- Nove horas de jogo! – o general avisa pelos autofalantes – A última hora foi um pouco menos frustrante! Gostei! Foram três mortos... Dentre eles uma de nossas favoritas, Taline. Temos ainda no jogo, cinco garotos e quatro meninas, onde apenas um dos homens já matou alguém. Este jogo está sendo dominado pelas garotas! Nove alunos sobreviventes! Os mais fortes, mais espertos, mais frios ou os que se escondem melhor... O cerco está se fechando. Continuem neste ritmo, crianças!

***

Wilgner caminhava com dificuldade. Tinha perdido muito sangue, mas a droga que injetara no braço o deixava alerta. Teve que largar as bolsas, e agora seguia levando apenas a submetralhadora e a besta, com uma última flecha, além da última granada e uma faca no bolso.

Então escuta um som de motor de carro. Estranha, afinal achava praticamente impossível que houvesse alguém andando por ai de carro. Então ele avista um carro se aproximando. Era uma boa oportunidade de vencer mais alguns oponentes.

O garoto prepara a granada e espera o momento certo. Dá uma olhada rápida no localizador, e recebe o sinal de três alunos no carro. Sorriu.

Subiu em cima do telhado de uma casa e esperou que o carro passasse a menos de três metros dele para jogar a granada.

Em dois segundos o carro explode, pouco depois de escutar gritos de meninas no interior do veículo. Pedaços de ferro em chamas caiam de todos os lugares. Muita fumaça se espalha.

Wilgner vira-se de costas e caminha até a borda do telhado. Desce num pulo, embora sem se machucar.

É quando seu localizador apita. Ele confere e ver que havia uma pessoa se aproximando. Então ele ver Mônica, no outro lado da rua, com um sorriso irônico e apontando a submetralhadora para ele.

Com uma piscada ameaçadora, ela dispara. Uma saraivada de balas passa por Wilgner, mas ele esconde-se atrás do muro da casa. Wilgner arma-se com a sua submetralhadora e retribui o ataque.

Os dois trocam tiros por alguns segundos. Quando o garoto decide subir novamente no telhado e atacar de cima. Ele o faz e começa a disparar de cima da casa.

Mônica continua disparando, escondida por trás de uma arvore. Eventualmente alguns tiros passavam de raspão nela, mas ainda nenhum tiro fora certeiro.

Então um dos tiros atinge a perna de Wilgner e com um grito, ele cai de cima do telhado. Mônica se considera a vencedora do duelo, e confere seu localizador. No entanto o sinal de Wilgner persistia.

- Esse cara não morre? – se irrita ela.

Mônica se aproxima da casa, com cuidado. Ela nota um movimento e retoma os disparos. O garoto, deitado escondido por trás de uma lata de lixo, prepara a sua besta e nota que só havia uma última flecha.

De repente os tiros cessam. Mônica assume uma expressão furiosa ao notar que sua arma estava descarregada.

Wilgner aproveita a deixa, e dispara sua última flecha em Mônica. O golpe atinge a perna da menina, atravessando sua coxa. Ele sorri e pega a faca, levantando para encerrar a disputa.

Mônica grita de dor, mas recupera o equilíbrio, respira, e puxa a flecha. O sangue escorre e sua perna dói duas vezes mais, mas ela consegue ficar de pé.

- Vou fazer você se arrepender de ter feito isso garoto! – diz Mônica.

- Pago pra ver! – desafia Wilgner, avançando com a faca na direção da menina.

A menina arma-se com a flecha ensanguentada e avança também. Os dois se alcançam e Wilgner é mais rápido, enfiando a faca na barriga de Mônica.

Ela cai no chão, gemendo de dor e cuspindo sangue, furiosa. Wilgner abaixa-se perto dela e golpeia seu rosto com vários socos.

Mônica consegue reagir e enfia o dedo num dos olhos de Wilgner. Não suportando a dor ele grita e bola para o lado, com a mão desesperada no rosto. Então, Mônica puxa a faca de sua barriga com um gemido, mas no momento que ia enfia-la no oponente, o garoto chuta sua mão e a faca escorrega indo parar alguns metros longe.

Os dois se levantam novamente e se olham com raiva...

Ambos estavam esgotados e muito machucados, mas ainda conseguem correr na direção da faca.

No entanto Mônica sente uma pontada na perna e cai, enquanto Wilgner alcança a faca. Ele salta na direção da menina, com o objeto pronto para feri-la ainda mais.

A garota consegue se levantar de novo e, sem armas a não ser uma flecha sem muita utilidade, ela dá alguns passos para trás. Entra na casa e encontra a submetralhadora abandonada de Wilgner.

Ela a apanha e aponta a arma para o garoto. Ele para.

- Lembra-se desta? – ela pergunta com um ar ameaçador, embora respirasse com dificuldade.

- Lembro demais! – ele abre um sorriso – Lembro até que ela também está descarregada.

Imaginando que o garoto estava tentando enganá-la, Mônica aperta o gatilho, mas comprova que a arma estava vazia.

- Valeu a atenção! Mas isso acaba aqui! – diz Wilgner avançando brandindo a faca.

Ele dá alguns golpes, mas Mônica desvia sem ser atingida. Até que ela se abaixa com habilidade e o chuta na altura do joelho. Há um som inconfundível de osso quebrando e Wilgner cai.

Como o programado num plano rápido, Wilgner cai com a cabeça exatamente em cima da flecha, que a menina segurava bem embaixo dele. A flecha perfura o crânio de Wilgner, e a ponta sai na altura da testa.

Mônica fica de joelhos, olhando fixamente para o corpo, enfim, sem vida do maior assassino daquela edição do jogo. Ela o vencera.

- Você tinha razão! Isso acaba aqui!

***

A mesa de apostadores entra em êxtase. Fora um dos combates mais esperados da edição. A maioria deles tinha apostado em Wilgner, e agora estavam aos berros, enquanto os poucos que apostaram em Mônica aplaudiam. Agora a menina estava no topo do ranking de favoritos.

- Restam apenas seis competidores! – diz o general com um sorriso no rosto. – Nossa atual favorita Mônica, Carol, Felipe, Leandro e dois sobreviventes da explosão do carro. Ainda não conseguimos identificar quais dos quatro integrantes do carro escaparam às chamas, mas nossas câmeras estão focadas nisso.

Seis alunos restantes...