Nossos corpos estavam unidos como um só, sua mão boba percorria todo meu corpo, cada toque me arrepiava, quando ele mordia minha orelha eu não conseguia resistir, me entregava mais do que já estava entregue, se é que isso fosse possível. Nossos olhares pouco se encontravam, nossos sussurros mal chegavam aos ouvidos do outro, sua boca percorria um longo caminho até a minha.

Era algo melhor do que o que eu jamais imaginara, sempre pensei que minha primeira vez seria em um namoro de anos, mas estava feliz de ser com Lupi, agora nós estávamos unidos, me perguntava se para ele a sensação era a mesma, se era sua primeira vez também (sinceramente duvido), seu corpo era experiente, ele sabia o que estava fazendo, não tinha dúvidas, sentia que era algo errado, mas todos os meus pensamentos eram demolidos no exato momento em que ele fazia a coisa certa, na hora certa e de um jeito que me levava à loucura.

Eu não ligava se ele podia ler todos os meus pensamentos, eu só queria estar com ele e mais ninguém...

Na escola...

- Oi Lu! Eu estou tão feliz...

- Por que Vicki?!

- Eu to namorando...

- Quem?

- Victor!!

Como assim, Victor terminou comigo ontem e hoje ele já está com Victória, e ela sabe que eu ainda gosto dele, afinal foi por isso que começamos a ser “amigas” (perai, eu admiti que gosto de Victor) quer dizer, se ela fosse mesmo minha amiga ela não faria uma coisa dessas comigo, muito menos diria na maior cara de pau.

- Você está feliz por mim, não está amiga?

- Claro... – claro que não né.

Ela me abraçou na maior cara de pau, é falsidade demais para uma pessoa só.

- Que bom amiga...

Amiga? Amiga? Eu precisava tirar aquela história a limpo, me desprendi de seus braços e caminhei em direção a Victor, eu não fazia idéia do que eu estava fazendo ou iria fazer.

- Que história é essa de que você está namorando a Victória?

- Eu é que pergunto, pelo que eu saiba desde ontem eu deixei de ter que te dar satisfação do que eu faço ou deixo de fazer.

- Isso não te dá o direito de começar a namorar justo com Victória.

- Mas te dá o direito de dormir justo com Lupi?

- Do que você está falando?

- Você sabe exatamente do que eu estou falando.

- Você anda me espionando?

- Isso não vem ao caso.

- Como assim não vem ao caso? Claro que vem ao caso, desde quando você anda me espionando?

- Eu não tava te espionando!

- Não, claro que não, você só estava observando discretamente, nada demais... – ele se virou e ia sair – espera, eu estou falando com você e quero uma explicação!

- Eu não posso te contar, eu não posso – seus sentimentos estavam indecifráveis e a flor da pele.

- O que você não pode me contar? – ele estava cada vez mais nervoso e eu também.

- Meu pai... – saiu como um sussurro quase não ouvi, cheguei a pensar que tinha ouvido errado, mas Victor começou a chorar...

- O que tem seu pai?

- Ele tem que te contar não eu...

- Do que você está falando? – ele me abraçou emocionado, cheguei a esquecer toda a raiva que estava sentindo, cheguei a esquecer até o motivo de tanta raiva, seu abraço era desesperador, como se ele tivesse com medo de me perder ou como se tivesse esperado muito tempo por mim...

Mais tarde, em casa...

O que o pai de Victor tem que me contar? Eu não consigo entender, e como Victor ficou sabendo do que aconteceu entre mim e Lupi? Minha cabeça está uma verdadeira confusão... A buzina do focus preto de Victor interrompe meus pensamentos. Desci as escadarias correndo, estava ansiosa por uma resposta, uma explicação.

- Como você soube do que aconteceu ontem à noite?

- ...

- Victor! – Mais uma vez, ao invés de uma resposta para minhas perguntas ganhei um abraço, dessa vez não foi tão desesperado ou apaixonado, dessa vez foi leve, suave. O resto do caminho o silêncio imperou e não me atrevi a perguntar mais nada, sabia que Victor não cederia, quando chegamos, o casarão estava escuro, uma única luz se concentrava em um único ponto da casa, Victor caminhou em direção a luz e eu o segui, entramos em um grande salão onde havia muitas pessoas.

- Quem são essas pessoas? – arrisquei uma última pergunta.

- São minha família e logo você a conhecerá como sua também.

Eu perguntaria por que se não tivesse sido interrompida por Guto, pai de Lupi que estava em um smoking aparentemente muito caro, em cima do palco.

- Eu gostaria da atenção de todos para apresentar à família uma pessoa muito importante.