Alguns anos se passaram, muitas coisas mudaram, não só em minha vida, e sim na vida de todos ao meu redor, Camile não era mais a “pequena Camile” e sim uma adolescente problemática, eu, bom, eu não trabalhava mais no jornal, só escrevia ás vezes para algumas revistas, eu não precisava de tanto, Melissa, bom, Melissa e eu namoramos por um bom tempo, nos separamos e voltamos novamente.

- Bom dia, Vick.

- Bom dia, amor... Fica mais um pouco aqui na cama comigo?

- Você sabe que eu não posso, não sou igual a você que praticamente não trabalha, amor.

- Ta, mas me dá um beijo?

- Isso eu dou sim!


Ela sentou na cama ao meu lado e beijou meus lábios, e logo saiu pela porta.


[ Melissa’s P. O. V ]

Eu saí de casa, e fui para o trabalho, nos últimos tempos era a única coisa que eu fazia, trabalhar e trabalhar, era uma maneira de esquecer os problemas, aparentemente eu tinha uma vida perfeita, eu era a chefe no jornal, tinha dinheiro, uma namorada perfeita, tinha tudo, mas como nada realmente pode ser perfeito, eu tinha meus problemas.

Alguns diziam que eu era louca por me envolver com aquele tipo, mas não foi uma escolha, a máfia, e de uns tempos pra cá eles vem me perseguindo, me ameaçando, querem dinheiro, mas não o meu dinheiro e sim o dinheiro da Victória, as ameaças estão cada vez mais continuas.

Eu teria que tomar medidas sérias para acabar com isso de uma vez por todas, eu teria que me afastar da Victória, eu teria que fugir, eu teria que fazer tantas coisas, mas era pelo bem dela, e pelo meu bem, eu poderia ser atingida, até mais do que ela.

- Alô Vick?

- Diga, meu anjo!

- Eu preciso conversar com você!

- Ta, eu passo aí na hora que você for sair.


Eu desliguei o telefone, e voltei ao trabalho, por mais que eu tentasse eu não conseguia me concentrar, não sabia o que ia dizer a ela “Olha, eu tô envolvida com a máfia, eles querem seu dinheiro, não adianta dar que eles vão continuar, eu não gosto mais de você, foi tudo um engano, eu quero terminar e vou fugir daqui!” Eu não podia fazer isso, a noite chegou, ela veio me buscar e nós fomos a um restaurante.

Chegamos lá, fizemos nossos pedidos, ela perguntou o por que de tudo aquilo e eu respondi, eu expliquei tudo, nós conversamos muito, ela ficou sem reação, mas já era previsível.

- Você pode acabar se machucando sério nessa história, se continuar comigo. – eu disse.

- Não importa!

- Importa sim, para de usar o coração, a emoção e veja a razão.

- Nem sempre a razão é o certo, eu sempre deixei a razão falar por mim, mas dessa vez eu vou deixar a emoção.

- Você é quem sabe!

Eu nunca tinha visto algo daquele jeito, ela nunca foi emotiva nem nada do tipo, mas parecia que dessa vez havia um bloqueio entre as famosas “Razão e Emoção” e ela optou pela emoção.