Chapeuzinho Vermelho - A Caçadora De Lobos escrita por P P Gonçalves


Capítulo 7
Capitulo 06 – Questionamentos + Caçador?


Notas iniciais do capítulo

Demorei eu sei, mas foi por uma boa causa.
Vamos ao capítulo!



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Fiquei o resto da semana em casa. Sem sair e sem falar com meus amigos. Fiquei acompanhando as noticias na televisão e pelo radio. Tranquei a porta do quarto que eu dividia com a Debby e não deixei ninguém entrar eles me deixaram sozinha, mas somente dois dias depois, pois antes disso a Debby batia insistentemente na porta do quarto pedindo que eu abrisse e falasse com ela. Mas todos os dias deixavam comida em uma bandeja para mim do lado de fora da porta que eu agradecidamente pegava, mas durante os dois dias eu sobrevivi de algumas barras energéticas que eu tinha dentro de uma de minhas bolsas e de alguns chocolates que eu tinha em uma gaveta do criado mudo.

Eu sei que exagerei um pouco em me excluir, mas eu ainda não entendia bem o que havia acontecido. Fiquei sabendo pela televisão que a garota havia sido encontrada, mas que esta não havia tido os órgão retirados, pelo visto algo ou alguém interrompeu o agressor.

No caso eu e meus amigos interrompemos o lobisomem de retirar os órgãos da garota. O que não impediu ele de tentar me atacar. O que não muda o fato do lobo caramelo ter me salvado, indiretamente falando.

E também descobri que o lobo caramelo realmente havia matado o lobo negro. Pois também foi encontrado um homem morto com rasgos no corpo todo, marca de garras, mas isso as autoridades não divulgaram. Fato sobre os lobisomens assim que você o mata ele permanece como lobisomem durante aproximadamente uma hora e após volta a ser um homem (ou mulher em alguns casos) comum. Porem se você se feriu ou foi morto como um lobisomem ao se transformar novamente ele trás consigo as cicatrizes ou ferimentos.

Porem o estranho não foi isso. Na verdade para nós caçadores já era esperado, o que realmente é estranho é que minha flecha não foi encontrada. O que por um lado é bom, pois ao sair correndo eu a deixei para trás e havia minhas digitais nela. E por outro lado era intrigante, pois eu me lembro de ter acertado o lobo negro com ela, mas onde ela tinha ido parar? Sei que havia muitas questões sem respostas, mas a principal era. Quem era o lobo caramelo? Pois as informações que tínhamos referente às vitimas era indicio de somente um lobo. A não ser que as autoridades estivessem mentindo sobre o total de mortos para não alarmar a população.

Mas ainda não explicava o fato de ele não ter me machucado. Quando ele me derrubou ele teve a chance de me matar. O que pra ele seria ótimo. Pois eu era uma caçadora e seria menos um atrás dele, mas ele não fez isso e eu ainda não havia achado resposta para esta questão. Se eu fosse um deles por mais que eu estivesse em uma luta contra outro lobo independente do motivo eu mataria o caçador antes do meu “colega” lobo.

Mas eu precisava dar uma explicação aos meus amigos e eu não iria atormentar a mente deles com explicações que nenhum de nós teria. Somente uma pessoa poderia responder. O lobo caramelo. Mas procurá-lo estava fora de cogitação.

Esta decidido vou esquecer esse assunto até que seja necessário falar dele. E eu não vou falar do lobo para meus amigos.

Sai do quarto e percebi que a Debby e o Arthur não estavam em casa. Estava próximo ao horário do lanche da tarde e decidi fazer um bolo. E graças a Deus tinha tudo na geladeira e no armário e eu não precisei sair para comprar nada.

Com o bolo pronto fiz uma cobertura e coloquei por cima. Tinha pão que devia ter sido comprado de manha, pois parecia novinho. Separei algumas frutas e fiz café, pois o Arthur gosta e um suco de abacaxi não natural, infelizmente, para a Debby e eu. Com a mesa quase pronta a porta da frente se abriu e Debby entrou seguida pelo Arthur e eles estavam discutindo.

- Não interessa o que você acha. Vou continuar jogan... - falou Debby e assim que percebeu minha presença na sala parou de falar.

- Que bom que chegaram. E pra variar estavam brigando, mas eu fiz um bolo para o lanche. Quem quer? – perguntei com um pequeno sorriso nos lábios.

- Ai. Que bom que você finalmente saiu daquele quarto. – disse Debby vindo correndo e me abraçando, ou melhor, me esmagando.

- Também acho. – disse o Arthur chegando mais perto de nós e me tirando dos braços da Debby e me abraçando. – Fiquei preocupado. – falou olhando nos meus olhos assim quem me afastava dele, mas ainda segurando meus ombros. – Quer falar sobre o que aconteceu?

- Talvez seja melhor não. – falou Debby. Possivelmente estava com medo da minha reação.

- Na verdade quero falar sobre isso. Mas só enquanto comermos. – falei saindo dos braços do Arthur e me sentando a mesa. – Quem me acompanha?

Assim que os dois sentaram-se a mesa eu contei a eles que me perdi deles e comecei a andar sem direção e que achei o lobo, o melhor, que o lobo me achou e eu fiquei paralisada de medo, mas quando ele se aproximou eu voltei a mim e atirei uma flecha nele e sai correndo.

- Simples assim? –questionou Arthur.

Eu sabia que ele seria difícil de convencer, mas realmente quem acreditasse na minha história deveria sair da caçada. Nem eu acreditaria em mim mesma.

- Sim. Acho que minha flecha deve ter acertado algo vital e por isso ele morreu. – disse a eles.

- Mas isso não explica as folhas e as gramas no seu cabelo nem a terra em suas roupas. – disse Debby. Ela também não engoliu a história, mas era o melhor que eu podia fazer. Não queria preocupá-los com a história real, ou seja, com o outro lobo.

- Enquanto eu estava correndo eu cai varias vezes. Talvez isso explique as folhas e a grama no meu cabelo. – expliquei torcendo para não se lembrarem da marca de terra na minha camiseta branca ser nas costas.

- Com certeza isso explica as folhas e a grama. – disse ela sorrindo para mim.

Olhei para o Arthur. Ele estava me encarando pensativo, como se decidindo se engolia ou não a minha história. Eu no lugar dele não cairia nessa, mas no momento estava rezando para todos os santos que eu conhecia para que ele simplesmente deixasse pra lá. E realmente minhas preces foram ouvidas.

- Explica mesmo. Mas e a sua flecha porque não foi encontrada?

- Eu não sei. Talvez ele tenha retirado ela e tenha saído do local. São varias teorias, mas eu não quero saber o que aconteceu. O que importa é que minha mãe não recebeu a policia lá em casa por causa das minhas digitais em uma flecha que mataram um homem. – disse tomando em seguida um gole do meu suco.

- Ok. Eu não vou mais te incomodar com o assunto, mas o que eu disse enquanto saiamos do bosque era serio. Você vai para academia na próxima cidade em que pararmos, pois você é muito lenta e não podemos perder você de novo. – ele falou olhando para mim muito serio.

- Tudo bem Arthur. Você tem razão. Essa você venceu. – disse e ele sorriu.

- Mas algum de vocês já sabe para onde vamos? Nós temos ate quarta para ficar aqui, ou seja, dois dias. Ou saímos daqui ou pagamos mais um mês e saímos mais tarde. – Debby levantou um assunto importante.

- Eu ouvi boatos de que há mulheres desaparecendo numa cidade próxima aqui. É a... – ele mexeu em sua bolsa de carteiro e retirou uma folha de jornal de dentro dela. – Champioons. Pelo que diz no jornal a desaparecimento de 15 mulheres na ultima semana. – disse ele lendo o jornal – O que indica dois ou três lobos. – olhou para nós. – Topam?

- Sem pensar duas vezes. – disse Debby e ambos olharam para mim. E eu sorri.

- Que tipo de caçadora eu seria se não aceitasse uma caçada? – indaguei. – Estou arrumando as malas. Se possível partiremos ao anoitecer. O que acham?

- Essa é a minha amiga. – disse Debby me abraçando de lado.

- Estou arrumando as minhas coisas. –respondeu Arthur e terminou de tomar o café que havia servido em sua xícara. Levantou-se e foi ate o banheiro do corredor, pois era lá que ele deixava suas coisas.

- Vem. Vamos arrumar nossas coisas. – eu disse me levantando.

- Claro. –Debby levantou-se e me seguiu ate o quarto onde ainda permaneciam as coisas dela. Ou pelo menos a maioria delas, pois quando eles perceberam que eu não sairia do quarto eu deixei algumas coisas dela do lado de fora do quarto para ela usar.

- Me conta. Dessa vez por qual motivo estavam brigando? – indaguei a Debby assim que eu já tinha dobrado quase todas as minhas coisas dentro da mala e pegava algumas coisas de higiene pessoal no banheiro.

- Porque ele acha que é meu dono. – disse ela e me olhou. – Você sabe como nós ganhamos dinheiro. Eu estava jogando sinuca com alguns caras e você viu como a calça é apertada e a blusa curta. Ele me tirou no meio do jogo como se fosse meu pai. Me arrastou pra dentro do carro e me trouxe de volta pra cá. E ainda tentou me proibir de continuar com isso. Como se nós não precisássemos do dinheiro que eu ganho fácil pra sobreviver. – ela disse enquanto tentava fechar sua mala. – Dá pra você sentar aqui pra eu conseguir fechar a mala?

- Você comprou mais roupas ou é impressão minha? – questionei enquanto me sentava sobre a mala para ajudá-la a fechar.

- Claro. Você tem noção da pouca quantidade de roupas que você deixou fora do quarto sem contar que você ficou dois dias sem abrir a porta. Fui obrigada a comprar. Você queria que eu ficasse dois dias com a mesma roupa? Sem chance. – disse ela um pouco indignada enquanto fechava a mala com a minha ajuda.

- Você tem razão. Mas poderia maneirar não é? –disse saindo de cima da mala. – Sabe, eu não sou contra o que o Arthur fez. Entendo que ele quer apenas nos proteger, mas ele exagerou ao tirar você no meio do jogo. Podia repreendê-la depois. – disse olhando para o Arthur pela porta enquanto ele arrumava a sua mala na sala. – Mas o que passou, passou. Vamos terminar logo isso e cair na estrada com a Debby ao volante.

Assim uma hora depois já estávamos a caminho de Champioons. Para investigar esses novos lobos e dessa vez eu tinha certeza de que não iria ficar paralisada. Porque desta vez eu tinha a certeza deque não iria deixar nenhum lobo, principalmente o caramelo me salvar.

[...]

- Finalmente. Finalmente. Finalmente. –Falou Arthur saindo do carro e se atirando no chão e o beijando. O que realmente foi anti-higiênico. Mas eu entendia os motivos dele. Debby não é a melhor motorista do mundo e tem que praticar mais, mas garanto que nunca mais vai pegar no volante do chevy enquanto não for 100% excelente.

- Nem foi tão ruim assim. Foi Lu? – ela me olhou e o Arthur se levantou do chão e me olhou pelo vidro do carro.

- Poderia ter sido melhor. – falei a verdade sem magoar minha amiga. Até mesmo porque se eu mentisse não seria justo nem com ela nem com Arthur. Porque querendo ou não ele tinha razão ela era, por assim dizer, péssima. – Mas isto não vem ao caso agora esta ficando tarde. Vou ver os quarto para nós e assim que estivermos instalados vamos ao reconhecimento de campo. – disse já fora do chevy e indo em direção a “recepção”, se é que podia ser chamado assim, do Motel onde paramos. Era chamado de Moon Light. Irônico não?

A recepcionista tinha cara de quem fazia programa nas horas vagas. Ela era alta, bronzeada, usava maquiagem pesada, roupas vulgares e pra melhorar o pacote era loira. Não que eu tenha algo contra as loiras, até mesmo porque eu era amiga de uma loira, Debby, e era também uma agora, mas sempre achei as loiras mais propensas a se tornarem vadias que as morenas. Como eu disse sem ofensas.

Ela me analisou de cima a baixo como se estivesse vendo algo desagradável. Como se eu me tornasse concorrente dos clientes dela.

- Boa tarde. – falou a loira e sua voz era de vadia também. Tudo nela indicava que ela era da vida. – Em que posso ajuda-la. – sintam o duplo sentido da frase. É por isso que sou contra motéis, mas eles me ouviram. É claro que não.

- Quero três quartos. Um ao lado do outro se possível. – respondi dando um sorriso desafiador a ela. Como se dissesse. Questione o motivo e você vai se arrepender.

- Claro. – respondeu ela. E pelo visto ela entendeu o recado. – Vai pagar como?

- A vista. Por uma semana. Quanto sai os três. – questionei.

- cada um é R$ 75,00 o dia, mas como vai pagar a vista e por uma semana cada dia sairá por R$ 45,00. – ela pegou uma calculadora e foi fazer a conta, mas como sou boa em matemática, entreguei a ele R$ 1000,00

- O total da R$ 945,00 mas pode ficar com o troco. É gorjeta. As chaves, por favor? – falei sorrindo.

Ela virou-se e pegou as chaves e me entregou falando que caso necessitasse de algo era só ligar para o ramal 1017 que iriam atender e ajudar no que fosse necessário. Sai lá de dentro e encontrei a Debby e o Arthur de caras fechadas. Nenhum dos dois se olhava ou trocava uma palavra.

- Quando vocês vão crescer em? O seu quarto é numero... – olhei para as chaves que ela havia me entregado e vi os numero 07, 08 e 09. – sete. – falei e entreguei a chave ao Arthur. – E o seu é o numero nove. – Entreguei a chave para a Debby. – Vou ficar no quarto do meio para escutar se um não vai tentar matar o outro. Mas agora vamos entrar logo e arrumar as coisas que eu quero conhecer o local e já fazer uma possível lista de suspeitos. E só pra avisar paguei por uma semana e temos que procurar outro local para ficarmos, não queremos chamar muito a atenção.

Peguei a minha mala que já estava no chão. Não fazia a mínima ideia de qual dos dois havia posto a mala ali, mas não iria agradecer. Até mesmo porque não gostei do local. O quarto ate que não era dos piores suas paredes eram brancas. Havia uma cama de casal no centro com mesas de cabeceiras de cada lado. A direita havia um abajur e o telefone e a esquerda havia uma caixa de sugestões e um vidro cheio de camisinhas, que pelo preço da diária não eram grátis. Havia um frigobar no quarto com algumas cervejas e águas. E um banheiro com banheira e chuveiro, um vaso sanitário, uma pia dessas bem vagabundinhas e um armarinho com espelho. Com toda certeza minhas coisas não sairiam de dentro da minha bolsinha de higiene nem da minha mala. Troquei de roupa. Estava ficando friozinho, mas queríamos ir a um bar para podermos calcular quantos suspeitos teríamos. Tirei camiseta que eu estava e coloquei uma blusa com decote não muito chamativo preta e uma jaqueta de couro azul marinho por cima. Fiquei com os meus jeans e troquei o meu companheiro all star para colocar um sapato de salto preto fechado porem aparecendo o as pontas dos dedos.

Peguei identidade falsa com uma foto atual loira que havíamos feito na Amaliader e trezentos reais e guardei no bolso interno da jaqueta. Peguei mais cem reias e coloquei no bolso externo junto do meu celular e sai do quarto trancando a porta e guardando a chave junto do documento.

Bati na porta nove e Debby me tendeu com um vestido colado ao corpo parecido com o tubinho que ela usou no meu aniversario, porem este era preto e seu sapato de salto era prata. Ela me deu passagem e eu entrei no quarto. Percebi que ela tinha uma jaqueta de couro rosa em cima da cama e sua identidade falsa ao lado com dinheiro junto. E sua bolsa de maquiagens estava no banheiro e ela já estava quase pronta.

- Quer a maquiagem? – perguntou com um sorriso.

- O que você acha? – perguntei sentando-me eu uma cadeira que havia no quarto junto de uma mesa. E diferente do meu quarto que era branco este aqui era verde. Pelo visto os quartos não possuíam um padrão. Fiquei curiosa imaginando como seria o quarto do Arthur.

Debby veio ate mim e preparou a maquiagem. Nada muito pesado, pois as roupas já eram provocantes, não queríamos parecer prostitutas, diferente da recepcionista. A minha make-up era básica: corretivo, base e pó, sem esquecer um pouquinho de blush. Após a sombra verde esfumaçada, máscara de cílios e lápis de olho pretos e um gloss rosa para finalizar.

Estávamos prontas e saímos da Debby batemos na porta sete e o Arthur simplesmente saiu do quarto com sua jaqueta jeans no ombro e uma camiseta rosa de manga curta que destacava os músculos dele. Uma calça jeans e um sapato preto. Ele estava muito bonito e o novo cabelo realmente estava magnífico nele.

- Vamos ao bar mais barato que encontrarmos para poder fazer a lista. – falei e fomos ate o carro. Não precisamos ir longe para acharmos o bar perfeito para o inicio do trabalho.

O que achamos era um bar de estrada não muito longe do motel. Era daqueles bem baratos e perfeitos para um lobisomem se enturmar. Ainda mais depois da lua cheia eles não devem estar muito bonitos. Somente os mais fortes é que conseguem tirar o cansaço de noites em claro do rosto. Logo mais a frente havia um local bom para estacionar o chevy, pois quando fazemos trabalho de campo é cada um de nós por si. Para podermos saber dos possíveis suspeitos. Como os lobisomens normalmente preferem mulheres como o prato principal eu e Debby éramos as iscas e o Arthur o observador. Ele cuidava de quem chegava perto de nós e se fosse arriscado de mais para qualquer uma ele mandava uma mensagem de alerta para nós duas e tirava a que se estava com o cara do bar e a outra saia logo depois e se não conseguisse ele voltava e ajudava.

- Ok. Meninas eu vou entrar primeiro. Se houver suspeitos eu mando uma mensagem para vocês caso não haja nada de interessante eu volto e vamos a outro local. – explicou Arthur. – Entendido?

- Sim. – Respondemos em uníssono.

Ele saiu do carro e dez minutos depois mandou uma mensagem pedindo que entrássemos no bar. A Debby foi à frente e logo depois eu entrei. Ela sentou-se em uma mesa e logo um cara com aparência cansada foi falar com ela. Já eu fui direto ao bar. Pedi uma cerveja para disfarçar, pois não gosto muito de bebidas. Realmente tínhamos em media três suspeitos no bar e onde eu estava sentada tinha a visão perfeita do Arthur e ele olhava para a Debby e o cara. De vez enquanto olhava pra mim, mas eu ainda não tinha perigo em vista, uns dois bêbados tentaram dar em cima de mim, mas logo os dispensei, pois eu precisava que os suspeitos se aproximassem de mim para confirmar se eram ou não lobos.

Terminei a minha cerveja e estava pedindo outra, mas tinha a sensação de estar sendo observada e não era pelo Arthur, era alguém as minhas costas. Ao me virar procurando alguém que estivesse me olhando me deparei com um par de olhos azuis e imediatamente me lembrei do caramelo. O lobo. Acabei apelidando ele. Sei que tinha dito que não pensaria mais nele, mas durante a viagem eu fiquei olhando para todo homem com aparência cansada que pudesse ter olhos azuis e não vi nada. E aqui eu encontro um cara de uns vinte e poucos anos que me lembrou imediatamente ele.

Voltei a encarar o balcão. Pedi para o barman uma dose de vodka com gelo. Depois dessa lembrança eu necessitaria de uma bebida mais forte pra me concentrar na missão. Quando o barman entregou a minha bebida eu senti alguém atrás de mim. Virei-me e encontrei com uma parede atrás de mim, na verdade um homem alto que com toda a certeza era um lobisomem.

- Ola gracinha. – ele disse com um sorriso safado no rosto. – Sozinha?

- Na verdade ela esta comigo. – disse uma voz masculina desconhecida atrás de mim. Enquanto sentia um braço forte na minha cintura.

Olhei para o lado vi o par de olhos azuis antes distantes agora ali. Pertinho de mim. O alto olhou bem pra ele e depois pra mim. Eu dei um sorrisinho e ele saiu de perto. O cara de olhos azuis era musculoso e tinha cabelos castanhos, na verdade estavam mais para caramelo.

- Desculpe, mas quem é você? – questionei retirando o braço dele da minha cintura e me voltando novamente para o balcão para pegar minha bebida.

- Bryan. Bryan Rios. – ele disse e ocupou o banco ao meu lado. – E você quem é? – ele me fitou e eu dei um gole na minha bebida e senti meu celular vibrar. Não o respondi de imediato. Recebi uma mensagem do Arthur. E precisava conferi-la antes de responder qualquer coisa.

Vamos matar um deles agora, acha que consegue ficar sozinha? Não vamos demorara muito.

Guardei o celular no bolso novamente e olhei de relance para a mesa de Arthur e fiz um aceno de cabeça discreto. Sei que ele entendeu o recado. E me voltei para o carinha, digo Rhyan, não Bryan. Isso.

- Acho que você deveria saber. Porque ate onde eu sei você esta comigo. Não é mesmo? – falei com um sorriso nos lábios.

- Bom. Na verdade eu sei o que você não quem você é? Poderia ajudar, por favor? – ele terminou de falar e bebeu sua cerveja direto da garrafa mesmo. E devo admitir ele ficou muito sexy fazendo isso.

- Desculpe, mas acho que não entendi. – falei. E realmente eu não havia entendido. Como assim ele sabia o que eu era? Bebi mais um pouco da minha vodka.

- Vou reformular. Eu sei que você é uma caçadora. Qual seu nome? – ele disse olhando para mim com uma expressão seria no rosto.

Eu comecei a rir. Serio eu esperava que ele me pedisse um programa, mas que me falasse que eu era uma caçadora me pegou de surpresa. E eu simplesmente comecei a rir. E como ele sabia? Um pouco recuperada do choque olhei para ele, que ainda me encarava serio.

- Caçadora?! Na verdade sou contra matar animais. – disse sorrindo.

- Eu não estou com muita paciência. – ele disse e se levantou deixando uma nota de cem reais no balcão me puxou do banco e me arrastou pra fora do bar. E nesse momento eu entendi o que a Debby quis dizer quando falou que foi a pior sensação do mundo.

Assim que estávamos fora do bar eu tentei me soltar, mas ele era forte e me levou para longe da entrada e só ai me soltou.

- Onde estão os seus amigos? – Questionou ele. E eu o olhei como se não estivesse entendendo. Qual é ela sabia que eu era uma caçadora e se ele fosse um lobo e tentasse me matar?

- Eu estou sozinha. – disse olhando ele diretamente nos olhos.

- Não acredito. Não deixariam você caçar sozinha. Você seria um desastre. Sem ofensas. – disse comum pequeno sorriso no rosto. Virou-se de costas e continuou a fala. – Ligue pra eles e peça carona, pois não vou deixa-la sozinha lá dentro. Tem muito lobo mal pra pouca Chapeuzinho Vermelho. – ele disse a última frase virando-se e sorrindo para mim como se fizesse uma piadinha, mas eu não achei graça.

- Não vou pedir carona pra ninguém ate você me explicar o que você é. – falei em desafio.

- Outro caçador. Agora peça a carona, pois eu tenho trabalho lá dentro. – ele parecia impaciente.

Recebi outra mensagem no meu celular. Pedi um momento e verifiquei.

Fique onde esta. Estamos te vendo. Não deviria tê-la deixado sozinha lá dentro. Distraia ele que o resto é comigo.

- Se eu não ligar o que você vai fazer? – perguntei distraindo ele. Pois já localizava Debby e Arthur logo atrás dele.

- Vou ter que bancar o herói e salvar à donzela me perigo. – ele respondeu sorrindo com escárnio.

- E eu terei que tirar um herói de meia tigela de cima da minha garota. – falou Arthur as costas do Bryan.

- Claro que vai. – Ele disse olhando para o chão e depois voltou o olhar para mim e sorriu. – Eu sabia que você não estava sozinha. – porem o modo como ele disse e olhou pra mim me fez entender que ele falava pelo fato do Arthur ter dito minha garota. – Bom meu trabalho de salvar a donzela esta feito. Nos vemos por ai. – ele virou-se passou pelo Arthur. Fez um aceno de cabeça para a Debby e entrou novamente no bar.

- Isso foi estranho. – falou a Debby me encarando e eu confirmei com a cabeça.

- Ele medisse que era um caçador. Tem como sabermos se isso é verdade? – Questionei ambos.

- Se tivermos o nome dele. – disse Arthur.

- Bryan Rios. Ajuda? – disse com um pequeno sorriso.

- Claro. Enquanto eu busco as informações vamos voltar para o motel. – disse e fomo em direção ao carro.

O que aconteceu foi realmente estranho. Mas o jeito como ele falou comigo. Chapeuzinho Vermelho? Serio isso produção? Realmente esperava que ele fosse melhor caçando do que fazendo piadinhas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e desculpe qualquer erro!



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