Já é o segundo dia que estou no sitio, por incrível que pareça, as horas, os dias passam muito rápido. Eu estava achando meus avós diferentes, eles costumam conversar muito, mais ontem e hoje conversamos muito pouco.. eu estava notando que sempre quando me aproximava de um deles, parecia...parecia que eles mudavam de assunto ou então tentavam disfarçar algo.

– Vó, acho que vou cavalgar... faz tempo que não tiro Charlotte do celeiro.

–Não! - Respondeu em um tom alto e claro.

–Como? - Corei.

–É... está meio tarde querida. Acho melhor deixar para a próxima.

–Vovó estava de costas para mim, tomando café em frente a janela.

–Tudo bem... Está precisando de algo? -Perguntei.

–Não querida, acho que seria uma boa ideia se fosse até o térreo. seu avô está pintando um quadro. -Respondeu com um certo tom de ordem.

–Tudo bem.. acho interessante, Vou dar uma olhada. - Sai em direção ás escadas.

Quando desci as escadas, avistei meu avô sentado de frente a uma tela grade, notei que ele já havia iniciado a pintura. O desenho me chamou atenção, parecia ser uma vila, tinha poucas casas, não havia nenhuma pessoa e o que me chamou mais atenção, era o modelo das casas e então entendi que era uma vila japonesa. Me aproximei para observar melhor.

– Bonita não? -Disse meu avô Jhonn Carter.

–Sim. É linda. -Respondi ainda observando a bela imagem.

Comecei a olhar ao meu redor, em todos aqueles tempos que já fui no sítio, nunca havia ido até o térreo da casa. Então uma coisa me chamou atenção, era um quadro. Parecia um retrato de uma mulher, ela era linda, tinha os cabelos castanhos escuro, longo e liso com alguns cachos nas pontas, sua pele era branca e seus olhos verdes.

Achei que estava vendo coisa, mais ao fundo da pintura da moça, havia uma casa que era idêntica a uma das casas do quadro que meu avô pintara.

–Quem é ela? -Perguntei curiosa.

–Ah! Ela... Linda não? -Se virou para o quadro da linda moça.

–Sim...muito. -Respondi.

–Dizem que seu nome era Angelina. -Disse meu avô.

–Mas não sei de sua história. -Completou claramente se virando novamente para o quadro que pintava.

–Hum.. Isabell não quer me deixar cavalgar... disse que está muito tarde mas, são apenas três horas da tarde. -Corei.

–Sua avó tem razão querida... -Disse claramente.

Jhonn me olhou, suspirou e completou.

–Mais acho que duas horinhas não fará mal a ninguém certo?

–Obrigada vô, prometo que cinco horas estou de volta.

Subi rapidamente as escadas e sai pelos fundos, pois Isabell estava na sala e não iria gostar de saber que a desobedeci. Estava tudo muito ensolarado ainda, o celeiro ficava a poucos metros dali. Mas mesmo assim comecei a andar depressa, pois não queria perder tempo.

Chegando lá, avistei Charlotte, era uma égua linda, tinha a crina longa e seus pelos brancos eram encantador. A tirei do celeiro e montei nela, saindo depressa, decidi ir rumo ao grande lago que havia a uns quilômetros dali, não poderia ir muito longe pois logo teria que voltar ao sitio.

É um lugar lindo, comecei a cavalgar bem devagar, há muitas arvores de variadas flores e cores, muitos pássaros e pequenos animais é um ótimo ambiente. Mas uma coisa me chamou atenção tinha umas gotas de sangue em umas folhas caídas no chão. Deixei Charlotte ao lado de uma das arvores e fui até o local onde estavam as gotas de sangue. Me abaixei e olhei atentamente, eram recentes, alguém ou algum animal passara por ali a pouco tempo, estará machucado, daqueles bem profundo, pois mas a frente havia mais gotas de sangue.

Andei mais a frente e então ouvi vozes. Eram dois rapazes, estava encostados em uma arvore a alguns metros de mim. Então fui para trás de uma arvore para que não me vissem. Eu não conseguia ver o rosto do segundo rapaz pois ele estava sentado de costas para mim e o outro de frente, mas não conseguia me ver. Assim o rapaz de costas começou a falar.

–Não devia ter tentado pegar aquele veado, são bichos espertos e mais rápido que você.

–AH! poupe-me de suas palavras. -Respondeu o jovem.

Pelo que pude observar, ele aparentava ser mais velho, tinha os cabelos ruivos e pele bem branca, olhava fixamente para seu braço, que estava sangrando. O outro jovem, cujo estava de costas, tinha os cabelos pretos, e sua pele era branca. Não conseguia ver seu rosto pois ele olhava para o braço de seu amigo enfaixando-o para estancar o sangramento.

– Pronto! terminei. -Disse o jovem de cabelos negros.

–Bom, Vou para casa cuidar disso se importa? -Disse o ruivo.

–Não, pode ir... até logo senhor Wolfrik.

–Se cuida Sr. Jhonny Hitachimi . -Respondeu.

Os rapazes se levantaram e foram até seus cavalos e foram embora. Notei que havia algo ao lado do local onde Jhonny, o garoto cujo os cabelos eram pretos, estava sentado. Me aproximei assim que sumiram de vista e percebi que era uma carteira. Pensei em não abri-la pois seria falta de educação, mas precisa saber quem era, pois teria que devolver de algum modo.

Ele era perfeito. Era mestiço, seus olhos eram azuis, tinha um sorriso hipnotizante, um olhar atraente um tanto excitante, parecia que me puxava para perto. Eu não me cansava de olhar era incrível, e o estranho era que aqueles olhos, eles eram familiares...de algum modo parecia que eu já os vi. Quando analisei meu régio ja eram vinte para as cinco, nossa eu fiquei tão atraída com aquela foto que perdi a noção da hora.

Fui até Charlotte e voltei o mais rápido possível. chegando lá achei melhor entrar pelos fundos e então, bom tamanho azar dou de frente com minha avó, Isabell.

–Estava te procurando querida, onde fora? - Me encarava brava.

–Eu estava...

–Pedi a Mary Anny para colher umas laranjas mas acabei me esquecendo que ainda não é época. Mesmo assim obrigado meu anjo. –Interrompeu Jhon.

–Hum...Tudo bem, vamos jantar? -Perguntou a avó.

–Sim...estou faminto! -Respondeu o avô.

O jantar foi normal, meus avós até que puxam mais assuntos, mais eu ainda queria saber um pouco mais sobre Jhonny. Quando acabei, pedi licença aos dois e subi para o meu quarto, assim que tomei um bom banho relaxante, sentei-me em minha cama e peguei a carteira, comecei a analisar, ela era de couro marrom e tinha um símbolo japonês. Então comecei a ver alguns dados que havia em documentos dele, tinha a minha idade 16 anos, nasceu em 15/11/1996. Então ouso alguém batendo na porta, era Isabell.

–Entre!

–É querida manhã vou até a cidade comprar. O que é isso? Onde conseguiu? -Disse com uma cara horrorizada.

–é uma carteira, a achei...

–Jhonn! Jhonn! Venha! Depressa! -Interrompeu.

–O que foi Isab... -Encarou o objeto em minhas mãos.

–Onde conseguiu isso? -Perguntou Jhonn sério.

–Eu achei perto das arvores ao lado do lago. Mas...porque essas caras? -Perguntei curiosa e um tanto assustada.

–Leve-a para o carro, no caminho a explique, temos que sair daqui o mais depressa possível, eu vou até o Sr. e Sra. Edwards... –Disse Isabell, logo saindo do quarto.

–O que? Meus pais? Mais porque não posso ir? Aonde vai me levar? O que está acontecendo? -Comecei a perder o controle.

–No caminho te explico tudo, confie em mim! Se troque, estarei no carro. -Disse Jhonn.

Então ele saiu , me troquei rapidamente, peguei meu casaco e desci as escadas feito louca, lá fora avistei Jhonn no carro, então logo entrei. Assim que fechei a porta não esperei mais nenhum segundo.

–Quer me dizer o que está acontecendo? -Perguntei.

–No Japão, havia uma pequena aldeia localizada em uma ilha onde no mapa não aparece, ela fica perto de Miyazaki...

–E o que isso tem haver exatamente? -Interrompi.

–Quer fazer o favor de não me interromper! Escute! –Jhonn parecia nervoso.

–Nessa aldeia havia poucos moradores, um deles o Sr. e Sra. Kyamatto e também o Sr. e Sra. Hitachimi. Yasuko Ishiro Kyamatto tinha três filhos com Angelina Makmacurt Kyamatto. Angelina era Brasileira e Yasumatto Japonês, seus filhos eram Henrique Ishiro, Vicente e Sara. A menina é a mais nova, Henrique o mais velho e Vicente o do meio. Em fim, Yatto Hitachimi tinha um filho mestiço com Catarina Malker Hitachimi. Seu nome era Jhonny...

–Será que você poderia ir direto ao ponto? -Interrompi novamente.

Jhonn me lançou um olhar ameaçador.

–Sara e Jhonn eram grandes amigos na época tinham 12 anos. Mas Yasuko e Yatto se odiavam, não gostavam da amizade entre eles então um dia, revoltado, contou a todos da vila um segredo que não aguentava mais esconder.

–Flash Back-

–Venham todos! Tenho algo importante a declarar! -Gritou Yatto.

Todos da vila foi até a frente de sua casa, Yasuko só apareceu na porta de sua casa.

–Eu sou um Dragão Negro! -Então tirou a camisa e lá estava a tatuagem de um enorme dragão preto dos olhos vermelhos. Só que aqueles olhos eram uma espécie de pedra, cujo o poder e devastador.

Todos se horrorizaram e tinham a intensão de arrumar suas coisas o mais depressa possível e ir embora daquela vila, Mas Yasuko não iria fazer isso. Antes que alguém desse um só passo, Yatto avisou.

–Não precisam sair de sua vila, estarei saindo ainda hoje. Obrigado pela enorme atenção. –Deu uma risada aterrorizante.

Yatto entrou em sua casa assim como todos da vila, ninguém ouso pisar para fora de casa enquanto Yatto não fosse embora de lá.

–Papai, o que é um dragão negro? -Perguntou Sara a Yasuko.

–Não a quero envolvida com esse tipo de gente um dia você entenderá minha filha. -Respondeu o homem.

–Tudo bem. -disse a menina.

–Sara minha querida, vá para seu quarto deitar-se, está tarde. -Ordenou sua mãe.

A menina foi para seu quarto.

–Angelina, não acho que deveríamos continuar aqui além do mais, Dragões Negros são enviados para matar Filhos de dragões brancos cuja sua alma a cada nascer de uma estrela fogo muda de corpo, mais não muda sua aparência.

–Mais ninguém sabe que você é o herdeiro do Dragão Branco, Certo? -Perguntou.

–Sim, mas Angelina, eu não sou mais o herdeiro, quem é o herdeiro agora... é Sara. E se descobrirem irão matá-la. -Concluiu o antigo herdeiro.

–Como não me contou antes! Sara! Minha filha! Como isso pode acontecer? -Angelina entrou em desespero.

–Quando um filho do herdeiro nasce junto a uma estrela fogo, seu corpo é liberado do dragão branco e ele passa para o seu filho, nascido junto a estrela, considerada o guia do dragão branco.

–Mas como surgira o Dragão Negro? -Perguntou Angelina.

–Dragões Negros são os agentes que trabalham para a Destiny Corporation. Uma corporação que não aceita essas mudanças de alma, eles consideram uma ameaça a sociedade por mais que a cada milhões de pessoas as chances de apenas uma delas se tornar um dragão branco não no máximo 1 %.

–Fim do Flash Back-

–Ainda não estou entendendo Jhonn. -Informei.

–Você é uma herdeira Mary...devo dizer, Sara Kyamatto.