O Amor Acima De Tudo escrita por ana_christie


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! espero que gostem!



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Capítulo 11

Naquela noite, Richard levou David ao hospital. Ao contrário do que Hannah queria, ele levou primeiro Karen para casa. Estavam, de novo, a sós, num silêncio opressor.

— Qual o seu endereço, Hannah?

Ela disse a ele.

— Sei onde fica.

Em frente ao prédio, ele parou. Virou-se para ela.

— Quer dizer que você é tão íntima assim de David que conhece tão bem a casa e a família dele?

— Isso não é da sua conta.

— Ah, é sim. Há muito tempo eu te disse que você era minha, e ainda hoje, afirmo!

Indignada, Hannah tentou abrir a porta do carro, mas Richard a impediu. Segurou-a com força pelo braço.

— Solte-me! Você não é meu dono!

— Eu não sabia que você era tão promíscua! Quantas vezes já foi para a cama dele?!

Hannah ficou ultrajada. Deu um tapa no rosto de Richard. Um brilho perigoso apareceu nos olhos dourados, onde se mesclava raiva e desejo. Para não ceder à tentação de revidar o tapa, ele a abraçou e uniu os lábios aos dela, num beijo voraz. O mundo, então, parou. Logo toda a raiva, de ambas as partes, transformou-se em desejo. Ele a pressionou contra a porta do carro e começou a acariciá-la nos seios excitados, até ouvi-la gemer e ofegar. Ele adorava os sons de prazer de Hannah. Rumou a mão para as coxas macias dela, sentindo a carne nua logo acima das ligas que prendiam as meias de seda no lugar. Os dedos subiram, então, até o sexo pulsante dela, começando a acariciá-lo e logo o sentindo arder num úmido calor.

— Não, Richard... — ela murmurou, à beira do orgasmo.

Com uma força sobre-humana, Hannah afastou a mão dele antes que pudesse explodir de prazer. Sentia seu sangue latejar e o coração tão rápido quanto um tambor.

— Saia já desse carro, Hannah — ele gemeu, a voz rouca, seu corpo rígido de tensão. Se a tivesse perto de si mais alguns segundos, não suportaria. Teria de possuí-la ali mesmo.

Ela saiu do carro e correu para dentro do prédio. No apartamento, escorou-se à porta, ofegante, trêmula, mal se equilibrando sobre os saltos altos e finos. Então escorregou contra a porta até se sentar no chão. Margareth, que acordara quando ela fechara a porta, foi até a sala e acendeu a luz.

— Hannah? O que aconteceu, pelo amor de Deus?!

Hannah passou a mão pelos cabelos loiros, agora desarranjados pelos dedos de Richard. Trôpega, foi até o sofá e literalmente desabou nele. Lágrimas escorriam por seu rosto, manchando sua maquiagem.

— Minha querida, o que aconteceu a você? Foi o Sr. Summer? Ele a machucou? Tentou violentá-la?

— Oh, não, Margareth... David, como sempre, foi um cavalheiro... O grosso foi o amigo dele, que teve que me trazer! Meu patrão! Mas o pior é que... eu o amo!

— Não estou entendendo nada.

Amargamente, Hannah riu.

— Às vezes nem eu mesma entendo... Meu atual patrão é o homem que eu sempre amei, Margareth...

— O tal de Richard, pai de Caroline?

— Sim... Ele... ele me ama, Margareth! E eu também o amo... Mas não podemos ficar juntos! Tenho um segredo que ele não pode saber... Caroline... Mas... a cada instante é mais difícil resistir a ele!

Margareth a abraçou e embalou até os soluços sentidos de Hannah cessarem. Hannah, mais calma, levantou-se e foi ao seu quarto, para tentar relaxar na banheira e dormir com a ajuda de um calmante.

***

Na Austin Security, no dia seguinte, Hannah foi à sala de Richard. A situação entre eles tinha que ser resolvida de uma vez por todas. Bateu à porta.

— Entre — disse a profunda voz de barítono de Richard.

Hannah entrou e foi até ele, que estava atrás da escrivaninha. Ao mesmo tempo ele parou o que fazia e a olhou, tenso. Nos olhos havia desejo e apreensão.

— Hannah — murmurou, rouco.

— Oi, Richard. Posso me sentar?

— Claro.

Enquanto se sentava, ela tentava reunir coragem para dizer o que tinha de ser dito.

— Richard... a situação entre nós está indo de mal a pior.

— Isso só porque você quer, Hannah.

— Não importa. Não quero mais sofrer, Richard.

— Se não quer sofrer, case-se comigo.

— Não posso. E é muito difícil resistir ao seu charme. Quero minha demissão.

Richard empalideceu. Se ela saísse da empresa, ele não mais teria oportunidade de pressioná-la para que ela se casasse com ele e admitisse que ainda o amava.

— Não darei a demissão, Hannah. Você vai ficar na Austin Security. Até o fim do seu contrato.

— Não vê que isso seria uma tortura para nós, Richard?!

— Mais tortura, para mim, será ficar longe de você, sem poder vê-la, ouvir sua voz, sentir seu perfume. Você vai continuar na empresa, Hannah. Pelo menos até o protótipo do chip ficar pronto.

— Por favor, Richard, eu imploro! É um tormento para mim te ver todos os dias!

— Eu já disse que não! Você não vai sair da Austin Security! Se sair, eu a processo por quebra de contrato!

— Você é um tolo!

— Sou, sim. Um tolo apaixonado.

Hannah saiu furiosa da sala. Richard não queria entender! Será que ele preferia sofrer a tortura de se verem sem se tocarem a demiti-la? Ele era um tolo, um inconsequente! Nunca Hannah tivera tantas dores de cabeça quanto agora, que Richard era seu patrão. Não dormia direito com a tensão que a dominava, sabendo que o veria pela manhã. Não conseguia comer direito. No entanto ela não podia negar: se afastar dele não seria de grande ajuda, pois a saudade que sentiria iria lhe corroer a alma. Richard era o único homem de sua vida. Um era como a heroína do outro.

***

Todo o projeto do chip ficou pronto. A construção do protótipo podia, então, ser iniciada. Todos os projetistas da Austin Security estavam muito nervosos, para não falar de Richard, que era o idealizador. Tudo tinha de sair perfeito, havia muito dinheiro e prestígio em jogo.

As coisas eram mantidas em grande sigilo. Os outros funcionários da empresa não tinham nem ideia do grande projeto que estava sendo posto em prática na empresa.

O protótipo seria construído em um laboratório fechado com ambiente controlado. Só os que estivessem trabalhando nele teriam acesso ao laboratório, por meio de cartão magnético de identificação, senha e leitura de digitais e de retina. Agora o cuidado teria que ser redobrado, para evitar sabotagem ou roubo. Entre os funcionários, como era normal em muitas empresas, podia haver algum espião.

Dos dez engenheiros que participaram do projeto, entre os quais Richard, apenas cinco estariam envolvidos diretamente com a construção do protótipo, os em que ele mais confiava. Hannah era um deles. Ela não queria, pois teria contato direto com ele, mas ele fizera questão de envolvê-la, porque ela era a melhor engenheira que a Austin Security tinha, além do quê, ele confiava nela. Hannah estava nervosa porque ficaria todos os dias junto de Richard, sentindo seu perfume, seu olhar sedutor. Seria uma tortura sem par. O amor que sentia era tão profundo quanto o oceano.

Uma reunião foi marcada por Richard na sala dele. Os projetistas que fariam o protótipo foram convocados, e só. Ele fechou a porta, isolando-os lá.

— Sentem-se.

Todos se sentaram.

— Acho que há um espião entre nós. A notícia sobre o chip vazou de alguma forma, não para o grande público e impressa, mas em alguns meios. Tenho confiança em vocês quatro, por isso os escolhi para a construção do protótipo. Acho que o espião está entre os outros cinco engenheiros. Eu os chamei, aqui, hoje, porque quero fazer um plano para despistar esse espião. Só nós cinco teremos acesso ao laboratório e ao protótipo. Quero que vocês veiculem informações falsas aos outros. Assim, enganaremos a empresa que possivelmente quer nos sabotar ou roubar. Concordam?

Todos concordaram.

— Ainda faltam alguns ajustes finais no laboratório, mas em uma semana podemos começar a construir o protótipo.

Todos ficaram eufóricos, exceto Hannah. A partir de uma semana, sua vida se tornaria um inferno. Ficaria perto, realmente perto, de Richard por toda a manhã e um pedaço da tarde. Ia ser muito doloroso.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, pessoal! Please, comentem!

Bjs da Ana