, lançando-a a seguir na direção de Ceelo. O garoto se impulsionou com o pé e saiu da linha de acerto do ataque, ficando livre para contra-atacar. 

Ele puxou o braço de cima para baixo, fazendo uma onda-chicote ir na direção de Aang, que formou uma barreira de ar à sua frente, fazendo o ataque esvair-se sem causar-lhe dano.

Aang iria estava preparando para lançar uma nova bola de ar, quando viu Ceelo pulando, com as mãos para trás, dominando uma grande quantidade de ar, formando, assim, uma gigantesca bola de dominação, que ele puxou para a frente na direção de Aang.

A gigantesca bola de ar se moveu rapidamente na direção do jovem do Sul, que parou de invocar uma bola de ar, e agora dominava o ar para cobrir seu punho, formando uma luva grossa e irregular. Quando a bola gigante chegou, ele lançou seu Contra Soco, batendo de frente com o ataque inimigo, fazendo-o escoar pelo lados, com se a bola tivesse se partido.

A batalha avançava com ataques à distância dos mais variados tipos, cada vez mais vorazes. Íam depositando energia cada vez maior nos ataques ou nas defesas, aumentando a força de cada movimento. Ambos estavam ficando sem energia, e cada vez mais isso se tornava evidente.

Num último ataque à distancia, ambos se jogaram na direção um do outro, com o punho envolto em ar. Os dois se encontraram no meio, com um grande choque entre os dois ataques, que refletiu nos competidores. Aang e Ceelo foram lançados pra trás e caíram sentados, cada um em um canto da arena.

O cansaço finalmente atingiu-os e eles tiveram dificuldade para levantarem-se. Parecia que aquele simples ato de ficar de pé ficara impossivelmente complicado. E quando conseguiram fazer isso, quase sentiram uma sensação de vitória.

—Sabe, Aang — falou Ceelo, fazendo uma longa pausa para respirar— Você é um bom dominador. Eu admito.

—Eu digo o mesmo, Ceelo— replicou o garoto do Templo do Sul, fazendo um pequeno movimento de cabeça.

—Mas no fim, só o melhor ganhará... e eu sou o melhor.

—Então... vamos ver logo!

Ceelo sorriu do jeito como Aang falou. Ele sentiu um pingo de esperança no tom de voz de Aang, bem pequeno, mas que pareceu crescer enquanto ele falava. 

Ceelo fechou os olhos, respirou fundo, e começou a projetar o seu ataque. Ele puxou o ar novamente para sua mão, que envolveu-a por inteiro. Mas dessa vez, ele não faria apenas mais uma luva... isso não funcionaria. Ele precisava de algo poderoso. A massa de ar na sua mão foi se agrupando a palma e se estreitando na direção dos dedos, formando uma lança de ar na mão.

Do outro lado, Aang fez o mesmo. Fechou os olhos e repirou fundo, tentando captar o resto de sua energia. Ele dominou o ar da mesma forma, fazendo uma ponta bem pontiaguda e perfurante. Seria um ataque igual. E quem acertasse primeiro, conseguiria passar para a próxima fase.

Ceelo estava abaixado, agachado. Quando ele olhou na direção do inimigo, ele usou toda sua força para se impulsionar, enquanto Aang fazia o mesmo.

Aquele era o momento, Aang mantinha o braço esticado e firme à frente. Ceelo também. E tudo que tinham na mente, de repente desapareceu. Tudo que pensavam era em acertar primeiro, derrubar e ficar em pé.

O tempo parou. Estava passando em câmera super lenta. Pareceu tudo ocorrer em menos de um segundo. Os dois se encontraram com um choque enorme, que fez uma nuvem de poeira subir e tapar tudo.

Aang tinha certeza de que chegaria primeiro, sabia que conseguia. Mas no último segundo, ele sentiu a sensação. Ele não ía conseguir. A lâmina de ar chegou com força muito grande, ele demorou alguns milésimos de segundo para entender que ela havia o perfurado.

Ele de repente perdera toda sua energia. Ele não conseguia mais manter o braço na ofensiva, para atingir Ceelo. A dor começou a invadir seu corpo, como uma maldição começando a dominá-lo e derrotá-lo.

Sua mão já estava quase liberando o ar que a circulava. Mas então...Aang sentiu. Alguma coisa dentro dele de repente saltou para fora, colocando-se na mesma posição de Aang, impunhando a lâmina de ar. 

Aang não tinha certeza, mas de alguma forma ele conectou o espírito com o homem de vermelho. E antes que pudesse completar o raciocínio, outra mão espiritual saiu dele e apoiou-o no ataque. E mais outra, e mais outra.

Ele sentiu a energia o enchendo novamente e o controle sobre o braço voltar. Ele havia sido   acertado, mas não caíra, ainda não havia perdido. E com a ajuda daqueles espíritos, ele conseguiu concluir seu ataque.

O sorriso no rosto de Ceelo ainda estava em formação quando ele caíu, sendo substituído por uma expressão de surpresa. Agora a dor também adentrava nele e suas forças foram se esvaindo.

Ele continuou olhando para Aang sem compreender como o garoto, depois de atacado, continuou com o ataque. 

Aang continuava a impurrar a lâmina mais fundo. Ele estava até empurrando-o.

—Tome...isso!— falou Aang, entre gemidos, para seu competidor.

Com a energia em seus punhos, Aang usou toda sua força para empurrar Ceelo, que caíu da arena, sem nem ao menos falar alguma coisa.

Aang olhou para as mãos, mas os espíritos já não estavam ali mais. Sua barriga parecia muito machucada e estava perdendo muito sangue. Mas aquilo não importava.

Ele tinha vencido!

Ele finalmente tinha vencido!


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Notas finais do capítulo

Sábado tem mais =D E não esqueça de comentar o que achou aqui embaixo.



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