Não podia ser tudo que estava acontecendo , eu só podia estar enlouquecendo, Carlisle ainda não sabia me dizer o que tinha ocorrido, mas Lucy parecia não se recordar de nenhum de nós, ela nos olhava como se fosse a primeira vez

em que nos vira, e em algum momento me deixei recordar da primeira vez em que os olhos de Lucy se voltaram para nós.

Tudo a minha volta estava muito confuso, eu ainda não havia conseguido me recuperar da tentação que o sangue de Lucy que ainda circulava dentro de mim, mas o que mas me incomodava era o fato de que Lucy não se recordasse de nenhum de nós.

- Edward volte aqui!!! Alice chamava por mim pelos corredores do hospital

- Não, eu não posso continuar aqui. Respondi ainda sentindo a dor queimar em meu peito

- Edward ela vai recuperar a memória, mas dê tempo ao tempo. Alice me disse parando na minha frente.

- Talvez essa seja a hora correta de sairmos da vida dela, deixe-a pensar que nunca nos conheceu, afinal já a colocamos em perigo uma vez, mas em breve novos perigos voltarão a acontecer. Eu respondi sentindo o peso das minhas palavras.

- Não Edward, nos nao vamos partir assim. Alice retrucou

- Será que você não entende que se continuarmos na vida dela, ela pode acabar morrendo. Eu respondi rispido

- E se formos embora ela vai acabar morrendo do mesmo jeito, ou será que você não se recorda do que aconteceu quando você deixou Bella. Alice fora cruel jogando as imagens que eu já havia enterrado em minha mente a muito tempo,

era incrível como apesar do tempo ter passado, a dor era incrivelmente a mesma, ver Bella pulando daquele penhasco , faziam com que milhares de adagas afiadas cortassem meu peito, com que a dor inflamassem por todo o meu corpo,

era como reviver cada segundo da agonia que eu havia sentido no momento em que tudo aconteceu.

- Mesmo assim nos temos que considerar a idéia de irmos embora. Eu respondi enquanto caminhava em direção a moto estacionada na frente do hospital.

- Edward pare ninguém vai embora, Lucy vai recordar quem somos nós.  Alice gritou antes de eu dar partida na moto.

Peguei a estrada sem rumo, não queria ir para casa, então dirigi até não poder ver mais Toronto, até a cidade desaparecer no horizonte, ver Lucy me encarando como se eu fosse uma aberração, o que na verdade eu era, mas ela não me via desse jeito, por isso que eu a deixei se aproximar novamente, ela era exatamente como ela fora um dia, como Bella, ela me olhava de modo que eu nunca havia sido visto.

E tudo isso agora estava enlouquecendo minha cabeça, porque eu sabia que se eu a deixasse e ela se recordasse de tudo, ela teria o mesmo destino de quando fora Bella, mas também sabia que se não partisse agora, mesmo que ela não se recordasse de nada, enfrentaríamos novos perigos em breve, eu sabia que de um jeito ou de outro eu acabaria por perder Lucy.

E eu não podia simplesmente aceitar aquilo, como eu faria eu não sabia mas eu tinha certeza de que ir embora não era uma das opções, tudo que eu precisava agora era bolar um plano para podermos proteger Lucy e sua mãe, e para isso eu teria que revelar nossa identidade para a Sra.Amber, e sinceramente eu temia sua reação ao saber que sua filha namorava um vampiro.

Talvez agora não fosse a hora certa para isso, mas em breve essa conversa teria que se tornar realidade, não havia como protege-las sem que elas soubessem qual era o perigo que as rondava, acelerei em direção a Vancouver na esperança de que uma volta pela cidade fosse esfriar a cabeça, que desse jeito eu pudesse saber qual era a decisão correta a tomar.

A cidade de Vancouver nunca me pareceu tão acolhedora, o que me fez recorda-me de uma epóca em que eu e Carlisle passeamos pelas ruas de Nova orleans, era assim que as ruas de Vancouver se pareciam, pilotei pelas ruas da cidade,

observando os mortais que caminhavam se preocupações, sem saberem o perigo que os rondava constantemente, não que eu fosse me tornar um assassino agora, mas eu continuava sendo o monstro adormecido dentro de mim.

Havia meses desde da última vez em que eu viera em Vancouver, e na nossa última visita não haviam vampiros por aqui, mas o clima da cidade parecia diferente agora, eu podia sentir o perigo se aproximando, não demorou para que eu cruzasse a rua, e me deparasse com um vampiro se alimentando de uma pobre moça, desci da moto furioso pois sabia que com aquele vampiro ali estariamos correndo risco de sermos expostos.

- Largue-a.. Eu disse enquanto caminhava na direção do vampiro

- Hmm quer se divertir também??? O Vampiro me perguntou 

- Não, eu quero que você se afaste da moça agora.. Eu ordenei

- Quer dizer que o vampirão não curte moçinhas... O Vampiro me respondeu petulante

Me aproximei e o peguei pelo pescoço jogando-o contra a parede, eu sabia que apesar de não me alimentar de humanos, eu tinha muitos séculos a meu favor, eu havia aprendido a lutar, e prinipalmente a reconhecer recém-criados, que era o caso do vampiro em minhas mãos agora.

- Será que você ainda não entendeu o que eu disse... Eu retruquei

- Não, o que você quer?? Ele me perguntou

- Eu não quero nada, apenas que você vá embora dessa cidade, e não caçe ninguém no meio do caminho, ou então serei obrigado a te destruir. Eu disse sendo extremante persuasivo.

Aquela situação era apenas uma demonstração do perigo que corriamos, e principalmente o perigo que eu colocaria Lucy e sua mãe, ao escolher ficar ao lado dela.

Eu sabia que havia uma grande decisão a ser tomada, mas eu ainda não estava preparado para assumir as consêquencias de qual fosse, mas de uma coisa eu ainda tinha certeza, não poderia suportar ficar tão longe dela novamente, mesmo que ela lidasse diferente com situação, mas eu não poderia existir num mundo aonde Lucy não existisse também, e eu tinha certeza de que o sentimento era reciproco.

Não demorei muito a voltar para o hospital, entrei no quarto com a esperança de que quando ela despertasse tudo aquilo fosse apenas um grande pesadelo, mas então a realidade dos fatos me golpearam novamente, Lucy sentou-se na cama notando minha presença absorta no sofá encostado observando o teto branco, mesmo sem se recordar de qualquer coisa, ela achou graça, pois pude ouvir uma leve risada vinda da cama.

- Bom dia princesa adormecida... Eu disse brincando na esperança de esquecer tudo o que estava acontecendo.

- Bom dia... Ela respondeu um pouco mas animada apesar dos fatos.

- Ainda não se recorda de nada?? Eu a indaguei

- Não, desculpe, mas não consigo me lembrar de nada que tenha acontecido antes do acidente, mas veja ontem já consegui me recordar de que meu nome é Lucy Amber, mas fora isso não sei quem é nenhum de vocês, sinto muito se estou magoando-o, mas.... Ela tentou se desculpar, mas as lágrimas rolaram antes que ela terminasse a frase.

- Não deve se desculpar, a culpa não é sua... Eu respondi enquanto o sentimento cruel da culpa de tê-la colocado-a em perigo corroeu meu peito.

- Mas você e os outros devem ser pessoas muito importantes na minha vida, porque não saem daqui... Ela indagou buscando por respostas.

- Nos a amamos muito.. Eu disse tocando sua testa levemente, mas Lucy não reagiu como eu esperava, ao contrário de antes que ela apenas se recolhia de frio devido a minha temperatura, parecia que agora ela tinha despertado o medo dentro dela, pois ao meu toque se recolheu ficando toda arrepiada.

- Nossa você está frio... Ela disse surpresa.

- Desculpe. Eu pedi voltando a me sentar no sofá.

Ela parecia ainda mais assustada quando percebeu que eu a encarava surpreso com sua reação diante do meu toque, talvez partir não fosse fazâ-la assim tão mal, já que ela não se recordava de nada, talvez sua vida fosse melhor, mas aquela idéia não conseguia ultrapassar os limites do meu coração, eu não podia simplesmente deixa-la.

- Edward ...Ela me chamou num sussurrou quase que inaudivel á ouvidos humanos.

Naquele instante a esperança de que ela houvesse lembrado de alguma coisa me preencheu, mas logo fui tomado pelo vazio ao me recordar que eu havia dito meu nome para ela na noite anterior, me virei delicadamente indo em sua direção.

- Você acha que eu vou conseguir me recordar quem são vocês, da minha vida?? Ela me indagou enquanto suas lágrimas percorriam em seu rosto em formato de coração.

- Eu não sei, mas espero que sim. Eu respondi.

- Edward mas uma coisa, o médico disse que terei alta no final de semana, que apesar dos ferimentos graves, talvez seje melhor eu me recuperar em casa, num ambiente familiar, e eu queria te pedir uma coisa? Ela disse meio acanhada como se falasse com um completo estranho, apesar de eu saber que eu era exatamente isso para ela agora.

- Diga.. Retruquei

- Você pode me levar para casa, não quero ir com a minha mãe porque ela vai ficar me enchendo com historinhas de quando eu era criança, para que eu me recorde de alguma coisa. Ela disse deixando a esperança gritar em sua voz

- Claro porque não. Eu respondi concordando na esperança de que eu a fizesse recordar alguma coisa.

- Vou conversar com o médico, depois eu volto. Eu respondi caminhando em direção a sala de Carlisle, eu precisava saber qual era o real estado de Lucy, se havia alguma chance dela se recordar de tudo, ou se teríamos que escolher entre construir um novo laço com ela, ou partir...