O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 42
V.9 Combate desigual.




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Julep mergulhou de cabeça. Piccolo esticou os braços e das mãos saíram um sem fim de bolas amarelas que explodiram sucessivamente em cima do demónio caído. Ao dispará-las, ia elevando-se no ar, enquanto gritava com todo o alento permitido pelos pulmões.

As bolas energéticas formaram uma bolha gigante de energia. Piccolo pendeu os braços, ofegante a observar como a bolha palpitava e faiscava. Até que rebentou, arrastando tudo numa vaga destruidora de fogo. A cabana desapareceu e a clareira onde se situava aumentou de tamanho.

Fixou a cratera, a recuperar o fôlego. Uma árvore esturricada caiu devagar, com um som crepitante. Procurou pelo demónio no meio do fumo, esperava que o tivesse ferido gravemente. Ganharia tempo para se afastar dali e reunir-se a Goku, que deveria precisar da ajuda dele contra o feiticeiro.

No entanto, quando uma rajada de vento dissipou os últimos fiapos de fumo, a cratera apresentou-se vazia.

Susteve a respiração, acometido por uma sensação de fracasso.

O espírito do demónio surgiu ameaçador nas suas costas. O namekusei-jin tentou defender-se, mas falhou. Recebeu um golpe em cheio na base do pescoço que o fez perder o equilíbrio. Embateu no chão com uma dor insuportável, que o paralisou. Os joelhos do demónio enterraram-se no estômago e cuspiu uma golfada de sangue lilás. Quis gritar, mas não tinha ar para fazê-lo.

A voz que o interpelava veio distorcida:

- Pensei que valias a pena.

Gemeu. Arrastou-se pela terra ressequida. Quando sentiu os restos calcinados de uma árvore, apoiou-se nestes mas estava tão fraco que não conseguiu erguer-se.

O combate estava perdido. E com apenas dois golpes.

Encheu os pulmões magoados, cuspiu mais sangue. Tentou impulsionar o corpo, as pernas tremiam, fincou os pés no solo. A tentativa era inútil, os movimentos eram patéticos. Mas ele tentava até à exaustão pôr-se de pé. O demónio riu-se com gosto.

- Perdeste, namekusei-jin.

Voltou-lhe as costas, concedia-lhe a humilhação de não o achar em condições para ser um adversário à sua altura. Abandonava-o a rir-se.

Mas Piccolo também se riu. O demónio olhou-o desconcertado. Riu-se alto, em enormes gargalhadas, animado pela expressão desnorteada de Julep. Soergueu-se, um joelho assente no solo.

- Onde vais tu? Procurar pela rapariga da Dimensão Real e pela bola de dragão? Não o deves fazer… Deves regressar ao Templo da Lua, o feiticeiro precisa da tua ajuda.

O demónio rangeu os dentes.

- Son Goku está no templo… Vai roubar as bolas de dragão ao teu mestre. E tu aqui, a divertires-te a combater-me. Zephir vai ficar realmente muito satisfeito ao descobrir como defines as tuas prioridades.

Apreciou a fúria que se lia nos terríveis olhos vermelhos de Julep.

- Este combate foi apenas para ganhar tempo – rematou.

Julep urrou num assomo de raiva e elevou-se nos ares como um foguete. Dirigia-se o mais rapidamente que podia para o Templo da Lua.

A vitória afinal, acabara por ser sua. Piccolo sorriu.

Os olhos do namekusei-jin turvaram-se. Já não era preciso continuar a fingir… Caiu no chão queimado da clareira, completamente esgotado.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
O sacerdote regressa.



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