O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 33
IV.6 A bola de dragão de sete estrelas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324955/chapter/33

As gaivotas esvoaçaram num grande alvoroço, a piar ruidosamente e a largar penas. Davam meia volta depois de se afastarem, simulavam um ataque para proteger os ninhos abandonados momentaneamente.

- Malditos bichos!

Vegeta estendeu um braço para disparar um raio que acabasse de vez com aquelas aves irritantes, mas deteve-se. As gaivotas fugiram, perderam-se atrás das falésias.

O rochedo que se levantava imponente no meio do mar, próximo da praia, estava pejado de ninhos. Vegeta aproximou-se de uma saliência onde, no meio dos raminhos, se encavalitavam vários ovos sarapintados. E também uma bola. Acercou-se. As gaivotas por cima dele piaram aflitas, mas não ousaram descer. Agarrou na bola de dragão e saiu dali, voando para o cimo do rochedo.

Contou na segunda bola de dragão que recuperava sete estrelas. Preparou-se para consultar o radar e prosseguir a busca, perguntando-se quantas bolas de dragão já teria Kakaroto reunido.

- Não esperava encontrar-te, saiya-jin.

Voltou-se. Detestava ser surpreendido pelas costas, o instinto colocava-o imediatamente na defensiva. Ao encarar quem o interpelara, sentiu-se tolhido pela surpresa. Apertou a bola de dragão e disse entre dentes:

- Julep!

- E tu também não esperavas encontrar-me.

- O que é que fazes aqui?

- Uma resposta adequada seria que estava à tua procura. Penso que deixámos um combate pendente…

Vegeta rosnou.

- Mas não, não te procurava. O nosso encontro é um mero acaso, saiya-jin.

O demónio provocava com um sorriso presunçoso. Vegeta resistiu à tentação de o atacar. Queria saber primeiro o que fazia ele ali, num rochedo no meio do mar. Julep analisava-o lentamente, repassando com os olhos cada centímetro e, de repente, perdeu o sorriso. Espantou-se com o que descobria e Vegeta, por sua vez, descobriu que a causa do espanto estava na sua mão.

Exibiu a bola de dragão, voltando as sete estrelas para o demónio.

- Procuravas por… isto?

Julep cerrou os punhos.

- Maldito!

- Também procuras pelas bolas de dragão? Não… Tu não passas de um escravo, ao serviço do feiticeiro. O que quer dizer, que Zephir procura pelas bolas de dragão. Para quê?

A gargalhada de Julep foi forçada e nervosa.

- E julgas que te vou dizer?... Baka!

Vegeta guardou a bola de dragão.

- É minha – sentenciou. – Se quiseres levá-la para o feiticeiro, terás de ma tirar.

As ondas do mar batiam na base do rochedo. Nos céus, o sol brilhava abrasador, as gaivotas voejavam ruidosas. Os dois guerreiros entreolhavam-se com desprezo, imóveis, antecipando cuidadosamente o confronto.

Julep sorriu.

- Será tão fácil!

- Veremos, demónio.

- No fim do combate, arrancarei a bola de dragão do teu cadáver.

Num gesto brusco, Julep uniu as mãos diante de si. Criou um aro de energia vermelha, que se desprendeu e precipitou-se para Vegeta. Seguiu-se outro aro e outro ainda e mais outro. Quatro argolas vermelhas a crepitar de energia. Vegeta aumentou o seu ki e desviou-se do ataque de Julep com um simples salto. O demónio avisou:

- Não adianta saltares. Vão perseguir-te!

De facto, os quatro aros travaram e tomaram novo rumo em busca do alvo. Vegeta não se surpreendeu. Aquela técnica era patética. Os quatro aros aproximavam-se, assobiando quentes. No instante em que o impacto parecia inevitável, Vegeta desapareceu.

Julep não escondeu o assombro. Os aros realizaram uma travagem brusca, iniciaram uma viagem ao acaso pelo céu. O demónio procurava pelo adversário. Não era capaz de senti-lo e a sua irritação aumentou.

Nisto, o espírito de Vegeta voltou. O primeiro reflexo de Julep foi o de reenviar os quatro aros para o saiya-jin. O segundo reflexo foi o de olhar para a retaguarda, onde o saiya-jin o olhava com uma serenidade desconcertante. Vegeta derrubou Julep com um pontapé. Com apenas uma mão enviou uma descarga de energia que dissolveu os quatro aros em bolhas escarlates brilhantes.

Vegeta esperou que Julep se levantasse. Assim que se pôs de pé, derrubou-o com um segundo pontapé.

O tempo quedou-se suspenso.

Julep ergueu-se. Da garganta arrancou um brado selvagem, na exata medida da sua ira. O rochedo balançou, pedaços de rocha separaram-se e foram mergulhar nas ondas do mar que se encrespavam com o sismo criado. Vegeta, a prever o aumento de intensidade do combate, mudou para super saiya-jin.

Julep atacou. Vegeta desviou-se dos golpes, aparou outros, só pelo prazer de anular o ataque do demónio. Quando se cansou da exibição, socou Julep em pleno nariz. A cabeça do demónio foi atirada para trás. Gritou com a potente patada que recebeu no abdómen. Tombou de costas no extremo do rochedo, rachando-o.

As unhas de Julep arranharam a rocha dura.

O bramido do mar era ensurdecedor.

Sem vacilar, Vegeta uniu os dedos da mão levantada, esticou o braço e disparou um raio de luz. Julep fixou o raio e foi a última coisa que viu. A explosão arrastou-o para o mar e para o esquecimento. Julep morria. Era já um corpo sem vida quando foi levado por uma onda que embateu furiosamente no rochedo.

Contudo, Julep era imortal. Vegeta matara-o apenas para ganhar tempo.

A brisa carregada de maresia misturou-se com o odor a queimado. Vegeta baixou o nível energético, o brilho dos super saiya-jin deixou-o. Depois, saiu dali a voar, a toda a pressa. Retesou o rosto, os punhos, os braços, o corpo inteiro. Fugia, tinha plena consciência de que o fazia e isso irritava-o profundamente. Para contrapor à aparente cobardia, pensava que estava certo em fugir… Não se podia alongar em combates eternos contra inimigos imortais. A situação mudara. Zephir também procurava pelas bolas de dragão e estava seguro que era pelo mesmo motivo que ele e Kakaroto as procuravam: a segunda metade do Medalhão de Mu.

Agarrou no radar do dragão, ajustou-o para uma escala maior. Encontrou o que procurava num instante. Três bolas de dragão juntas e outras duas iam a caminho dessas três. Zephir e… Kakaroto! As duas bolas de dragão pertenceriam a Kakaroto, não teria tido tempo, tal como ele, para encontrar mais do que duas. Despistado e ingénuo como era, certamente que pensara que quem tinha as três outras era ele, Vegeta, e ia ao seu encontro para reunirem, de uma assentada, cinco bolas de dragão.

- Kuso!

Com as que possuía, contou sete.

As sete bolas de dragão tinham sido encontradas.

E se não chegasse demasiado tarde, as sete bolas de dragão pertenciam-lhes.

***

O vento veio frio e desagradável.

O sítio era ventoso. Mas não era apenas o hálito cortante do vento que causava arrepios.

As três bolas de dragão estavam juntas, a escassos metros dele. A bola de dragão de uma estrela, a de duas estrelas e a de três estrelas.

Goku baixou o radar.

Engoliu em seco. Olhava em frente, consternado e gelado.

O Templo da Lua.

Zephir tinha reunido três bolas de dragão. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Uma nova peça no jogo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.