Por Todas As Manhãs escrita por And


Capítulo 2
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Notas iniciais do capítulo

Como o 1º capítulo foi super pequeno, decidi postar outro hoje! :)



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Antes que eu pudesse atravessar a rua, um grito fez com que eu congelasse no lugar que estava:

– CUIDADO!

Ofeguei ao sentir-me alguém me puxando para trás e um carro passar voando em minha frente. Arregalei os olhos e olhei surpresa para a pessoa que havia me salvado.

- Você me deu um susto! – Ele acusou parecendo realmente em pânico. Não pude evitar a vermelhidão que tomou conta do meu rosto.

Eu quase havia sofrido outro acidente novamente!

Ele havia me salvado!

- Obrigada. – Consegui dizer minutos depois, com a voz falha por causa do susto – Eu realmente não tinha visto aquele carro...

- Percebi. – Respondeu parecendo um pouco mais aliviado. Respirou fundo e abriu um sorriso perturbador. De perto ele era mais deslumbrante do que eu pensava – Meu nome é Edward, e o seu?

Ele parecia estranho. Pensei. Um tanto nervoso. Sua pergunta parecia quase ensaiada, como se ele tivesse planejado várias vezes e agora realmente estava em cena.

- Isabella. Mas pode me chamar de Bella – Trocamos um aperto de mão, e não pude deixar de perceber o quanto suas mãos eram grandes e seu toque suave. 

- É um prazer Bella. – Franzi o cenho no momento que ele disse meu nome com tanta ênfase.

- O prazer é todo meu. – Respondi com um sorriso desconcertado, ainda assustada por causa do quase acidente.

- Tome mais cuidado da próxima vez, por favor! – Ele pediu com bastante fervor. Em sua testa uma ruguinha de preocupação apareceu, me deixando atordoada.

- Farei o possível. – Prometi abrindo um meio sorriso – E ah, obrigada por me... Salvar.

Ele abriu um sorriso gigantesco.

- Imagina. Foi um prazer.

Corei e logo depois percebi que ele também havia ficado envergonhado pelo o que tinha acabado de dizer.

- Então eu já vou... – Abri um sorriso forçado, ainda um pouco assustada. Ou nervosa por causa desse homem. Não sabia dizer.

- A gente se vê. – Ele respondeu parecendo um pouco decepcionado. Seria esse homem maluco? Um psicopata? As reações dele eram tão estranhas. Prendi a respiração e logo depois senti vontade de rir. Meus pensamentos eram exagerados demais.

Mas ainda sim, virei às costas rapidamente e com calma atravessei a rua para comprar o meu jornal, deixando aquele homem que deixara minhas pernas bambas, para trás.

•••

Uma semana depois de muita procura, finalmente consegui um trabalho temporário em uma biblioteca que havia a alguns quarteirões da minha casa. Era apenas para atender os clientes, arrumar e limpar os livros. O salário não era muito ruim. Com ele eu poderia me sustentar e quem sabe guardar um pouco para minha futura faculdade.

Eu ainda não tinha ideia do que queria fazer. Minha mãe havia me dito que antes do acidente meu sonho era fazer medicina. Mas agora, eu realmente não me conseguia ver fazendo algo relacionado a hospitais. Não mesmo.

No meu primeiro dia de trabalho lamentei por não poder ter seguido a minha rotina semanal: Ir até a cafeteria e tomar meu café sentada em algum banco apreciando a vista.

Mas é claro que eu não lamentei apenas por não poder tomar meu café lá, e sim por não ter visto ele, como eu fazia todos os dias.

Teria ele notado a minha ausência?

Trabalhei até as 9 horas da noite, naquele dia. O dono da biblioteca era um senhor baixinho de cabelos e barba branca. Sr. Bennet não falava muito, mas parecia ser uma pessoa bastante doce.

Despedi-me dele e caminhei pelas ruas indo em direção ao restaurante mais barato que havia por perto. Quando entrei e sentei, o garçom veio até a mim para entregar o cardápio. Remexi-me na cadeira desconfortável. Ele estava quase em cima de mim e não parava de sorrir.

Mal olhei o cardápio, pedi que me trouxesse espaguete com uma coca-cola. Ele novamente sorriu imensamente, me encarando de um modo nada confortável, e saiu para atender meu pedido.

Quando ele voltou com o meu pedido, agradeci rapidamente e desviei toda a minha atenção para o meu prato delicioso. Já fazia horas que eu tinha comido, e o espaguete daquele restaurante barato, era um dos melhores que eu já havia provado. Só perdia para o da minha mãe.

- Não esperava encontrar você aqui. – Disse a voz grossa completamente surpresa. Desviei o olhar do meu prato e encarei a pessoa em pé perto da minha mesa – Posso me sentar com você?


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Notas finais do capítulo

Muito triste com a tragédia que aconteceu na boate de Santa Maria. Forças para os familiares e conhecidos das vítimas! ♥